Conto Erótico - A Esposa Virgem - Capítulos 33, 34, 35 e 36 (Final)


A esposa virgem

Capítulo 33
Mateus

Desperto cedo no dia seguinte, abraçado forte ao corpo de Isabella, que está serena em seu sono. Ontem tentei acordá-la para que ela pudesse descer e jantar, mas ela se recusou e passou o resto da noite na cama. Bom, eu não a forcei mais, sabia que ela tinha sofrido uma pressão emocional muito grande e que, com certeza, não sentia fome naquele momento. Contudo, desci o mais rápido que pude e trouxe umas frutas para ela comer. Ela somente beliscou uma maçã e comeu algumas uvas, o que considerei pouco, porém relevei. Mas já faz muito tempo que ela não se alimenta direito, isso pode, de alguma forma, deixá-la fraca e possivelmente doente, tudo o que eu não quero.
Gentilmente, começo a acariciar seus cabelos, ela se remexe, mas não acorda. Então desço meus dedos pela sua espinha dorsal, seu corpo reage imediatamente ao meu toque. Sorrio, ao saber que, mesmo dormindo, ela reconhece meu contato. Sua pele se esquenta e se arrepia, causando em mim a mesma febre de excitação. O meu coração pula de forma intensa, parece que algo vai explodir dentro de mim. Do que eu não duvido.
Então, imediatamente, sei o que fazer. Tomado pelas emoções, giro o corpo de Isabella em meus braços. Isso a faz acordar, com uma expressão confusa. Olho bem fundo em seus olhos, quero que ela veja as minhas necessidades e, principalmente, meus sentimentos. Eu sei que disse que falaria do meu amor por ela, mas, neste momento, as palavras me faltam. Acredito que por ser um inexperiente demais no sentir dessas sensações. Então assim demostrarei com gestos e atitudes verdadeiros demais para não serem compreendidos.
Sem esperar alguma reação, baixo meus lábios na direção dos dela, em um beijo cálido e delicado. Minha boca toma a sua, sem pressa ou força, apenas sentindo seu sabor. Nossas línguas se procuram, como não pudessem deixar de se tocar, bailando juntas uma dança envolvente e doce.
As batidas em meu peito se tornam quase alucinantes por causa desse breve contato. Mal consigo respirar, o peito toma de tudo, menos ar. Assim, me afasto para que nós dois possamos respirar um pouco.
— Faça amor comigo — peço, entre as baforadas.
— Hum...sim. — Seu tom não é diferente.
— Você não entendeu. — Passo um dedo em seu peito, que pulsa acelerado. — Eu quero fazer amor. Quero suas mãos se espalhando pelo meu corpo, com delicadeza e força ao mesmo tempo. E as minhas mãos em você, sentindo cada pedaço seu, que eu já conheço de olhos fechados. Hoje eu quero entrar em você tão lentamente, em um vai e vem que acalma ao invés de agitar. Quero nossos dedos entrelaçados, gemidos baixinhos ao pé do meu ouvido. E depois de chegarmos ao ápice, repetir de novo e de novo, por quantas vezes desejarmos, até ficarmos cansados, colados aqui e não se importando com ninguém fora do nosso porto seguro.
— Realmente quer fazer amor? — pergunta, tentando desviar os olhos de mim. Rapidamente, seguro seu queixo, impedindo-a. — Por favor... faça amor comigo — emito, ofegante.
— Pois então faça...
Não espero ela terminar de dizer mais uma palavra, colocando um dedo em sua boca úmida do meu beijo. Lentamente, desço até seu pescoço. Quero sentir e provar cada centímetro de sua pele. Marcá-la com carinho e amor, assim como ela já tinha feito comigo. Quero que ela me ame, assim como a amo. Começo a tirar suas roupas íntimas devagar. Primeiro, retiro seu sutiã, alça por alça, até que atiro a peça no chão, seus seios pequenos e belos ficando à mostra. À minha mercê. Passeio o dedo por cada monte, encantado, em como eles se acedessem para mim. A tentação de tê-los em minha boca é imensa, mas não me demoro ali, desço meu dedo em círculos por sua barriga plana. Quando chego na barra da calcinha, interrompo meu toque. Mudo de decisão e, como uma alcoólatra quer cachaça, desejo as mãos de Isabella em mim, conhecendo-me e causando-me sensações cálidas.
— Tire as minhas roupas. Vejo quando ela para de respirar momentaneamente, como se não fosse capaz de compreender tal fato, mas logo acena positivamente.
Ela se levanta, sentando-se na cama, enquanto eu me deito. Suas mãos trêmulas desabotoam minhas calças e abaixam minha cueca boxer, deixando-me nu. Minha poderosa ereção salta em um espetáculo tão viril que minha esposa engole em seco. Então parece hipnotizada, sem querer desviar o olhar. Suas mãos começam a acariciar-me, conforme minha vontade, na minha barriga e timidamente em meu membro quente. O seu toque me causa colossos que sacodem todo o meu ser.
— Olhe para mim — falo, chamando sua atenção para meu rosto. — Isabella, eu a desejo — digo com a voz alterada. Ela me olha com a face coberta das mesmas sensações.
— Eu também. — Sua voz é firme.
— Você é a única e sempre será — emito, agora segurando sua mão e puxando-a para mim.
Ela cai em meu corpo. O fascínio que há entre nós é muito mais do que mera intimidade física. É algo inexplicável, é como se pudéssemos pegar o céu sem sair do chão. Respiro fundo ao ter em meus braços uma mulher forte, mais que bonita e tão arrebatadoramente apaixonante. Essa mulher é minha. Minha esposa, amante. Meu amor. Nesse momento, seremos iguais, de corpo e alma.
Inclino-me e a beijo com uma vontade intensa e possessiva, estou consciente de que só ela me faz sentir esse fogo que desafia a minha razão. Ela traz à tona todas as minhas essências escondidas. É como se tivesse o poder de entrar em todas as minhas camadas, dominar e tomar todas ela para si. Ao afastar a cabeça, posso ver em seu olhar o brilho de um querer e um desejo que se igualam aos meus.
Alterno nossas posições, ela cai de costas, gritando de susto. Não tiro os olhos dos seus, sempre a olhei, mas agora é a primeira vez que miro seus olhos tão profundamente. Colocando meu corpo em cima do dela, e com os lábios colados aos seus, sussurro:
— Fique comigo ... — digo, quase suplicando.
— Eu estou com você.
— Fique comigo para sempre.
Ela assente, então, com um movimento delicado, deslizo meu corpo no dela. Sento-me em seus pés, tomando cuidado para não colocar peso demais sobre ela. Isabella respira fundo e se agita na cama, parecendo prever o mar de sensações que vou lhe causar. Ela grita assustada quando, só com uma mão, rasgo fácil sua calcinha. Olho para sua boceta brilhando de excitação. Primeiro, passo o dedo, experimentando o toque suave e pegajoso. Ela suspira, e o fogo em mim aumenta.
Devagar, com uma suavidade nunca experimentada por mim, baixo minha cabeça ali, entre suas pernas. Sopro de leve e, com os dedos, abro seus lábios maiores. Sua boceta parece me chamar, e eu vou. Sou recebido com fogo, minha língua queima ao tocar a carne vermelha. A sensação mais enlouquecedora provoca em mim um prazer absoluto e me enche de um desejo puro e descontrolado que quase me leva a tomá-la com força, mordendo e querendo arrancar para mim tudo ali. Mas eu tinha prometido fazer amor, tinha garantido que seria carinhoso, por isso, me afasto um pouco, voltando apenas a acariciar com o dedo ou esfregar a palma da mão, para cima e para baixo, em sua pele agora mais molhada devido à minha boca.
— Mateus... por favor. Me ame ... — ela implora.
Então atendo seu desejo, faço minha língua voltar a sua carne macia e úmida, continuando meu ataque perverso em sua boceta. A corrente de prazer que me atravessa me faz gemer em voz alta, louco e possuído. Começo a sugar, ela treme na cama, as ondas dela alçam meu corpo. Meu coração dispara e experimenta uma sensação intensa, terrivelmente violenta, meu sangue corre queimando em minhas veias. Então sinto algo quente, exatamente como lavas de um vulcão, descer por meus lábios e boca.
— Ahhh! — mia. — Eu vou morrer.
— Olhe para mim, Isabella — peço com a voz rouca e a boca úmida. — Agora faremos amor. Quero ver seus olhos quando a tiver. Quero vê-la estremecida e excitada... — Ela obedece, seus olhos frágeis de sensualidade, seu rosto aceso de desejo. — Quero sentir cada agitação, cada suspiro. Dê todos eles a mim, seu marido. — Inclino-me e volto a posar minha boca na sua, passando minha barba melada em seu rosto. Sinto-me como um adolescente apaixonado a ponto de perder a inocência.
— Eu não posso aguentar.
— Você pode. — Passo um dedo em suas dobras quentes. — Veja só como sua boceta já está pronta para mim. Quero perder-me no seu calor acolhedor. Meu pau não vai mais sair de você.
— Então me tome — ela volta a suplicar, quando eu circulo um dedo em seu interior, suas paredes pulsando em meu indicador.
— Com todo e maior prazer do mundo.
Estremecido de desejo, monto-a com minhas fortes coxas. Calmo, suave e palpitante, introduzo-me em seu quente e sedoso interior, e gemo pela ardente umidade que encontro ao fazer isso. Sinto a pulsação de sua boceta apertando meu pau. As ondas de prazer ainda circulam seu corpo. Isso faz com que eu me afunde bem mais, indo quase duro, sem conseguir me conter. A paixão, o desejo incontrolável explode em mim. Pronuncio seu nome com uma voz rouca e trêmula e, com uma paixão negada já tinha muito tempo, giro meu quadril nela, tratando de absorver seu corpo com o meu para que nada possa nos separar.
