Conto Erótico - Pai por acaso - Capítulos 25, 26 e 27


Autora: Wilma Heck
CAPÍTULO 25
DANIEL
O dia hoje está complicado. Já atendemos três acidentes graves, dois na
rodovia e um no centro da cidade.
— Daniel, houve um acidente na cabeceira da ponte Colombo Salles. Dois
carros colidiram. Um deles capotou e está sobre a mureta de proteção, têm uma
mãe e duas crianças presas nas ferragens. Uma delas é um bebê de seis meses. O
carro pode cair a qualquer momento no mar — James me avisa e meu coração se
aperta, pois Thiago logo me vem à mente.
— Vamos logo. — Pegamos o material de trabalho e seguimos para a ponte.
Ao chegar, temos que passar pelos curiosos que rodeiam o local do
acidente. Alguns soldados nos ajudam a afastar as pessoas para que possamos
trabalhar.
O carro está amassado nas portas e não podemos abri-las, então vamos ter
que cortar a lataria.
— Fiquem calmas. Vamos tirar todas daí. — Observo dentro do carro e
noto que a motorista é jovem como Belinda. Há duas crianças, uma não passa de
dois anos e a outra é a bebê que James falou. Todas choram muito, mas parece
que a mãe foi a que mais se feriu, já que as crianças estão nas cadeirinhas. —
Fique calma, senhora, vamos tirá-la daí em breve.
Pelo vidro traseiro, James consegue retirar as meninas, que choram muito
porque estão assustadas. Começamos a cortar a lataria para retirar a mãe, que
está com as pernas presas nos ferros retorcidos.
O carro se inclina na direção do mar. Nós temos pouco tempo.
— Merda! James, precisamos tirar o carro daqui! — grito. — Não vai dar
tempo de cortar! Vamos empurrando.
Nós oito não somos suficientes para tirar o veículo da mureta. Alguns
curiosos vêm em nosso auxílio.
— Não vamos conseguir, cara! — Kléber grita.— Vamos sim! Continuem! — incentivo.
Enfim conseguimos colocar o carro sobre a ponte para podermos trabalhar
sem o risco de cair no mar. Todos nos aplaudem. Naquele momento, a união fez
a força. Todos foram heróis.
Voltamos ao trabalho de cortar a lataria e retirar a vítima de dentro do carro.
— Achei que desta vez não iríamos conseguir — Kléber comenta, quando a
mãe e as meninas estão sendo levadas na ambulância.
— É. Essa foi por pouco.
— Tio, tio! — Um menino de aproximadamente oito anos puxa minha calça
para chamar minha atenção e eu me agacho para ficar a sua altura.
— E aí, campeão? — Bagunço seus cabelos.
— Quando eu crescer vou ser bombeiro! Quero ser um herói igual vocês!
— Seus olhos brilham ao falar isso.
— Tem que ser um bom menino e obedecer aos seus pais. Você sabe que
bombeiros não quebram as regras.
— Eu sei! Prometo que vou ser bonzinho!
— Então nos vemos em alguns anos. — Eu o abraço e ele volta correndo
para o lado da mãe.
Penso em Thiago... Como ele será aos oito anos? Será que estará conosco
ainda? Isso me faz lembrar do jantar que Belinda oferecerá ao capitão e sua
esposa. Nós finalmente vamos contar a verdade a eles. Espero que tudo ocorra
bem. Capitão Josué é um homem muito justo e vai entender nossos motivos.
Voltamos para o quartel. Meu turno acaba logo mais e estou ansioso para
voltar para casa.
***
Chego em casa e vejo Belinda na cozinha, envolvida com o jantar.
— Oi, amor. — Abraço-a pelas costas e beijo seu pescoço.
— Oi... — Ela vira, enlaçando meu pescoço, e fica na ponta dos pés para
me beijar. — Estava morrendo de saudade!
— Eu também.
— Te vi na televisão hoje. Que tenso aquele resgate.
— Sim, mas felizmente tudo acabou bem. E o Thiago?
— No berço. Hoje ele está enjoadinho, deve ser pelos dentinhos que estão
nascendo. A pediatra me avisou que ele ficaria assim.— Vou lá.
— Não esqueça de lavar as mãos antes.
Com as mãos limpas, pego meu filho nos braços. Ele é grande para sete
meses, e muito inteligente também.
— Oi, garotão. Sentiu saudade do papai? Eu senti! — Beijo-o, sentindo a
maciez de suas bochechas gordas. Levo-o até a sala, onde Belinda deixou um
cercadinho preparado, mas me sento com ele um pouco.
— Daniel, vai logo para banho! Eles devem chegar a qualquer momento!
— A mamãe general ataca novamente — brinco.
— Daniel!
— Estou indo!
Deixo meu filho no cercadinho e vou para o banho. Quando saio, Belinda
está arrumando a mesa.
— Daniel, se veste logo, por favor. — Ela vem toda mandona. Do jeito que
eu gosto.
— Sabe como eu fico quando você fala toda mandona comigo, não sabe?
— Abraço-a e esfrego meu pau naquela bunda linda.
— Daniel, por favor! Agora não é hora para isso. — Belinda tenta se soltar,
mas acaba esfregando mais a bunda no meu pau que já está duro.
— Amor, não faz isso... Está piorando as coisas. — Levanto seu vestido e
noto que ela está usando uma calcinha preta minúscula. — Isso é covardia.
— Quer parar? Eles vão chegar a qualquer momento! — Viro-a para mim e
ela se escora na bancada da cozinha. — Daniel, por favor... — Sua voz já mudou
de tom. Agora ela está mais dengosa, como sempre fala quando quer que eu me
enterre dentro dela. — Não podemos fazer isso agora, por favor. — Beijo seu
pescoço. Ela se derrete, agarra meus cabelos e me beija loucamente. — Ai,
bombeirão, você não deveria ficar me provocando assim. Não vai dar tempo.
