Conto Erótico - Bodas de algodão - Capítulos 03 e 04


              CAPÍTULO 3

             ISABELLA

— Terra chamando Isabella — Mateus diz, tocando de leve minha mão. — Chegamos à Classe A. Imediatamente, saio do meu delírio em que eu era uma louca com uma fralda na cabeça, segurando em uma mão uma mamadeira e na outra uma chupeta. Meu rosto estava todo coberto de talco, enquanto meu bebê chorava muito e sacudia suas perninhas gordinhas no ar, as mãos em punhos balançando de nervosismo. Para piorar a cena trágica, Mateus puxava os cabelos por estar fora do controle pela primeira vez, por estar sem saber o que fazer. — Você está bem? — ele pergunta depois do meu silêncio. — Não diga que ainda está passando mal.
Passei mal de novo hoje, mas dessa vez foi com o cheiro do pão de queijo. Aquilo estava azedo. — Não — respondo depois de alguns minutos. — Estou bem. Vamos entrar. Ele me analisa uma, duas vezes, como se buscasse em mim algum sinal de mal-estar. Continuo fazendo minha melhor cara de saudável possível. Não correrei o risco de que Mateus continue a pequena discussão que tivemos antes de sair de casa. Ele queria que eu ficasse em casa para descansar. Até mesmo argumentou que eu deveria tirar a semana para ficar em casa, organizando a pequena recepção que faremos para família no sábado que vem em comemoração às nossas bodas de algodão. Como se minha sogra e minha mãe já não tivessem todo o planejamento até mesmo das nossas bodas de diamante. Nunca vi mulheres para gostarem tanto de organizarem festas como elas. Um sorriso, um beijo e uma bela mordida em um bolo de chocolate foram suficientes para que ele aceitasse sua derrota contra minha disposição de vir trabalhar. Sorrio para ele. Abro meu cinto e me estico até alcançá-lo, dando um leve beijo em seus lábios. — Estou bem, garanto — afirmo de novo. — Bem até mesmo para lhe fazer uma visita hoje. — Pisco. Ele abre um sorriso sacana como se entendesse a dica. Não é errado usar algumas armas de persuasão contra os homens. — Você consegue me convencer tão fácil — ele repreende. — Vamos trabalhar então. Não vejo a hora de receber sua visita, senhora Ávila. Mateus desce do carro, dá a volta e abre minha porta, sua mão direita estendida para me ajudar a descer. Meu cavalheiro. De mãos dadas, caminhamos até a entrada da construtora. Cumprimentamos as recepcionistas e vamos direto para o elevador. Não demora muito e já estamos dentro da cabine de aço. Estranho não ter nenhum outro funcionário da Classe A nele. Mateus aproveita esse pequeno privilégio e privacidade para me abraçar forte. — Quero que me prometa que vai me avisar caso passe mal. — Quebra o silêncio do ambiente. — Avisarei. Mas confie em mim, estou bem. — Eu confio. — Ele beija minha testa. — Mas quero que saiba que, se acontecer, preciso ser o primeiro a saber para estar ao seu lado e te levar ao médico contra sua própria vontade. Não quero nunca mais ver minha esposa passar mal e não poder fazer nada. Suas palavras me emocionam. Definitivamente, tenho o melhor marido do mundo. Ele sempre será meu porto seguro, a rocha firme que posso me apoiar, assim como sou a dele. — Te amo — digo para acalmar seu coração. O barulho do elevador soa ao chegar a meu andar e as portas se abrem. — Te amo, Isabella. — Ele me aperta rapidamente. — Agora, vai trabalhar. Sentirei saudade. — Eu também. Ele me solta e tento sair apressadamente. As portas começam a fechar, mas o sensor faz com que elas se abram de novo e eu consiga completamente sem nenhum acidente. Ufa! Começo a caminhar em direção à minha sala. — Ei, esposa! — Mateus grita e me viro de imediato para ele, que está impedindo o elevador de sair dali, colocando metade do corpo entre as portas. — Você ficou