Conto Erótico - Viúvo da noite - Capítulos 11, 12 e 13 (Final)

 


V̑̈Ȋ̈Ȗ̈V̑̈Ȏ̈ D̑̈Ȃ̈ N̑̈Ȏ̈Ȋ̈T̑̈Ȇ̈ 🌛
Ȃ̈Ȗ̈T̑̈Ȏ̈Ȓ̈:T̑̈Ȏ̈M̑̈ Ȃ̈D̑̈Ȃ̈M̑̈Z̑̈
Ȇ̈D̑̈Ȋ̈T̑̈Ȃ̈D̑̈Ȏ̈ P̑̈Ȏ̈Ȓ̈ D̑̈Ȋ̈Ȋ̈V̑̈Ȃ̈S̑̈ L̑̈Ȋ̈T̑̈Ȇ̈Ȓ̈Ȃ̈Ȓ̈Ȋ̈Ȃ̈S̑̈ 📚
Capítulo 11🏮
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POR VIEGO BLOODSTONE...
Sentado em um dos bancos do jardim, passei os olhos ao redor. Há uma semana, haviam apenas rosas negras, mas, agora, há uma infinidade de cores, que tornam esse jardim tão vivo quanto o meu amor.
O tempo em que a escuridão cobria essa propriedade, assim como o meu coração, passou, e espero que não regresse, nunca mais por toda a
eternidade.
Tentar não pensar nela, em Yslai, chegava a soar bobo, ao ponto de me fazer sentir um garoto; que se recusa a confessar o amor a sua amada, mesmo sabendo que sem isso, eles não chegarão a lugar algum.
Ter que esperar, traz uma sensação estranha. Ora, esperar pelo quê?
Qual resposta você precisa encontrar que eu não possa lhe dar?
Levantei-me e, sem pressa, caminhei em direção a escadaria. Eu
estava no terceiro degrau, quando senti o seu aroma e, em seguida, ouvi os
portões da entrada da propriedade se abrirem. Por instantes, fiquei parado, no
mesmo lugar, até que me virei, em sua direção e, ao longe, vi o veículo se
aproximando.
Era o senhor Jonas, trazendo consigo, a calmaria que faria a
tempestade dentro de mim cessar. Endireitei-me e, quando o carro parou
próximo a mim e ela desceu, foi inevitável não sorrir ao me encontrar em suas pupilas.
— Viego.
— Yslai. — disse o seu nome, levando uma das mãos lentamente até
o seu rosto e, quando o toquei, sorri novamente. — Você voltou.
— Sim, eu voltei.
— ela respondeu baixinho, ofegando entre as
palavras.
— Por que?
— Ninguém pode fugir do amor.
— engoliu em seco, abaixando a
cabeça.
— Você me ama, milady?
— toquei o seu queixo com a ponta dos
dedos, trazendo seu rosto de volta ao meu.
— E-E-Eu.
— ela corou, enquanto buscava por uma resposta.
Quando estou ao seu lado, sinto coisas que nunca senti.
Naquele instante, em que ouvi tais palavras, também ouvi os meus
próprios batimentos, enquanto um calor incessante, preenchia as minhas
veias.
— Sabe, Yslai.
— desci um degrau, ficando diante dela, com o rosto
a menos de um palmo do seu. — Temos uma longa história, que por eventos
que fugiram ao meu controle, foi interrompida, mas, de alguma forma, o
amor e o tempo, uniram forças para reparar um erro do passado.
— Eu não entendo.
— ela engoliu em seco, balançando a cabeça. —Às vezes, eu tenho sonhos estranhos e. começou, mas parou, parecendo
estar receoso do que iria dizer.
— Conte-me e eu te ajudarei a entender. ofereci uma das mãos e
ela prontamente a pegou, assentindo com a cabeça.
Conduzi-a até o jardim e nos sentamos em um dos bancos, um de
frente para o outro. Ela respirou fundo, parecendo não saber por onde
começar.— Conte-me seus sonhos. Todos eles.
Sua respiração, pouco a pouco, aumentou. Ao ponto de eu conseguir
ouvi-la, juntamente com os seus batimentos. Logo percebi que suas mãos
estavam suando, então a coloquei entre as minhas e sorri.
— Se quiser, feche os olhos.
Yslai negou com a cabeça e respirou fundo.
— Desde que entrei aqui, tenho tido sonhos com você, milorde. — as
últimas palavras soaram baixinho, como se fosse um segredo, me fazendo
esboçar um sorriso tímido.
— E, me vejo nos sonhos, aonde, de alguma
forma, eu sou sua.
— Minha? — insisti diante da demora.
— Temos uma vida de casal. — sussurrou outra vez.
— E isso lhe soa ruim? — mesmo de olhos fechados, suas bochechas
coraram.
— Não seja deselegante. — miou educadamente.
Quis rir, mas me contive, pois não queria interrompê-la, pois, a cada
palavra, tudo ficava mais claro. Ainda mais do que já estava.
— Uma vez, você me chamou de Condessa...
— Sim, foi assim que eu passei a te chamar depois que nos casamos.
— Yslai subitamente abriu os olhos, surpresa com o que acabei de lhe contar.
E, sem demora, propus. — Posso lhe mostrar, se quiser. Gostaria de ver?