— Ah, vai dar... — Viro-a de frente para a bancada e, ainda com seu vestido
levantado, acaricio essa bunda linda. Está menor, mas ainda continua linda. —
Oh coisa linda! — Retiro sua calcinha e ela me olha com cara de safada,
empinando bem essa maravilha para mim. Com dois dedos sinto o quanto está
pronta para mim. — Já tão molhada para mim, Belinda?
— Daniel, para de brincar e me f#de logo!
— Tão mandona... — Seguro meu p#u e a penetro de uma vez. Ela dá um
gemido alto. Retiro quase todo e a penetro novamente de uma vez.— Daniel, por favor!
— Seu pedido é uma ordem. — Aumento a velocidade das minhas
estocadas, sentindo essa boceta quente e macia, e bato nessa bunda suculenta e
linda, ouvindo-a gemer. Seguro seus quadris tão forte que acho que vou deixar
marcas ali.
Dar uma rapidinha não estava em meus planos, mas isso é muito bom.
— Mulher, você é muito gostosa...
Ela empina mais a bunda e sei que está quase gozando, então acaricio seu
clitóris a ajudando a encontrar seu prazer mais rápido. E isso acontece um pouco
depois.
— Daniel! Eu...
— Isso, gostosa, goza para mim. — Em seguida, eu também chego ao
orgasmo e quase não consigo me manter em pé, tão poderoso é o prazer que
sinto. — Belinda, eu te amo.
— Ama nada. Você só quer me comer. — Eu dou uma risada.
— Isso também.
— Onde está minha calcinha?
— Aqui. — Ela pega da minha mão.
— Agora quem precisa de um banho sou eu. Só espero que dona Telma e o
capitão não cheguem agora.
— Vou com você.
— Fique aí! Olhe o Thiago. Saio em dois minutos.
— Alguém já te falou que você é muito mandona?
— E você adora. — Belinda me dá um beijo e corre para o banheiro. Pego a
toalha e enrolo na cintura.
Como ela me disse, em dois minutos sai do banho.
— Agora vai! Tome outro banho e se vista rápido.
Capitão Josué e dona Telma chegam vinte minutos depois.
— Boa noite! — cumprimentam.
— Eu trouxe uma torta de pêssego. Não sei se está tão gostosa quanto seus
doces, mas eu caprichei — Dona Telma diz.— Obrigada! Deve estar maravilhosa. — Belinda pega a torta e leva até a
cozinha.
O jantar seguiu um pouco tenso, pois eu não sabia como abordar o assunto.
Passamos todo o tempo com Belinda me dando aquele olhar de cobrança.
— Como sabem... Convidamos vocês para jantar porque temos algo
importante para falar — começo a dizer. — Bem, Belinda e eu não fomos
sinceros com vocês. Nós mentimos sobre a paternidade do Thiago. Ele não é
meu filho. Quer dizer, não meu filho biológico.
— Mas como? O menino é sua cara! — capitão fala, surpreso.
— É porque ele é meu irmão.
— Você andou com o pai de Daniel? — Dona Telma dá um olhar de
reprovação para Belinda.
— Não, eu jamais faria isso! Eu nem gosto de velhos. Ele era marido de
uma das minhas melhores amigas.
— Estou confusa. Podem explicar, por favor?
— Foi por isso que marcamos esse jantar. Geórgia tinha um problema no
útero que não permitia que ela conseguisse segurar um bebê — Belinda começa
a explicar. — Então me propôs que eu carregasse o bebê dela por nove meses,
logo depois eu o entregaria a ela. Um embrião filho dela e de Moacir foi
colocado dentro de mim, mas, quando estava no oitavo mês de gestação, eles
faleceram naquele acidente horrível. E fiquei sozinha, só com um bebê que não
era meu nos braços.
— Oh, meu Deus. — Dona Telma está emocionada.
— Eu não sabia mais o que fazer, então decidi procurar Daniel. Afinal, ele é
irmão do bebê e achei que deveria ficar com ele.
— Mas por que não contaram a verdade desde o início? — capitão Josué
questiona.
— Isso foi uma confusão que fizeram lá no quartel e eu acabei levando a
mentira para frente. Mas depois Belinda e eu acabamos nos apaixonando e a
mentira se tornou verdade. Nós nos amamos realmente e Thiago agora é nosso
filho.
— Sim, meu filho, qualquer um vê o quanto se amam e também amam
aquele anjinho ali. — Dona Telma olha para Thiago.
— O problema é que os avós maternos dele entraram na justiça para pedir a
guarda dele.— Mas isso é um absurdo! Qualquer um pode ver o quanto amam esse
menino! — Capitão Josué se exalta.
— Não estão chateados? — É a vez de Belinda perguntar. Ela se apegou
muito a eles e faz tempo que tem insistido para contar a verdade.
— É claro que fiquei chateada. Mas vendo vocês tão apaixonados, sinto que
o destino os uniu, e ainda trouxe junto um presentinho. — Dona Telma
novamente olha para Thiago no cercadinho. — Ouçam... A mentira nunca é uma
boa opção, mas entendo vocês.
— Obrigada. Isso é muito importante para mim. Para nós.
— Precisamos que testemunhem a nosso favor no dia da audiência. Temos
que juntar muitas testemunhas para provar o quanto amamos e somos capazes de
cuidar dele. — Capitão Josué olha para mim e já não vejo reprovação em seus
olhos, mas sim aquele olhar que ele sempre me deu, um olhar de pai. Um que
meu próprio pai nunca foi capaz de dar.
— Filho, o que vocês fizeram foi errado. Mas quem não erra? E é claro que
vamos estar lá no dia da audiência. Tudo vai dar certo.
