Conto Erótico - Pecador - Capítulos 12, 13 e 14


PECADOR: (Livro único)
Capitulo 12
Angelina
Sorvo o ar, enraivecida pela audácia desse homem. Definitivamente ele consegue me tirar do sério, mesmo eu lutando fortemente para manter o controle dos meus atos. Sua aproximação me deixa em pânico e faz meu coração acelerar de uma forma inexplicável e contraditória. Sinto vontade de fugir dele, para o mais longe possível, onde seu olhar lascivo não seja capaz de queimar a minha pele como está fazendo agora. Suas atitudes me deixam apavorada, como qualquer outro ser humano ficaria ao sentir-se à mercê de um assassino, como agora há pouco quando ele atirou em um homem sem nenhuma piedade. Mas o que mais me apavora são as reações do meu corpo quando ele se aproxima. Meus batimentos cardíacos parecem multiplicar, ao mesmo tempo que sinto uma sensação estranha no estômago, um frio que percorre a minha barriga e faz o meu corpo suar. Sinto-me suja e vulnerável perto dele. Meu corpo me trai, fazendo minha garganta secar e meus olhos transbordarem de água pelo peso do pecado que insiste em me martirizar, martelando dentro da minha cabeça. Ele é tão… másculo e viril. Talvez eu me sinta assim por nunca ter tido nenhum contato íntimo com um homem antes, mas também acho difícil que um outro alguém desperte em mim o que ele consegue fazer apenas com um olhar, quando me olha profundamente como se eu fosse sua refeição saborosa e ele não comesse há dias. Meus pensamentos me assolam, envergonhando-me, porque minha pele deseja sentir o seu toque. Não posso desejar isso. Eu me nego a querer algo assim, quando tudo que procuro fazer é servir aos ensinamentos da Igreja. Não posso me permitir sentir a necessidade de ser tocada por um homem, muito menos um homem como ele: a encarnação do pecado. Alex se move para entrar no carro, sem deixar de me encarar profundamente. Seu olhar devassa o meu colo em busca de um vislumbre do meu busto, o que me deixa enrubescida de vergonha. Mas, antes que ele entre, uma voz familiar chamando por ele me faz desviar a atenção do seu rosto. Olho em direção à calçada, onde vejo John vindo em nossa direção, correndo. — Alex! Alex! — ele chama, ofegante devido à corrida. Alex vira-se para o garoto, fechando os punhos. Percebo que não se agrada com a chegada inesperada do menino e, por um momento, sinto medo do que ele possa fazer. Ele teria coragem de agredir o garoto? Tratando-se dele, não posso ter tanta dúvida.O que faz aqui, garoto? Não é um bom momento para você sair na rua!ele diz, rudemente, assim que John se aproxima. O menino põe as mãos nos joelhos, enquanto recupera o fôlego, e responde:Eu estava perto do beco, vi vocês saindo e fiquei preocupado. Por que está a levando embora? pergunta, olhando para o homem na sua frente e depois para mim. Em seguida, volta a sua atenção para Alex,em expectativa pela resposta.É um assunto confidencial que só diz respeito a mim. Agora volte para dentro, você não pode ser visto comigo, John. Sinto-me perplexa com a mudança repentina em suas atitudes. Ele se preocupa com o menino? Percebo quando John arregala os olhos, confuso. Ao contrário de mim, ele não imagina a espécie de ser humano que está na sua frente. Mas por quê? pergunta com um semblante decepcionado no rosto. Alex permanece calado por alguns segundos, como se analisasse o que deveria dizer ou fazer, apenas encarando o garoto.Só faça o que estou mandando, John! Vejo que o homem está nervoso e, antes que ele decida resolver as coisas do seu jeito, intervenho em uma tentativa de deixar John longe de qualquer perigo. John, volte. Eu estou bem peço, amedrontada, sentindo minha garganta seca e a voz falha. Ele me encara com o semblante assustado, aparentando estar completamente aéreo ao que está acontecendo. Angel, não vá pede com um olhar suplicante que faz meu coração partir em mil pedaços. Ele dá um passo em minha direção. Alex se põe na sua frente, impedindo que se aproxime mais de mim.Porra! Alex vocifera, aos brados,como um furacão raivoso,fazendo o menino dar um passo para trás e se encolher assustado. Não faça com que eu me arrependa de ter te tirado das ruas, moleque. Volte para aquela espelunca, agora! John o encara, amedrontado, fazendo meu coração saltar dentro do peito. Eu posso suportar tudo, mas não posso permitir que ele continue tratando o garoto dessa forma rude, como se fosse um vira-lata abandonado. O menino está assustado devido aos anos que sofreu com o abandono; consigo sentir de longe que a confiança que ele tem no Alex começa a se partir em pequenos cacos, e isso me deixa em frangalhos. Instintivamente, levanto-me do banco, em fúria, e puxo o braço do homem por trás, confrontando-o.Não o trate assim, você não tem sentimentos?Nunca se sentiu sozinho nem com medo?digo, em um tom alterado, sentindo meus olhos arderem. Vejo-o me encarar com a expressão acirrada e o olhar esverdeado, penetrante, que parece gravar cada poro da minha face. Sei que vou pagar o preço por me intrometer assim em seus assuntos, mas não me importo, desde que o garoto fique em segurança.Jo-John… Vo-volte para dentro murmuro, tensa, sem conseguir desviar meu olhar do homem que me analisa de cima a baixo com interesse, como se eu fosse alguma espécie rara a ser estudada. Pelo canto do olho, percebo que o menino se afasta e, após alguns metros, sai em disparada em direção à hospedaria. Tranco os meus olhos, esperando o pior, ouvindo as batidas ritmadas do meu coração e o tremor em meu corpo, mas nada acontece. — Não precisa ficar com medo, demônia — diz ele, fazendo com que eu abra os olhos. Deparo-me com um sorriso cínico em seus lábios. — Estou a cada minuto mais interessado em descobrir até onde vai esse seu senso de coragem. Mas… o quê? Dentre todas as coisas, essa era a última que eu pensava ouvir dele. Isso me desestabiliza, mesmo que eu não saiba exatamente o porquê. Sem fala, viro o rosto e tento ignorá-lo. Mas neste exato momento ouço o barulho de tiros vindo em nossa direção, e então Alex me empurra de volta ao banco e se move para entrar no carro pelo lado do motorista, às pressas, murmurando algum xingamento. Droga! Ouço-o xingar, enquanto liga o carro. Se abaixe, Angel diz ele no exato momento em que um tiro corta o ar, quebrando o vidro do lado do motorista, deixando-me estática.Porra! Ele liga o carro e sai em alta velocidade. Olho em volta e vejo dois homens usando ternos pretos e armas na mão, correndo pela calçada, mirando em nossa direção. Abaixo-me depressa, apavorada, sentindo o choro banhar o meu rosto e o desespero me tomar. Escuto o barulho dos pneus na pista saindo em alta velocidade, enquanto somos alvos de mais disparos.Merda! Merda! Merda! Alex xinga, ao mesmo tempo em que bate a mão fortemente no volante. Olho de relance em sua direção, ainda me mantendo abaixada, e fico em choque ao ver que ele está ferido no peito. O sangue escorre pela sua roupa, banhando a camisa de vermelho púrpura. Ergo meu olhar até o seu rosto, vendo sua expressão de dor estampada em sua face, e estremeço. Alex…murmuro seu nome, trêmula, mas minha voz falha. Você… Continue abaixada, Angelina, e põe a porra do cinto! ordena rudemente. Ele é tão grosso que nem mesmo diante da dor consegue perder o orgulho e ser gentil ao menos uma vez na vida. Ergo-me para travar o cinto de segurança, porém sou surpreendida por um movimento brusco no carro, que faz o meu corpo perder o equilíbrio e, antes que eu consiga me firmar em algo, sou jogada para cima dele. Minha mão toca em seu ferimento, fazendoo esbravejar de dor. — Desculpe… — peço ao ouvi-lo gemer. Merda, isso dói, caralho! Não tenho tempo pra ser sua babá, vê se trava logo a porra desse cinto! Encolho-me, amedrontada com o tom da sua voz, ao mesmo tempo em que sinto vontade de socar o ferimento do seu peito para ver se ele larga de ser tão ogro. Instantaneamente, arrependo-me dos maus pensamentos. Eu não deveria me sentir tão atingida assim. Senhor, me perdoe!, suplico em pensamentos, sentindo o peso na consciência. Mas é que… Ele é tão rude, me tira do sério completamente. — Se segure, menina… Vou despistar… esses imbecis. — diz ele pausadamente, com a fala ofegante. Fecho os meus olhos mais uma vez. Estou atemorizada. Já tive mais adrenalina em dois dias do que em toda a minha vida no convento, e o medo do desconhecido faz meu cérebro travar. A única reação que tenho é chorar com a cabeça enterrada entre os meus joelhos ao me dar conta que estou em um carro com um homem ferido, e que esse carro está sendo alvejado por tiros. O cantar dos pneus no asfalto ainda é a única coisa que me mantém em alerta, fazendo o meu coração quase saltar para fora do peito a cada freada brusca. Após longos minutos, o carro para e eu já não ouço mais nenhum barulho de tiros ou ruídos da cidade. Ainda receosa, levanto minha cabeça devagar e o que vejo faz meu peito se apertar. Alex está com os olhos fechados. Seus músculos estão rígidos e sua expressão cerrada, ao mesmo tempo em que ele segura o volante fortemente. Percebo que sua testa começa a suar e o ferimento não para de sangrar. Destravo o cinto e aproximo-me, pesarosa. Apesar de tudo, ele é uma vida e eu, como religiosa, sinto-me no dever de ajudá-lo. Com cuidado, olho o local com mais atenção, puxando para cima uma parte do tecido rasgado pelo tiro. Sinto um frio estranho percorrer por todo o meu corpo ao ver o corte profundo minando sangue. A bala atingiu a parte mais alta do seu peito, fazendo um enorme estrago que requer cuidados médicos urgentes. — Alex… Você precisa ir para o hospital, urgentemente — peço, tocando em seu ombro. — O ferimento é muito profundo e… Ele me interrompe, grosseiramente. Eu não preciso de hospital, Angelina. Vou ficar bem diz, ao mesmo tempo em que rasga uma parte da barra da camisa suada e amarra em cima do corte. Deus, como ele é cabeça dura! — Não seja teimoso, Alex. Se você não for para o hospital agora mesmo, isso vai infeccionar. Tento convencê-lo, apontando para a atadura que já está completamente manchada de sangue. Ele respira fundo antes de me dizer qualquer coisa.Como sabe o meu nome? pergunta, mudando o foco da conversa. Isso não vem ao… Não vem ao acaso agora? interrompe-me. Mas é claro que vem, me diga. Ele abre os olhos esverdeados e me encara. Por alguns segundos, perco a fala, analisando as formas grosseiras do seu rosto. Tem algo nele que me intriga, que me faz querer estar perto, mesmo quando minha mente grita para tentar fugir, para aproveitar o momento em que ele está ferido. Mas meu corpo não se move. Não consigo me mover, não quando estou vendo-o na minha frente, lutando para não demonstrar a dor física que está sentindo, mas que eu sei que está ali, presente e real. — John. John me disse — respondo calmamente. Ele não diz nada, apenas assente em concordância e volta a ligar o carro. Só agora percebo que estamos fora da cidade, mais precisamente em uma estrada de terra batida, rodeada por florestas. As últimas rajadas do sol já se escondem no horizonte. Ele dirige por mais um tempo, até chegarmos em uma espécie de galpão abandonado, onde vejo o carro que ele usou no dia do meu sequestro estacionado logo em frente. — Como você deixou seu carro aqui e me buscou com outro? — questiono. — Tenho meus meios, pessoas que trabalham para mim. Não tenho que dar nenhuma satisfação da minha vida — ele responde, mantendo-se atento ao volante. A frase “não tenho que dar nenhuma satisfação da minha vida” cai sobre mim como um balde de água fria, pois entendo perfeitamente o que ele quis dizer. Não falo mais nada. Se esse for o destino que me espera, não