— S-S-Sim.
Com a sua permissão, aproximei nossos rostos e sem tirar os olhos
dos seus, suavemente toquei os seus lábios com os meus. O selinho se tornou
um beijo lento, que aos poucos, ganhou vida e
ao abrir os olhos, me vi ao seu lado na cama, admirando-a dormir.
Não fosse o fino lençol de seda, seu corpo estaria nu aos meus olhos. E,
parecendo desconfiar da minha admiração, despertou. Ao mirar-me, sorriu e
passou os braços em volta do meu pescoço, selando os meus lábios algumas
vezes.
— Bom dia, milorde.
— Bom dia, milady.
Em seguida, o cenário mudou por completo. Estávamos na sala e, de
repente, alguém entrou. Primeiro, curvou-se e, em seguida, dirigiu-se a mim.
— Os preparativos para o festival de São João Marcos foram
concluídos, milorde. Aguardamos o seu consentimento para que as
festividades se iniciem.
— Eu mesma cuidaria disso. — ela se aproximou, radiante.
— Gostaria, senhora Condessa?
— mirei-a e ela assentiu com a
cabeça.
— Seria do meu agrado.
E novamente, o cenário mudou. Dessa vez, estávamos sentados no
jardim. O seu rosto em meu colo, enquanto ela contava as rosas, aos risos,
pois não queria perder a aposta que fizemos.
Mil beijos por uma rosa ou mil rosas por um queijo.
— Novecentos e noventa e nove.
— Tem certeza de que não está trapaceando, milady? — arqueei uma
das sobrancelhas e ela riu, socando meu peito.— Mil rosas. — subitamente se levantou, sentando ao meu lado e, me
encarou, toda sabichona.
— Bom, o que farei.
— gesticulei com as mãos e ri, fazendo a sorrir também. — Mandarei fazer quantos queijos quiser e.
A minha fala foi interrompida pelos seus lábios, que suavemente, me
levou ao delírio e, ali mesmo, no jardim, tomei-a nos braços, subindo a
imensa escadaria, enquanto a sua sonora gargalhada que alegrava o meu
coração, alardeava todo o castelo.
Quando finalmente nos afastamos, vi Yslai com os olhos arregalados
e repletos de lágrimas, enquanto tocava os lábios com a ponta dos dedos.
— Tudo que você viu, vivemos juntos. Contudo, o seu nome era
outro, mas, não importa. Você continua igual, do jeito que me lembro.
sorri, tombando a cabeça para o lado.
— Esse jardim ela ofegou, passando os olhos ao redor.
— É o mesmo jardim.
— Sim, eu fiz esse jardim para você, milady.
Enquanto as lágrimas desciam, ela se colocou de pé, ainda abismada.
Sem dizer nada, passou os olhos ao seu redor e, por fim, me encarou.
— Como isso pode ser possível?
— Eu não sei... — respondi com sinceridade, levantando-me. — Juro
que não sei, pois, mesmo diante de todos os meus esforços, a vi morrer em
meus braços, mas posso te afirmar de todo o meu coração que eu a amo,
ainda mais do que a amava há trezentos anos...
Senti os meus olhos lacrimejarem, enquanto ela me encarava, emsilêncio. Um silêncio que me massacrava por dentro, pois eu não sabia o que
ela estava pensando ou quais seriam as palavras que sairiam da sua boca.
— Se o que sinto por você não for amor, não sei o que pode ser...
Caminhamos um na direção do outro e, em meio a sorrisos bobos,
puxei-a novamente pela cintura, colando seu corpo ao meu. Pousei uma das
mãos em sua nuca e a beijei intensamente, ao ponto de perdermos o fôlego,
antes de nos beijarmos outra vez.
E outra.
E outra.
E oura.
Até que nos cansamos, encostando nossas testas. Nossos corações
batiam compassadamente, no mesmo ritmo, enquanto ela se aninhava em
meu peito.
— Pronta para recomeçar de onde paramos?
— S-S-Sim.
Mantendo-a segura junto a mim, teletransportei-nos para a biblioteca.
Assim que Yslai se deu conta de onde estava, piscou algumas vezes, levando
uma das mãos a cabeça.
— Vai se acostumar com o tempo. — sorri.
— O que foi isso?
— Magia.
Ela franziu a testa e riu.
— Você não é um vampiro? Como pode usar magia? Aliás, desde
quando... magia existe?— Desde sempre. — respondi, puxando-a pela mão até uma das
estantes. — E eu sou metade vampiro, metade anjo. Um paradoxo que não
deveria existir, mas existe.
Yslai piscou algumas vezes e sorriu.
— A sua mãe era um anjo? — mirou-me com certa dúvida, apesar de
fazer uma pergunta certeira. — Mas você não tem asas ou tem?
Neguei com a cabeça. Se eu tivesse asas, provavelmente, seria
qualquer coisa, menos um vampiro ou um anjo. Talvez, um demônio...
— Se lembrou ou apenas deduziu? — arqueei uma das sobrancelhas.
Yslai sorriu e abaixou a cabeça, sacudindo-a para os lados.
— Acho que os dois.
— deu de ombros.
— E como assim um
paradoxo?
— Existem regras que não devem ser quebradas e, eu sou o resultado
dessa regra quebrada. Por essa razão, posso usar magia e, não preciso matar
pessoas para sobreviver.