— Obrigado. Muito obrigado!
Ao final do jantar, Belinda serve a torta de pêssegos que dona Telma trouxe.
A noite acabou melhor do que eu esperava.
— Pelo menos eles ficaram do nosso lado.
Após Belinda amamentar Thiago e colocá-lo para dormir, ela deita ao meu
lado e me abraça.
— É verdade. Agora é só esperar o dia da audiência. Nosso advogado é um
dos melhores na vara familiar, temos grandes chances de ganhar a guarda de
Thiago.
— Eu sou capaz de qualquer coisa para que não me tirem ele. Até fugir.
— Não diga isso! Você não vai fazer uma bobagem dessas. — Levanto-a
para que sente na cama, sentando-me também. — Me prometa que, aconteça o
que acontecer, você não vai fazer besteira. E nunca vai fazer nada sem me
consultar antes. — Seus olhos vão para o lençol. — Olhe para mim, Belinda. —
Ela levanta os olhos e os fixa em mim. — Você já pensou nisso, não foi? Já
pensou em fugir com Thiago?
— Já... — Eu me levanto.— P#rra, Belinda! Ia me deixar? — Ela apenas balança a cabeça,
afirmando. — Por quê?
— Ele é meu filho! Não posso viver sem Thiago. — Lágrimas rolam por
seu rosto.
— E eu? Você pode viver sem mim? — Belinda fica calada.
Saio do quarto furioso e ela me segue.
— Tem que me entender, Daniel! Uma mãe é capaz de qualquer coisa por
um filho.
— E eu seria capaz de qualquer coisa por vocês dois! Porque penso em nós
como uma família, onde os três são importantes. Eu nunca deixaria você. Faria
de tudo para ficarmos um ao lado do outro, mas você pensou em me deixar na
primeira dificuldade.
— Me perdoe! Eu te amo... Só fiquei com medo. — Estou de costas e ela
me abraça.
— Amo você e o nosso filho mais que tudo, Belinda. — Mas não a
perdoarei assim tão fácil. O que ela me disse me magoou. — Vou dormir no
sofá. É melhor.
— Não! — Ela fica na minha frente e mantém os braços em volta de mim,
apertando com força. — Por favor, não vamos brigar. Eu preciso de você. Me
perdoe. Prometo que nunca mais vou pensar em te deixar. Você é o meu amor,
Daniel. — Suas lágrimas molham minha pele e não resisto mais. Seguro seu
queixo e a faço me encarar.
— Eu espero que seja assim, Belinda. — Ela se pendura em meu pescoço,
beijando-me apaixonadamente, e enrosca suas pernas em mim. Levo-a para a
cama e fazemos amor lenta e apaixonadamente.
Essa mulher me tem nas mãos. Faço qualquer coisa por Belinda. Não
consigo nem ficar chateado com ela. Estou totalmente à sua mercê e a amo mais
que tudo no mundo.
Enquanto dorme, fico observando-a e pensando o que eu faria sem ela. Não,
isso não é uma opção. Belinda se tornou o centro do meu mundo. Tudo o que
faço é pensando nela e na sua felicidade.
— Ainda acordado, amor? — Ela se aconchega em meu peito.
— Estou sem sono. — Beijo sua cabeça, sentindo o cheiro bom dos seus
cabelos.
— Seus olhos são lindos. Já disse que às vezes parece que eu me perco nessa imensidão azul? É como olhar para o céu em um dia ensolarado.
— Os seus me lembram dois pedaços de chocolate.
— É claro que lembram. Você só pensa em doces! — Ela ri e eu passo a
língua por seu pescoço.
— Não tenho culpa se você é o meu doce preferido. — Belinda me beija.
— E você é o meu perfeito dia de sol.
CAPÍTULO 26
BELINDA
Os dias estão passando depressa. Nosso advogado pediu para ficarmos
tranquilos, pois a audiência ainda não foi marcada e ele está muito confiante com
a decisão a nosso favor.
Daniel me convidou para sair. Já faz um tempo desde a última vez que saí.
Thiago está com sete meses e, desde que Daniel e eu estamos juntos, ainda não
saímos para lugar algum.
Meu bebê não mama mais no seio. Foi tão difícil cortar esse laço, mas
Daniel tinha razão, ele estava usando o seio só para fazer manha. E como já
estava comendo outros alimentos foi mais fácil.
Termino de escovar os meus cabelos que agora são bonitos e sedosos, e não
aquela palha que eram quando cheguei aqui. Meu corpo também está
completamente diferente. E, mesmo naquela época, Daniel me desejou. Ele se
apaixonou por mim quando minha aparência exterior não estava das melhores.
Sei que me ama verdadeiramente.
Quando enfim voltei ao meu corpo normal, Daniel ficou um pouco
chateado, afinal, ele não poderia mais me chamar de bombinha de calorias.
Apelido idiota! Mas bem que eu gostei quando deixou escapar.
Meu corpo agora é realmente o de antes. Uma barriga chapada, seios
grandes que sempre tive, quadris arredondados e pernas grossas. Meu corpo é
tipo violão. Nem gorda, nem magra. Olho-me no espelho e me sinto linda! Com
meu vestido tubinho preto e meus scarpins da mesma cor.
Ainda não sei para onde vamos, pois Daniel não quis me dizer. Lúcia e
James vão conosco. Dona Telma e capitão Josué vão ficar com Thiago esta noite.
— Belinda, ninguém pode demorar tanto para se arrumar. — Daniel
começa a ficar impaciente.
Abro a porta do quarto e o vejo de queixo caído. Nunca me viu produzida,
devo estar muito diferente para ele.
— Uau. Você está linda. Não que antes não fosse, mas agora está
lindamente diferente.