tenho outra alternativa a não ser cumpri-lo, mesmo que eu esteja destruída por dentro pelo medo. Medo de nunca mais retornar ao convento, nem de ver as crianças do orfanato. Medo de nunca mais sair daqui com vida. Alex sai do carro com uma certa dificuldade e dá a volta, vindo até o lado do passageiro. Ele abre a porta e pede para que eu desça, mas, diferente de minutos atrás, seu tom de voz não é tão agressivo. Desço devagar, mantendo o meu olhar cravado no chão, receosa pelo que será feito de mim. Mas sou surpreendida por sua mão que segura em meu braço e me leva em direção ao outro carro, um Impala antigo, modelo de 1967, que se não fossem as circunstâncias faria os meus olhos brilharem. — Você não achou que eu iria te deixar aqui, achou, Angel? — questiona sem me encarar, porém percebo a hostilidade em sua voz. — Na verdade, foi exatamente isso que pensei — confesso. — Como você é ingênua, menina. Ainda não terminei com você. Não dou atenção ao seu comentário provocador. Sigo-o até o carro, calada. Entro assim que ele abre a porta e me acomodo no banco. Ele diminui a velocidade do carro assim que passa em frente a um enorme edifício no centro de Manhattan, conduzindo o veículo em direção ao estacionamento no subsolo. Que lugar é este? Por que me trouxe para cá? interrogo, confusa. Alex não me dá ouvidos. Em vez disso, ele desce do carro e me arranca do banco do carona, puxando-me pela mão. Preciso me segurar com firmeza na porta do carro para não cair. Sou levada para um elevador, onde ele digita uma senha em um painel. Quando as postas se fecham, sinto sua aproximação em meu corpo, fazendo-me perceber que ele treme um pouco. Imagino que seja devido ao grave ferimento. As portas se abrem e noto que me encontro dentro de um dos apartamentos do prédio, confusa e perdida. Bem-vinda ao meu apartamento, Angel. Vamos nos divertir muito aqui! — diz, abrindo um meio sorriso forçado. Eu simplesmente paraliso ao ouvi-lo falar isso. Seu apartamento? Eu vou ficar sob o mesmo teto que ele?Você é louco! O que está pretendendo? Minha voz sai embargada.Sua ingenuidade me toca, menina. Ele senta-se no sofá de cor preta que está no centro da sala e começa a desfazer a atadura em seu peito. Fico imaginando o que ele quis dizer sobre eu ser ingênua, mas tenho meu foco completamente desviado para o seu rosto com expressão acirrada e para o suor que brota na sua testa. Você precisa ir ao hospital, esse corte está muito profundo e pode infeccionar digo, aproximando-me e sentando-me do seu lado. Ele sorri, com deboche, deixando-me constrangida. — E o que você quer que eu diga no hospital? Que sequestrei a filha de um traidor da máfia e em troca levei um tiro? Não seja tola, garota! Meu sangue ferve de raiva, fazendo-me esquecer os ensinamentos que as irmãs me passaram durante todos esses anos no convento. — Eu só queria ajudar. — Ajude ficando calada, Angelina. Ele levanta-se e me encara, enquanto enfia a mão no cós do short e segura uma pistola. — Não tente fugir, não tente nenhuma gracinha. Eu não brinco em serviço e você já esgotou toda a minha paciência! Sua mão prende o meu braço, forçando-me a levantar. Sou levada até um dos quartos do apartamento, um compartimento pequeno, porém bem mais cômodo que o da pensão. Logo depois, ele sai e tranca a porta, deixando-me sozinha. Olho em volta, notando que o quarto não tem janelas e nem ao menos possui um banheiro. Sento-me na cama e abraço o meu corpo, sentindo minha respiração ofegante, e deixo as lágrimas rolarem com desespero. Meu Deus, o que eu vou fazer? Meu coração bate acelerado dentro do peito e me sento na cama macia, coberta com lençóis de cor lisa. Apesar de ser um quarto com paredes escuras, pequeno e simples, a cama de casal é bastante confortável. Contudo, nem o conforto do ambiente é suficiente para eu me sentir aconchegada ou sequer tranquila, afinal, encontro-me na seguinte situação: sozinha e sequestrada por um desconhecido que odeia meu pai sem que eu sequer saiba o porquê. Lembrar-me de papai faz meu peito se apertar ainda mais. Como eu gostaria de abraçá-lo agora e sentir a sua proteção. — Por onde você anda, papai? — sussurro baixinho, abraçada aos meus joelhos. As lágrimas caem pelo meu rosto e molham o meu busto, que está praticamente descoberto com a blusa indecente que aquele homem me obrigou a usar. Só o senhor pode me ajudar agora — continuo falando comigo mesma, na esperança que, de onde ele estiver, possa dar um jeito de me encontrar e me tirar daqui em segurança. Lembro-me das crianças no orfanato que estão prestes a serem despejadas e eu não posso fazer nada. E a Madre? Meu Deus, como sinto a falta dela e de Kate. Como será que estão? Será que estão preocupadas comigo? Eu queria tanto revê-las. São minha família! — Senhor, me ajude — suplico com as mãos em minha testa. Forço o meu corpo a escorregar para fora do colchão, agacho-me e ajoelho aos pés da cama. Junto minhas mãos em prece e fico nessa posição por alguns minutos enquanto oro baixinho e deposito minhas esperanças nas mãos benevolentes de Deus. — Senhor — digo e faço uma pausa pesarosa —, agradeço por sua proteção diária que me permite respirar por mais um dia e ainda carregar a vitalidade que flui em minhas veias, mesmo estando jurada de morte. Agradeço pelo alimento que mata a minha fome e pela água que mata a minha sede. Sei que sou pecadora, Senhor, que muitas vezes meu corpo me trai, mas sei que o Senhor me ama, pois sou sua filha e futura esposa, e o adoro incondicionalmente. Minha voz sai entrecortada pelas lágrimas que banham a minha face e fazem meu nariz arder. Mesmo assim, continuo. — Por favor, suplico que me dê uma luz, que me ajude a voltar para a Sua casa e que eu possa concluir minha missão aqui na Terra. — Faço o sinal da cruz e levanto-me, trêmula. Deitada na cama, fito o teto pintado com cores sóbrias, exatamente como as paredes do quarto. Meus pensamentos voam para o convento onde vivi cinco anos da minha vida. Desde pequena estudei em colégio de freiras, e amo o que faço. Amo saber que posso ajudar as pessoas de alguma forma e isso transformou-se em meu projeto de vida. Não me vejo fazendo outra coisa que não seja rezar pelos oprimidos e ajudar crianças necessitadas; sinto-me humana. As horas passam e eu continuo na mesma tormenta, até que, finalmente, adormeço. Ao acordar, levanto-me assustada, sentindo uma vontade imensa de fazer xixi ao mesmo tempo que meu estômago ronca de fome. Alex me trancou aqui no quarto sabe-se lá há quantas horas e ainda não deu as caras. Recordo do seu grave ferimento e uma pontinha de medo surge em meu íntimo. Será que ele está bem?, penso, aflita. Apesar de tudo, não sei sentir rancor dele, nem de ninguém. É algo que carrego comigo desde criança e vivenciei todos os anos da minha vida no colégio de freiras. Lembro-me, dos ensinamentos das irmãs no convento sobre o quanto é importante perdoar a quem nos faz mal e estender a mão a quem precisa: “fazer o bem, sem olhar a quem”. Elas diziam que é libertador. Vasculho o quarto à procura de algo para que eu possa fazer xixi, mas não há nada disponível e isso me preocupa. Urinar nas roupas está fora de cogitação, seria humilhante demais. Respiro fundo, buscando coragem, e caminho em direção à porta. Não tenho outra opção a não ser chamar por ele e torcer para que o homem esteja no apartamento e me atenda. Bato levemente na porta de forma contida e chamo por seu nome. Encosto minha cabeça na madeira e aguardo alguns minutos, mas nenhum sinal dele. Não consigo segurar por muito tempo, começo a me desesperar. — Alex! — chamo mais uma vez e aguardo. Nada! — ALEX! — Dessa vez grito e soco a porta com mais força. — Por favor, preciso usar o banheiro. Os minutos passam e continuo encostada na porta, esperando que ele apareça e me deixe usar o banheiro, porém, nada disso acontece, nenhum sinal dele. Assombra-me a ideia de que tenha acontecido algo a ele e que eu fique presa neste cômodo, à míngua. Desesperada, esmurro a porta várias vezes, chamando seu nome, até que o barulho de passos firmes me faz recuar um pouco. Fico aliviada e ao mesmo tempo tensa. Ele abre a porta e entra imediatamente, mas a expressão que vejo em seu rosto me faz abrir a boca, chocada. Possui olheiras profundas abaixo dos olhos e um semblante cansado, como se não tivesse pregado os olhos em nenhum momento durante a noite. Desço os meus olhos para o seu corpo. Ele não está usando camisa, por isso consigo ver o local do ferimento. O corte está tapado com um curativo malfeito, que provavelmente foi realizado por ele mesmo, e, pela vermelhidão e o inchaço que vejo em volta, presumo que não tomou os devidos cuidados de desinfecção do local, pois o ferimento aparenta estar infeccionado. Ele me olha, aparentando exaustão, e pergunta com a voz igualmente cansada: — O que foi, Angel? Que gritaria é essa? Volto a encarar seu rosto, tocada pelo sofrimento ao qual ele está se sujeitando por pura teimosia, e respondo algo totalmente contrário do que ele perguntou: — Alex, seu machucado… — Tento falar, mas estou assustada demais para continuar. Diga, menina, o que você quer? — pergunta, parecendo impaciente. — Preciso usar o banheiro — falo, sentindo minhas bochechas queimarem de vergonha. Agora tenho que pedir permissão até mesmo para usar o banheiro. Isso é vergonhoso, principalmente para mim. Ele me analisa por um segundo e me estende a mão, deixando-me ainda mais nervosa. — Venha, vou te mostrar onde fica. Ele está diferente hoje, menos bruto. Acredito que seja devido à dor que está sentindo, parece estar fazendo as coisas no automático. Levanto a mão devagar, ainda indecisa se seguro na sua ou não, mas, subitamente, contenho-me e ignoro seu braço estendido em minha direção. Ele suspira e dá meia volta. Sigo-o. Passamos pela mesma sala que eu havia estado antes e na qual eu nem havia prestado muita atenção quando fui trazida para cá. Olho rapidamente à minha volta, admirada. As paredes possuem tijolos expostos, que dão um ar rústico à decoração, ao mesmo tempo em que contrasta com a vidraça que dá acesso aos arranha-céus da cidade. Olho para o centro da sala e vejo um sofá enorme, todo preto com aspecto de couro, e uma moto Harley estacionada ao lado do tapete felpudo de cor cinza. Tiro o meu foco da sala e sigo-o para um corredor que dá acesso a uma outra porta. Ele entra e eu o sigo logo atrás, deparando-me com um quarto bem maior do que aquele no qual eu estava trancafiada. O cômodo dá acesso direto para a varanda do apartamento. Pela porta de vidro, posso ver o esplendor do nascer do sol logo nas primeiras horas da manhã. É fascinante. Possui paredes sóbrias e escuras como o outro, porém alguns detalhes com os tijolos rústicos e o chão de madeira marrom-escuro no mesmo padrão da sala. É um pouco sem vida, exceto pela iluminação que vem da varanda e a bela vista que tenho da cidade de Manhattan. As cortinas azul-escuras estão presas nas laterais de cada folha das portas da varanda. Observo um pouco mais o quarto. Tem uma cama gigante do lado direito — que se encontra desarrumada, denunciando ser o local onde ele esteve dormindo. Do lado esquerdo, vejo portas pretas para o que eu presumo ser um armário. De frente para a cama, há um painel com uma TV gigante. É basicamente isso que compõe o quarto. Tudo nesse apartamento exala masculinidade. Paro de olhar em volta e desvio minha atenção para o nascer do sol que aquece a minha alma. — Por aqui — ele diz, tirando a minha concentração da vista, apontando para uma porta aberta que se encontra quase em frente aos pés da sua cama. Estranho o fato