Seus olhos faltaram saltar.
— V-V-Você já matou alguém?
Respirei fundo e torci a boca.
— Não responda. — ela disse rapidamente, prendendo a respiração.
— Apenas saiba que hoje sou muito melhor do que fui e, parte dessa
mudança, foi por você. — sorri, passando os olhos pela imensa biblioteca.
Esse lugar também foi feito por sua causa, milady. Antes de você, eu odiava
ler.
— Ah, não diga isso.
— ela sacudiu a cabeça, acompanhando osmeus olhos.
— Quem é que não gosta de ler?
Rimos.
Envolvidos pelo clímax da leitura, sentei-me na poltrona que ficava
no centro da biblioteca e ela se aconchegou em meu colo. Trocamos um
breve sorriso e, sem delongas, fiz um livro levitar até mim e o abri,
começando a contar a minha história; desde antes do meu nascimento.
— Os seus pais se amavam muito.
— ela comentou baixinho,
quando terminei o livro.
— Sim, eles se amavam.
— Uma pena que seu pai...
— Ele morreu por amor. — sorri, tocando o seu rosto com o polegar,
antes de centrar os olhos nos seus. — E eu faria o mesmo.
Sem dizer nada, Yslai simplesmente se aproximou, tocando seus
lábios nos meus. E, naquele momento, dei-me conta de que a nossa história
havia se encontrado mais uma vez, para que fosse reescrita de outra forma.
Sem tragédia e felizes pela eternidade...
Involuntariamente, acabei sendo indelicado, pois o meu desejo não se
resumia a amor, mas, também a carne e, o volume que se formou em minha
calça, a fez saltar do meu colo, completamente corada.
— A-A-Acho que já deu a minha hora.
— disse sem jeito, com o
rosto avermelhado.
— Tem certeza disso? — fiz questão de soar o mais sexy possível,
fazendo-a se ganhar um tom a mais na cor rosada que marcava a sua face.
— Sim. — respondeu de imediato, prendendo a respiração.Sorri e me levantei.
— Bom, vou conduzi-la até porta, milady. — tomei a sua mão e me
inclinei, beijando-a. Em seguida, a passei pelo meu braço e adiantei-me em
direção a porta, sem pressa. — Gostaria de ter um encontro comigo amanhã?
— Um encontro?! — ela subitamente parou e eu fiz o mesmo.
— Sim, não é isso que os humanos fazem quando gostam de alguém?
Ela piscou algumas vezes e sorriu.
— Sim, é isso. — deu de ombros, um pouco sem jeito.
— Irei buscá-la amanhã em sua casa.
— Por métodos convencionais ou gesticulou com as mãos.
usando magia?
— Tem preferência? — arqueei uma das sobrancelhas.
— Com certeza prefiro o método convencional. — assentiu com a
cabeça, me arrancando um sorriso tímido.
— Será feito do seu gosto, milady.
— Obrigada.
Segui com ela até o topo da escadaria e o senhor Jonas estava a sua
espera. Antes de partir, encaramo-nos uma última vez e, aquele sorriso que
trocamos, valeu mais que qualquer beijo que eu poderia ganhar, pois...
Eu sabia que eu a tinha, assim como ela, a mim.
POR YSLAI D’ALMEIDA
Diferente de todas as vezes, desde que o conheci, cheguei em casa
sem as mesmas dúvidas de antes. O tom violeta dos seus olhos é a marca da
sua condição vampiresca. O seu jeito de me olhar é o desejo que ele sente por
mim. A doçura em seus gestos e em sua voz, amor.
Puramente, amor.
Ainda parada em frente à entrada do hotel satan, toquei meus lábios
com a ponta dos dedos e sorri feito uma garota do primeiro ano do ensino
médio, perdidamente apaixonada pelo jogador do time de futebol.
Sim, eu sabia que ele mexia comigo.
Os sentimentos que ele me causava.
O seu jeito de me deixar envergonhada e sem ar, só de centrar os
olhos em mim ou me tocar, era o mais claro indicativo, mas, hoje eu tive a
certeza de que eu o amo.
Mais que isso, hoje eu descobri que a nossa história, mesmo que isso
ainda seja surreal para mim, existe há muitos séculos e, há uma excitação
nisso tudo que me deixa confortável o suficiente para me entregar a ele.
Pisquei algumas vezes, lembrando do nosso dia. De quando ele me
beijou no jardim e me levou em pensamentos para outra época e me mostrou
quem sou. Assim como, de quando me sentei em seu colo e ele leu para mim.
— Viego... — sorri, mordendo os lábios.
Abaixei a cabeça, sentindo o meu rosto corar quando me vi saltando
do seu colo. Confesso que tomei um susto quando senti aquilo duro e
pulsando, roçando em minha coxa e...
— Melhor não pensar nessa parte. — disse a mim mesma, sacudindo
a cabeça.
O mais importante de tudo é que hoje me dei conta de que o quero,
independente de quem ele é ou foi. Não sei aonde a nossa história parou, mas
ela recomeça aqui.Sem me demorar mais na entrada, entrei no hotel. Pelo cheiro que
vinha da cozinha, Femme havia adiantado o jantar essa noite. Apressei o
passo e subi as escadas para tomar um banho e, por alguns segundos,
embaixo da ducha quente, lembrei-me da mulher no jardim botânico.