— Eu sei. Fazia um bom tempo que não me produzia. Que bom que gostou.— Não gostei, eu adorei! Mulher, se o capitão não estivesse chegando eu te
f#dia agora mesmo, contigo usando esse vestido. — Ele me abraça e sinto o
quanto está excitado.
— Isso nunca foi impedimento para você.
— Belinda... Não me provoque ou jogo você agora mesmo naquela cama.
Irei estragar sua maquiagem e seu cabelo...
— Promessas, promessas... — Ele me arrebata em um beijo ardente, me
joga na parede, levantando a barra do vestido, e passa a ponta dos dedos por
minha calcinha.
— Você gosta de me provocar, agora aguenta... — Enfia a mão pelo
pequeno tecido da peça íntima, mas, antes que qualquer coisa aconteça, ouvimos
o carro chegando.
— Salva pelo gongo! Mas, pode ter certeza que eu, você e seu vestido
temos um encontro marcado quando voltarmos. — Seu olhar intenso varre meu
corpo e ele ajeita o pau nas calças enquanto eu corro para retocar a maquiagem.
Encaro-me no espelho e vejo a perfeita imagem da mulher que acabou de
ser fodida, com os cabelos bagunçados e a maquiagem borrada. Arrumo-me
novamente e saio com uma cara de paisagem. Não quero que desconfiem que
sou uma tarada. Culpa do Daniel. Por que ele tem que ser tão gostoso? Imagina
usando uma calça apertada com aquelas botas, e ainda de jaqueta de couro. Se
bem que Daniel é lindo de qualquer maneira, principalmente pelado. Ainda bem
que só eu sei o que acontece entre minhas pernas. Está um fogaréu aqui.
Vou até a sala.
— Belinda, querida, está lindíssima!
— Obrigada, Telma! Às vezes é bom se arrumar um pouco. — Dou uma
risada sem graça. — Obrigada mais uma vez. Sabe que você e a Lúcia são as
únicas em quem confio para deixar Thiago.
— Fique tranquila. Sabe que ele me adora.
— Também! Do jeito que você o mima... — Daniel vem trazendo Thiago.
— Josué disse que nosso neto postiço tinha que ter uma cadeirinha no nosso
carro e comprou uma.
— Mas é verdade. Quero estar prevenido, já que agora ele pode passar mais
tempo com a gente — capitão Josué fala, pegando Thiago. — Diga tchau para a
mamãe e para o papai.
Dou um beijinho nele e meu coração se aperta.— Se comporte, meu amor.
— Fique calma, amor. Ele vai ficar bem. — Daniel me abraça. Vejo os dois
saírem com meu menino. É a primeira vez que passamos uma noite separados.
Eles desistiram de comprar a casa que ficava próxima a nossa, pois o
capitão se aposentará logo e viverão na fazenda.
— Vamos. Antes que eu decida ficar em casa.
— Nem pensar, Daniel. Não me produzi toda para ficar em casa. — Pego
minha bolsa e saio rebolando. Dou uma olhada para Daniel, que me olha
mordendo o lábio.
— Tem certeza de que não quer ficar?
— Vamos logo.
Chegamos a uma casa noturna muito badalada na cidade. Eu, é claro, nunca
entrei aqui. Só passei na frente quando gastava a sola dos sapatos procurando
emprego. Entramos e Daniel me guia pelo meio das pessoas, aliás, tem muita
gente aqui. Logo avistamos James e Lúcia no bar.
— Amiga, até que enfim! Já estava criando raízes esperando você! —
Lúcia, com todo seu exagero, vem me cumprimentar. — Esta noite vamos nos
divertir horrores. Quero ir para casa com meus pés doendo de tanto dançar.
— Eu também. Já faz um tempo! — Daniel pede uma bebida para ele. Eu
não quero nada além de um refrigerante, porque nunca fui fã de bebidas
alcoólicas. Ele bebe uma cerveja sem álcool, é claro, afinal está dirigindo.
Começa a tocar a música In The Name Of Love da Bebe Rexha e
rapidamente Lúcia me puxa para a pista de dança.
— Amiga, eu amo essa música! Vem dançar comigo. — Antes de responder
qualquer coisa, já estou no meio da pista com ela. Daniel e James ficam apenas
nos olhando. Decido provocar um pouco meu bombeirão.
Remexo os quadris de maneira sensual. Vejo seus olhos no meu corpo como
se estivesse hipnotizado. Pouco tempo depois, ele se junta a mim. E, como se já
não fosse bom em tudo o que faz, o gostoso ainda sabe dançar. Segurando minha
cintura, Daniel movimenta seu corpo no ritmo da música, levando-me com ele.
— Você sabe dançar, bombeirão. — Abraço-o e colo meu corpo ao dele,
sentindo a dureza de seus músculos e o seu calor me acendendo. Só para
continuar provocando, eu rebolo nele.
— Quero que venha comigo.
Ele me puxa pela mão, passando por entre as pessoas, e saímos pelos fundos. Lá tem apenas um beco escuro e o ar frio da noite me atinge, causando-
me arrepios.
— Por que me trouxe aqui, Daniel? — Ele me joga contra a parede e beija
meu pescoço.
— Você sabe. Quero você aqui. Agora.
— Mas, Daniel... Aqui neste beco? E se alguém aparecer? — Beija-me,
invadindo minha boca com sua língua, e me desfaço em seus braços. — Ah,
dane-se! — Cinjo seu corpo com minhas pernas enquanto ele continua me
beijando loucamente.
— Você ficou gostosa pra car#lho com esse vestido. E rebolando daquele
jeito no meu p#u, achou mesmo que eu ia deixar barato? — Vejo-o abrir o zíper
da calça e me acariciar enquanto apenas tira minha calcinha para o lado. — Vou
te foder duro aqui. Vê se não faz escândalo porque não queremos ser descobertos
— fala com sua voz rouca de desejo em meu ouvido.