— Eu quero mais forte — ela diz, coberta pelo desejo.
Invisto mais vigoroso. Isabella recebe-me em seu interior com um suave grito de prazer, rendição e entrega. Seus dedos se agarram aos meus cabelos, enquanto ela enrosca as pernas com mais força ao meu redor. Estremeço, enquanto o desejo e o amor ardem em meu peito. Incapaz de aguentar mais, solto um gemido que nasce do mais profundo ser, tratando com desespero de saciar-me da mulher bela e fogosa que se retorce embaixo de mim.
— Você é maravilhosa. E perfeitamente minha, só minha! — digo, fitando o seu olhar, para que ela veja a minha sinceridade profunda, enquanto a estoco.
— Deus!
Ela se pendura em mim, enquanto invisto mais e mais fundo, sequer noto ou reclamo que suas unhas estão cravadas nas minhas costas nuas, enquanto nós dois sumimos em uma paixão enlouquecida. Seus olhos brilham com uma intensidade profunda, então pego suas mãos, entrelaço meus dedos nos seus, unindo-nos para o paraíso em que vamos entrar juntos.
E então ele vem, como bolhas de fogo de todos os lados. É o gozo mais intenso, algo que jamais senti, todo ardor e desejo, toda a loucura e paixão. Meu corpo se contrai quando um prazer enlouquecedor me invade e transborda por meus poros, minhas convulsões selvagens e interminavelmente vorazes. Um grito de êxtase primitivo surge de minha garganta, enquanto planto minha semente no interior dela em uma união mais intensa que a vida. Isabella me segue gritando e chegando ao clímax.
Quando volto a mim, me deito e a puxo para meus braços. Continuando com as mãos entrelaçadas, beijo sua têmpora e a balanço para que possamos, juntos, embalar em um sono de descanso.
💍
O final de semana tinha corrido, enquanto fiquei em minha redoma de proteção com minha esposa. Não saímos para lugar algum e nem recebemos visitas, o que era normal, considerando que tínhamos desligado nossos celulares e todos os telefone do apartamento. Essa ideia partiu de mim, a fim de não sermos incomodados e não ter que receber, em nossa casa, o velho Ávila, pois, como um mais um são dois, eu sabia que ele não deixaria o ocorrido na construtora passar em branco. Mesmo que eu talvez suspeitasse de que ele acreditaria em minha esposa, preferi ter todas as provas antes de ir conversar com ele e explicar tudo. Quando se conhece o pai que tem, o melhor que se pode fazer é ir atrás da resolução dos problemas antes que ele tenha que interferir.
E é justamente isso que estou fazendo agora. Desço do carro e espero que Isabella também saia. Pego sua mão e juntos caminhamos em direção ao elevador. Ontem, ao final da noite, recebi um e-mail de Alfredo, confirmando o que já suspeitava: ele descobriu quem era o impostor e fraudador de documentos. Isso quase não me deixou dormir, eu fiquei agitado por que, por mais que tenha quebrado minhas regras e ligado o celular para falar com o velho sábio, ele não me contou o nome, dizendo que o melhor a fazer seria chegar na assembleia organizada de forma imoral e sem meu consentimento para que eu surpreendesse todos, até mesmo o culpado.
— Tem certeza de que tenho que participar disso? — Isabella pergunta quando já estamos no elevador. — Não posso apenas ir para minha sala e esperar?
— Não, docinho. — Sacudo a cabeça para afirmar ainda mais minha opinião. — Acredito que seja de extrema importância sua presença lá, afinal você foi brutalmente acusada sem provas, agora é seu momento de mostrar a pessoa boa que você é, de se sobressair como os grandes vencedores fazem.
— Eu só não quero receber mais olhares ameaçadores. Além do mais, não quero que, por estar comigo, também seja atacado ou ofendido.
— Eu estou do seu lado, lembra? Não deixarei nada te atingir.
Ela apenas assente com a cabeça. Eu sei e vejo o receio nela. Isabella não quer ser novamente hostilizada e nem que eu seja atingido pelos diretores. Isso me faz olhá-la com mais carinho, pela forma como se importa comigo. Eu me aproximo dela, pronto para beijá-la e falar que o amor que sinto por ela é capaz de me fazer perder a compostura, caso alguém ouse tratá-la mal. Seria a primeira vez que revelaria meus sentimentos por ela, pois, durante todo o final de semana, ainda não me senti capaz. Porém as portas da cabine de aço se abrem, revelando o andar da sala de reuniões, já repleto de homens trajando seus melhores ternos. Engulo minha declaração, decidindo que a deixarei para depois, em um momento especial e não crucial.
Os olhares que eu e minha esposa recebemos, já demonstram que não éramos esperados hoje, mas eles se enganaram ao achar que eu deixaria tamanho absurdo acontecer sem a minha presença. Então, para afirmar todo o meu poder na construtora, passo os braços pela cintura de Isabella e começo a caminhar em direção à sala de reuniões.
Antes de cruzar a porta, avisto Alfredo, que sacode a cabeça para mim, como se dissesse que tudo ficará bem, mas, para minha surpresa, também vejo Victor. Meu amigo não está com a cara agradável, parece que veio revelar uma notícia não muito boa.
— O que está fazendo aqui? — pergunto.
— Trouxe novidades sobre o caso de assédio. — Sua expressão fica dura. — Creio que não irá gostar muito e conhecendo-o bem, acho que colocará abaixo esse prédio.
— Assédio? — Isabella interroga, sua voz denotando um assombro.
Mas trato logo de desviar sua desconfiança.
— Injusto. Fui acusado injustamente — digo, com sinceridade. — Mas acho que podemos resolver isso depois, agora quero que você, Victor, nos acompanhe nessa assembleia extraordinária. Creio que precisarei de seus serviços para incriminar alguém.
Assim, todos nós entramos na sala. Eu tomo o lugar que é meu por direito e trago Isabella para minha direita. Faço questão que Alfredo se sente ao lado da minha esposa e Victor, ao meu lado esquerdo. Olho duro para cada um dos diretores, principalmente, para a cara mal lavada de Eduardo. De alguma forma, ele parece vitorioso.
— Peço atenção de todos — soo, firme. — Já que alguns de vocês organizaram esta assembleia sem meu consentimento para decidir algo que não está sobre o poderio de nenhum de vocês aqui presentes — rango os dentes —, quero dar as boas notícias e dizer que já temos o verdadeiro culpado. E o mais importante, com provas indiscutíveis e irrefutáveis.
— Como assim? — É Eduardo quem pergunta, um pouco alarmado. — Primo, não há mais como negar, é sua esposa quem está cometendo tais fraudes.
— Eu nunca seria capaz disso... — Isabella defende-se.
— Eu diria o contrário. — Ele sorri, mostrando todos os dentes, o que me dá vontade de saltar sobre a mesa para quebrá-los — Uma mulher capaz de aceitar um contrato...
— Não ouse — rosno. — Não se atreva a citar isso, está me ouvindo? Seja lá o que estiver passando na sua mente doente, não é o que acontece de verdade.
Eduardo ri, uma risada seca e irritada.
— Apaixonado?
Respiro fundo, ainda buscando calma. Então miro todos, alguns apreensivos, outros curiosos, mas ele não merece essa lavagem de roupa suja diante de todos, isso com certeza acontecerá depois, por isso, ignoro a pergunta de Eduardo, virando-me para Alfredo.
— Mostre-nos o que descobriu com suas investigações, Alfredo. Diga-nos quem é o verdadeiro culpado.
O velho se levanta, começando a entregar uma pasta para cada um de nós — menos meu advogado, que não era esperado.
— Bom, o que aconteceu na construtora foi um nítido caso de caixa dois, uma prática financeira ilegal, que consiste em não registrar determinadas entradas ou saídas de um fluxo de caixa, criando um caixa paralelo. O dinheiro desviado é normalmente destinado ao financiamento de atividades ilegais ou para evitar a incidência de impostos sobre os valores. Mas no caso da construtora, os valores foram usados para fins próprios, como desvio de dinheiro. O caixa dois da Classe A foi feito com um superfaturamento em compras e serviços prestados para justificar o desvio de uma determinada quantia.
— Isso é um crime — Victor se faz presente, na verdade, seu lado advogado se faz. — Crime que pode ser enquadrado em mais de um tipo penal. Esta conduta pode ser enquadrada como crime de falsidade ideológica, devido às declarações falsas de documentos que não correspondem à realidade financeira da empresa.
— Então já busque uma forma de responsabilizar o criminoso — rogo, forte e sem piedade.
— Eu só preciso das provas.
— Eu as tenho aqui. — Alfredo entrega uma pasta para ele. — Nesses três dias, junto com um amigo contador e o jurídico da construtora, realizei uma auditoria contábil nas finanças daqui. O processo de análise da situação financeira de uma empresa tem com o objetivo verificar se os cálculos feitos pela contabilidade estão mesmo corretos. Além disso, esse critério permite identificar eventuais fraudes ou desencontros de informação. Foram analisados todos os documentos contábeis da empresa, compreendidos em um determinado período, e checadas as informações com os comprovantes originais e com as fontes externas. No final do relatório conclusivo, encontramos fatos que comprovam falhas ou, ainda, que há regularidades em todas as transações feitos por um único computador.
— Em qual computador? — Faço a pergunta de um milhão de reais.