Segundo Viego contou, enquanto lia a sua história, há séculos que ele
não a vê. Tanto tempo que ele não se lembra do seu rosto e.
— Era a mãe dele.
— prendi a respiração ao constatar o óbvio e senti o meu coração se aquecer, quando me lembrei do seu sorriso ao dizer que ela
sempre cuidava dele: — Sim, ela continua cuidando de você, Viego.
Após o banho, me aprontei e desci para o jantar. Assim que apontei na
cozinha, percebi que a mesa estava posta e Femme estava finalizando a
salada.
— Boa noite, meu amor. Como foi o seu dia? — espiou-me
rapidamente, sem parar de temperar a salada com uma colher de pau.
— Foi bom.
— Esse sorriso quer dizer algo? — espiou-me novamente e riu. —
Você passou vários dias tensas e agora, se apresenta com essa cara de boba
apaixonada.
Ela me conhecia muito bem.
— Ele me beijou. — prendi a respiração ao confessar aquilo.
Femme rapidamente se virou e segurando a colher, a levou até a boca,
piscando algumas vezes.
— E você gostou? Quer dizer, o mais importante, consentiu?
—ergueu as sobrancelhas.
— Sim. — assenti com a cabeça, abaixando-a em seguida,envergonhada.
— Eu sabia que ele era o motivo de você andar tão aérea. — riu,
trazendo a vasilha com salada consigo. Por fim, a colocou no centro da mesa
e puxou uma das cadeiras para se sentar.
— Conte-me tudo. — arregalou os
olhos, eufórica.
Contar tudo seria muito complicado, então resumi a história em algo
mais natural. A cada situação que eu contava, por mais boba que fosse,
Femme dava pulinhos de empolgação, mas, nada se comparou ao episódio da
praia.
— Deus.
— piscou algumas vezes, olhando para o nada. — Deveria
ter me contado.
— Eu estou bem.
— Graças a ele.
— Sim, graças a ele, que chegou a tempo de me socorrer.
— sorri,
erguendo os ombros.
— Depois de ouvir tudo isso, contado com tanta paixão, eu só posso
dizer que estou muito, muito feliz por você, meu amor. — Femme sorriu e
pousou uma das mãos sobre a minha, acariciando-a.
— Obrigada. — agradeci, unindo os lábios. — Logo o chamarei para
jantar conosco. Ele precisa conhecer a minha mãe.
— A mãe postiça. — ela corrigiu e eu revirei os olhos, levando-nos as
gargalhadas.
— Continua sendo uma mãe para mim e isso que é importante.
— Sim.
A nossa conversa acabou sendo interrompida quando Jason entrou na cozinha. Ele passou direto por mim e seguiu até a geladeira.
— Quer jantar conosco?
— Não, obrigado. — ao se virar, exibiu uma imensa maçã e soltou
um comentário ácido e que, felizmente, só eu na mesa entendi: — E assim, a
serpente convenceu Eva de que esse era um bom negócio.
— disse,
mordendo a maçã e, em seguida, deixou a cozinha.
Ele estava ouvindo a nossa conversa?!
— Jason é um pouco estranho, não acha?
— Femme comentou
baixinho.
— Um pouco? — ergui as sobrancelhas e abaixei ainda mais o tom de
voz. — Ele é totalmente estranho.
Rimos.
Depois do jantar, subi para o meu quarto.
Eu estava ansiosa para o dia
seguinte. Iríamos ter o nosso primeiro encontro e.
Acabei me lembrando da sina de Jason. Sim, ele havia me dito que era
um caçador de vampiros e ele também sabe quem é Viego. Isso
automaticamente, os coloca como inimigos em potencial.
Será que Jason vai tentar fazer algum mal a Viego? Não, eu não posso
permitir isso. Preciso mostrar a ele que Viego é um bom homem! lembre-se: o diabo era um anjo de luz.
Respirei fundo e sacudi a cabeça, tentando não pensar naquela
possibilidade.
Virei-me para o lado e não demorou muito para que eu fosse
arrebatada pelo sono.
O dia havia sido longo e maravilhoso.

POR JASON STAINE...
Decidido a seguir os passos do meu pai hospedei-me no hotel Satan, cujo nome surgiu a mim de forma estranha encontrei um velho bêbado, chamado Osvaldo, caído na calçada. Ele estava morto provavelmente, caiu
e bateu a cabeça — e, no meio das suas coisas, havia um cartão do hotel.
Dias depois, eu viria a descobrir que uma das moradoras do hotel,
Yslai, era a nova governanta contratada pelo vampiro que vivia nas sombras
do castelo Bloodstone.
Passei semanas invadindo o seu jardim, mas o vi poucas vezes na
maioria delas, apenas a silhueta passando pelas imensas janelas do castelo.
Até que, enfim, ele veio ao meu encontro, quando eu o espreitava da mata.
Durante anos, estudei os livros de caça do meu pai, para aprender sobre cada uma das bestas e, entender como eliminá-las. Contudo, o Conde Viego Bloodstone, como ele próprio afirmou, não é um vampiro qualquer.