Eu poderia gozar só o ouvindo falar assim comigo. Porém, ele faz mais,
deixando-me louca de desejo. Daniel me beija enquanto me penetra forte e
firme, abafando meus gemidos com sua boca colada a minha.
E aqui, neste beco, tenho a melhor transa da minha vida. Com um Daniel
apaixonado e cheio de luxúria.
— Gostosa pra car#lho! — diz enquanto entra em mim e me faz
literalmente ver estrelas.
Minhas costas batem na parede de tijolos, mas isso não me interessa. Tudo
o que me importa é o prazer que ele me dá. Essa adrenalina de sermos pegos em
flagrante deixa tudo mais excitante. Meu vestido está colado em meu corpo
devido ao suor formado pelo calor que Daniel me provoca, seus dedos estão
emaranhados em meus cabelos que, neste momento, já eram. E minha
maquiagem certamente deve estar borrada com os beijos apaixonados que ele me
dá. Tem como se sentir melhor, mais desejada e mais amada?
Meu clímax vem de forma avassaladora e meu coração parece que vai saltar
do peito devido à força e velocidade com que bate. Daniel também encontra seu
prazer, gemendo enquanto ainda me beija loucamente.
— Que loucura foi essa? — digo.
Seus olhos estão em mim e posso ver muito além de desejo nesse olhar
intenso, eu vejo amor. Sei que finalmente encontrei o meu lugar no mundo, e
esse lugar é aqui, nos braços do meu bombeiro tarado e sem-vergonha.
— Você gostou? — Ele quer saber, mas antes que possa dar minha resposta,Daniel me beija mais uma vez e faz minhas pernas viraram gelatina.
— Foi demais! Somos dois malucos, sabia?
— Loucos e apaixonados. — Novamente me beija. — Vamos voltar antes
que James e Lúcia venham atrás de nós. — Ajeito meu vestido e ele me leva
novamente para a boate.
— Preciso ir ao banheiro. Te encontro no bar. — Eu o beijo e sigo em
direção ao banheiro, que para minha surpresa está quase vazio.
Depois de usar o banheiro, retoco a maquiagem. O cabelo está um caso
perdido, mas depois de ser fudida daquele jeito, mesmo se eu tivesse careca,
nada tiraria o sorriso que está estampado em meu rosto.
Saio e desvio das pessoas para encontrar Daniel. Dou apenas alguns passos,
quando sinto alguém me agarrar pela cintura. Tomo o maior susto quando vejo
quem é.
— Enrique? — Em apenas alguns segundos me recomponho e o empurro
para longe. — Não toque em mim.
— Ei, pimentinha! Sentiu minha falta? — Que cínico.
— Fique longe de mim. E não me chame assim!
— Só quero te agradecer por pagar minha dívida.
— Seu descarado! Como tem coragem de falar comigo? Eu fiquei sem
casa! — Ele se aproxima novamente.
— Me perdoe, pimentinha. Eu não queria isso. — Enrique tenta me beijar e
o empurro novamente.
— Sai para lá! Tenho nojo de você! Me faz um favor... Não me procure
mais, se me ver faça de conta que não me conhece, porque só quero esquecer
que um dia você fez parte de minha vida. — Viro-me e saio rebolando em cima
do meu salto quinze. Credo! Era só o que me faltava.
Tento voltar para Dani, mas Enrique segura meu braço e me puxa
novamente. De repente, vejo-o cair no chão com um soco que levou.
— Tire essa mão asquerosa de cima da minha mulher! — Daniel está
furioso. Só o vi assim no dia que Vito me surpreendeu no supermercado. —
Quem é você, maldito?
— Dani, amor, deixa para lá. Ele não vale a pena. — Tento acalmá-lo.
— Eu sou o cara que fez a Belinda gozar a primeira vez, cara! — Enrique
fala após ficar em pé.
— Você quer morrer? — pergunto.Daniel vai para cima dele e a confusão é formada.
— Parem. Parem! — grito, mas eles não me ouvem.
Dois seguranças vêm e separam os dois.
— Foi ele quem começou! — exclamo para o segurança que segura Daniel.
O homem o solta e meu bombeiro ajeita sua roupa, pois é a única coisa que está
desarrumada, já que Enrique nem sequer encostou um dedo nele.
— Não chegue perto da minha mulher novamente. Você pode até ter sido o
primeiro, mas agora eu sou o homem da vida dela — Daniel fala, vira para mim
e segura minha mão. — Vem. Deixa esse imbecil para lá.
Voltamos ao bar. Eu o agarro e tasco o maior beijão na sua boca.
— Eu te amo! — Ele me olha intensamente e rodeia minha cintura.
— Também te amo, baixinha. — Daniel me beija e me mantém envolvida
em seus braços.
— É o imbecil que te deixou naquela confusão?
— Sim. Ficou chateado?
— Não, ele não tem poder para isso. Amo você demais, baixinha. O
canalha é ele, você é meu amor. Não vamos estragar nossa noite. — Ele me
beija. Eu o amo ainda mais agora.
De repente, Lúcia passa correndo por mim, seguida de James.
— O que será que aconteceu? — pergunto, curiosa.
— Vamos ver... — Seguimos atrás deles e encontramos James parado perto
do banheiro feminino.
— O que aconteceu? — pergunto a ele.
— Estávamos dançando e do nada ela disse que estava se sentindo mal.
Saiu correndo e vim atrás.
— Vou entrar para ver. — Têm três mulheres em frente ao espelho e ouço o
barulho de alguém vomitando. Elas fazem cara de nojo e saem do banheiro. —
Amiga, precisa de ajuda?
Ela sai do banheiro, pálida e tonta, e eu a ajudo a chegar até a pia para lavar
o rosto.