de ele me trazer exatamente para o banheiro do seu quarto. Calculo que este deva ser o único do apartamento, mesmo havendo outro quarto. Não deveria haver um banheiro para hóspedes? Bato na minha testa com meus pensamentos idiotas. Acorda, Angelina, ele é um assassino. Seria muito irônico receber hóspedes em seu apartamento. O quarto em que estive presa não deve ter muito uso. Porém, minha curiosidade fala mais alto que minha razão e, quando me dou conta, já abri a boca para perguntar o que não deveria. — Não tem um banheiro para o uso… de hóspedes? — pergunto envergonhada, fazendo uma pausa. Ele coça a barba, demonstrando impaciência, e prende os cabelos em um coque alto. Os músculos dos seus braços e abdômen ficam rígidos com o movimento, fazendo-me imaginar como seria sentir a firmeza daqueles bíceps. Desço um pouco mais meu olhar. Ele está usando uma calça de moletom folgada de cor acinzentada e seus pés estão descalços. Movimenta-se, ficando de frente para mim, e neste instante tenho a impressão de ver um volume estranho se formando em sua virilha. Sinto meu coração falhar e balanço a cabeça no mesmo instante, repreendendo-me internamente. — Você já deveria imaginar que não trago hóspedes para cá responde, mantendo-se com um olhar sério em minha direção. Mas quanto sua pergunta sobre não ter outro banheiro, a resposta é: não. Reformei o outro e uso o espaço para guardar, digamos, instrumentos de trabalho. Agora, se você fizer o favor de acabar logo com isso, eu agradeço — ele fala, um pouco ofegante. Mesmo a esta hora da manhã, seu corpo está suando. Engulo em seco e me calo. Sua grosseria não me atinge mais. Apenas finjo que ele não fala comigo. Entro no banheiro, tranco a porta e vou quase correndo em direção ao vaso sanitário. Enquanto me descarrego de tanto líquido, observo o banheiro limpo contendo uma banheira gigante. Tenho vontade de ir até lá me lavar para tirar um pouco da sujeira que está se impregnada em meu corpo e em minha alma a cada pensamento pecaminoso que tenho, mas sei que se eu fizer isso, corro o risco de ser repreendida. A última coisa que quero agora é bater de frente com esse homem. Creio que eu não tenha sete vidas, então não devo arriscar e muito menos testar sua paciência. Quem será que cuida desse apartamento? Ele deve ter alguma empregada, penso, já imaginando se seria uma senhora boazinha que possa me ajudar a fugir daqui. Termino minhas necessidades, levanto-me e ajeito a roupa minúscula com que ainda estou vestida. Tento aumentar o comprimento da saia, deixando o cós baixo e tapando minha barriga com a barra da blusa. O problema é que, quanto mais puxo a blusa para baixo, mais o decote fica profundo. Desisto de tentar parecer mais composta e, derrotada, abro a porta do banheiro, mas sou surpreendia ao ver Alex em pé no batente, impedindo a minha passagem. Céus, o que ele faz aqui? Coro, envergonhada ao imaginar o que se passa nessa cabeça inescrupulosa, e tento passar por ele, para sair logo dessa situação constrangedora, mas Alex se mantém firme na minha frente, sem me dar espaço para deixar o banheiro. — Li…licença — peço. O único som que ouço como resposta é o roncar estrondoso do meu estômago clamando por comida. — Está com fome? — pergunta, deixando-me surpresa mais uma vez. — S…sim respondo tímida. — Vem comer — diz e sai da minha frente, indo em direção à porta. O que foi isso?, pergunto a mim mesma. Às vezes ele é tão grosseiro que tenho vontade de esganá-lo, mas há momentos que chega a ser… gentil. — Não! — Mais uma vez balanço a cabeça em negação. Gentileza e esse homem não andam juntos murmuro. Sem pensar muito, forço minhas pernas a segui-lo; estou faminta. Chego à cozinha bem equipada, mas que aparentemente quase nunca é usada. Ele para perto da mesa, onde vejo uma quantidade absurda de comida enlatada, uma caixa de leite e outra de cereal. Só poderia ser homem mesmo, penso, já imaginando todo o estrago que essa comida industrializada pode fazer no nosso organismo. Onde ficam os pratos? — pergunto. Ele gesticula em direção ao armário branco na parede, mas sem dizer especificamente em qual porta posso encontrar a louça. Certo, vou ter que fazer isso por conta própria. Caminho em direção ao armário e começo a abrir porta por porta. Desisto de procurar nos lugares mais baixos e preciso erguer um pouco os meus pés para conseguir alcançar os compartimentos mais altos do armário. Abro uma porta e me frustro ao ver que não contém o que procuro, porém, meu corpo formiga por inteiro quando sinto a aproximação dele em minhas costas. Alex encosta o corpo no meu levemente por trás, deixando-me arrepiada e paralisada ao mesmo tempo, enquanto abre uma das portas e deixa os pratos à mostra. Sua pele está quente, além do normal. Constato que ele está febril. Nervosa, desisto do prato e aguardo um pouco para que ele se afaste e, quando o faz, viro-me para sair o mais rápido que consigo de perto dele, mas sou impedida por suas mãos que seguram o meu ombro. Ele me olha de forma intensa e inquietante. Estou perdida! — O que… o que você quer? murmuro nervosa. Ele sorri sem deixar de me encarar profundamente. O toque quente da sua mão está queimando a minha pele. Foder você. Não consigo expressar nenhum som, absolutamente nada. Estou chocada demais para conseguir abrir a boca. Estou completamente aterrorizada com o peso das suas palavras. Sinto meus batimentos pararem, como se a vida se esvaísse do meu corpo. Ele quer me… Não concluo esse pensamento, é muito sujo. Ele tira uma das mãos do meu ombro e desliza pelo meu rosto. Estou tremendo, paralisada. Seu dedo toca os meus lábios de leve, forçando-me a entreabri-los. Pareço estar em transe, pois também não consigo me mover. Vejo-o aproximar a face da minha e, neste momento, ao me dar conta que ele está prestes a me beijar novamente, desperto do meu estado de choque e tenho uma reação imediata. Não, eu não vou deixar. Quando ele avança, mirando na minha boca como da outra vez, viro o meu rosto para o lado e tranco os meus olhos. Minha respiração está tão acelerada que sinto que preciso de ar. O oxigênio falta em meus pulmões. Seus lábios são certeiros no meu pescoço, fazendo com que eu solte um grito de susto ao sentir a barba grossa arranhando a minha pele sensível. Sua língua desliza pela curva do meu pescoço e sobe até alcançar o lóbulo da minha orelha, mordiscando-o. Meu corpo reage. Fico completamente arrepiada ao toque dele e sinto uma fisgada estranha na minha virilha; odeio-me por isso.O que você… Me solta… — Espalmo minhas mãos no seu ombro, tentando afastá-lo. Você é linda, demônia, e está virando a minha cabeça de baixo. Meu pau está louco para ser todo enterrado dentro de você! Isso é demais para mim. Uma afronta! Você é louco — balbucio. — Me solta, eu nunca irei pra cama com você! — concluo com olhos marejados. Ele se afasta, ainda mantendo um sorriso descarado no rosto. Coro envergonhada. Como ele pode ser tão inescrupuloso? Está febril, com um ferimento grave, e ainda assim pensando nessas coisas horrendas. Nunca viu um homem excitado, menina? pergunta enquanto desce a mão pela própria barriga e para em frente à sua calça. Mas… o que ele vai fazer? Seguindo o curso de suas mãos, vejo-o acariciar uma parte muito específica do seu corpo por cima da calça… O seu p… Não. Meu Deus, ele está acariciando o pênis na minha frente? Não consigo desviar o meu olhar do gigantesco volume que se forma diante dos meus olhos e engulo em seco. Como é possível algo crescer tanto? Como tudo isso pode ser de um homem? Não é possível. Preciso segurar-me no armário para não cair. Minhas pernas falham quando vejo-o segurar aquela coisa por cima da calça, enchendo a mão… É enorme… — O que foi Angel? — ele pergunta, sorridente ao ver que estou quase desmaiando. Desvio minha atenção do curso de suas mãos, fito o seu rosto e percebo que ele também me encara. Sem conseguir responder à sua pergunta, puxo o ar para os meus pulmões, tentando me acalmar. Seus olhos verdes são penetrantes, sua expressão é firme em minha direção. Seu olhar me queima a alma. Alex dá um passo para mais perto de mim e eu tremulo. Quero correr, mas minhas pernas não correspondem ao comando enviado pela minha mente. Continuo estática. Outro passo em minha direção e já consigo sentir a temperatura escaldante que emana do seu corpo. Encolho-me amedrontada assim que sinto seu corpo prensar o meu contra o móvel em que estou recostada. Sua mão esquerda pousa na lateral da minha cintura e a outra firma no armário. — Você… não… — Tento falar algo, quero pedir que ele se afaste de mim, mas minha voz não sai. Levo minha mão ao seu peito para empurrá-lo, mas parece que minhas forças escaparam do meu corpo, pois, por mais que eu tente afastá-lo, ele não se move nem um milímetro. — Por favor, não… Se afaste — balbucio em tom suplicante ao senti-lo fincar os dedos em minha carne, apertando-me a minha cintura. A aproximação dele está deixando-me tonta e sinto como se fosse me derreter como gelo no chão em um dia de verão. Ele prensa o corpo no meu e dá uma volta em círculo com o quadril, fazendo com que eu sinta o volume dentro da sua calça sendo apertado contra a minha barriga. Estremeço, envergonhada. É a primeira vez que vejo e sinto um homem excitado. É apavorante e ao mesmo tempo… bom. Encarando-me, ele toca a minha mão que ainda está em seu peito, um pouco acima do machucado, e a segura firmemente. — Sinta como você está me deixando, Angel — diz, enquanto se afasta um pouco, permitindo que eu respire mais aliviada. Mas… O quê? Sentir? Olho-o confusa e ele percebe meu estado de alerta, pois o vejo abrir outro sorriso, com ar malicioso. Tento soltar a minha mão do seu aperto forte, puxando-a bruscamente, mas ele segura mais firmemente, impedindo que eu me solte. Meu sangue congela em minhas veias quando vejo-o guiar minha mão para o meio das suas pernas. Não… Não é possível que… — Alex… Assustada, tento impedi-lo ao me dar conta do que ele pretende fazer, mas é tarde demais. — Sinta, menina — ele murmura entredentes. A palma da minha mão toca aquela coisa por cima da calça, e ele geme. Estou apavorada! Fecho os meus olhos, tomada por uma sensação estranha que invade o meu ventre ao sentir a temperatura ainda mais elevada naquele ponto. Uma fisgada na minha virilha me faz perder o ar e a razão, fazendo com que um gemido sôfrego escape da minha garganta. O pênis dele está duro feito uma rocha e parece pulsar sob o toque da minha mão. Tenho a sensação de que vou desfalecer a qualquer momento. Meu coração bate forte dentro do peito, minhas pernas tremem e sou tomada por uma sensação de pavor ao sentir em minha mão o comprimento descomunal e latejante. — Ai, caralho, delícia… — Ele geme descaradamente. Choque é pouco para definir o que estou sentindo. Arregalo os olhos, ainda amedrontada com as sensações pecaminosos que sinto, e, tomada por uma força arrebatadora de medo e raiva, cuspo em seu rosto, fazendo com que ele solte a minha mão e dê um passo para trás. — Eu disse pra não encostar em mim — digo, trêmula. Vejo-o trincar o maxilar e fechar os punhos, ao mesmo tempo em que franze a testa, fazendo com que a cicatriz em sua sobrancelha fique em destaque e o deixe ainda mais amedrontador. Traga o ar profundamente para os pulmões e pega um pano que está na pia ao lado do armário, sem deixar de me encarar. Seus olhos estão fumegando de raiva. Alex limpa o rosto e se aproxima o suficiente para que eu sinta sua respiração quente no meu rosto, deixando-me de pernas bambas. Sua sorte, Angelina, é que estou debilitado por esse maldito tiro e devo