Ele é algo que vai além disso e, a sua existência, é algo que nem mesmos os
livros explicam afinal, sou filho de um arcanjo e de um vampiro.
Lembro que regressei para o hotel, atordoado com as suas palavras:
Filho de arcanjo e de um vampiro? Como vou matar esse tipo de coisa?
Se for como ele mesmo sugeriu, estou em apuros. Em todo o período
de registros dos caçadores, nunca houve um acordo entre homens e
demônios. Pelo contrário, sempre que se encontravam, havia morte. Poucos foram os caçadores ao longo de suas caçadas que escaparam de um demônio para poder registrar algo.
Eu precisava de uma alternativa. Talvez, houvesse outro modo de
matá-lo. Sim, eu precisava vingar o meu pai e expurgar o mal que assombra
as pessoas, pois, nunca se sabe quando a besta sentirá fome.
Em meio aos devaneios diários, tive a oportunidade de aconselhar
Yslai, de tentar abrir os seus olhos, mas ela me ignorou.
Passei dias a observando, enquanto tramava uma forma de dar fim ao
maldito predador da noite. Por vezes, as ideias se embaralhavam e, eu tinha
mais certeza de que nunca conseguiria dar fim a ele, mas havia em mim, a
necessidade de lhe causar dor, de lhe tirar algo, assim como foi tirado de
mim.
Era noite e, eu havia me cansado de pensar. Desci para comer algo,
quando ao me aproximar da cozinha, ouvi Yslai conversando com Femme.

Ele me beijou.
Senti o meu coração tremular e meus olhos se arregalaram. Naquele
instante, entendi tudo. Não, ela não era uma presa. Se fosse, já estaria morta.
Ele, o maldito vampiro, estava apaixonado por ela e, ela por ele.
Por essa razão, ela ignorou os meus avisos. Esse é o motivo que a leva
a esconder a sua condição vampiresca. Tudo havia ficado claro.
Após ouvir boa parte, constatei que aquela mulher, Yslai, era um caso
perdido. Tão perdido quanto o próprio Viego. Ele a havia enfeitiçado e ela,
tomou gosto pela sua feitiçaria. E, foi naquela noite decisiva, que decidi
como lhe causaria a mesma dor que ele me causou.
Ao entrar na cozinha, Femme me convidou para jantar, mas recusei e
agradeci. Ao pegar uma maçã na geladeira, voltei-me a elas e, em seguida, fixei os olhos em Yslai.
— E assim, a serpente convenceu Eva de que esse era um bom negócio.
— eu disse, apressando o passo em direção ao quarto.Como a própria histórica bíblica ensina, o preço do pecado é a morte e, você Yslai, pecou contra Deus e contra a humanidade.
— Pois bem.
— sentei-me na cama do quarto.
— Que seja feita a sua vontade, Senhor.
— murmurei, mordiscando a maça, mais uma vez.

Capítulo 12 🏮
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POR YSLAI D’ALMEIDA...
Ao amanhecer.
Nunca me senti tão aflita ao escolher roupas. Eu já havia vestido umas dez peças, mas nada parecia ficar bom em mim.
Ao me encarar no espelho, ri de mim mesma.
— Sou quase uma adolescente no corpo de uma adulta, sofrendo o
drama do primeiro encontro.
— sacudi a cabeça e respirei fundo.
É claro que esse não é o primeiro encontro que estou tendo, mas, sinto como se fosse. Era como se uma coisa se tornasse especial, apenas por ser com ele.
Após muita discussão interna, finalmente me convenci de que aquela
saia vermelha xadrez, era perfeita para combinar com a camisa branca social
de manga longa e para fechar o look, optei por saltos médios. Dei um trato nos cabelos, deixando seus cachos ainda mais definidos e, por fim, passei
uma maquiagem leve.
Mirei-me no espelho uma última vez e respirei fundo.
— Estou pronta. Eu acho.
Adiantei-me até a porta e desci. Assim que cheguei à sala da recepção
do hotel, roubei a atenção de Femme, que fez menção de dizer algo, mas
engoliu as palavras.
— O quê? — olhei para mim mesma, começando a encontrar defeitos.
— Eu sabia! Exagerei um pouco e...
— Não diga mais nada. — ela me interrompeu e se levantou, vindo
até mim. Rodeou-me duas vezes e, ao parar em minha frente, levou uma das
mãos a boca. — Tenho certeza de que Viego é um homem muito sortudo. —
comentou, exibindo um imenso sorriso.
Respirei aliviada.
— Obrigada. Eu achei que não tinha ficado bom e.
— Já não falei para não dizer nada? — revirou os olhos e se sentou
novamente no sofá da recepção, sacudindo a cabeça sem parar de sorrir. —
Espere ele confirmar o que eu disse. Com palavras mais bonitas, é claro.
Trocamos um olhar cúmplice e sorrimos uma para a outra. Eu
conseguia ver em seus olhos, o quanto ela estava feliz e empolgada por mim
e isso aquecia o meu coração.
Ansiosa como nunca, passei alguns minutos andando de um lado a
outro, até que me cansei e sentei no sofá. Minutos depois, eu estava andando
novamente e, tudo isso, sob os olhos atentos de Femme.
— Está medindo a metragem do piso do hotel? — ela ergueu as
sobrancelhas e eu a encarei. Gargalhamos. — Sente-se e fique calma, ele vai
chegar logo.