Mas Alfredo sequer tem tempo de falar, pois o culpado se apresenta, o insensato e ignorante se levanta, seu rosto pálido e transfigurado. Sua voz é tremida ao pedir:
— Sinto atrapalhar esse momento crucial — caminha um pouco —, mas acabei de recordar que tenho uma reunião marcada para daqui a alguns minutos com um fornecedor de pisos.
— Onde pensa que vai? — eu berro, levantando-me da cadeira, que cai no chão, fazendo um barulho estridente — Você não vai sair daqui antes que Alfredo revele o culpado.
— E quem vai me segurar?
— Eu — Coloco-me de pé, batendo os punhos na mesa com força. — Não ouse sequer dá um passo a mais. Caso contrário, não me responsabilizarei pelos meus atos. — Pego o telefone no centro da mesa. — Sara, mande dois seguranças aqui, na sala de reuniões — peço, pois esse ladrão será carregado e expulso daqui como o verdadeiro saco imprestável que é.
— Alfredo. — Passo a palavra novamente para o senhor.
— Segundo as análises e choque de informações, o computador em que os documentos e as movimentações bancárias foram adulterados pertence a Eduardo.
— Isso só pode ser uma armação! — ele grita. — Esse velho nojento deve ter se aliado à sua esposa para roubar a empresa. Mas, como você está apaixonado, sequer vê o tipo de mulher que tem ou a quem ela se liga.
Enxergo tudo em vermelho e preto. Cerro os punhos, enquanto começo a respirar fundo.
— O que você disse? — vocifero para ele. — Ainda tem coragem de negar que é o culpado?
— Você está cego — ele dita, desconhecendo o perigo que está prestes a cercá-lo.
Avanço ficando diante dele. Eduardo é menor e menos robusto, e sua figura parece patética ao se encolher embaixo de mim. Ele sempre foi um covarde, mas, em meus pensamentos, jamais pude imaginar que ele seria capaz de cometer algo tão baixo. De dinheiro ele não precisa, mas com certeza sua ambição para cometer maldades é o que o impulsiona. Seu desejo em ter o que tenho, em usurpar meu lugar, de certo foi o combustível. Mas agora ele assinou sua sentença de burro, pois ele me proporcionou a oportunidade de retirar sua verdadeira máscara para minha família, que o considerava o exemplo a ser seguido, e de mantê-lo longe para sempre da construtora. Quem sabe, até conseguir enfiá-lo na prisão. Enfio as duas mãos em seu colarinho, apertando forte seu pescoço, quero descontar toda minha raiva nele, fazê-lo sentir cada dor que causou à minha esposa. Mas, antes que eu tenha a chance de estrangulá-lo, sinto duas mãos de fadas em mim.
— Não faça isso — Isabella pede, a voz preocupada. — Deixe que a justiça o faça pagar, não suje suas mãos. Agora todos nós sabemos a verdade, é isso que realmente importa.
Suas palavras são como um bálsamo para minha alma em fúria. Então eu deixo o corpo imundo cair no chão. Nesse momento, os seguranças adentram na sala. Decido que realmente não posso sujar minhas mãos com Eduardo, ainda mais diante dos vários diretores que nos olham chocados e surpresos. Tenho certeza de que muitos deles estão aqui apenas por incentivo do meu primo.
— Levem esse homem daqui — ordeno. — Certifiquem-se de que ele limpe sua sala e não leve nenhum bem da construtora. Depois, o acompanhem até a porta e, de hoje em diante, sua entrada está proibida neste prédio.
— Isso não vai ficar assim — Eduardo grita, quando sai carregado. — Eu vou provar que isso é uma armação...
Apenas fico olhando, parado, sentindo o sabor da vitória. Depois, viro-me para os executivos, que engolem em seco, temendo o meu olhar feroz.
— Acho que já ficou bem mais do que provado quem é o verdadeiro culpado — emito, alto. — Alguém tem algo mais a acrescentar?
— Não. — O coro é geral.
— Ótimo. Então assembleia encerrada.
💍
Entro em minha sala, batendo a porta com força. Deixei Isabella em sua sala e depois segui para cá, pois Victor me esperava. Sei que o assunto é um dos piores pesadelos que já enfrentei em minha vida. Antes, eu saía com mulheres, e isso sempre foi noticiado nas mídias baratas, eu era apenas o playboy conquistador, mas quando a acusação foi feita e meu nome foi vinculado às páginas policiais, passei de um simples sedutor, para um aliciador criminoso. Isso fez meu sangue ferver durante muito tempo, quis sair mandando todos irem se foder, pois eu não tinha um mau caráter assim. Mas como todos sabiam que minha imagem não era as das melhores, então tive que buscar provas de que isso tudo era uma armação.
— Vá direto ao ponto — digo, já sentando-me e olhando com impaciência para Victor.
— Como já presenciei o ocorrido na sala de reuniões... — Ele para um momento. — Acredito que os ânimos ficaram mais agitados, mas recebi, finalmente, as provas levantadas pelo nosso investigador. Ela abriu direito o bico e cantou para ele que tudo não passava de uma armadilha para incriminar você e deixá-lo malvisto na sociedade. Falou também que tinha um mandante por trás, alguém que plantou a notícia na mídia e planejou tudo.
— Isso eu sempre soube. — Tiro meu paletó, sentindo-me queimar. — Agora, quem estava por trás disso tudo? Fale logo.
— Foi seu primo Eduardo. — Mal consigo entender suas palavras. — Ele foi atrás dela, pagou para que fizesse a denúncia, espalhasse para mídia e sempre contasse o mesmo depoimento.
— Foi Eduardo? — pergunto, querendo confirmar.
— Sim, foi ele. Sempre disse para tomar cuidado com ele, sempre desconfiei de seu péssimo caráter. — Uma bomba explode dentro de mim, então me levanto. — Aonde vai? Mateus...
Mal contenho minha raiva quando saio da sala com uma direção certa. Passo por todos sem cumprimentá-los ou desviar dos possíveis choques. Adentro a sala de Eduardo, ele está arrumando suas coisas e xingando muito, e enfureço-me ainda mais. Eu relevei o roubo, decidi que o deixaria sair sem qualquer agressão física, apenas moral, mas eu já tinha aliviado demais por um dia.
— Como pude ser tão idiota? — pergunto, colocando as mãos na mesa repleta de caixas, inclinando-me na direção do homem panaca para quem rosno. — Ou por acaso achou que eu não iria descobrir? Saiba que não sou tolo como você. Agora irá pagar e sentir minha raiva por ter tramado contra mim, junto com aquela maldita vagabunda.
O homem empalidece e engasga-se. Reação esperada de um covarde, aqueles que se aproveitam de alguma situação, achando que nunca serão descobertos. Atitudes de homens em que a inveja é maior que a inteligência.
— Do que está ...
Não dou chance de Eduardo terminar de falar e pego-o pelo colarinho da camisa.
— Está com medo? — interrogo, esforçando-me para não apertar e torcer de imediato o seu pescoço.
— Acredite, eu não tenho mais nada a perder. Foi muito fácil planejar isso. E você mereceu passar por tudo, sempre roubou tudo que me pertencia. Você não deveria estar aqui. Esse lugar é meu. Também confesso que foi gratificante fazê-lo sofrer e ficar sobre a mira de seu pai. Sabia que titio não deixaria barato... Então foi como bomba essa notícia para ele, quase o derrubou, imagine aí, ver o filho acusado e preso por ser um canalha — diz ele, sorrindo, como se estivesse lembrando-se de toda cena. — Mas o velho achou uma saída. Sempre protegendo e limpando as cagadas que você faz, sempre dando uma segunda chance. Reconheço que não acreditava que encontraria uma mulher que suportasse um casamento, mas qual não foi minha surpresa quando você caiu morto e abatido por conta de uma boceta virgem. Se prendeu por conta de uma foda barata...
— Cale a boca, seu canalha. — Aperto seu pescoço, levantando-o minimamente do chão. — Você criou especulações sobre a minha honra. Isso eu poderia relevar, mas jamais vou aceitar que fale assim da minha esposa.
— Bem que eu queria provar da inocência dela, ter certeza de que realmente ela sabe foder... — ele começa a argumentar, mas não o deixo terminar. Solto seu corpo e acerto um soco na sua boca, fazendo-o cambalear dois passos para trás.
Minhas mãos fecham-se em punho. Meu peito infla, ficando mais largo.
Cego pela raiva, avanço em sua direção. Ele faz menção de socar-me, mas seguro seus braços. O homem solta um urro de dor. Queria lhe causar uma agonia infinita, mas eu tinha um propósito. Desde cedo sempre tive o anseio de desfigurar o belo rosto desse infeliz, ainda mais de quebrar seus dentes, por isso, empurro o homem e começo a desferir dois socos rápidos. Eduardo é lento em sua defesa e no ataque. Isso o faz ir ao chão, deixando-o à mercê da minha raiva. Subo em seu corpo, não me importando se vou matar ou não o idiota. Soco-o, iniciando por rosto, olhos, nariz e repetidas vezes em sua boca
— Isso é por ter tentado foder com minha vida. — Esmurro seu olho já roxo. — Isso, por ter tentado roubar a empresa de mim. — Um murro no nariz. — E isso é por incriminar minha esposa e, principalmente, por ousar pensar em ter Isabella em seus braços. Saiba que ela é minha, minha e de mais ninguém.
Uso as duas mãos para socar sua boca, fazendo o sangue espichar longe e os nós dos meus dedos arderem.
— Nunca, nunca mais ouse aparecer na minha frente ou na da minha esposa. — Levanto-me, olhando com ânsia para o corpo deitado e fraco dele. — Se o fizer, novamente mostrarei como posso ser perverso e feroz, quando se tenta usurpar o que é meu.
Saio, deixando-o ali, como ele merece. Rebaixado em sua insignificância.
Eu tinha um propósito.