tomar cuidado para que a ferida não abra. Do contrário, iria arrancar estas suas roupas e te foder ali em cima daquela mesa diz, referindo-se à mesa que está logo atrás dele. Eu prefiro morrer a deixar que você me toque, seu ogro respondo rudemente, desafiando-o no mesmo tom. Ele sorri, sarcástico. Não foi isso que ouvi da sua boca quando estava segurando o meu pau. Tive a impressão de ter ouvido um gemido! Sinto minhas bochechas queimarem de vergonha e uma lágrima escorre pelos meus olhos. Meu Deus, o que é isso que estou sentindo? Envergonhada pela fraqueza do meu corpo, empurro-o e tento correr em direção à porta, mas ele segura o meu braço, impedindo que eu saia da sua vista. — Por favor, me deixe. Você não cansa de me humilhar? — esbravejo, ferida. As lágrimas já rolam como cachoeira pelo meu rosto. Ele me analisa por um segundo e fala: — Pegue alguma coisa para comer, vou te trancar no quarto novamente. Meu coração para. — Não, Alex, por favor, não me deixe lá… sozinha — suplico entre um soluço e outro. — E se acontecer alguma coisa com você? Se acaso você desmaiar? Eu ficarei presa, à míngua, e você sem assistência. Ele passa a mão na barba novamente, enquanto parece analisar o meu pedido. — Tudo bem. Pegue algumas coisas para comer que você vai ficar trancada no meu quarto, comigo. Eu preciso descansar! Assinto, receosa e ao mesmo tempo agradecida. Pego um prato e uma colher no armário às pressas, e logo depois a caixa de leite e de cereal que estão sobre a mesa de madeira. Ao chegarmos no quarto, Alex tranca a porta com a chave e vira-se para mim. Eu vou descansar agora, espero não ser incomodado. Você não terá como fugir, a não ser que você queira pegar a chave da porta… aqui — diz, puxando a parte da frente do cós da sua calça e colocando a chave lá dentro. — Terei um imenso prazer em sentir suas mãos aqui novamente. Fecho minha expressão, nervosa pela sua provocação, e ele sorri de lado. Porém, por mais cínico e sem coração que possa ser, percebo que seu riso é forçado. Ele está se mordendo de dor. Deita-se com um pouco de dificuldade para se apoiar e logo fecha os olhos. Aparentemente, ele sabe que eu não seria capaz de golpeá-lo, ou atentar contra ele, enquanto dorme. Meu Deus! Ele está certo! Eu não conseguiria fazer mal a uma mosca. Fico parada no meio do quarto, encarando-o, sem saber o que fazer. Meu estômago volta a roncar de fome. Então me dou conta que ainda seguro o prato e o cereal em minhas mãos. Confiro as portas da varanda e percebo que também estão trancadas. Dirijo-me até um estofado preto, que parece ser do mesmo material do sofá que está na sala, e me sento. Enquanto como, ouço-o ressonar. Ele adormeceu.A manhã passou devagar, em câmera lenta. Apesar da vista maravilhosa que tenho pelo vidro que separa o quarto da varanda, é entediante ficar sem fazer nada todo esse tempo. Já deve passar das três horas da tarde. Alex acordou há algumas horas e saiu do quarto; depois de um tempo, retornou com mais algumas coisas para comer e se deitou novamente. Durante esse tempo, ele ligou a TV para tentar se distrair um pouco. Era visível que estava irritado e entediado. Apesar do meu receio, em nenhum momento voltou a se aproximar de mim, muito menos me dirigiu a palavra. Era como se eu não estivesse ali, ou não fizesse a mínima diferença para ele. Agora, ele dorme novamente. Esse tiro está deixando-o debilitado. A todo instante, ouço um gemido de dor escapar da sua garganta, mesmo em um sono profundo. Olhando em volta, fico incomodada com a bagunça que ele fez no quarto e com a quantidade de roupas que deixou espalhada aos pés da cama. Será que isso é típico de todo homem? Ao imaginar tal possibilidade, penso, com ironia, que realmente tomei a decisão certa quando decidi não me entregar a nenhum e viver apenas para Deus. Levanto-me do estofado, sentindo as minhas pernas dormentes, e me aproximo da cama dele. Olho-o curiosa, como uma criança travessa, analisando os ombros fortes e os braços musculosos. Seus dois antebraços possuem tatuagens quadriculadas que atraem a minha atenção. Analiso as formas do seu peito forte, os músculos rígidos da barriga e o caminho de pelos pretos que percorre sua barriga e some por dentro do cós da calça de moletom. O abdômen em formato de V me deixa intrigada, sinto-me uma pecadora por achá-lo atraente. Tenho vontade de tocá-lo. Lembro-me da chave que ele havia colocado dentro da calça e permito-me olhar para o cós da sua roupa, temerosa de descer minha visão um pouco mais. Só em lembrar daquele ocorrido na cozinha, sinto um frio congelante na barriga. Respiro fundo e, corajosamente, resolvo tentar pegar a chave em suas calças. Eu preciso sair daqui e essa pode ser minha última oportunidade. Encosto nele o máximo que posso, tentando não fazer barulho, e levo minha mão trêmula em direção à sua virilha. Meus dedos roçam no tecido fino, e eu fecho os olhos para tomar coragem de seguir em frente. Com a ponta dos dedos, puxo um pouco o elástico, mas estou tão nervosa que acabo soltando-o sem querer, fazendo com que Alex se mova na cama e balbucie algo que não consigo compreender. Dou um salto para trás e rezo baixinho para que ele não acorde, torcendo para ter sucesso na próxima tentativa. Espero mais alguns segundos, aproximo-me novamente e, quando finalmente consigo erguer o tecido, vejo que ele está sem cueca. Deixo um grito escapar da minha garganta e torno a soltar o elástico, assustada. Ele se remexe na cama e dessa vez posso jurar que ele vai acordar, mas Alex apenas se vira e continua dormindo. Não cheguei a ver seu sexo nitidamente, foi tudo muito rápido. Mas só o fato de eu ter tentado pegar a chave dentro da sua roupa, enquanto ele está enfermo, faz eu me sentir uma descarada sem respeito. Afasto-me dele e, para ajudar a passar o tempo, decido pôr em ordem a bagunça que está no seu quarto. *** A noite caiu e está um pouco frio aqui. Alex acordou algumas vezes, mas o que vi me deixou perplexa. Seus olhos estavam vermelhos como fogo, e seus cabelos estavam encharcados de suor. Sem contar a pele pálida e as olheiras ainda mais profundas. Agora estou olhando o esplendor da noite pela varanda, enquanto ele dorme. — Angel. — Assusto-me ao ouvi-lo sussurrar o meu nome e me viro em sua direção. Ele continua dormindo. Estranho e me aproximo mais, vendo-o se remexer de um lado para outro enquanto murmura coisas sem sentido. — Angel… Não… vá… Não machuque… Solte… Ela… Solte ela. — Alex? chamo-o assustada e toco em seu ombro. Sua pele está pegando fogo de tão quente. — Alex, acorda. Ele treme descompassadamente e continua murmurando coisas incompreensíveis. Seus lábios estão cinzentos e rachados, e eu começo a me desesperar. Seu corpo sua sem controle, seus cabelos estão encharcados e até mesmo o lençol que ele jogou em cima do corpo está molhado. Angel… Angel. — Ele volta a murmurar. Fico estática ao pé da cama. Meu Deus, ele está delirando. Coloco minha mão em sua testa, constatando a febre altíssima. Lembro-me do que aprendi como voluntária no orfanato e em hospitais beneficentes. Preciso fazer algo para baixar sua febre. Na pressa, pego uma das suas camisas e a rasgo. Em seguida, corro até o banheiro e molho-a na pia. Coloco o pano úmido em sua testa e vejo-o se acalmar um pouco. Retiro o lençol no qual ele está embrulhado e deixo em seus pés. — Frio… Está frio — ele murmura. Meu peito se aperta. Ele está sofrendo muito, e presa aqui nesse quarto não há muito o que eu possa fazer. Corro até o banheiro, ligo o chuveiro elétrico, ajusto a temperatura para água morna e molho outro pedaço da blusa que rasguei. Em seguida, volto para o quarto e sento-me na cama ao seu lado. Ele continua delirando e se remexe na cama. O suor não para e o corte está ainda mais vermelho em volta. Começo a passar o pano úmido em seu pescoço e desço, umedecendo seus braços e peito. Ele se acalma um pouco. Á-água — pede em um sussurro quase inaudível. Levanto-me às pressas, pego um copo que ele havia trazido para o quarto mais cedo e encho com um pouco de água, até a metade. — Alex, preciso que me ajude — falo, enquanto passo minha mão direita por baixo da sua cabeça. Ergo seu pescoço, usando uma certa força, até que consigo deixá-lo em uma altura razoável para tomar um gole de água. Assim que ele bebe, pouso sua cabeça novamente em cima do travesseiro e me afasto com o copo. Alex continua gemendo, vez ou outra murmura coisas sem sentido algum. Troco o pano úmido de sua testa e repito o mesmo processo com a água morna, quase ao natural pelo seu corpo. Mesmo assim, a febre não baixa. Estou aflita! Preocupada, começo a procurar algum analgésico pelas gavetas do armário e em cima de todos os móveis do quarto. Não encontro nada. Procuro no banheiro e encontro uma caixa com vários medicamentos, como analgésicos, antissépticos, antibióticos e ataduras. Suponho que ele já tenha se automedicado outras vezes. Pego um comprimido de analgésico e outro cujo nome me faz crer que seja um antibiótico. Como ele não quer ir ao hospital para que possa ser medicado corretamente, isso aqui terá que servir ao menos por hoje. Pego mais um pouco de água e subo na cama, indo até ele. Repito o mesmo processo com a sua cabeça e, com muita dificuldade, ele consegue engolir os comprimidos. A noite transcorre de forma desesperadora. A cidade está movimentada lá fora. Pelo painel de controle da TV, vejo que já passa das duas da manhã. Meu corpo está cansado e minha mente esgotada; ainda não dormi. Ele continua com febre alta, mas já não está delirando como antes. Mesmo assim, a todo instante troco o pano úmido da sua testa e umedeço o restante do seu corpo. Exausta, sigo em direção ao banheiro e decido tomar um banho. Meu corpo pede por isso. Entro debaixo do chuveiro e deixo a água escorrer, levando embora o meu cansaço. Encontro uma toalha limpa em uma das gavetas, com a qual eu me seco. Lembro que deveria ter procurado pelas toalhas antes de rasgar a camisa. Agora é tarde. Pego as roupas sujas, fedidas e indecentes que eu estava usando e começo a me vestir, mas penso melhor. Acho que ele não se importaria se eu pegasse uma roupa dele para dormir, não é? Sem muita alternativa, rumo em direção ao quarto, pego uma de suas camisas e uma calça de tecido fino e me visto. A camisa me cai como um vestido, batendo nas minhas coxas e a calça fica folgada demais. Caberiam duas de mim aqui dentro. Mas como eu não tenho nenhuma roupa limpa, contento-me com a calça folgada assim mesmo. Aproximo-me dele e toco em seu rosto de leve. Sua pele está um pouco mais fria; isso me relaxa um pouco. Troco o pano de sua testa e, quando começo a umedecer sua pele novamente, sou surpreendida por sua mão grande, que em um movimento rápido segura o meu pulso levemente. — Você… não precisa… fazer isso… Angel —- murmura com os olhos fechados. Ao menos ele não está mais delirando, penso um pouco mais aliviada. —- Não estou fazendo isso por você — digo. — Estou fazendo por mim. Jamais conseguiria viver com o remorso de ter negado ajuda a alguém. Termino a frase e continuo umedecendo o seu corpo, até ser interrompida por sua voz rouca e falha: — Eu não mereço… a sua… ajuda. Surpresa, deixo o pano de lado e fito o seu rosto. Sua testa está franzida, mas começa a suavizar. Sua respiração fica pesada, e seus músculos relaxam. Ele dormiu novamente. Continuo sentada ao seu lado. Apesar da temperatura ter baixado drasticamente, ainda estou temerosa que a febre possa voltar. Bocejo sonolenta, mas me forço a permanecer acordada. Contudo, o sono me vence e, sem que eu perceba, acabo adormecendo ao seu lado na cama.

