Conto Erótico - Tudo por ele - Capítulo 30 (Final)


 Tudo Por Ele

Capítulo 30 (Final) 


Diogo


Talvez um dos maiores erros que o ser humano comete é ter medo de viver.

Experiências ruins deixam marcas muito mais profundas do que as boas, por isso, passamos a evitar que se repitam. O que muitas vezes não percebemos é que nada é igual ao que passou: o tempo é outro,estamos mais experientes, os acontecimentos dependem de muitas variantes.

Foi isso que acabei entendendo quando admiti meu amor por Júlia e fui atrás dela.

Tinha sido difícil assumir para mim mesmo o quanto eu gostava

daquela menina e a falta que ela fazia na minha vida. Os traumas do meu casamento, da infelicidade, de imaginar uma vida preso e amarrado a alguém,cobraram seu preço. Até que eu notei que as coisas não eram assim tãoidênticas.

Júlia era muito diferente de Antônia e eu era outro Diogo, muito mais

maduro e experiente.

Cheguei a crer que a saudade passaria, que era apenas uma questão de me acostumar com a ausência dela, depois dos seis meses maravilhosos que vivemos juntos, mas não foi assim. A saudade doeu a ponto de perturbar, de me fazer notar que nenhuma mulher era como ela ou mexia comigo da mesma forma.

E ali, enquanto ajeitávamos tudo para que Júlia se transferisse para o Rio, eu vivi momentos cheios de paixão, expectativa e esperança para o futuro. Tudo era novo. E seria único, incomparável.

As surpresas começaram ainda em São Paulo. Tirei uns dias para ficar

lá, ajudá-la com a transferência e a mudança, acompanhá-la à primeira

ultrassonografia. Era um exame em hospital público e imaginei que não

tivesse feito antes por falta de dinheiro. Imediatamente, pedi um plano de saúde para ela, garanti que teria os melhores médicos e tratamentos.

Durante o exame, Júlia sorria o tempo todo para mim, ansiosa,

segurando a minha mão. A médica puxava assunto, era simpática. Em determinado momento, ficou toda animada e nos olhou:

— Já tinha feito algum exame de imagem antes, Júlia?

— Não. Algum problema?

— Não vejo como problema.

Deu uma risadinha e fez dois contornos na imagem que aparecia na tela:

— Vejo como presente. Aliás, dois presentes.

— Dois?

Na mesma hora em que perguntou, Júlia arregalou os olhos. Eu senti meu coração dar uma pequena parada e, depois, acelerar quando sua voz nos deu a notícia:

— São gêmeos.

— Meu Deus... — Júlia balbuciou.

Uma emoção maravilhosa me envolveu e ri como criança. Abracei-a forte, comemorando:

— Dois filhos!

Ela, de início me olhou, abismada, meio que em choque. Então, seus olhos se encheram de lágrimas e me segurou, dizendo baixinho:

— Vamos ter dois bebês, Diogo...

— Só para começar, meu amor.

Pisquei para ela. Então, eu a acomodei contra mim, sabendo como sua vida sempre foi solitária sem família, na sua decepção com a mãe.

Suavemente, murmurei contra seus cabelos:

— Vamos formar uma família linda. Seremos muito felizes!

— Eu já sou.

Chorou e me emocionei muito também.

Minhas dúvidas, que já tinham sido afastadas para bem longe,sumiram de vez. Com amor, filhos e uma vida juntos, sendo compatíveis e estando apaixonados, tudo seria perfeito. E assim foi.

***

— Parabéns pra você, nessa data querida, muitas felicidades, muitos

anos de vida!EEEEEEEEEEEEEEEhhhhhhhhhhhhhhh!!!!!!

No meio do jardim barulhento e lotado de crianças, nossos filhos gêmeos, Bernardo e Gabriel, um no meu colo e outro no de Júlia, tentaram apagar suas velinhas de um ano. Eu ria, feliz.

Vendo a dificuldade deles com as velas, fingi que eram eles que o faziam, mas assoprei e todo mundo comemorou quando se apagaram.

Bernardo, nos meus braços, bateu palmas animado, exclamando:

— Eu, papá! Eu, papá!

— Sim, foi você que apagou, cara! Você e o Biel! — concordei rindo.

Beijei os cabelos escuros do menino. E afaguei os de Gabriel.

Júlia sorriu para mim, muito feliz, olhos brilhando. Ela aproveitava sempre cada momento da nossa vida, cada novidade e permanência. Era a mulher apaixonada que me deixou doido, era a esposa querida que fazia a minha vida muito melhor. Era a mãe incrível dos nossos filhos e uma companheira maravilhosa.

— Vamos cortar logo esse bolo! — exclamou Rebeca, chegando perto.

— Qual dos dois vem no colo da mana?

— Eu! — gritou Gabriel.

— Eu! — gritou Bernardo ao mesmo tempo.

— Então, vem os dois comigo! Vamos pro balanço!

Ela, que era louca pelos dois e fazia todas as suas vontades, já foi agarrando-os.

Eu olhei meus três filhos com amor, sorrindo, pronto para dizer que não conseguiria dar conta de ambos, mas Aninha, que tinha se tornado uma grande amiga de Júlia, aproximou-se simpática:

— Eu ajudo.

As duas os tomaram dos nossos colos e se afastaram com eles na

maior animação. Em volta, as crianças corriam e brincavam, a música alta tocava, os adultos conversavam e bebiam, todos bem servidos, rodeados de balões coloridos, palhaços, brinquedos e animadores de festas.

— Que loucura! — Júlia murmurou quando me aproximei dela e a abracei pela cintura com um dos braços.

— Você está adorando! — brinquei, murmurando perto do seu ouvido.

— Estou mesmo! E você também! — riu, abraçando-me também.

Eu senti seu cheiro e me admirei mais uma vez com o quanto era bonita, pensei em como era possível duas pessoas se completarem tanto.

Segurei um punhado do seu cabelo, fiz com que me olhasse e, então, falei baixinho:

— Já disse o quanto você me faz feliz, menina?

— Todos os dias.

O amor parecia fluir entre nós, livre, solto, intenso. Não havia mais

dúvidas. Nossa vida era completa, infinitamente feliz.

Sem ligar para a confusão e as pessoas à nossa volta, eu a beijei.

E agradeci, por ser um homem que não se deixou minar pelo passado, mas que acreditou no amor .


 FIM


Nana Pauvolih

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