A esposa virgem 

capítulo 34

Isabella 

Entro sozinha no nosso apartamento. Desde que estou casada com Mateus, essa é a primeira vez que isso acontece, pois, sempre que saímos da construtora, estamos juntos. Mas hoje eu sabia que seria diferente. Por mais que já esperasse, fiquei mal quando ele ligou e disse-me que precisava ir até a casa do pai. Ele me convidou para que eu fosse junto, mas não queria incomodar, pois era um momento de família. Acredito que não deve ser fácil revelar para todos que o primo é um mau caráter. Ainda mais que estava roubando a empresa. 

Ao lembrar-me disso, meu corpo treme. Ainda sou dominada pelo medo da incerteza do que vai acontecer agora, pois eu não queria me iludir, sabia que Mateus estava me defendendo quando se referia a mim demais como sua esposa ou mulher. Houve também nosso abraço depois que tudo tinha se resolvido na sala de reuniões. Ele estava do meu lado, confiava em e mim e me queria perto. Mas, ainda assim, não me ama. Não tem os mesmos sentimentos que eu. Não sou tola para confundir proteção com amor.  

Um nó na garganta e um aperto no peito nascem quando essa possibilidade se torna real demais para mim. Meus olhos ardem, por isso, vou quase lentamente até o sofá e deixo meu corpo cair no estofado. Espero que Mateus possa chegar logo e dizer o que aconteceu em sua casa, pois sinto que, a qualquer momento, a aflição vai tomar conta da última gota da minha sanidade. 

Como se fosse uma providência divina para minha estabilidade, escuto a porta se abrir. Por ela, passa um corpo muito alto e rígido. Mateus entra de cabeça baixa, cabelos bagunçados, usando somente sua camisa branca, mangas dobradas até os cotovelos e paletó nas mãos. A imagem real de um homem cansado e contrariado. Em mim, a parte mais realista ou negativa, como preferir, sabe que não foi nada boa a conversa que ele teve com seus pais. 

Imediatamente, me ponho de pé. 

— Oi — ele me cumprimenta, sua voz sai rouca e pesada, mas, de alguma forma, parece surpreso ao me ver ali. — Veio mais cedo da construtora? 

Ele vem até a mim. Deixa seu terno no estofado menor e me alcança, pegando-me de surpresa ao me abraçar. Eu circulo seu pescoço com meus braços finos, e ele aperta forte a minha cintura. 

— Não aguentei trabalhar mais. O dia não foi dos melhores, então pedi para que Alberto me trouxesse para casa — revelo. 

— Eu sei, docinho, mas agora acabou. Tudo ficará bem. — Ele se afasta, deixando nossos corpos distantes o suficiente para que possamos olhar nos olhos um do outro. — Venha, sente-se aqui comigo. Acredito que precisamos ter uma conversa importante. 

Ele senta-se no sofá e me puxa para si, fazendo-me cair em seu colo. Grito pelo susto momentâneo, mas logo meus nervos estão aflorados, pois talvez minhas suspeitas estejam prestes a se concretizarem. Possivelmente, ele relembraria nosso acordo. Remexo-me em suas pernas, tentando levantar, mas ele não permite, cruzado suas mãos em meu quadril. 

— Não saia — reclama, baixo. 

— Como seus pais reagiram ao saber do roubo, ao saber que o ladrão era o próprio sobrinho? — inquiro, de alguma forma, buscando adiar a conversa que ele quer ter, mas também querendo que ele compartilhe suas aflições comigo para que eu pudesse retribuir ao menos uma vez todos os momentos gentis e amáveis em que ele me acolheu e devolveu minha tranquilidade e paz, como se fosse luz entrando pelo meu corpo e expulsando qualquer mal. 

— Mamãe ficou em choque. A princípio não quis acreditar que o menino que tinha crescido comigo, recebido o mesmo amor, a mesma educação, teve a temeridade de cometer tal ato absurdo. — Mateus respira fundo. — Papai já foi mais ferino em suas reações, pois, de alguma forma, ele considerava Eduardo bem mais do que um sobrinho. Querendo ou não, ele apostava alto nele. Então imagine como o sentimento de decepção atingiu em cheio o velho. 

— Eu imagino, não deve ser fácil se sentir frustrado. 

— E isso nem foi o pior ato que Eduardo cometeu. — Franzo meu cenho para ele. — Meu primo também estava por trás da acusação de assédio que sofri. Ele tinha contratado uma mulher de minha vida passada para que ela mentisse e fizesse uma denúncia contra mim. E tudo com o propósito de me ridicularizar diante da sociedade, pior, me colocar em maus lençóis com o senhor Ávila. Em seu plano, eu seria considerado culpado, preso e perderia a construtora, o lugar que ele sempre ambicionou. 

— E você, como reagiu a isso? — pergunto, preocupada, pois, até ali só tinha questionado sobre seus pais, mas, em momento algum, quis saber o que ele sentia, sendo ele o alvo dos ataques de Eduardo. 

— Eu fiquei transtornado. 

Então ele passa as mãos pelo rosto, como isso fosse retirar seu aborrecimento. O gesto me faz ver os nós dos seus dedos vermelhos. Olhando bem, só agora percebo que suas mãos estão machucadas e têm resquícios de sangue. 

— O que foi isso? — Pego suas mãos na minhas, elas estão quentes, mas alguns pontos delas começam a ficar roxos, tem até mesmo uma unha quebrada e uma mancha de sangue é nítida embaixo dela. 

— Eu descontei toda minha fúria em Eduardo. Quebrei e destruí seu rosto. 

Sem pensar muito, levanto-me e vou até o banheiro de visitas. De lá, trago uma pequena maleta com primeiros-socorros. 

— Deixe-me limpar e cuidar de você — peço, já pegando um pedaço de gaze e um vidro de álcool. 

Ele não fala, apenas assente com a cabeça positivamente. Assim sento-me novamente em suas pernas fortes. Com delicadeza, pego suas mãos e começo a passar um tecido molhado. Pouco a pouco, vou tirando as manchas de sangue de sua palma e unhas. Quando termino, olho para os ferimentos nos nós dos seus dedos. Não posso passar álcool aqui, com certeza ferirá e queimará a pele dele. Então pego da maleta um soro fisiológico, descarto a gaze suja e pego mais um pedaço de outra. Embebedo o pano para começar a limpar ali. 

— Não devia ter feito isso — reclamo, pensando que, se as mãos de Mateus estão assim, não quero ver como ele deixou seu primo. Ele deve estar destruído e totalmente ensanguentado. — O que ganhou com isso? 

— Uns três dentes dele. — Ele sorri. — E a certeza que ele não ousará jamais entrar em meu caminho novamente. 

— E como pode ter tanta certeza? — pergunto, olhando mais atentamente para ele. Ainda não tinha me conformado por não ter percebido seus machucados antes. 

Com a maior delicadeza que consigo exercer, começo a passar meus dedos por seu rosto, inspecionando-o bem. Mateus fecha os olhos e deixa a cabeça cair para trás, bem apoiada no encosto, deixando a posição melhor para mim. Arrumo seus cabelos, passando meus dedos para que eu pudesse ajeitá-los, mas seus fios estão tão rebeldes, quiçá para combinar com a postura selvagem de agora. Mais atrevida ainda, desenho suas sobrancelhas grossas, arrancando um suspiro dele. Sacudo a cabeça, esse não é o momento para isso. Agora ele precisa de zelo. Eu continuo o meu cuidado, de repente, ele geme quando encosto em sua testa. Então ele contorce o rosto todo, é nítido que sente dor. 

— Dói? — pergunto, parando ao sentir a pequena elevação de pele ali. — Como conseguiu esse galo? 

— Dói, mas não tire suas mãos de mim, eu gosto de sentir seu toque — fala, baixo. Suas palavras imediatamente atingem meu coração, fazendo-o pular até a garganta. — E o machucado talvez tenha acontecido quando bati a cabeça sem querer nas paredes do elevador. 

Impossibilitada, não respondo. Tem de concordar comigo, é um baque ouvir palavras tão profundas e arrebatadoras. 

— Prontinho — digo, quando eu me dou por satisfeita. — Nada de brigas por alguns anos, mocinho. 

Começo a juntar toda a bagunça que fiz, enrolo a gaze usada até ficar um montinho. Quando tento me afastar, Mateus segura minhas mãos. 

— Não, sente aqui no meu colo. De agora em diante, não precisa haver mais distância entre a gente. Vamos permanecer unidos bem mais do que antes — declara e me puxa, fazendo-me cair em seu colo. Aproveitando, prende-me com as duas mãos em minha cintura, deixando-me na mesma altura de seu rosto. Nossos olhos estão frente a frente. Azul no verde, com uma intensidade tão grande que não consigo desviar, pareço hipnotizada. 

— Mateus... — deixo escapar, sendo invadida por um mar tomado de ondas agressivas e indomadas, quebrando-se em meu coração. Minha pele toda esfria e parece parar de receber o sangue para se manter viva. 

— Apenas me ouça, de mente e coração abertos. 