Capitulo 13
Alexander
Minhas pálpebras doem quando tento abri-las, devido à claridade que entra pela varanda. Sinto meu corpo dolorido a cada movimento que faço na cama; é como se eu tivesse tomado todas durante à noite e agora estivesse sofrendo os efeitos da ressaca. Minha garganta está seca e dolorida. Umedeço os meus lábios ressecados e forço-me a abrir os olhos, enquanto relembro algumas passagens da noite desgraçada que tive. Toco em minha cabeça, sentindo uma sensação de peso, e quando passo a mão por minha testa, constato um pano levemente úmido, quase seco, que cai para o lado no colchão. Suspiro, irritado.Angel… O que você fez?murmuro baixo, irritado. Toco os meus braços e abdômen. Meu corpo já não está mais febril e a dor no corte diminuiu um pouco. Assim que consigo abrir os olhos, vejo o quarto iluminado pela luz que entra da varanda. Olho para o meu lado na cama e a vejo. Ela dorme profundamente, está usando uma calça e uma camisa minha. A roupa está folgada em seu corpo, mas não diminui em nada a sua beleza delicada. Ela parece um anjo. Franzindo o cenho, passo meus olhos pelo seu corpo pequeno, porém muito atraente, parando em sua mão, onde ela segura outro pano. Ela parece cansada.Porra, menina, que merda! sussurro mais uma vez. Lembro-me de ter acordado durante algum momento da noite, enquanto ela molhava o meu corpo com o pano úmido para aliviar a minha agonia causada pela febre. Por que ela fez isso? Poderia ter tentado fugir… Ainda a olho, um pouco fascinado, devo confessar. Ela está deitada de lado, encolhida, em uma posição não muito confortável. Seus cabelos estão espalhados pela cama; são compridos e possuem ondas suaves em um tom castanho quase preto. Seus cílios são longos e sua boca é avermelhada ao natural. Como um ser pode ser tão perfeito assim? Foi a primeira vez que dormi com uma mulher em minha cama,e, para completar, ainda não a fodi. Mas que ironia. Saio da cama devagar, estou um pouco tonto, e me firmo na parede. Agora me sinto em dívida com ela, minha honra está me ferindo como um ferro em brasa. Mas isso não deveria me importar assim. Eu sou Alexander Roussel, um assassino, sem escrúpulos e sem coração! Contudo, não é como um assassino que me vejo agora. Nem mesmo se eu quisesse, não conseguiria encostar um dedo nela depois dessa noite, depois de ela ter cuidado de mim sem pedir nada em troca. Martirizado, encosto minha cabeça na parede. Não! Porra! Que merda eu estou fazendo? Se eu não a matar, apunhalarei a máfia pelas costas, a sangue frio. Serei como o pai dela, um traidor. Em toda a minha vida, fui treinado para matar, sem piedade. Mas a lealdade à máfia, liderada pelo meu falecido tutor, deveria vir em primeiro lugar, sempre! Querendo ou não, é o mais próximo que tenho de uma família. Olho em cima do estofado e vejo o kit de primeiros socorros e duas cartelas de comprimidos em cima da caixa. Provavelmente, Angelina me fez tomar os remédios no meio da noite. Não consigo me lembrar de nada coerentemente, lembro apenas de alguns flashes e o som da voz dela falando comigo. Pego a caixa e sigo até o banheiro. Preciso trocar a merda desse curativo. Deposito o kit de primeiros socorros em cima do armário onde ficam as toalhas e olho-me no espelho grande que fica na parede um pouco acima do armário. Estou acabado! Enrolo meus cabelos em um coque para não atrapalhar o que devo fazer, lavo o meu rosto, escovo os dentes e enxáguo a boca para tirar o gosto amargo da noite. Em seguida, tiro as fitas que firmam a gaze em cima do corte. Seguro na ponta da gaze e puxo, sentindo uma dor infernal devido o tecido estar colado no ferimento.Porra xingo, impaciente e delirando de dor ao ver que o corte começa a sangrar novamente. Inferno! Alex?Sou surpreendido pela voz calma de Angelina, que vem da porta do banheiro, chamando-me. Viro em sua direção, deparando-me com seus olhos esverdeados que me encaram preocupados. Por um segundo, perco a noção do que deveria fazer. Isso me deixa ainda mais irritado. Por que tenho essas sensações estranhas quando a vejo? Fecho os meus punhos, possesso comigo mesmo. Estou sendo um fraco. Ela segura o cós da calça folgada com uma das mãos, enquanto a outra prende os cabelos levemente embaraçados em um lado do pescoço. Finjo que não estou surpreso por tudo que ela fez e mantenho a minha frieza de sempre.O que faz aqui? Volte para a cama!exijo, tentando manter a firmeza das minhas palavras e não demonstrar minha perturbação diante da sua presença. Vejo seu olhar leve e gentil procurar o meu. Ela me encara por pouco tempo, penetrando a minha alma com sua inocência natural, despertando algo indecifrável em mim. Sinto minha respiração acelerar drasticamente, mas não desvio meus olhos dos dela. Seu olhar passeia pelo meu rosto e desce, parando no meu machucado.Ela se assusta. Alex?Angelina vem andando em minha direção, a passos firmes, ignorando completamente a minha ordem.Está sangrando.O que aconteceu? pergunta. Não foi nada, Angelina, estou apenas trocando o curativo. Viro as costas para ela e volto a puxar a gaze, olhando-a pelo reflexo do espelho, sentindo o sangue descer pelo meu abdômen.Não é assim que faz um curativo. Deixe-me ajudá-lo ela diz em minhas costas, encarando o meu rosto também pelo reflexo.Não preciso de sua ajuda, menina digo ríspido. Ouço-a suspirar baixinho, sem ânimo. Seu semblante está cansado. Olha, não prolongue mais isso. Permita que eu te ajude, Alex. Seu ferimento está infeccionado e, cá entre nós, é mais seguro manter seu machucado aberto do que com esse curativo malfeito que você fez diz com atrevimento. Arqueio uma sobrancelha, forçando-me a não sorrir. Eu deveria estar bravo pela audácia dela, mas, ao contrário disso, acho graça. Não de uma forma esnobe, mas de maneira despretensiosa, divertida. Por isso, decido provocá-la um pouco mais.E o que você entende sobre isso, Angelina? Imagino que no convento as freiras apenas rezam para um Deus que não existe e passam o restante do dia fazendo absolutamente nada.Percebo que ela se desestabiliza. Está ferida por minhas palavras e ao mesmo tempo irritada. Não vou cair em suas provocações. Tudo o que sei, aprendi a ferro e fogo, sendo voluntária em abrigos e hospitais. Não preciso que ninguém diga por mim o que faço ou deixo de fazer da minha vida, pois apenas eu sei da minha consciência.Ela termina o pequeno discurso e, quando penso que a garota vai dar meia-volta e retornar para o quarto, Angelina me surpreende mais uma vez, vindo para mais perto de mim e ficando na minha frente.Não se mexa, deixa que eu cuido disso.diz com severidade. Não contesto e espero para ver o que vai fazer agora. Ela pega algumas gazes na caixa e começa a limpar o sangue que escorre do meu ferimento e do meu abdômen. Em seguida, com o auxílio de uma pinça e soro, ela vai tirando a gaze que está colada no corte. Dói um pouco, mas é uma dor quase insignificante. Principalmente quando sinto o calor da sua mão aquecer a minha pele. Lembro-me dela assustada durante a manhã de ontem na cozinha, quando a provoquei descaradamente. Seus olhos haviam ficado amedrontados, mas seu corpo trêmulo e o gemido que escapou da sua boca quando tocou no meu pau duro a entregaram. Ela sente. Ela quer transar, mas tem medo. O pior foi que saber disso me deixou ainda mais doido para tê-la. Essa inocência, essa pureza. Ela é o meu contrário, mas está me deixando obcecado. Sinto vontade de ensinar a ela como é foder gostoso e ficar de pernas bambas depois de gozar várias vezes. Sinto um desejo insano de fazê-la ver que a vida vai muito além das grades de um convento. Ela não vive, apenas vegeta naquele lugar. Sei disso porque toda a sua vida estava escancarada para mim nas várias páginas da investigação que mandei fazer sobre ela. Encaro os seus lábios volumosos, tão chamativos. Não gosto e nem sinto desejo em beijar na boca de outras mulheres, mas vendo-a tão perto, pura e intocada, eu quero. Quero desvirtuá-la, fazê-la minha por uma noite. Só assim essa obsessão idiota acabará. Preciso que lave com sabão, senão o curativo não vai resolver muita coisa. Está muito infeccionado diz assim que termina de tirar o pedaço de pano, analisando o corte de perto. Olho o ferimento pelo reflexo do espelho.Ela tem razão.Está inchado e absurdamente vermelho. Se eu não quiser ir parar no pronto-socorro,devo cuidar disso imediatamente. Ok concordo e debruço-me sobre a pia. Lavo o ferimento com a água da torneira, tomando cuidado para não ferir ainda mais, enquanto ela me analisa pelo espelho. A água que jogo no ferimento escorre pelo meu corpo e molha minhas pernas. Assim que termino, ela evita olhar para as minhas calças molhadas e mantém sua cabeça sempre erguida, voltando a fazer o curativo. Suas mãos sãos ágeis e delicadas ao mesmo tempo. Não consigo parar de admirá-la um só minuto. Por que decidiu ser freira?pergunto na lata, assustando-a. Ela para o que está fazendo e me olha, estreitando os olhos. Por que quer saber? questiona.Curiosidade apenas. Não consigo entender por que a filha de um homem como Roberto Lucky decidiu fazer da vida algo tão… chato, sendo que poderia ter tudo o que o dinheiro pode comprar. Ela desvia o olhar do meu rosto, franzindo a testa, e volta para o curativo. Para mim não é chato. É gratificante poder ajudar as pessoas de alguma maneira.E para isso decidiu abrir mão da sua própria vida? Ela continua sem me encarar e, quando termina de limpar tudo e pôr uma gaze limpa, volta a me responder: Eu vivo para Deus e para a caridade, Alex, e sou feliz assim. Os seus conceitos sobre o que é chato ou divertido não combinam com os meus.Mesmo? Não sente vontade de fazer sexo? provoco abrindo um sorriso. Ela treme e dá um passo para trás. N-não. Eu não penso… nessas coisas murmura. Você não sabe mentir, Angel. Deixe-me te mostrar o quanto é bom! Meu pau já começa a ficar duro, marcando a calça, já que estou sem cueca.Por favor, pare de me falar essas coisas diz, séria. Só uma vez, o que me diz? Nunca! responde, ríspida. Confesso que me divirto em vê-la nervosa. Fico intrigado. Ela não abaixa a cabeça, não se intimida de maneira alguma e eu encaro isso como um desafio. Ok. — Sorrio. Guiado pelo desejo que começa a me consumir por dentro, como um ácido que corrói e precisa de uma base para cortar o efeito, seguro-a pela cintura e a coloco sentada em cima da bancada do armário de frente para mim. Assustada com meu movimento rápido, ela grita e tenta socar o meu ombro, e eu permito. Quando mais ela me bate, mais sinto tesão. Abro suas pernas com as minhas mãos, segurando em seus joelhos, e me encaixo entre elas. Seguro o seu rosto e beijo a sua boca, faminto, com toda a minha intensidade. Enfio minha língua em sua boca, da mesma forma que gostaria de fazer com meu pau na sua boceta, deixando-a mortificada em meus braços.Ela nem ao menos percebe,mas corresponde. Seus lábios se movem lentamente por alguns instantes, como se quisessem se libertar das algemas que a impedem de se entregar ao prazer. Levo uma mão até a sua coxa e aperto de leve. Ela geme, mesmo sob protesto. Seu corpo se encaixa perfeitamente dentro do meu abraço e eu a seguro forte, apalpando a sua cintura e quadril. Ela está desesperada. Empurra-me, tenta sair a todo custo. Largo os seus lábios e deslizo minha boca pelo seu pescoço, arrancando outro grito da sua garganta. Passo os dedos por sua nuca e percebo que seus pelos se arrepiam instantaneamente.Você é louco diz ela ofegante. Como quer que eu me entregue depois de tudo? Não ligo para os seus protestos, estou apenas dando a ela um gostinho do que seria ter uma noite de sexo comigo.Me solta protesta. Volto a beijá-la, ignorando seus protestos, e puxo o seu corpo mais para a beira do balcão. Encaixo o meu quadril entre as suas pernas, fazendo com que meu pênis duro cutuque sua barriga. Ela ofega e arranha os meus ombros. Delícia. Começo a massagear seus braços delicadamente, vendo-a ceder um pouco. Diminuo o ritmo do beijo, permitindo que ela se acostume. Desço minhas mãos do seu ombro e sigo o caminho de seu busto, percorrendo lentamente até alcançar um seio. Ela segura em minha mão, mas está sem forças para impedir que eu avance. Quando mordisco o seu lábio, ela geme e alivia o aperto em meu braço, permitindo que eu a toque por poucos segundos. Começo apertando devagar para não a assustar. Seus gemidos de desejo estão me deixando louco. Quando finalmente encho a minha mão com um dos seios, ela parece acordar de um transe e, desnorteada, me empurra. Não, por favor pede, com a voz cortada. Ela está chorando. A contragosto, com o pau dolorido de tesão, afasto-me. Dou um último selinho em seus lábios trêmulos e encosto minha testa na dela. Obrigado, Angel. Estou te devendo essa falo e saio do banheiro, deixando-a paralisada. Chego à sala um pouco ofegante e ando até a vidraça que exibe a bela vista dos arranha-céus de Manhattan. Olho a rua movimentada lá embaixo, sentindo meu corpo tenso e excitado. Porra, como eu quero foder essa menina! Minha mente está um verdadeiro baralho ambulante. Que merda eu estou fazendo? Meu pau está doendo de tanto que a quer. Mas ela resiste sempre, desafiando o meu corpo e o meu inconsciente. Demônia maldita. Bato no vidro com força, usando a palma da minha mão, e sorvo o ar. Já deu para mim, cansei desse jogo adolescente. Ela vai ser minha por uma noite e eu vou chupar aquele corpo de canudinho até ficar exausto. Mas, antes, preciso seguir com meu plano. Um