Prendi a respiração e sentei novamente. Passou-se poucos minutos
desde que desci, mas pareciam horas e quanto mais eu esperava, mais ansiosa
eu ficava.
Se ele demorasse muito, eu começaria a roer as unhas e, depois que as
unhas acabassem, os dedos...
— Espero não ter demorado muito. — sua voz me arrancou um
arrepio.Assim que virei o rosto em direção a porta principal do hotel, o vi
parado, de pé, com os olhos fixos em mim. Um sorriso bobo de canto
escapou e, prontamente, me levantei.
— N-N-Não demorou — falei, quase perdendo o fôlego.
Usando um vestuário completamente preto, a sua pele se destacava,
assim como os seus olhos. As peças, como via de regra, marcavam os seus
músculos. Os cabelos, dessa vez, pareciam penteados para trás, mas assim
que secassem, dançariam pelos seus ombros, conforme ele andava.
Viego estava mais belo que de costume e...
— Bom dia, dona Femme. — voltou-se a minha mãe e ela sorriu,
levantando-se.
— Bom dia. — respondeu com um pequeno sorriso e ergueu os
ombros, revezando os olhos entre nós.
— Gostaria de nos acompanhar?
— Não, muito obrigada.
— Dessa vez, eu vou aceitar o “não”. — usou um tom brincalhão ao
respondê-la e estendeu uma das mãos até mim. — Vamos, milady.
O meu rosto corou de imediato e eu abaixei a cabeça rapidamente.
Quando a ergui, respirei fundo e toquei a sua mão, assentindo com a cabeça.
Acompanhei-o até o carro e, naquele instante, descobri que ele sabia
dirigir. Sentei-me no banco do carona, depois de ele abrir a porta para mim,
antes de finalmente, seguir para o seu lugar, acelerando o veículo.
— Para onde quer ir?
— Com você? — ele me olhou rapidamente, sorrindo e eu sorri de
volta. — Para qualquer lugar.— Receio que esse veículo não nos permita ir para qualquer lugar,mas— olhou-me de relance e segurou o riso. — Nada que magia não
resolva...
— Não, definitivamente não. — sacudi a cabeça, prendendo a
respiração só de me lembrar de ver tudo girando, como daquela vez.
Ele gargalhou.
— Eu também estava pensando no shopping. — desconversou, em tom brincalhão.
É tão gostoso conhecer esse seu lado divertido. Ele não está sério
como quando o conheci, nem traz uma expressão triste. Na verdade, consigo
ver felicidade em seus olhos e isso, enche o meu coração de alegria.
Quando chegamos, passamos um bom tempo olhando algumas lojas e,
claro, a livraria foi uma parada obrigatória. Depois disso, decidimos seguir
para o jardim botânico.
E lá, onde vi a sua mãe, no chafariz das musas, encontramos um
banco próximo, onde nos sentamos. Respirei fundo, admirando a natureza,
até que sua mão pousou sobre a minha.
— Sabe de uma coisa?
— O quê? — encarei-o.
— Eu amo você.
— Eu também. — sorri ao responder.
Sem pressa, seus lábios se aproximaram dos meus, tocando-os, mas
quando ouvimos crianças, nos afastamos. De repente, uma bola veio em
nossa direção, parando aos meus pés.— Já volto. — disse ele, me deixando um pouco tensa.
Viego pegou a bola e caminhou em direção aos garotos e, eu o
acompanhei, com atenção. Quando chegou próximo deles, a jogou no chão e
deu um breve toque com um dos pés. Em questão de segundos, o vi
brincando com os pequenos e, aquilo realmente me surpreendeu.
Fiquei feito boba, mirando-os e, constatei que, ele só estava ferido e,
seguiu assim, por muitos anos, mas agora...
O som de um tiro e, ao fundo, crianças gritando, em completo pânico.
A minha visão ficou turva e, senti algo quente em mim. Ao levar uma
das mãos a barriga, onde senti uma ferroada, percebi sangue. Quando ergui o
rosto, vi uma silhueta se aproximar.
— Se não posso matá-lo, irei tirar dele o que ele mais ama.
— Jason?! — senti a minha voz ofegar e, pisquei algumas vezes,
conseguindo vê-lo uma última vez, com uma arma apontada em minha
direção.
— Morra, Eva.
Suas palavras foram interrompidas quando, de algum modo, seu corpo
se partiu ao meio. A parte superior do seu corpo caiu para trás, mas da cintura
para baixo, ainda estava de pé, jorrando sangue.
Contudo, aquela visão horrenda acabou sendo interrompida por olhos
violetas, que me pegaram no colo, antes de eu acertar a cabeça no chão.
— Ei, ei, vai ficar tudo bem, ok? — a voz de Viego estava embargada
e, pela primeira vez, vi medo em seus olhos.
— Oi— sorri, tocando o seu rosto. — Estou sentindo o meu corpo
adormecer.— O maldito usou veneno— Viego sussurrou, tomando-me nos
braços. — Preciso cuidar de você o mais rápido possível e...
— Foi aqui que vi a sua mãe. — respondi, fechando os olhos, pois eu
já não consegui enxergar nada. — Por causa do conselho dela, voltei ao
castelo.