Olho para o rosto dele, tentando analisar sua reação. Mateus sempre é tão controlado, tão sério. Desde que o conheço, ele sempre age com a razão. Salvo nesse último mês. Porém, antes apenas as reações que ele não podia esconder eram visíveis. A ligeira dilatação das pupilas. O músculo mexendo-se em seu pescoço, quando ele engole uma emoção que não consegue expressar. Esses sinais estão todos aqui. Visíveis aos meus olhos. Ele está se abrindo para mim, permitindo que eu entre em sua alma. Seu sorriso é um dos mais largos que eu já presenciei. Seus olhos brilham, com certeza de felicidade. Sua boca se abre e fecha... 

— Isabella, quero te falar que antes não acreditava nesta força. Neste sentimento. — Sorri, nervoso. — Eu tenho a certeza de que o período em que estivemos juntos foi o momento mais belo e feliz que já vivi. Quando você surgiu, foi como um furacão, e eu a detestava. Mas no fundo, era meu eu, que sempre foi desacreditado, que estava com medo, pois sua confusão preencheu um espaço que eu nem desconfiava que estava vazio, nem imaginava que existia. Hoje, olho para o passado e percebo o quanto a minha vida era oca, o quanto meu quotidiano era entediante e quanto tempo eu perdia em conversas vãs ou em outras atividades que não acrescentavam nada à minha essência. Você me tornou um homem de verdade. Você me mostrou o companheirismo. Você me conquistou e se revelou. Você me mostrou o amor... E então eu já não sou mais o mesmo. Você me transformou no homem que sou hoje. Um homem apaixonado, um marido fiel e protetor. Muito obrigado por me transformar no que sou hoje, muito obrigado por fazer parte da minha vida hoje e, por mim, para sempre. Eu te amo! E mesmo que não possa retribuir agora esse sentimento, vou lutar por ele, vou conquistar você. Até você me amar, pois não vou permitir que você me deixe, nunca. 

Ele termina e estou chorando feito boba. As lágrimas de felicidade escorrem quentes e rápidas em minha bochecha. 

— Mas eu já te amo — começo, insegura. — Quero dizer que suas palavras me emocionaram bastante. Também não conseguirei colocar em palavras todo o amor que sinto por você. Tudo começou quando bateu seu carro em mim. Obra do destino. Posso afirmar com toda certeza que também te detestei à primeira vista. Você sempre foi meu objeto de desaforos e loucuras. Mas quando você tratou com carinho e proteção a minha família, inevitavelmente, minha percepção de você mudou. O que achei que era impossível, aconteceu, porque nada é impossível para o amor. Você também me tirou da solidão, resgatou minha alma, me fez descobrir o amor, o perdão sincero. Você me fez uma mulher e me faz feliz como não pensei que seria possível. Você me mostrou a vida. Você é minha vida. Hoje eu sou mulher, uma esposa apaixonada e amada. Hoje não tenho medo de dizer: você é tudo o que eu sempre quis. Eu te amo! 

Termino minha declaração com lágrimas, ele pega minha mão e beija o dorso. Depois me puxa para si, fazendo nossos lábios encontrarem-se em um beijo calmo e lento. Um beijo que demonstra todo nosso amor. Um beijo que sela nosso envolvimento um com o outro. Sua língua acaricia a minha com carinho. Envolvo meus braços em seu pescoço, meus dedos escorregando para os cabelos de sua nuca. Estremeço com o toque carinhoso que suas mãos fazem em minhas costas. 

Isso me faz perceber que o amor é mais que uma força, é o sentimento mais poderoso do mundo. O que faz duas almas se encontrarem, para uni-las na vida e com Deus. E o amor sempre vai surgir, independente do momento, independente do seu querer. Não surgirá de acordo com sua vontade, mas de repente e quando merecer. E Mateus e eu merecíamos. 

— Você quer ficar comigo para sempre? — pergunta ele, quando solta meus lábios, sua testa ainda colada na minha. — Prometa que ficará aqui. 

— Todo o tempo que eu puder. Eu lhe prometo a minha alma — respondo, afastando-me. Olhamo-nos, por alguns segundos, e só enxergo sinceridade, como sempre. 

— Espere, não estou fazendo isso direito — ele dita e logo coloca-me sentada no sofá para então se ajoelhar à minha frente. 

— Isabella… quero que se esqueça em definitivo do nosso contrato. Vamos rasgá-lo juntos. O que terá entre nós, de agora em diante, será verdadeiro, por isso, preciso fazer uma pergunta e espero que ela não te traga surpresa ou espanto, mas apenas alegria, como também me trará a maior felicidade do mundo se eu tiver uma resposta positiva. Então quer casar comigo? 

Eu paro. De respirar, de piscar. Um soluço feroz sai de dentro de mim, fazendo meu peito acelerar, e meu coração ficar agitado. Dando-me, permitindo-me, me jogo nele, agarrando seu corpo para mim, como meu. Com o impacto, ele cai ao chão, e eu fico por cima dele. 

— Sim. Sim. Infinitamente sim. Eu o quero para sempre — respondo, pois confio em seu amor. Mateus sorri. Sinto-me incrivelmente realizada, contente por ter vencido cada obstáculo. Ele beija a minha mão, antes de colocá-la em seu coração, que bate tão rapidamente. 

— Amor até a eternidade — diz ele. 

— Amor para sempre — digo, sorrindo. 

E o que eu achava que seria apenas um contrato e nada mais, e logo terminaria, parece que nunca mais terá fim.