pouco mais calmo, volto ao quarto e, como a porta do banheiro está aberta, vejo-a sentada na bancada do armário, pensativa. Os cabelos desgrenhados e a boca avermelhada por causa dos beijos que dei. Gostosa demais! Meu pau pulsa só em observá-la. Inferno! Ela me olha, ainda assustada, com um semblante sério e indecifrável. Fecho os meus punhos, tenso, enquanto formulo uma briga interna comigo mesmo, avaliando minha situação. Eu não vou falhar na tarefa que me foi dada. Meu compromisso é primeiramente com a Máfia e devo honrá-lo. Foda-se a demônia. Expressarei minha gratidão dando-lhe uma morte rápida e digna. Deixando de encará-la, dirijo-me à porta de vidro que dá acesso à varanda. Confiro a fechadura para ter certeza que está tudo bem trancado, sigo até meu armário e pego uma das minhas camisas mais folgadas, de tecido fino. O corte em meu peito ainda lateja e a dor corta, queimando por dentro. Troco de roupas e vou até a cozinha, pego algumas caixas de cereal e leite e levo para ela no quarto. Não tenho planos de permanecer mais um dia trancado nessa droga de apartamento, nem ao menos sei se retornarei hoje para cá. Então é mais cômodo que ela fique no meu quarto com alguma comida. Ela precisa estar forte para receber tudo que estou guardando para ela, que, modéstia à parte, é muita coisa. Sorrio de lado ao imaginar meu pau entrando em seu canal quente e receptivo. Puro e intocado. O ar até falta em meus pulmões, minha boca saliva. Saio do quarto, trancando a porta com a chave, e, antes de entrar no elevador, jogo no lixo a consciência e o meu papel de bom moço que me assolaram alguns minutos atrás. Que se dane tudo. Não tenho culpa se ela tem o coração mole e decidiu me ajudar ao invés de tentar fugir. Até porque nós dois sabíamos muito bem que ela não conseguiria. De qualquer forma, não vou me rebaixar a essa palhaçada. Agora mesmo vou dar continuidade ao meu plano de acabar com o pai dela. Dentro do meu carro, ligo o som no máximo, sentindo o meu corpo relaxar quando a melodia vibrante do metal atinge os meus ouvidos. Com o celular nas mãos, disco o número do investigador particular que contratei para descobrir algum vestígio do paradeiro de Robert Lucky.Está chegando a hora de ele implorar pela própria vida, e eu farei questão de ser o primeiro a fazê-lo sangrar. O homem atende duas chamadas depois. — Quero notícias. Estou perdendo a paciência contigo digo, irritado. Mudo a música lenta e melancólica que começa a tocar, deixandome entediado, enquanto o investigador fala asneiras do outro lado da linha. Porém, algo que ele diz me faz desligar o som, e eu me volto para o telefone com interesse no assunto. Eu investiguei o passado dele e encontrei coisas que talvez te interessem. Ainda não concluí a investigação, peço que espere mais um ou dois dias, mas garanto que você está prestes a pôr a mão em cima de uma bomba. Interessante digo, sem demonstrar muita empolgação. Porém, estou ciente de que qualquer coisa sobre ele poderá ser útil. Você tem vinte e quatro horas, Drake, não me deixe ainda mais irritado falo em tom de advertência. Em vinte e quatro horas tudo estará em suas mãos. Você tem a minha palavra.Certo! concordo e desligo o telefone,segurando-o fortemente, sem desgrudar meus olhos da direção. O que será que aquele imbecil esconde? Ainda pensativo,piso no acelerador até sentir a adrenalina me invadir. Eu fico a todo vapor quando tenho um desafio em mãos. Chego à boate alguns minutos depois. Quando entrei no carro e peguei o celular mais cedo, vi que havia milhões de ligações perdidas de Rodolpho. Provavelmente, há algum serviço novo para mim e ele deve estar puto de raiva. Que se foda também!De peito inflado e maxilar cerrado, entro na boate e vou diretamente para o escritório do tal. Como sempre, entro sem bater e, assim que avanço para dentro, vejo o imbecil sentado em seu "trono" com as calças arriadas até o tornozelo, mostrando as pernas brancas e peludas que me dão repulsa, enquanto uma loira aguada cavalga na “minhoquinha” que ele chama de pica.Merda! Por que não bateu na porta, seu idiota? ele rosna irritado e empurra a mulher para o lado.Você sabe que não me anuncio. Agora me diga, o que você quer? A mulher se levanta e pega as roupas no chão, mas, antes de sair do escritório, me analisa dos pés à cabeça, abrindo um risinho provocante, ou assim ela acha. Arqueio uma sobrancelha, vendo-a babar descaradamente em cima de mim, e sorrio cínico. Sou disputado aqui, todas me querem. Porém, não tenho o menor interesse na mulher e demonstro isso simplesmente ignorando-a.Como “o que eu quero”? Se esqueceu do seu serviço, Alexander? Temos um acordo, você sabe. Não pode sumir assim diz, áspero, voltando a vestir as calças. Pouco me importa, Rodolpho cuspo.Vá direto ao ponto, não tenho o dia inteiro.Você é um trombadinha mimado. Meu pai deveria tê-lo matado quando pôde diz ele com acidez na voz, como se pudesse me atingir. Bocejo, sonolento diante do seu discurso. Ele anda até sua mesa, pega um envelope marrom e joga em minha direção. Observando-o atentamente, nego-me a aceitar que esse traste carrega um nome tão importante nas costas. Ele herdou a liderança de uma das maiores famílias da máfia americana, mas age como um cafetão viciado em bocetas. Pego o envelope e abro, enquanto observo-o rolar o anel símbolo da família no dedo. Não que eu queira essa merda. Na verdade, se algo acontecer a ele, todo o poder passa para as minhas mãos, contudo, isso pouco me importa. Leio os dados da minha próxima vítima rapidamente, jogo o envelope sobre a mesa e saio.Já é noite e o frio começa a despontar. Depois que saí da sala de Rodolpho, rodei por horas pelas ruas de Manhattan, onde pude me sentir um pouco livre. Depois, fui até um local afastado da cidade, que costumo frequentar quando preciso ficar só e pensar. É uma cabana nas montanhas; comprei há anos e é meu ponto de refúgio quando me canso de tudo isso. Mesmo um homem como eu tem seus próprios demônios encarnados na alma. Lá, permaneci mais algumas horas à espera do momento certo. Agora, estou dentro do meu Impala, na rua em frente a um hotel luxuoso e moderno que acabou de ser inaugurado. Atualmente, é o point de encontros entre os grandes nomes da cidade e, justamente hoje, no salão de festas, encontra-se a minha próxima vítima: um renomado jornalista investigativo que andou fazendo algumas perguntas nada discretas para as pessoas erradas, no momento e lugar errados. Pelo que observo enquanto espero, concluo que o evento não vá demorar, pois algumas pessoas já começam a sair do hotel e esperam o manobrista no hall de entrada, com seus respectivos carros. Durante todo este tempo, tudo que deveria fazer era apenas me concentrar no meu trabalho, mas meus pensamentos me traem e eu não consigo parar de pensar na garota dos olhos cor de esmeralda bruta e seu corpo delicioso. Caralho. Eu preciso sentila. Aperto a Uzi que está em minhas mãos com força, completamente irritado. A menina é fascinante e nem ao menos se dá conta disso, ela me provoca sem perceber — o pior é que estou gostando disso. O simples fato de ela me confrontar bravamente com aquela língua afiada já me faz suspirar de tesão, fico louco de vontade de fazê-la se render a mim e fazer melhor uso daquela língua. Ah, Angel… Ela vai ceder ou não me chamo Alexander. E quando isso acontecer, não terei pena. Meu corpo fica tenso ao lembrar dela, e eu me amaldiçoo. Mulher nenhuma jamais foi dona de sequer um minuto dos meus pensamentos quando não estou fodendo. Mas Angelina… Ela está passando tempo demais na minha cabeça, muito mais do que considero seguro. Deve ser a tal da pureza, o cheiro de virgem que com certeza deixa qualquer homem obcecado. Essa é a única explicação. Interrompo meus pensamentos idiotas quando vejo a vítima passar pelo hall e pegar a chave com o manobrista. É um homem ainda jovem, não deve passar dos trinta e cinco anos. Está bem vestido com smoking preto e anda elegantemente com uma bela mulher ao seu lado. Eles entram no carro luxuoso e eu os sigo. Cerca de meia hora depois, o carro entra no túnel Holland, que liga Manhattan a Nova Jersey, passando por baixo do leito do rio Hudson. Sorrio, internamente satisfeito. É o cenário perfeito para um acidente. Um jornalista que bebeu todas durante uma festa de gala e que, ao passar pelo túnel escuro, acaba perdendo o controle do carro, capotando e fim. Menos um X-9 no mundo. Não há nenhum movimento de carros no túnel a esta hora da noite e, para a minha felicidade, ele está dirigindo em uma velocidade que vai muito além do permitido. Perto o suficiente do carro, abaixo devagar o vidro do meu Impala e analiso o tempo que ainda tenho antes de chegar ao fim do túnel. Com uma mão no volante, saco minha Uzi, miro no pneu traseiro do lado direito e atiro. Bingo! Freio meu veículo instantaneamente e espero pelo show. O carro derrapa nas paredes de concreto bruscamente, gira trezentos e sessenta graus no meio do túnel, choca-se do outro lado da parede e capota duas vezes. Piso o pé no acelerador e me aproximo o máximo possível das ferragens retorcidas. O sedan vermelho luxuoso agora não passa de pedaços de lata amassada. Desço do meu carro para inspecionar o serviço de perto. Preciso fazer tudo muito rápido para não correr o risco de ser flagrado por algum inconveniente. A porta do carona do monte de ferragens cai no chão e eu me agacho para ver o estrago. A mulher, antes de belas formas e silhueta escultural, agora está com a boca deformada e com um ferro atravessado no meio do abdômen. Seus olhos estão saltados para fora e o sangue jorra pelo carro. Olho o infeliz do outro lado; ainda posso ver o ritmo lento da sua respiração. Ele está caído de lado, sua boca esguicha sangue, o crânio está rachado ao meio. Aparentemente sofreu letais lesões internas. Vejo-o suspirar mais pesadamente, sorvendo o último frangalho de ar que ainda pode, e então tudo se acaba. Mais um serviço concluído. Volto a entrar em meu carro, dou meia volta e piso o pé no acelerador a toda velocidade. Contudo, algo me intriga bem no fundo da minha alma. Não me sinto orgulhoso do que acabei de fazer. Diferente de semanas atrás, hoje sinto algo estranho que faz minha garganta se fechar. Como se fosse o ato que eu cometi me pesasse como um fardo. Lembro-me de Angel e sua bondade sem limite. Sinto-me sujo, indigno de tocar aquela mulher imaculada. Inferno! Essa garota está torrando o meu psicológico. Bato a mão no volante várias vezes, enraivecido, imaginando que agora mesmo, neste maldito instante, ela pode estar deitada em minha cama. Estará dormindo? Será que pensou em mim em algum momento como fiz o dia inteiro? Por que isso me interessa tanto, caralho? Chego à boate minutos depois. Dirigi em velocidade máxima até aqui, uma forma de fazer a adrenalina se dissipar um pouco. Meu sangue está fervendo, minha mente borbulhando e meu pau duro de tanto pensar na demônia gemendo. Encosto no bar e peço uma garrafa de Dalmore 62, o uísque mais caro da casa e que muito aprecio. Encho um copo com a bebida de valor descomunal, sentindo meus nervos à flor da pele, e viro o copo na boca. O sabor amargo me queima, rasga por dentro, mas me acalma. Uma mulher, até então desconhecida para mim, se aproxima. Ela sorri quando eu a olho intensamente, revelando que não brinco em serviço. É uma bela morena. Pernas longas, quadris largos que ondulam conforme ela anda e um delicioso par de peitos apertados dentro do vestido tubinho preto. Não é uma das acompanhantes de luxo da casa, conheço todas. Sozinho? — pergunta em um tom malicioso. Unhas enormes, pintadas de vermelho, brincam com um colar perolado em seu pescoço e descem um pouco, passando entre a cava dos seios que estão quase saltando pelo decote do vestido. Uma tática quase infalível de sedução, percebo. Inspiro o ar, frustrado e desinteressado. É uma mulher atraente, porém, apenas mais um pouco do que estou acostumado. Nada tão excepcional que possa atrair a minha atenção hoje. Estou sozinho respondo e tomo mais um gole da bebida.Que pecado. Um homem tão interessante sozinho. Posso te fazer companhia, se quiser. Ela pisca e joga os cabelos para o lado, fazendo charme, enquanto analisa meu peitoral sem disfarçar o interesse. Franzo o cenho, vendo-a me encarar com um sorriso sensual. Nada disso me surpreende mais. As mulheres praticamente se jogam aos meus pés descaradamente, implorando para serem fodidas. Exceto uma, e a lembrança dela me deixa mais uma vez irritado e ainda menos interessado na safada que está na minha frente. Por que não se dá ao respeito?questiono, entediado, e até me surpreendo com minha própria pergunta. Mas confesso que estou cansado de toda essa facilidade.É uma mulher interessante, não precisa se jogar em cima do primeiro macho que aparece na sua frente.Pisco para ela, vendo-a arregalar os olhos, surpresa e irritada.Você é um imbecil rosna, ácida.Apenas disse a verdade. Não tenho culpa se a carapuça serviu! Seus olhos flamejam de ira e eu me permito sorrir um pouco. Porra! Estou rejeitando uma boceta fácil, de bandeja. Simplesmente porque cismei que quero comer a santinha.Olhe à sua volta, sou a mulher mais bonita aqui, mais atraente. Deveria estar agradecido porque te escolhi hoje diz convicta, demonstrando uma segurança inabalável. Tomo mais um gole da bebida e respondo, calmamente: É uma pena, mas eu dispenso.Coloco o copo sobre o balcão, viro-lhe as costas e sigo em direção à saída.