— O que ela disse? — sua voz tremulou.
— Não se pode fugir do amor.— ofeguei, sentindo-me cada vez
mais fraca. Era como se eu estivesse morrendo.
Ouvi o som de raios cortarem o céu, seguido dos pingos da
tempestade que surge de repente e vai embora sem se despedir.
— Não morra! Isso é uma ordem, Condessa!
Queria dizer que o amo, mas não consigo pensar direito. Eu só queria
ter te conhecido antes e poder reescrever a nossa história de uma forma
melhor.
POR VIEGO BLOODSTONE
Quando ouvi o som de tiro e vi as crianças correrem, pensei que fosse
alguém as atacando, mas aquela pontada no peito, me lembrou dela e, ao
virar em sua direção, senti o meu corpo encher-se de ódio.
Como ele ousa?
Como ele se atreve a tocar na minha Condessa?
O meu coração palpitava sem parar e, eu sequer consegui me mexer
de imediato, pois se o fizesse, destruiria todo o jardim botânico. Contendo a minha fúria, espalmei a mão e, mantendo os dedos juntos, cortei o ar em sua
direção. O corte rasgou o chão, partiu o chafariz ao meio e o atravessou em
cheio.
Então, a vi tombar o corpo para frente, prestes a cair no chão, mas me teletransportei a tempo de pegá-la nos braços. O pânico se instalava dentro de
mim, pois eu havia me dado conta que não era uma bala qualquer. Havia
veneno de bestas ali e, se eu não agisse a tempo.
Não vou pensar nessa possibilidade. Recuso-me a perder você outra
vez!
Naquelas condições, não seria possível me teletransportar com ela,
pois, isso poderia gravar o ferimento. Era uma luta contra o tempo.
— Foi aqui que vi a sua mãe. Por causa do conselho dela, voltei ao castelo.
— senti o meu coração acelerar-se ainda mais.
— O que ela disse? — tentei não demonstrar o meu receio em perdê-lá . Era preciso lhe dar a sensação de segurança, ao mesmo tempo, mantê-la
conversando, para saber que estava consciente.
— Não se pode fugir do amor... — respondeu, com a voz mais fraca que antes.
Aos poucos, os seus batimentos ficavam cada vez mais lentos e, o
desespero começou a me consumir.
— Não morra! Isso é uma ordem, Condessa!
Foi quando percebi lágrimas descendo pelos meus olhos, no mesmo
instante em que o seu coração parou de bater. E, naquele mesmo instante,
mordi a minha própria boca, fazendo-a sangrar e, a beijei, fazendo-a provar
do meu sangue.
Nunca, desde que a conheci, tive a ambição de transformá-la em uma
vampira, mas, diante da morte, essa é a única saída que me resta, para que
não aconteça como antes.
Senti as minhas pernas fraquejarem e caí de joelhos no chão, com ela
nos braços. Não havia respiração, nem batimentos, nem— E-E-Eu preciso de você senti a minha voz tremular, enquanto
o meu rosto, em consonância com o céu, trazia a tempestade furiosa de um
coração, outra vez, sendo destruído.
De repente, o céu se acalmou e a luz do sol atravessou as nuvens
escuras que nos cobria. Ao erguer os olhos, vi uma silhueta tão clara que me
cegou.
—Aqueça o seu coração, pois, após a tempestade, vem a calmaria.
Senti uma sensação gentil tomar o meu peito, seguido de uma mão,
tocando a minha cabeça, afagando os meus cabelos, como quando eu era
criança. Os meus pensamentos foram interrompidos quando uma pena branca caiu no colo de Yslai e, quase no mesmo instante, ela abriu os olhos, puxando fôlego.
Assustada e com os olhos arregalados, encarou-me e, subitamente, me
abraçou com força, rendendo-se ao choro.
— Vai ficar tudo bem. — pousei a mão em sua nuca, afagando os seus cabelos.
— Vai ficar tudo bem...
Depois de um tempo, ela se afastou, ainda fungando.
— Estou me sentindo estranha...
— Você despertou.
— sorri ao responder, mirando os seus olhos, antes cor de mel, agora, iguais aos meus: violetas.

 CAPÍTULO 13 (FINAL)
#EPÍLOGO
🏮
.
.
POR YSLAI D’ALMEIDA...

Algumas semanas depois...
Mordi os lábios, levando a cabeça ainda mais para trás no travesseiro,quando o senti abocanhar a minha boceta com os lábios, antes de pincelar a língua em meu clitóris, provocando-me.
Arfei, buscando por ar, mas acabei trombando com um gemido, que atravessou a minha garganta assim que o senti penetrar a língua em mim, fazendo um entra e sai lento, que me obrigava a rebolar em seu rosto.
Como ele, Viego, havia prometido, eu estava prestes a chegar no
décimo orgasmo daquela noite.
Quando finalmente nos sentimos saciados, deitamos na cama.
Aconcheguei o rosto em seu peitoral e, ainda nua, abraçada a ele, expus a
minha preocupação ante o baile.
— Acha mesmo que é uma boa ideia convidar Femme? Os convidados são todos vampiros.
— Assim como você.
— ele respondeu, afagando os meus cabelos. —E não fique tão preocupada. Ninguém vai se aproximar da sua mãe, pois,
ninguém questiona quem lidera o coven.