Capítulo 35
Isabella
O vento da brisa fria bate em meu rosto e bagunça meus cabelos soltos, assim como os sons delicados das ondas quebrando-se na praia me causam um misto de sensações boas. Acomodo-me melhor em minha cadeira, observando a areia vazia e o belo tom azul-esverdeado do mar àquele horário da manhã, quando o sol já está no alto do céu. As aves marinhas sobrevoam as águas em busca de alimentos, algumas pegam peixes, outras apenas molham suas penas, mas não desistem e continuam sua busca incessante por algo. Então respiro fundo, deixando que a natureza me cause uma paz profunda.
Sorrio ao lembrar que eu fui contra essa fuga que Mateus propôs. Quando chegou o fim da nossa semana agitada, cheia de reuniões e com a ida à delegacia, ele usou a justificativa de que merecíamos um momento somente nosso, mas eu queria permanecer trabalhando e aumentando meus aprendizados na construtora para que todos continuassem a ver que eu merecia a confiança depositada em mim. Queria provar que eu estava ali por mérito e não por ser a esposa do presidente.
Suspiro ao me lembrar dele. O homem que eu amava e, por um milagre, também me amava. Mateus. Meu marido. Eu não consigo mais dominar meus pensamentos, sempre estão nele. Até mesmo enquanto eu durmo, ele penetra meus sonos. E isso me faz lembrar de que essa manhã ele me deixou sozinha. O que não é comum, pois, desde que passamos a dormir juntos, nossos corpos se unem perfeitamente. A lembrança da noite anterior me causa um arrepio. Então me remexo na cadeira de madeira. Virando-me ao contrário, tenho a visão do meu paraíso particular. Caminhando em minha direção, com todo charme e elegância, alto e muito bonito, usando um calção de banho e uma camisa, vem Mateus. Quando ele está diante de mim, sua expressão de alegria é quase palpável, seus olhos azuis estão brilhantes e mais belos do que o mar que estive admirando.
— Pegando um pouco de sol, esposa? — pergunta, sentando-se na cadeira como pode e abraçando minha cintura.
— Repondo um pouco das energias — digo, deitando minha cabeça em seu peito.
— Acho que é muito esperta, docinho. — Ele inclina a cabeça, analisando-me. — Mas penso que as perderá em breve.
— Estou contando com isso. — Paro e o miro. — Onde esteve? Passou um bom tempo ausente.
Ele sorri, um sorriso que atinge seus olhos e, consequentemente, meu coração.
— Bem, estive resolvendo algumas coisas para amanhã — ele diz, simples, mas sem revelar nada. Bufo. — Não adianta, saberá somente amanhã.
— Não gosto disso. — Belisco de leve seu braço. — Sei que está aprontando algo.
Ele assente. Então abandona meu corpo para se levantar, assim eu me sento também. Do bolso de sua camisa, Mateus retira duas folhas dobradas, um saco plástico e logo me entrega.
— O que são esses papéis?
— As duas cópias dos nossos contratos.
— O quê?
— Não faz mais sentido que ele exista. — Ele abre a sacola. — Como disse antes, ele não significa mais nada. O nosso casamento não precisa mais dele, então nada mais justo que nós o destruamos.
— Mas... — gaguejo.
— Mas nada. Nosso casamento é verdadeiro. O único documento que teremos assinado é nossa certidão de casamento, mesmo sabendo que é e sempre será o nosso amor que nos manterá juntos.
Meus olhos ardem, e um nó se faz em minha garganta. Meu coração dá um pulo, concordando e gostando de tudo. Mesmo que Mateus já tivesse declarado seu amor antes, agora tudo parece mais real.
— Se é verdadeiro — minha voz sai grossa —, acho que é mais do que condizente que nossas famílias também não saibam que um dia nosso casamento foi falso. Não foi uma mentira, mas apenas uma omissão de alguns detalhes de nossa história.
— Gosto disso. — Ele me dedica uma expressão suave. — Quer fazer as honras, senhora Ávila?
Ele aponta para os papéis.
Então os seguros em minha frente, bem diante dos meus olhos, e um filme passa por minha cabeça. Do momento que percorremos até aqui, o que me parece ter sido muito rápido e que nenhum de nós dois teve controle sobre ele. Rasgo-os, primeiramente em dois, depois em três, quatro, cinco... dez pedaços, quanto mais pico os contratos, mais uma sensação de sossego me atinge. Mateus me observa em silêncio, mas é nítido que ele também é atingindo pelo mesmo sentimento.
Quando já não há mais como rasgar os papéis, me dou por satisfeita, colocando os quadradinhos no saco que Mateus estende aberto para mim. Ele o toma de mim e o coloca novamente em seu bolso.
Então ele deita-se na cadeira de praia e me puxa para seu peito, abraçando minha cintura.
— Prometo ser mais gentil de hoje em diante. Quero ser o homem que você merece. Um bom e devotado marido. Uma pessoa em quem sempre poderá confiar e também amar. Além disso, prometo ser um pai perfeito para todos os filhos que você quiser ter.
Fico inquieta.
— Você quer ter filhos?
— Acho que é natural pensar em filhos, quando se ama a mãe deles.
Balanço a cabeça ao mesmo tempo em que sorrio, contudo, é muito cedo para essa conversa. Ainda pretendo conquistar muitas coisas antes de pensar em ser mãe.
— Podemos conversar sobre esse tópico depois? Ainda não estou pronta.
— Sim, docinho. Primeiro eu a quero só para mim. Quero que possamos nos conhecer melhor. Depois, não sei nada sobre filhos. Isso é tudo muito novo para mim, nunca sequer pensei que pudesse amar alguém. Então você terá que me ajudar nisso também. Precisará ter paciência comigo, pois ainda posso e vou errar muito.
Viro-me e pego seu rosto entre minhas mãos, encarando seus olhos. Verde no azul.
— Ninguém nasce sabendo tudo. Todo mundo erra ou estraga algo alguma vez na vida, mas acredito que todo mundo pode aprender. Quando estivermos prontos, vamos descobrir como fazer isso funcionar e tenho a certeza de que tudo sairá perfeito, pois faremos tudo com amor.
Beijo seus lábios carnudos, apenas um toque suave.
— Então, estará e ficará tudo bem.
💍
— Por que temos que dormir cedo? — pergunto, deitando-me na cama enorme e de lençóis macios.
— Como eu disse durante o jantar, temos um compromisso amanhã cedo na cidade. — Mateus baixa suas calças, ficando só de cueca boxer e fazendo-me esquecer de respirar e da minha pergunta. — O que foi?
— O quê? — pergunto, sem piscar para não perder nenhuma curva dos seus músculos do peito e da barriga.
— Parece que vai me devorar com os olhos.
Então, a muito custo, levanto meu olhar para seu rosto, vendo um sorriso malicioso brincar nos lábios vermelhos. Os olhos azuis parecem duas pedras em brasa que queimam minha pele pode onde a percorrem. Eu me remexo na cama, esfregando uma perna na outra. Sem conseguir manter o controle, o desejo começa a subir pelo meu corpo. É mais forte do que eu, é como se dominasse todo os meus pensamentos. Cada parte de mim, está à mercê dele, querendo alívio.
Mal contenho um gemido quando Mateus deita no colchão, pois eu sei o que vai acontecer e não me importo de jogar mais lenha na fogueira:
— Não o quero devorar somente com os olhos, mas com as mãos, a boca e até mesmo com minha boceta.
Então Mateus se aproxima e deita por cima de mim. Cobre meus lábios com os seus, enquanto suas mãos vão rápidas para minha cabeça, deixando-a parada e segurando os cabelos da minha nuca. Explora com a língua minha boca sedenta, deslizando-a por todo meu interior. Meu pulso acelera. Subo minhas mãos por suas costas desnudas, sentindo sua pele quente tremer diante do meu toque.
— Ah, docinho. — Gemidos de desejos saem de sua boca quando ele separa rapidamente nossos lábios. Puxo o ar rapidamente, ele faz o mesmo, mas não demora muito e volta a me atacar meus lábios.
Beija-me durante o que parecem horas, chupando-me, explorando-me, submetendo-me, excitando-me, seduzindo-me até me deixar fraca. Estou a ponto de me derreter em seus braços. A minha pele arde, queima, explode. O calor de nossos corpos me faz ansiar por mais. Gemo baixinho por causa desse ataque sensual.
— Ah, Isabella, meu amor... — Ele separa nossos corpos, deixando-me deitada no colchão. — Eu a quero. Aqui e agora, quero tomar cada parte do seu corpo para mim. Quero fazê-la completa e irremediavelmente minha.
— Me tome. Me possua — imploro, completamente arrebatada pelo desejo.
Tomado pela necessidade e pela explosão de desejo, Mateus rasga sua camisa, que eu usava para dormir, ao meio, deixando-me apenas de calcinha. Não costumo usar a parte de cima quando vou dormir, então meus seios ficam expostos. Seu olhar sedento vai imediatamente para meus dois montes, inicialmente, ele passa as mãos neles, como se quisesse sentir a maciez de minha pele. Seus dedos quentes começam a rodear e puxar os mamilos, que se levantam doidos para sentir cada toque.
Lentamente ele baixa a cabeça, deitando-se sobre o meu corpo. Então beija cada um, lenta e apaixonadamente, fazendo minhas entranhas se revirarem, um frio subir por minhas costas e um mar desabar entre minhas pernas. Quando cansa de beijá-los, ele começa a chupar o bico vermelho. O frio que tinha subido em mim logo transforma-se em calor, ondas quentes e frenéticas enlouquecendo meu coração que passa a bater rápido. Prendo minha respiração, quando ele puxa a pele e solta. Meus seios estão vermelhos e molhados.
— Deus, Isabella, você é perfeita. Perfeitamente minha, toda minha.
Mateus fica de joelhos em minha frente, separa minhas pernas e contempla a minha calcinha preta. Ele encaixa os dedos em cada lateral e, suave e lentamente, começa a descer a peça por minhas coxas. Quando, enfim, a tira, ele a rebola longe. Ele sobe os dedos pelo interior de cada perna, fazendo-me remexer na cama e sentir cócegas por causa de suas leve carícias. Quando seu dedo chega ao destino, é como se ele estivesse mergulhando em um oceano de tão molhada que estou.
— Ah... céus — mio, quando ele afunda levemente em mim.
— Tão molhada. — Gira o polegar em meu ponto doce. — Acho que estou com sede, sede de você.
Não vejo, só sinto quando sua boca se apossa de minha intimidade molhada e pulsante.
Mateus parece venerar cada pedaço da minha carne quente, pois, primeiro, dá pequenos beijos e lambidas lentas que chegam até meu ponto pulsante. Depois, ele explora toda minha boceta com sua língua e seus dedos, enfiando-os em mim, em cada oportunidade. Faz-me arfar de desejo e loucura para ser tomada. Ofego ainda mais quando ele cava suas mãos fortes nas carnes da minha bunda. Isso intensifica a excitação, eu começo a tremer e, com a intensidade de uma bomba explodindo, eu estouro, caindo em um espiral de um gozo, que me arranca um grito do meu mais profundo ser.
— Eu nunca vou cansar de te provar. Eu adoro seu sabor — disse, deixando meus lábios pequenos e maiores. — Mas agora quero ter e possuir outra parte de seu corpo.
— O quê? — grito de susto quando ele vira meu corpo tão facilmente na cama, deixando-me de bruços.
— Aqui. — Ele passa um dedo pela junção da minha bunda, depois percorre cada nádega, com carinho e lentidão. — Eu quero conhecer esse seu paraíso quente e intocado. Deixe-me ser dono de cada pedacinho seu.
— Meu cu? — pergunto, quase engasgando, quando sinto seu dedo explorador novamente minha pele enrugada.
— Sim, eu quero conhecer e sentir cada prazer que eu possa proporcionar ao seu corpo. — Sua voz sai quase em um rosnado.
Eu viro o meu pescoço em sua direção e a cena que vejo quase me faz explodir de novo: Mateus lambendo seu dedo mindinho e deixando-o molhado. Então, devagar, desce novamente em direção à minha bunda. Sinto o gelado do seu novo toque, as rugas do meu ânus se corrompem pela sua penetração. Uma sensação estranha me atinge. O doce sabor do tesão consume meu corpo. Ora quente, ora frio.
— Um dia eu vou tê-lo. Garanto que vai gostar e pedir por mais. — Ele tira seu dedo de mim. — Mas, por agora, eu vou me afundar em sua boceta.
— Talvez... — digo, ofegante. — Mas por enquanto, prefiro upa cavalinho.
— Nada de inho — ele ruge. — Aqui é nhão.
— Vem, meu cavalão.
Mateus não espera muito e me vira na cama, deixando-me de barriga para cima. Ele se posiciona entre minhas pernas. Sinto a ponta aveludada de seu membro em minha entrada e tremo. Tão carinhosamente, ele vai entrando, possuindo minha intimidade. O contato de sua pele contra a minha me desperta sensações estonteantes, aumentando meu calor ainda mais, fazendo minha boceta pulsar como se estivesse levando choques. Quando ele começa a mover-se, eu solto um gemido fraco. Acho que foi o incentivo que ele precisava para começar a mover-se rápido e forte. Agarra minhas nádegas com força e, com um só movimento duro, invade meu interior até o fundo. O som seco de nossos corpos se chocando ecoa por todo quarto.
— Mateus... — digo, incerta. — Eu quero você, sempre.
— Aqui e para sempre, meu amor. — As palavras dele fazem uma onda fria e gostosa passar por todo meu corpo.
Eu me remexo embaixo dele, incapaz de suportar tamanha tormenta. Meu estômago se contrai dolorosamente, mandando uma pontada de desejo para o meio das minhas pernas.
Mateus para um momento, então fecha os olhos com força. Assim que seus olhos são abertos, suas íris parecem mais escuras, então ele começa a se mover devagar, com carinho, tão gentil que parece acariciar meu interior. Mas se engana quem acha isso é monótono, pois é um gigantesco ato de posse que faz meu corpo vibrar pelo ataque. Grito com força, ao sentir que sua grossa ereção se movimenta como fogo dentro de mim.
Penetra-me profundamente, investindo com amor, por diversas vezes. Os meus sentidos ficam insanos e conflitantes. Eu quero gritar, sorrir e faço tudo isso de uma única vez. Agito-me, grito e soluço, sendo tomada por uma onda de doce paixão. Isso acontece ao mesmo tempo em que Mateus começa a soltar seus gemidos e chiados também. Seu corpo tremula fortemente, chegando ao ápice, e eu o sigo para o caminho estrelado que ele me prometeu, e eu sabia que ele sempre iria cumprir.
Quando não vejo mais brilhos ao redor dos meus olhos, puxo a respiração profundamente. Mateus deita-se e eu me acomodo em seu peito. Ele beija minha testa e começa a fazer carinhos em meus cabelos.
— Minha Isabella.
— Meu Mateus.
Coloca os braços em minha cintura, puxando meu corpo para ainda mais perto, como se possível.
— Eu te amo — murmuro.
— Eu te amo — ele diz, ainda beijando meus cabelos.
Eu me aconchego melhor em seu peito, reconhecendo ali meu porto seguro, depois do nosso quarto, no apartamento da cidade, e sentindo as batidas lentas e calmas do seu coração.
— Amanhã — ele disse, baixo. — Amanhã, tudo será nosso. Tudo será de verdade, como já é para nós.
— Para nós — respondo. — Para sempre.
— Sempre.