Capítulo 14
Alexander
Acordo com o corpo terrivelmente dolorido e uma insuportável dor de cabeça devido às doses de uísque que tomei, além da conta, durante a noite. Abro os meus olhos lentamente e me arrependo amargamente. A luz que vem lá de fora permeia as vidraças da sala, fazendo minha cabeça dar pontadas ainda mais doloridas. Estou deitado no sofá da sala. Quando cheguei em casa, tarde da noite, sentei-me aqui refletindo sobre tudo e sequer vi a hora em que apaguei. Agora, arrependo-me com todas as minhas forças. Meu corpo está quebrado pela posição desconfortável em que dormi. Depois de fazer um esforço sobre-humano para conseguir abrir os olhos completamente, sento-me no sofá, com a mão sobre a testa latejante, xingando baixinho. — Porra! Que inferno! — murmuro irritado. As roupas desconfortáveis com as quais dormi me incomodam, a calça jeans espreme o meu pau sem dó. Estou com uma terrível ereção matinal. Desço o zíper da minha calça, soltando um suspiro aliviado. Levanto-me e arranco a minha camisa, jogando-a no chão mesmo. Preciso tomar um banho urgentemente para ver se esse mal-estar melhora. Deixo meu celular em cima do sofá e caminho em direção ao meu quarto. Abro a porta que estava trancada à chave e entro. As cortinas da varanda estão fechadas, deixando o ambiente sombreado. Olho em direção à cama e a vejo dormindo profundamente, enrolada no meu edredom. Sinto meu pênis vibrar apenas em olhá-la, melando a minha cueca, tamanho é o tesão que me toma. Eu odeio tudo isso que essa garota faz nascer em mim. Sinto-me fraco. Esta pessoa sendo guiada pela atração incontrolável por uma mulher não combina em nada com a minha personalidade. Eu comando e não o contrário. Talvez eu deva parar com essa besteira de desvirtuar a garota e deixá-la em paz, apenas terminar o serviço e pronto. Sinto que estou andando em terreno minado e uma bomba pode explodir a qualquer momento. Essa inocência dela está deixando-me pirado de desejo. Sou um homem viril e possuo muita energia sexual, mas também tenho muito autocontrole. Estou vacilando. Isso não é normal! De punhos fechados, sigo para o banheiro, tiro as minhas roupas e entro debaixo do chuveiro. A água fria me faz sentir um pouco melhor e eu relaxo. Após tomar banho e escovar os dentes, seco-me e retorno ao quarto para me vestir com algo confortável. Opto por uma calça de moletom que me deixa totalmente à vontade. Sempre que estou em casa, dispenso a cueca. Gosto de deixar meu pau e minhas bolas livres. Já vestido, prendo os meus cabelos molhados e vou em direção à porta. Contudo, uma força maior me faz olhar em direção à cama, no exato momento em que ela abre os olhos, sonolenta. Dou dois passos para trás para poder observá-la melhor. Ela arregala os olhos ao me ver encarando sua bela face. O olhar esverdeado tilinta de tão brilhante, os cabelos escuros estão um pouco emaranhados, mas em nada diminui em nada a beleza surreal da garota. Na verdade, sinto vontade de passar meus dedos pelas madeixas castanho-escuras, apenas para sentir a textura. Amaldiçoo-me por isso. Inferno! — Alex? — Ela chama o meu nome, assustada, e se encolhe dentro do lençol. Mesmo assim ainda consigo ver que ela usa uma das minhas camisas. O pior é que eu gosto disso, adorei vê-la dentro das minhas roupas. — Pensei que não voltaria tão cedo — diz, incomodada. Estreito os olhos. Ela está nervosa. Não tiro sua razão, qualquer pessoa ficaria nervosa na minha presença. — Eu moro aqui, Angel — digo, sem ânimo para discutir. — Eu sei. Mas é que… Você saiu ontem cedo e disse que não retornaria logo, pensei que demoraria mais. — Hum. E por que pensou isso? — questiono. Ela aperta o lençol ainda mais no corpo, cobrindo até os ombros. — Não sei. Poderia estar com sua namorada, não é? Imagino que você tenha… uma. Então ela acha que eu dormi com uma mulher? Coitada! Sorrio por dentro tamanha a ingenuidade da menina. — Angel, eu não durmo com mulher, se é o que está pensando. Eu apenas fodo gostoso e pronto. Permaneço apenas o tempo suficiente para aplacar meu tesão e ficar saciado — respondo. Vejo sua face ficar corada com a minha resposta, o que me deixa ainda mais interessado nesta conversa. Aproximo-me e me sento na cama, encarando-a. — Não foi isso que perguntei! — responde envergonhada, desviando o olhar. Continuo encarando-a, até que ela me olha de volta. Angelina puxa o ar para os pulmões profundamente e expira lentamente, trêmula. — Toma café comigo? — pergunto e me amaldiçoo mais uma vez por perguntar isso. Eu não deveria agir assim perto dela, como um gentil anfitrião. Ela também se assusta com a minha pergunta. Está confusa com minha mudança repentina em relação a ela. Na verdade, nem eu mesmo estou me reconhecendo. — Tudo bem — concorda. — Vá na frente que eu o seguirei assim que estiver pronta. — Certo! — digo e levanto-me. Assim que chego na porta, ouço sua voz baixa chamando-me. — Alex? Olho em sua direção. — Sim? — Se importa se eu pegar mais uma das suas calças para me vestir? É que… você sabe. Não tenho roupas — diz, baixando o olhar, envergonhada. Puta que pariu. Será que ela está sem nada por baixo da blusa que está vestindo? Só de imaginá-la nua, enrolada no meu edredom, sinto meu pau enlouquecer. Está duro como uma rocha dentro da calça. Merda! Merda! Merda! A vontade de fazê-la minha só aumenta, com toda a força. Meu corpo inteiro implora para sentir o dela. Nervoso, nego-me a me sujeitar a isso. Onde já se viu? Alexander Roussel de pau virado, sem controle, por uma mulher que ainda nem comeu. — Pode pegar — autorizo, seco, tentando disfarçar todo o impacto que ela causa em mim, e sigo para a cozinha. *** Angelina Alex sai do quarto em direção à cozinha e eu volto a respirar aliviada. Na noite passada, após tomar banho, acabei vestindo a mesma camisa que estava, mas optei por não dormir com a mesma calça usada. Iria providenciar outra roupa de baixo assim que o dia amanhecesse, mas acabei dormindo demais e não imaginei que ele retornaria tão cedo. Tiro o lençol de cima do meu corpo e corro em direção ao armário de roupas. Pego uma de suas calças; aproveito e pego outra blusa também. Sigo para o banheiro e me troco, em seguida, escovo os dentes utilizando uma escova nova, que eu havia encontrado nos armários, arrumo meus cabelos desgrenhados e retorno ao quarto. Alex está agindo diferente desde ontem. Está menos agressivo, menos bruto. Posso até dizer que se assemelha a algo como gentil. Confesso que estou surpresa com o seu comportamento; parece que, bem lá no fundo, ele ainda tem humanidade. Respiro um pouco nervosa por ter que ficar na sua presença. De maneira estranha, meu corpo aquece quando estou perto dele. Não consigo explicar, mas todas as vezes que ele se aproxima, sinto a necessidade de ser tocada, de sentir suas mãos em mim. Meu corpo não o reconhece como uma ameaça, mesmo que o meu cérebro o diga. Entro em chamas quando nos aproximamos, mesmo sabendo que é errado. Não consigo controlar meus desejos mais íntimos, mas preciso disfarçar para que ele não perceba todo esse mix de sensações que desperta em mim, seria humilhante demais. Um pouco menos nervosa, abro a porta do quarto, ouvindo o ronco do meu estômago. Eu realmente não posso me dar ao luxo de recusar comida agora. Então, buscando coragem no fundo da minha alma, sigo em direção a cozinha. Ao chegar na sala, inalo o aroma inebriante de bacon sendo fritado. Meu Deus! O simples cheiro de comida consistente traz uma sensação tão prazerosa que minha boca saliva. Há dias que não como nada decente, a não ser cereal e leite. Fecho os meus olhos, deliciando-me com o cheiro, e caminho rápido, até chegar à cozinha. Assim que chego na porta, presencio uma cena no mínimo surpreendente, que faz com que eu pare e encoste na parede, observando admirada. Alex está na beira do fogão, mexendo algo dentro de uma frigideira, que suponho ser o bacon. Só agora noto que seus cabelos estão enrolados no alto da cabeça. Isso é tão exótico, e ao mesmo tempo… bonito. Os músculos de suas costas se tensionam à medida que ele movimenta os braços, mexendo o conteúdo da frigideira. Céus! Ele é… lindo! Continuo observando-o, embasbacada, admirando cada pedaço do corpo viril. Ele exala masculinidade em cada poro. Sem conseguir desviar meu olhar dos seus movimentos, sou pega em flagrante quando ele vira-se em minha direção. Meu coração dispara quando os olhos verdes intensos me encaram com severidade. — Vem, Angelina. Sente-se na mesa — diz ele, praticamente ordenando. Reviro os meus olhos. Por que será que não estou surpresa com esse tom dele? Bruto! Caminho em direção à mesa a passos firmes e, mais uma vez, surpreendo-me quando vejo dois copos grandes com café e uma jarra de suco sobre a mesa. Sento-me à mesa completamente admirada de todo esse cuidado da parte dele. Vejo que já tem outra frigideira com ovos mexidos. O cheiro e a aparência estão muito apetitosa, tanto que fico com água na boca. Coloco um pouco da comida no meu prato e, quando estou prestes a levar um pedaço à boca, Alex se aproxima com a frigideira de bacon, colocando uma porção generosa no meu prato. Em seguida, ele senta-se do outro lado da mesa, de frente para mim, e se serve também. Se eu já estava chocada com o comportamento dele, agora estou pasma. Confusa, observo-o atacar a montanha de bacon e ovos mexidos, como se não comesse há dias. Deus! Ele tem um apetite de leão. — Não vai comer? Pensei que estivesse faminta — diz ele, apontando para o meu prato ainda intocado. Aceno com a cabeça e engulo em seco. Meus olhos analisam detalhadamente quando ele leva um copo com suco gelado até a boca e toma tudo, em um único gole. A visão que tenho dele é tão intrigante que minha garganta começa a ficar seca, desejando o suco também. Ele parece aqueles homens das cavernas. Rústico! Bruto! Sinto minhas bochechas corarem com essa constatação e me repreendo internamente pela milésima vez. — Obrigada pelo café — murmuro