Há coisas que, apesar de entendermos, seguimos sem entender,
compreende? Jason era um caçador, fadado a evitar que seres humanos
fossem caçados e mortos por criaturas da noite, mas, o seu ódio por Viego
Bloodstone, o levou a tentar me matar, pois, assim, ele se sentiria vingado.
Ora, eu era uma humana, então, o que aconteceu?
Vingança! Sim, essa foi a exata conclusão que tomei, depois que
Viego me contou a sua história, atrelada a história de seu pai, Cornelius
Staine. E, lembrando-me dos seus comentários, inclusive, do último, na
cozinha, dei-me conta de que não se tratava apenas de obsessão, mas,
também, de fanatismo ideológico, levando como base o custe o que custar.
Infelizmente, Jason seguiu os caminhos do pai, trilhando o
extremismo e, teve o mesmo fim. Pobre homem, sufocado pela dor, mas, na
morte, encontrou conforto.
Assim, espero eu.
Depois de me tornar uma vampira, todos os meus sentidos ficaram
aguçados. No entanto, Viego me disse que por ter sido transformada por ele,
eu não era apenas uma vampira, mas, também, uma espécie de maga, que
podia usar magia.
Ainda é confuso e, estou aprendendo.
E mais confuso, foi contar isso
a Femme. No primeiro momento, soou engraçado, mas, quando ela percebeu
a seriedade das coisas, com a minha demonstração de força ao derrubar a
pesada porta da cozinha com o indicador, vi seus olhos repletos de medo e
pavor, mas, apesar do medo, havia amor e confiança.

Não sei o que dizer, mas isso não vai mudar o fato de que você é minha filha.
Ouvir aquilo, aqueceu o meu coração e, expurgou o pânico, que me
fazia temer a sua ausência em minha nova vida.
Os meus devaneios foram interrompidos por uma das funcionárias
recém contratas. Assim que entrou no quarto, assentiu com a cabeça.— Milady, o Conde a aguarda para dar inicio ao baile.
— Obrigada. — agradeci e ela se retirou.
Voltei meus olhos ao espelho, onde havia me perdido em
pensamentos e mirei a mim mesma, admirando-me. O longo vestido
vermelho, parecia ter sido tingido com sangue. Os cachos armados e
perfeitos, realçavam o meu rosto. E, por fim, saltos, para deixar tudo um
pouco mais elegante.
Eu deveria estar sentindo medo? Por qual razão eu sentiria medo? Se
sou como ele, sei que jamais irei atacar um humano por fome e, mesmo
sendo um vampira, ainda há humanidade em mim, por isso, não há razão para
sentir medo nessa nova vida.
Há espaço apenas para a felicidade. Alegria por estar com ele, o meu
grande amor. Alegria por ter aquela que me tomou como filha conosco.
Alegria por, dessa vez, diferente do que aconteceu há trezentos anos, ter um
final feliz.
— Bom, vamos lá. — respirei fundo e fechei os olhos,teletransportando-me para a porta do salão, que mais lembrava uma imensa
catedral.
Assim que me viram, os dois homens opostos em cada um dos lados
da porta, a abriram. Fez-se silêncio total, exceto por Femme, que me arrancou
um sorriso tímido quando gritou:
— É a minha filha!
De repente, meus olhos e os de Viego se cruzaram e,
automaticamente, adiantei-me em sua direção, enquanto os convidados
todos vampiros —, usando máscaras, nos observavam.
— Yslai Bloodstone, a Condessa do coven. anunciou o mestre de
cerimônias.Quando paramos um de frente para o outro, trocamos um breve
sorriso. Viego curvou-se cordialmente e, em seguida, estendeu uma das
mãos. Assim que a toquei, ele me puxou para junto de si e o som da valsa se
iniciou.
Lembro-me que já dançamos aqui antes.
Foi mágico, tão quanto está
sendo agora.
Ao darmos inicio a dança, me vi no meio de uma roda de pessoas, que
pareciam apreciar nossos passos.
Então, pouco a pouco, os casais se
formaram, nos acompanhando.
Homens e mulheres.
Homens e homens.
Mulheres e mulheres.
O amor supera as diferenças e raças, assim como, também carrega
consigo todas as cores, pois, só a alegria de amar alguém é capaz de colorir
os nossos dias.
La rá, la rá, la rá.
La rá!
Oh, dona do meu eu, vim contemplar (2x)
Fragrância que me encanta
Corpo que me seduz
Em meio as minhas sombras, és minha luz.
— Oh, dona do meu eu, vim te contemplar. sussurrou Viego, assim
que a música cessou e, em seguida, curvou-se mais uma vez. — Bem vinda
ao coven, Condessa Yslai Bloodstone.
— ergueu-se e, subitamente, puxou-
me pela cintura, beijando-me.
— Bem vinda ao coven, Condessa Yslai Bloodstone.
— o coro ecoou em seguida.
Sempre que eu sentia os seus lábios nos meus, era como se fosse a
primeira vez que sentia o seu beijo.
Quente, confortante e que fazia o meu coração se aquecer, lembrando a mim de que eu sou dele e que ele é meu.
E que sejamos assim, felizes e apaixonados por toda a eternidade.
.
.
FIM ...🏮🌹

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