Capitulo 36 (Final)
🤵👰

Mateus

Acordo de repente. Ergo minha cabeça, olhando para a janela aberta e está meio escuro, ainda não tinha amanhecido completamente. Agradeço mentalmente por não ter perdido a hora. Minha esposa se remexe um pouco, saindo dos meus braços. Imediatamente, me sinto sozinho e frio. Não gosto mais dessa sensação, então a puxo para meu colo, passando meus braços por sua cintura e enfiando meu rosto em seu cabelo cheiroso. Ainda estávamos nus da noite quente de ontem. Assim, em meu lugar preferido do mundo, fico analisando o silêncio que nossa casa de praia emana. É a primeira vez que sinto tanta calmaria em minha vida. Nada de empresa, sem reuniões estressantes, sem horário para nada e, melhor, sem interferência do mundo exterior ou nada de minha família dizendo o que tenho que fazer. A única coisa que detém toda minha atenção e concentração é Isabella.
Essa mulher me tem tão fácil. Ela sabe tudo sobre mim, eu sempre quero lhe contar tudo, cada pedacinho da minha vida. Assim como ela também compartilha suas histórias de vida comigo, enquanto estamos abraçados, o que se tornou comum em nosso dia-a-dia, independentemente da situação ou momento, sempre estamos juntos. São nesses momentos que eu quero agradecer a todos os deuses ou a todas as divindades por a ter colocado em meu caminho e destino. Eu ainda não sei o que fiz para receber tamanha dádiva, mas sei que não quero mais perdê-la.
Isabela se encaixa tão bem em minha vida quanto em meu corpo. Nossa paixão é magnífica, mesmo que ela ainda tenha pouca experiência, o que deixa suas reações quando estamos juntos ainda mais eróticas. E eu não vou mentir, adoro vê-la se descobrir, desvendar cada parte de sua natureza selvagem, que completa e é perfeita para minha.
Abraço-a mais forte e inspiro seu cheiro. Quero ficar assim para sempre, entretanto, o dia de hoje não permitirá isso, tenho que me levantar e fazer acontecer a grande surpresa.
Entre idas e vindas ao centro da cidade, durante esses três dias que estivemos aqui, e muito planejamento, decidi que esse seria o lugar perfeito para reafirmar nossos votos. Eu sei que precisamos comemorar, pois, depois da tempestade dos últimos dias, o mais certo é festejar o fato de permanecermos juntos. Nada melhor do que ter um momento emocionante, uma celebração tão bonita. Criar lembranças especiais e reafirmar o nosso amor.
Com muita delicadeza, deito Isabella na cama e me levanto. Ela se agarra ao meu travesseiro e continua dormindo. Sorrio. Ela sempre faz isso, desde nossa primeira noite juntos. Feliz, vou em direção ao closet, pego meus trajes de noivo e os separo para me vestir depois do banho. Avisto o envelope em que está seu vestido. Foi difícil escondê-lo aqui ontem. Na verdade, preparar tudo sem que ela descobrisse foi muito trabalhoso. A mulher parecia farejar o que eu estava aprontando.
Vou muito silencioso até o banheiro, mais silencioso ainda tomo uma ducha rápida. Quando saio do banho, agradeço que Isabella ainda esteja dormindo. Mas também, eu fui muito severo ontem, exigi o que pude dela, tomei seu corpo por incontáveis vezes, mas não me considerem ruim ou perverso, foi por uma boa razão.
Entro no closet e visto uma camisa branca de manga comprida e uma calça de linho azul. Para os pés, nada, quero sentir a energia da areia entre os meus dedos. Olho para o vestido, aqui Isabella não o encontrará e muito menos saberá que precisará ir até a mim. Com uma caneta, um papel e o vestido nas mãos, volto até o quarto.
Oi, meu amor
Procurando por mim?sei que sim, mas quero que, antes que venha ao meu encontro, abra a caixa e vista o vestido que comprei especificamente para você. Não faça essa cara, sei que, neste momento, está revirando os olhos para o meu bilhete, pois eu já te
conheço tão bem.
Ah, mais um detalhe: não use calcinha, porque, não vai precisar para o que vem depois. Lembre-se, eu garanto o seu prazer.
Prometo que não vão se arrepender.
Eu Te amo
Seu Mateus.
Coloco o vestido aos pés da cama junto com o bilhete para que ela possa vê-los ao acordar. Dou-lhe mais um beijo na testa e saio para praia, onde iremos começar de verdade, renovando nossos votos.
💕 💕 💕 💕💕💕
Na praia, no quintal de nossa casa, o vento ameno sopra frio em meu rosto, e as gaivotas sobrevoam o mar em um belo espetáculo. Caminho até a areia e vejo que estão montando o local onde será feita a celebração. Com um ardor nos olhos, contemplo a decoração. Tudo muito simples, mas incrivelmente belo. Um tapete vermelho e cheio de pétalas de rosas brancas que nos conduzirá até um altar de madeira decorado com rosas brancas e vermelhas. A visão do horizonte é perfeita e o nascer do sol deixa o céu alaranjado e rosado.
Depois de percorrer por alguns minutos a areia da praia, de sentir os primeiros raios de sol, resolvo esperar no meu lugar. Cumprimento, apenas com um acenar de cabeça, o celebrante e o fotógrafo, que registará este momento que não ficará só guardado em nossas memórias, e fico esperando por que sei que, assim como o sol nascerá em breve, Isabella não demorará a chegar. Nossos corpos estão ligados, ela sentirá a falta do meu e virá em busca de mim, assim como eu faria se fosse o contrário.
Um aperto no peito e um esquentar de sangue. Sinto mais do que vejo. Isabella está aqui. Quando ela surge na praia, em seu vestido azul esvoaçante, eu quase perco a respiração. Ela está perfeita. Parece uma deusa das águas, encantando e seduzindo um mero mortal incapaz até mesmo de piscar diante de tamanha beleza.
Como sempre, perco o controle de tudo em mim. Eu não sei lidar com as emoções que me atormentam. Incapaz de ficar parado, não me seguro e caminho a passos largos até Isabella. Assim que estou diante dela, pego suas mãos e puxo-a para perto de mim, beijando sua testa.
— O que é tudo isso? — ela pergunta, sua voz nitidamente emocionada, e olha na direção do altar montado.
— Eu te disse que hoje seria de verdade — digo, pegando uma mecha que escapou e colocando-a atrás da orelha. — Eu te amo, Isabella, então quero que renovemos nossos votos, que eles sejam ditos de coração, que não tenha mais nada de mentiras ou passado em nossas vidas. Você aceita se casar novamente comigo? Aqui, com apenas Deus e o mar de testemunha?
Os lábios inferiores dela tremem, enquanto seus olhos brilham de lágrimas. Milhões de sensações perturbam meu estômago. Seguro seu rosto, meus polegares traçam pequenas carícias em suas bochechas.
Ela inspira fundo.
— Eu aceito, pois eu também te amo, Mateus. E se isso é algo que quer fazer, então é isso que faremos. Por que, dessa vez, estaremos agindo conforme os nossos corações. Saiba que, independente de tudo, eu quero passar toda minha vida com você, pois essa é a vida que escolho para mim.
— E estaremos juntos. — Pego sua mão na minha, entrelaçando nossos dedos — Pronta?
Ela apenas assente com a cabeça.
Juntos, caminhamos até onde o celebrante está, o fotógrafo acompanha todos os nossos passos. Ao mesmo tempo em que o sol surge, forte e poderoso no céu, nos ajoelhamos para que sermos abençoados por sua energia e vitalidade.
— Bem-vindos, Mateus e Isabella — o celebrante começa. — A renovação de votos não é um segundo casamento, mas a confirmação da certeza do que os uniu pela primeira vez. Não por terem a obrigação confirmá-lo, mas pela necessidade de reafirmar todo o amor que cresce e transborda. Assim, ninguém melhor para falar do amor que os próprios amantes, então vamos ouvi-los abrirem o coração. Estamos aqui hoje para celebrar o amor, a confiança e a esperança, entre tantos outros bons sentimentos.
Aperto a mão de Isabella, que me olha com os olhos brilhantes e o rosto banhado de lágrimas. Com um dedo, seco as novas lágrimas que ameaçam descer e a puxo para ficar abraçada comigo, pois hoje não há nenhuma regra para seguir a não ser a demonstração do nosso amor e carinho.
— Não é preciso afirmar suas vontades com o sim, pois seus corações já estão juntos, mas agora, com as palavras que estão prestes a trocar, vocês passarão para a próxima fase. Com estes votos, vocês estarão dizendo ao mundo: “este é meu esposo”, “esta é minha esposa”. Assim, por favor, preparem-se para dar e receber as juras de amor, que estão entre os maiores presentes da vida. Mateus, você primeiro.