— Bel, por favor, pede para o James me levar ao hospital...
E Lúcia desmaia.
— Me ajudem! — grito. James e Daniel entram rapidamente no banheiro.
— Meu Deus! — James vem logo e a ergue nos braços. Saímos em direção à porta dos fundos.
— Ela tem que ir para o hospital! Vamos no meu carro! — Daniel sugere.
James entra no veículo e senta no banco de trás com Lúcia em seus braços,
começando a examiná-la.
Daniel e eu vamos na frente. James pega o aparelho que fica na caixa de
primeiros socorros de Daniel e começa a medir a pressão de Lúcia, que
permanece desacordada.
— A pressão dela está muito baixa. Deve ter sido isso. — Olho para minha
amiga assim, desfalecida, e sinto um aperto no peito. Ela é como uma irmã para
mim. Deus, não permita que seja nada grave.
Chegamos à emergência e Lúcia é levada para o atendimento. James segue
com ela, Daniel e eu ficamos ali naquela agonia esperando por notícias. Meia
hora depois, James sai com uma cara de abobalhado e senta em uma das
cadeiras.
— O que ela tem? — pergunto, mas ele não diz nada e começa a rir que
nem um louco. — James, o que é isso? Minha amiga está passando mal e você aí
rindo? — Eu me irrito.
— Cara, para com isso! Está nos assustando — Daniel o repreende.
— A Lúcia está grávida! Eu vou ser pai.
CAPÍTULO 27
DANIEL
Quem diria? O James cabeção, que só queria se divertir, agora será pai de
família. Se bem que já previa isso com ele tão apaixonado pela Lúcia. A mulher
manda nele. Olha só para mim pensando isso quando faço qualquer coisa por
Belinda. A mulher que entrou feito um trator em minha vida e mudou tudo.
Adeus festas. Adeus vida de balada. E quer saber? Não sinto falta de nada disso.
Ela preenche minha vida de forma que nada me faz falta. Thiago e ela são
tudo para mim.
— Bem-vindo ao mundo dos pais de família, amigo. Adeus, noites bem
dormidas. Olá, mamadeiras, fraldas sujas e muito, muito choro.
— Daniel, está assustando o homem. James, não é nada disso. É muito
pior...
Belinda é das minhas. Eles zoaram a gente por um tempo e finalmente
chegou a nossa hora.
— Imagina você dormindo aquele sono gostoso e, de repente, o bebê chora.
Você já viu a Lúcia acordando pela manhã, não viu? Agora pensa nela com
várias noites sem dormir... — James faz uma cara de pavor. Não consigo evitar e
solto uma gargalhada.
— E na hora que você está fazendo aquele amorzinho gostoso, o bebê
decide mamar bem nessa hora. Os peitos dela não serão mais seus.
— Para! Já chega. Entendi que vocês estão tentando me assustar.
— Ah não! — Belinda responde.
— Tudo isso é verdade! — completo a fala dela.
Lúcia sai do ambulatório e James logo vai até ela.
— Tudo bem, amor? — pergunta, todo preocupado.
— Eu vou te matar! — Lúcia está furiosa. — Eu te disse que aquela
rapidinha ia dar nisso! Viu o que aconteceu? Você enfiou um filho em mim! —
Ela parte para cima dele e o enche de tapas.— Amor, calma! Olha o bebê! — A mulher se acalma. — E, pelo que eu
saiba, foi você veio que para cima de mim aquele dia. Lembra?
— Você estava tão gostoso usando aquela farda. Por que você tinha que ser
tão bonito e gostoso, James? — pergunta com o dedo em riste e ele a puxa para
perto.
— Para com isso, sua boba. Vamos ter um filho! — Ele a beija
apaixonadamente.
Pouco depois, os dois já estão melosos um com o outro.
— Amiga, parabéns! Você vai ser mamãe! — Belinda a abraça. — Vai ver o
quão maravilhoso isso é... — diz para Lúcia.
— Ei, mas agora pouco você disse outra coisa! — James interrompe.
— James, será maravilhoso para Lúcia, não para você. O que eu disse é
verdade. — Ele arregala os olhos.
— O que você disse para ele?
— Nada, amiga. Só estávamos contando para ele sobre as maravilhas de ser
pai — Belinda diz e dá um sorriso diabólico para James. Eu amo essa mulher.
Nós voltamos para a boate para buscarmos o carro de James e eles vão para
casa. São quatro da manhã e levo Belinda para casa também.
— Será que meu bolinho está bem? — pergunta, preocupada.
— Acho lindo quando você o chama de bolinho.
— Mas ele é meu bolinho de coco.
— E você é meu bombom de chocolate!
— Ai, Dani, não começa. Sei bem onde a gente vai parar quando começa a
me dar apelidos comestíveis!
Ela desdenha, mas sei muito bem que gosta.
— O que eu posso fazer se você é totalmente comestível, minha bala de
caramelo?
— Bala de caramelo, Daniel?
— Sim, daquelas bem grudentas que são difíceis de tirar do dente, mas não
conseguimos parar de comer.
Estaciono em casa. Belinda, como sempre, não espera que eu abra a porta
para ela.
Essa mulher é incrível. Mesmo passando por tantas coisas, nunca
esmoreceu. Pelo contrário, hoje tem um negócio próspero e até chamou Lúcia para trabalhar com ela. Seus bolos e doces estão fazendo muito sucesso. Agora
trabalha fazendo confeitos para casamentos. E ela é muito requisitada, tanto que
tem que fazer o pedido com, no mínimo, seis meses de antecedência. E, mesmo
cuidando de Thiago, Belinda está dando conta de tudo.
Eu é que estou adorando tudo isso, pois sempre sobra um doce para mim.