agradecida. — Me agradeça comendo, Angel. Trêmula, levo um pedaço do bacon à boca, deliciando-me com a textura. Enfim, comida de verdade. — Está muito bom — digo. Ele me encara, curvando os lábios em um sorriso. Mas não é debochado como das outras vezes. É apenas um sorriso. Cúmplice e sem maldades. — Eu sei me virar — responde e pisca um olho. Meu coração acelera. Céus! Por que estou tão nervosa? Levanto-me, pego um copo e ergo a jarra de suco. Preciso tomar algo gelado para amenizar a secura na minha garganta. Contudo, minhas mãos trêmulas fazem com que eu deixe a jarra escorregar pelos meus dedos, caindo sobre a mesma. Tudo acontece de maneira rápida e o líquido amarelo jorra todo em cima dele, encharcando seu abdômen. — Alex, perdão — desculpo-me pela minha desatenção, apreensiva com a reação que ele possa ter, e corro até a pia para pegar um pano. — Olha o que você fez, garota! — Ele levanta-se e esbraveja, irritado. — Desculpe, foi sem querer — justifico enquanto me aproximo dele. — Seja mais atenta, Angelina. Não é nada agradável receber suco gelado em cima do pau a esta hora da manhã. Sem conseguir me controlar, perco a minha paciência e toda a calma que estava guardada em mim. — Não precisa gritar, seu ogro! Eu já disse que foi sem querer! Ele cerra o maxilar, nervoso, e se aproxima, tão perto que sinto sua respiração em meu rosto. — Olha como fala comigo, menina. Contudo, minha raiva é tanta que nem mesmo ligo para o seu tom de ameaça. — Me poupe, Alex. Agora fique quieto e me deixe limpar isso. Sem esperar uma resposta da sua parte, começo a limpar sua barriga, utilizando o pano seco que peguei pendurado na pia. Ele não diz mais nada, e eu agradeço mentalmente por isso. Porém, meu corpo paralisa quando vejo o tecido da sua calça erguendo-se e um volume gigantesco formando-se entre as suas pernas. Assustada, afasto-me bruscamente e, no movimento rápido, acabo batendo a minha mão em cima da frigideira quente. — Ai! — choramingo quando a dor latejante da queimadura me toma. Céus! Quando foi que eu me tornei tão desastrada assim? — Deixe-me ver isso. Ele segura minha mão calmamente, olhando o local avermelhado. Seu toque é como uma carícia suave. A textura de suas mãos grandes faz o meu corpo se arrepiar por inteiro. Alex parece sentir o mesmo, pois no mesmo instante seus olhos verdes me fitam, intensamente, enquanto sua mão alcança a palma da minha e desliza pelos meus dedos. — Não foi nada. Logo esse ardor vai passar — diz, ainda segurando a minha mão. Puxo o ar para os meus pulmões, sentindo seu olhar queimar cada pequena parte do meu rosto, parando em minha boca. O toque de suas mãos se estende pelo meu braço, até chegar ao meu ombro. Sem forças para me mover, sinto sua mão tocar-me um dos meus seios, apertando-o, criando em mim um desejo irresistível de arquear o corpo. Um tremor me invade quando ele segura nos cabelos da minha nuca e me puxa para si, dando uma mordida dolorosa em meu pescoço. — Ain… — gemo baixinho com a sensação prazerosa e fecho os olhos. — Alex… — Espalmo minha mão em seu ombro e murmuro seu nome, tentando afastá-lo. — Shh… Não lute mais contra isso, Angel. Ele chupa a curva do meu pescoço, fazendo uma forte sucção, e em seguida lambe. Estremeço. — Para… É errado… — digo sem muita convicção, entorpecida. — Errado é você não se entregar ao que seu corpo deseja! — diz enquanto suas mãos me apertam ainda mais contra si, bruscamente. Quando sua boca alcança o lóbulo da minha orelha e mordisca-o, meu corpo já se assemelha a uma massa trêmula, completamente entregue às vontades dele. Seus lábios alcançam os meus e correspondo um pouco tímida, inexperiente. Seu beijo é urgente e grosseiro, como se ele quisesse me devorar. A força que nos atrai é impiedosa, lasciva. Arde como brasa, e eu já me vejo queimando no fogo do inferno! Sua língua penetra na minha boca, com movimentos libidinosos, fazendo meu sexo latejar, correspondendo descaradamente às carícias dele. Sinto-me como uma libertina pecadora. Sem desgrudar nossas bocas, ele me imprensa contra a mesa e depois afasta o corpo. Agora suas mãos passeiam por baixo da camisa folgada, apertando os meus quadris e cintura. Indo de encontro aos meus seios. Sinto um líquido quente umedecendo minha vagina, deixando-me inebriada, impedindo que eu tenha forças para lutar contra todo esse mix de sentimentos e prazer. Alex segura em minha cintura firmemente, enquanto tortura minha boca com mordidas e chupadas indecentes. Em um movimento rápido, ergue o meu corpo, fazendo com que minhas pernas se encaixem em volta do seu quadril, e eu sou obrigada a segurar em seu pescoço para não cair. Ele me carrega em direção à sala, como se meu corpo não pesasse absolutamente nada. A única coisa que consigo fazer no momento, é pedir perdão internamente aos meus princípios religiosos. Sou jogada contra o sofá macio; logo depois seu corpo grande e forte está cobrindo o meu, com movimentos libidinosos, a língua torturando o meu pescoço. Ele abre as minhas pernas e se posiciona no meio delas, em uma posição imoral que me deixa completamente à mercê das suas mãos. — Eu vou te foder, Angel. E você vai gritar como louca gozando no meu pau — sussurra. Céus! Como eu o odeio e ao mesmo tempo o quero desesperadamente. Ainda tento lutar contra a veracidade animalesca desse homem, mas é em vão. — Meu Deus… — ofego pelo desejo quando ele se afasta um pouco e logo em seguida arremete o quadril em direção a minha vagina. Mesmo nossos corpos separados pelo tecido das roupas, sinto a pressão do seu membro rígido no meu sexo, torturando o meu clitóris. — Ahhh… — grito quando ele faz de novo e de novo. — Isso, grita, menina! É apenas uma pequena amostra do que vou te dar. Ele se afasta, fazendo com que eu fite os seus olhos fumegantes de excitação. Seus lábios se curvam em um sorriso lascivo, primitivo. Suas mãos seguram a barra da blusa que visto e, em um único movimento, a rasga no meio, deixando os meus seios expostos para ele. Arregalo os meus olhos, surpresa, mas meus protestos são abafados quando sua boca toma um dos meus seios, sugando-os com fome, voracidade. — Ahhh… Alex — grito seu nome, entorpecida de prazer. — Ahh… Caralho — ele geme baixo, mordendo e lambendo o bico do meu seio. Arqueio o corpo, em uma necessidade exorbitante de sentir mais. Eu quero mais! Arranho a carne do seu ombro e puxo os seus cabelos, sem conseguir me controlar. Porém, meu sangue congela e a umidade no meu sexo aumenta a níveis extremos quando sua mão serpenteia de encontro à minha virilha, fazendo meu corpo queimar, louco e desesperado por mais proximidade com sua virilidade. — Por favor, não me machuque… — peço, completamente ciente de tudo que está prestes a acontecer. Um gemido intenso escapa da sua boca quando ele alcança o que tanto deseja. Seus dedos tocam o meu sexo, por dentro da calça larga, deixando-me trêmula. — Completamente lambuzada. Porra! Vou gozar tanto nessa bocetinha apertada. Suas palavras imorais me fazem queimar de vergonha e excitação ao mesmo tempo. Debato-me, tentando fugir do seu toque íntimo, em uma luta acirrada entre a minha razão e o desejo do meu corpo traidor. Porém, ele puxa o elástico da calça que uso para baixo, levanta-se e desliza o tecido pelas minhas pernas, deixando o meu sexo completamente escancarando para os seus olhos. — Para com isso — peço envergonhada, tentando tapar minha vagina com as mãos. — Ahhh, Alex — grito novamente, rouca, quando sua mão me toca lá embaixo, dessa vez friccionando meu nervo. — Você está pegando fogo. Ahh, que delícia — diz, esfregando os dedos na minha vagina, indo do meu clitóris até a entrada. Fecho os meus olhos, arqueando o meu quadril de encontro à sua mão, em uma necessidade dolorosa de ser preenchida por ele. Não posso lutar mais. Não consigo. Tudo que preciso agora, tudo que desejo é me entregar a ele, ser dele uma única vez. Ele volta a montar em cima de mim, beijando e lambendo o meu corpo. Meu Deus, é agora! Com uma das mãos, ele baixa sua calça e escancara ainda mais as minhas pernas. O pênis enorme toca na minha barriga e eu sinto a umidade dele melando-me. Ele afasta o corpo e eu fecho os olhos. Estou nervosa, com medo e com uma vontade absurda de ser preenchida. Seguro em seu braço fortemente, grudando as minhas unhas em sua carne firme, enquanto contorço o corpo à procura de uma libertação. — Alex… Meu Deus, o que é isso? — digo exasperada, quando ele volta a pressionar meu clitóris com a mão, enquanto penetra a ponta de um dos dedos em minha entrada completamente lambuzada. Chega a ser humilhante a forma que me rendo diante das investidas dele. Solto um arquejo alto quando o meu corpo começa a tremer, minha respiração fica ainda mais acelerada, um calafrio intenso se forma em meu ventre. — Ahh! — grito mais uma vez, arranhando-o. — Goza pra mim, Angel. Seus movimentos em meu sexo se intensificam, deixando-me a ponto de uma explosão. Arqueio o corpo ferozmente, descontrolada quando uma sensação de ondas incessantes invade a minha vagina. Meu corpo convulsiona, meus olhos lacrimejam e a sensação que tenho é de que vou explodir em milhões de partículas. — Deliciosa — ele sussurra, diminuindo a fricção em meu sexo. Quando volto a encará-lo, seus olhos estão faiscando, tomados por um desejo insano de posse. Os latejos em meu sexo diminuem, e meu corpo começa a relaxar. Ele retira a mão da minha vagina e chupa os dedos sujos com o meu líquido, soltando um gemido de satisfação. Em seguida, sinto sua mão abrir a minha vagina, deslizando os dedos entre os grandes lábios, e logo depois o pênis grosso e quente toma o lugar do seu dedo. Ele esfrega o membro, em mim, para cima e para baixo, esmagando o meu clitóris de um lado para o outro, arrancando-me gritos de prazer. Porém, quando ele para em minha entrada e começa a pressionar a penetração, ouço o toque estridente do alarme.

Continua amanhã

 

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