Engulo em seco, tentando desfazer o nó que cresce e quer quebrar em minha garganta. O coração pula, como se meu peito não fosse capaz de suportá-lo. Um filme todo passa por minha cabeça, mostrando como cheguei até aqui, mas, ao avistar os olhos verdes de Isabella, sei imediatamente o que dizer:
— Bem, isso vai ser no improviso, pois não preparei nenhum discurso. — Sorrio de nervoso. Solto minha mulher para ficarmos frente a frente, seguro sua mão e a coloco em meu coração, para que ela sinta a verdade em minhas palavras. — Isabella, minha doce e amorosa esposa. No começo foi difícil. Ninguém poderia imaginar que um dia estaríamos juntos e felizes, mas aprendi com você que amor é um sentimento impossível de segurar, evitar, ou deixar para depois. O amor é desfreado, sem limites ou filtros de intensidade. Ele é entrega. O amor é algo que não nos deixa desistir de correr atrás, é a pura definição da palavra determinação. O amor não conhece o orgulho, nunca ouviram falar um do outro. O amor é prioridade, é o agora. O amor é esperança, é uma crença inabalável. Para o amor não há controle, apenas doação. Eu, que nunca acreditei nesse sentimento, me vi rendido e tomado por ele. Hoje eu quero reafirmar que me casar com você foi a melhor decisão que tomei na minha vida. Sei que tem os seus defeitos e qualidades, dramas e sorrisos, mas eu a quero com suas falhas e acertos, com sua família e amigos. Eu quero morar no seu abraço, dormir de conchinha e ser sua olheira no dia seguinte, após uma noite em claro. Eu a quero com a certeza de que somos e seremos nós, com algumas crianças correndo por todos os cantos. Eu a quero com as suas fraquezas e te ajudarei a ser forte. Quero ser o seu porto seguro, bem embaixo do nosso teto. Eu quero continuar te surpreendendo, porque a paixão é isso. Eu quero seu corpo e a sua alma. Eu quero ser quem prepara o seu café da manhã e te faz massagem antes de pegar no sono. Eu quero ouvir você dizer SIM. Para as nossas diferenças, para os imprevistos e, principalmente, para o desconhecido. Eu quero que as suas urgências sejam as mesmas que as minhas. Quero envelhecer ao seu lado. Não de aparências, mas especialmente, de espírito. Cuidar de você, te proteger e te mostrar que, para toda e qualquer dor, somente o amor é a cura.
Não seguro e deixo as lágrimas que ardem em meus olhos escaparem. Assim como fiz antes, Isabella limpa e acaricia meu rosto. Isso me faz suspirar, fechando os olhos.
— Isabella, sua vez — o celebrante fala.
Ela treme, ri e assente. Conforme eu fiz, ela também coloca minha mão em seu coração, que bate apressado e rápido.
— Meu Mateus, quem diria que um dia iria me apaixonar por um cavalo? Mas quem pode ficar contra esse sorriso que amo mais que tudo nesse mundo? Hoje é o momento mais feliz da minha vida, e é ao seu lado que eu estou vivendo este dia! E quero viver todos os próximos para sempre junto de você! Hoje, eu sei porque eu te amo! Amo sua presença todos os dias, seu caráter e responsabilidade inquestionáveis, como me faz sentir segura, a forma como você me olha, me trata com carinho, com amor! Cuida de mim todos os dias, todas as horas! Sem mencionar como você ajuda sempre a minha família. Só você tem o dom de entrar no meu coração e tirar todas as mágoas, me fazer esquecer de tudo. Você me faz lembrar que a vida é linda! Você me tranquiliza, me dá paz, me dá conforto, realiza os meus desejos, me presenteia com sentimentos, me beija com intensidade, com emoção, me abraça com aconchego, você é divertido e é meu melhor amigo, você é romântico, carinhoso e gentil. Você faz de tudo por mim, cuida da minha saúde, da minha tristeza e da minha alegria. Você é honesto, responsável, trabalhador, batalhador, estudioso, dedicado, criativo, comprometido e inteligente, seu amor é puro e leal. É lindo, em todos os sentidos, em todos os sentidos que Deus possa imaginar! Você é lindo! Você é tudo para mim! Meu maior desejo na vida é retribuir e te fazer feliz, te amar! Você é minha vida, minha alma gêmea, meu príncipe! E eu sou muito grata a Deus por ter você. Nossa relação transcende, e quero caminhar ao seu lado nesta vida para crescermos e evoluirmos, porque juntos somos mais fortes e nos apoiamos, de hoje até amanhã, de amanhã até todo sempre! E sempre que nos reencontrarmos! Eu amo você!
Engasgo com suas palavras, enquanto Isabella se derrete na minha frente. Não aguento e a puxo para meu braço, sua cabeça cai em meu peito e meu nariz toca seus cabelos. Minhas mãos circulam sua cintura, querendo que ela sinta todo meu corpo, que estamos aqui, tomados por emoções profundas e que aquecem nossos corações.
— As alianças — o celebrante pede, então eu pego a caixinha do meu bolso e lhe entrego. — O matrimônio é uma entrega total, duradoura e fiel. Essa entrega como dom só é verdadeira se for completa, sem reservas e supõe a força de uma decisão e a vontade de se engajar por toda a vida, por isso, seu símbolo maior é aliança, um elo, sem emenda e divisão. Esse dom primordial aponta para uma graça que é anterior e que funda o próprio amor, renovando-o e alimentando-o continuamente.
O celebrante me entrega uma aliança. Com as mãos tremendo, seguro os dedos de Isabella.
— Isabella, receba essa nova aliança como prova do meu amor, de nossa união eterna e, sempre que a vir, saiba que estou e estarei para sempre ao seu lado. — Deslizo o segundo anel em seu dedo, que é de ouro branco e com pequenas pedras de brilhante formando um coração.
O celebrante dá a minha nova aliança para Isabella, enquanto me desfaço da antiga.
— Mateus. — Sua voz, embargada e rouca. — Receba essa nova aliança como símbolo de que de agora em diante tudo será verdadeiro e que é a minha escolha dividir minha vida com você. Receba todo o meu amor. — Ela desliza o aro grosso também feito de ouro branco em meu dedo anelar.
Eu tremo novamente, com a sensação que toma todo o meu corpo. Como se o ar tivesse parado à minha volta, a respiração fica presa em minha garganta, contraindo-a e apertando-a em formato de um nó, mas sei imediatamente como desfazê-lo. —
Agora você é minha, de verdade — rosno. — Assim, como eu sou seu.
Ela sorri. O amor emana de seus olhos verdes.
— Não há nada mais lindo do que a consagração do amor. Quando dois corações e duas vidas se unem com a bênção de Deus, o amor é ungido pela proteção divina. Mateus e Isabella, vocês começam agora um percurso muito bonito: o casamento e a constituição de uma família. Que a união de vocês seja muito feliz, que seja forte o suficiente para enfrentar qualquer dificuldade que a vida coloque no caminho de vocês. Que haja muita paz, tolerância e companheirismo. Onde há amor, há felicidade! Que a vida do casal seja iluminada sempre! Parabéns aos noivos e que Deus abençoe essa união. Eu os declaro, novamente, marido e mulher. Pode beijar sua esposa.
Em menos de um segundo, a puxo para mim, colocando minhas mãos em suas costas, apertando-a forte em meu peito. E mais rápido ainda, estou beijando-a, com todo amor e carinho que consigo expressar. Meus lábios se movem tão calmos sobre os seus. Cada pensamento e sensação que esse beijo me causa é como se fossem milhões de estrelas nascendo e iluminando dentro de mim. Amor, desejo, alívio de tê-la encontrado, de ter lhe proposto um acordo de casamento — uma coisa que nunca tinha desejado. E algo que nunca conheci: felicidade. Felicidade de estar aqui, renovando nossos votos, felicidade por corresponder o meu amor.
Tudo, cada ação e todas as minhas escolhas, me trouxe até aqui. A esse momento. E eu não poderia agradecer mais por ter seguido esse caminho. Por ter feito as escolhas que fiz. O passado de cobranças ficou para trás, a solidão que era minha vida já não existe mais.
Agora estou abraçando o presente que a mulher que tenho em meus braços me proporciona. E sonho e espero o futuro que, por causa de Isabella, promete ser cheio de luz e momentos felizes.
Eu a olho. Seus braços jogados em volta do meu pescoço, nossas testas coladas uma na outra, nossos narizes quase se tocando.
— Para toda eternidade — digo rouco, quando separo nossos lábios.
— Para todo o sempre — ela diz, sorrindo e enchendo meu peito de alegria.
É tudo que eu preciso.
É tudo que nunca vai acabar.
Nunca!

Fim

 

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