Minhas séries na academia tiveram que dobrar, pois eu como muito bem em
casa. E estou falando isso em duplo sentido, porque, além de ser tudo isso, a
mulher é um vulcão na cama. Por pouco eu não dou conta.
— Por que está me olhando assim?
— Só admirando a mulher linda e gostosa que você é. — Eu a abraço,
sentindo o cheiro de seus cabelos.
— Essa mulher linda precisa de um banho. Quer esfregar minhas costas?
— Sempre às ordens.
Fico animado com a possibilidade de tê-la nu*a em meus braços. E nosso
banho nunca fica só no banho.
Agora são oito da manhã e ouço um carro chegando. Poxa, hoje eu queria
ficar até tarde na cama. Belinda e eu fomos dormir não têm nem duas horas.
Como eu disse antes, o banho não ficou só no banho, nós fizemos amor no
chuveiro, depois na cama, e caímos exaustos por volta das seis da manhã.
Olho para ela, que dorme espalhada na cama. Espaçosa como sempre com
sua perna e braço sobre mim. Tento levantar sem acordá-la e consigo. Coloco
uma roupa e vou até a varanda. Droga! É a minha mãe! O que ela quer aqui? Ela
veio a minha casa duas ou três vezes, no máximo! E sempre sai falando mal do
lugar onde eu moro.
— Olá, filho — cumprimenta da mesma maneira fria de sempre.
— Oi, mãe. Faz tempo.
— Sim, três anos é bastante tempo. Não vai me convidar para entrar? —
Vendo minha relutância, ela deduz o que não é verdade. — Já sei. Deve estar
com alguma daquelas vag#bundas que você costuma sair e a trouxe para casa.
Daniel, me poupe, por que não foi a um motel?
— Sério? Três anos sem me ver, mal responde meus telefonemas e
mensagens, ainda vem me falar como eu devo viver? Se veio mais uma vez para
criticar meu modo de vida, sugiro que não perca seu tempo.— Amor, acordei e você não estava na cama. Ah, desculpe, não quis
interromper. — Belinda aparece, esfregando os olhos e usando apenas um
roupão.
— Você não interrompeu nada, meu amor. Vem cá. — Eu a abraço. — Mãe,
essa é minha noiva Belinda. Meu amor, essa é minha mãe Cecília Roma. — Ela
estende a mão para minha mãe, que a olha com desprezo. Isso me deixa furioso.
— Mãe, seja educada, por favor! — Dona Cecília segura a mão de Belinda
por dois segundos e a solta.
— Entre, por favor — convida.
— Minha mãe já estava de saída — falo em tom seco e frio.
— O que é isso, Daniel? Não deveria tratar sua mãe assim! — Antes que eu
diga qualquer coisa, o carro do capitão Josué estaciona em frente a casa, bem ao
lado do carro da minha mãe. Dona Telma sai e pega Thiago da cadeirinha.
Assim que ele me vê, estende os bracinhos para mim e eu o seguro
imediatamente.
— Vem com o papai, garotão! Você se comportou direitinho? Não deu
trabalho para a vó Telma? — Ele sorri ao me ouvir falar com ele.
— Que nada, Daniel, ele dormiu bem e se comportou como um anjinho —
dona Telma responde. — Olá, Cecília! O que te fez abandonar a vida na
Argentina e finalmente nos dar o ar da graça? — O tom de dona Telma é de
desgosto.
— Estou bem também, Telma, obrigada por perguntar — minha mãe
responde com seu natural desdém. — Olá, Josué, como vai?
— Estou bem, Cecília — capitão responde.
— Que história é essa de filho, Daniel? Por que eu sou sempre a última a
saber? — Belinda pega Thiago dos meus braços.
— Vamos entrar, ficaremos mais a vontade lá dentro.
Todos entram e Belinda vai para o quarto com Thiago, afinal ela ainda nem
se vestiu.
— Vamos, Daniel, estou esperando! Você não caiu no golpe da barriga?
Qualquer um vê que essa moça não é da nossa classe. Por favor, meu filho, me
diz que fez um exame de DNA desse menino. Ele pode nem ser seu filho!
— Chega, mãe! — Eu me exalto. — Você não aprende mesmo! Eu amo a
Belinda! Temos um filho e vou me casar com ela.
— Mas, filho, pense bem...— Cecília, por favor, Belinda é uma jovem extraordinária, forte,
trabalhadora e uma ótima mãe. Será que você não aprende? Só consegue pensar
em dinheiro.
— Telma, não se intromete!
— Me intrometo sim! Somos amigas desde meninas e sei o quanto você
pode ser cruel, mas não vou admitir que magoe Belinda! Ela é como uma filha
para mim.
— Tudo bem, Telma. Não está mais aqui quem falou. Mas você vai fazer
um acordo pré-nupcial não vai? — pergunta para mim.
— Mãe, vai embora, por favor!
— Está me expulsando? — questiona com falsa indignação e, neste
momento, infelizmente entendo meu pai. Entendo o porquê de ele não suportar
ficar ao lado dela. Minha mãe é fútil, amarga e só pensa em dinheiro. Não dá o
mínimo valor aos sentimentos.
— Por favor, vai embora! — repito. Ela pega sua bolsa e vai, pisando duro
com seus saltos. — Sinto muito por terem presenciado isso.
— Não se preocupe, querido, nós conhecemos muito bem a Cecília.
Sabemos como ela é — dona Telma comenta.
Belinda sai do quarto com Thiago, que novamente se joga para vir para
mim.
— Sua mãe já foi?
— Sim, amor, ela tinha um compromisso...
— Nós também temos. Hoje a Miranda vem nos visitar, nós vamos agora
para a fazenda.
— Ah, Telma... Não vão tomar nem um cafezinho?
— Belinda, meu amor, realmente temos que ir. — Elas se despedem com
dois beijinhos.
— Filho, fique bem! — O capitão também se despede e os dois saem.
Disfarço meu incômodo brincando com Thiago.
— O que aconteceu? — pergunta.
— Por quê?
Droga! Respondi com uma pergunta!
— Daniel, olhe para mim.
— Amor, não foi nada. Minha mãe que consegue me tirar do sério. Ela é muito vazia e ambiciosa. Prefiro manter distância.
— Mas, amor, ela é sua mãe! Não pode tratá-la com tanta indiferença.
— Belinda, não quero que esquente a cabeça com isso. Minha mãe e eu
nunca tivemos uma convivência muito próxima. Ela foi a responsável pelo
afastamento do meu pai. Nunca o deixou participar da minha vida e sempre
decidiu tudo sozinha. Deixa para lá, não quero estragar o meu dia falando dela.
Não é, meu amor? — falo, agora brincando com Thiago. — Iremos deixar a
mamãe dormir enquanto você e eu vamos tomar um banho bem gostoso!
Belinda me dá um beijo apaixonado.
— Obrigada, amor. Estou exausta e a culpa é sua! — Ela se joga
novamente na cama.
No banheiro, encho a banheira e coloco o sabonete líquido. Tudo está bem
diferente de antes. Aqui é repleto de coisas de Belinda. Produtos de beleza de
todo tipo, cremes, maquiagem, escova de cabelos. Tudo aqui agora tem seu
toque especial. Em cada canto da casa tem um pouquinho dela. E eu amo tudo
isso.
No próximo semestre vou começar uma obra na casa. Quero aumentar a
cozinha para que ela tenha mais espaço para trabalhar, e também quero colocar
um banheiro em nosso quarto. Além de construir mais dois quartos para os
nossos futuros filhos. Quero mais dois, no mínimo. Belinda muda de assunto
quando falo disso, mas sei que, assim que casarmos, ela vai aceitar. Thiago terá
que ter irmãozinhos.
Quero crianças correndo por todos os lados. Quero chegar em casa e ter
meus filhos recebendo-me com abraços. Em pensar que há pouco tempo eu não
queria nada disso
— Meu garoto! Você chegou com sua mãe e mudou tudo. Mudou para
muito melhor.
Retiro as roupinhas de Thiago, em seguida as minhas, e entro na água com
ele. Bem que Belinda disse que uma banheira seria um bom negócio. Thiago
adora tomar banho comigo, porque eu o deixo fazer bagunça, ao contrário da
mãe.
— Está gostosa esta água, né?
Só de pensar naqueles avós querendo tirá-lo de mim meu coração se aperta.
Thiago é meu irmão, mas o vejo como um filho. Eles nunca sequer pediram para
vê-lo, ainda dizem que amam o menino. Tenho que pensar em algo que os faça
desistirem de querer a guarda dele, já que o único motivo para isso é a herança que meu pai deixou. Talvez se eu oferecesse dinheiro... Não. Belinda não
aprovaria, e se eu fosse descoberto seria pior. Deve haver um jeito de provar que
eles só querem o menino pelo dinheiro. Fico aflito só com a mera possibilidade
de perder Thiago, isso me causa desespero. Aperto-o contra meu peito e peço a
Deus que não o tirem de mim. Beijo suas bochechas e encaro bem os olhos que
se parecem tanto com os meus. Ele coloca as mãozinhas em minhas bochechas e
começa a balbuciar seu “mamá” e “dadá”.
— Não se preocupe, meu amor. Ninguém vai tirar você de mim e nem da
mamãe.
Depois do banho, visto-o e vamos para a cozinha, onde o sento na
cadeirinha de alimentação.
— O pai vai preparar o seu café da manhã. Sei que já deve ter comido, mas
uma fruta não fará mal — falo com ele, que continua balbuciando.
Faço uma papinha com banana e mamão e o sirvo. Ele não come muito.
— Temos que encontrar algo para fazer enquanto a mamãe dorme.
Ligo a televisão e está passando um programa de esportes. Fico assistindo e
Thiago brinca com seu ursinho de borracha que Belinda comprou para que ele
morda, pois seus dentes estão saindo e isso alivia a coceira na gengiva.
São quase dez da manhã quando o celular de Belinda toca. Olho para o
aparelho e noto que a ligação está com um número privado. Mas que p#rra é
essa? Os clientes geralmente deixam seus números para que ela retorne. Atendo
o celular, mas, assim que digo alô, a pessoa desliga. Aquilo me deixa não com a
pulga, mas com o cachorro inteiro atrás da orelha.
Já é meio-dia quando Belinda finalmente levanta. Como sempre, com seu
cabelo parecendo um ninho de passarinho e arrastando os pés naquele chinelinho
de velha. Estamos no final do mês de maio e está um pouco frio.
— Amor, o que acha de sairmos para almoçar? — Deixo Thiago no
cercadinho e a abraço enquanto ela liga a cafeteira.
— Ai, Dani, estou um caco! Quero ficar de molho em casa — fala toda
manhosa. Eu adoro quando ela faz isso. — Preciso de uma massagem. Semana
que vem tenho três casamentos. Por favor, pede algo para a gente comer aqui.
Ligo e peço uma massa lá do Luigi's. Ela adora a comida de lá, e é bem
calórica. Às vezes sinto falta daquele popozão enorme.
— Divagando, bombeirão? Aposto que está pensando safadeza. — Belinda
vira e me abraça, encarando-me.
— Como adivinhou? — pergunto, beijando seu pescoço cheiroso. — Eu só penso em safadeza quando você está por perto.
Continua amanhã
Continua amanhã
Deve ser aquele idiota pra atrapalhar os dois
ResponderExcluirConcerteza foi o enrique ligando para perturbar a vida deles
ResponderExcluirEssa mãe vai dar trabalho
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