maluco? — pergunto, vendo se nenhum dos gerentes está no lobby do andar. Graças a Deus, nenhum deles está passeando por aqui. — Ainda não. — Ele levanta sugestivamente a sobrancelha. — Mas com certeza estarei mais tarde. Venha me enlouquecer… Lembre-se de sua promessa. Mateus entra rapidamente no elevador, deixando-o partir desta vez. Eu fico apenas sorrindo. Também tenho o marido mais safado do mundo. Bem, que sorte a minha. Já na minha sala, analiso algumas planilhas de uma obra que a Classe A ganhou a licitação do governo federal. Serão construídas creches em alguns bairros menos favorecidos da cidade de São Paulo. Foi um projeto que me identifiquei desde o início, pois tocou meu coração, assim como a construção das casas de qualidade e baixo custo para os mais pobres. Não é novidade que nasci e me criei em um bairro não amparado. Nunca tive muito. Mas sempre, sempre me dediquei aos estudos, pois minha mãe dizia frequentemente que isso era a única coisa que podia me oferecer, a única coisa que podia me fazer crescer. E, agora, essa instituição será a chance de muitas crianças de dois a cinco anos poderem ter um futuro melhor. Começo a pesquisar alguns materiais sustentáveis para o berçário para as crianças menores, mas não sei se digitei errado ou se o destino quer brincar com minha cara. Adivinhem aí o que foi que apareceu em meu resultado… Para quem chutou berços de bebê, pode, com certeza, apostar na MegaSena, pois a chance de ganhar está elevada a mil. Um milhão de tipos diferentes de berços vão surgindo na tela do meu notebook. Uns sustentáveis, outros que prometem oferecer o melhor sono para a criança, uns que podem virar cama, outros que serão a segurança que seu filho precisa. Todos os tipos possíveis. Até mesmo os berços que podem criar seu filho por você. Mas espera… Pausa no sistema. Por que mesmo estou olhando os berços, os tipos e todos os detalhes possíveis? Nem preciso disso. Agora não, mas daqui uns meses… Uma parte irônica diz dentro de mim. Não! Outra grita. E se não estiver grávida? Uma pequena parte travessa do meu ser joga para meu cérebro paranoico. E se estiver gravida? A maior parte sorri, debochando da outra. Está acontecendo agora mesmo uma guerra dentro da minha cabeça. E, sinceramente, não tenho torcida por nenhuma das partes. Só sinto que vou enlouquecer. Quando minha mãe levantou essa possibilidade no domingo, realmente fiquei sem chão. Passei o almoço calada, pensando. Mateus até estranhou, mas consegui desviar do assunto e meu irmão logo me ajudou quando passou a entretê-lo com um novo jogo de videogame que ele queria. Assim que chegamos em casa, passei a noite fugindo. Tomei um banho rápido e fingi que estava dormindo para não ter que dar explicações. Merda, nem eu as tenho! Entenda, não é que eu queira esconder algo do meu marido, mas primeiro tenho que amadurecer a ideia para mim. E gravidez não é brincadeira! É uma coisa muito séria. Não posso levantar uma esperança em Mateus, que já falara da vontade de filho meses atrás, para depois vir com um banho de água fria e inundar toda sua felicidade. Preciso ter certeza, uma prova concreta. — Sim, é isso. Decidida, levanto-me de uma vez da minha cadeira. Mateus terá que se esquecer da minha visita à sua sala. Estou decidida a ir até um laboratório e fazer um exame de sangue para acabar com minhas alucinações. Você deve estar se perguntando aí sobre o exame de farmácia, mas quero ter algo mesmo que não reste dúvidas. Saio da minha sala e aviso à minha assistente que me ausentarei. Só digo isso. Não explico meus motivos. Não quero alertar, e muito menos preocupar, meu marido. Vou até a garagem enquanto pesquiso no celular alguns laboratórios para que eu possa fazer o tal exame. Em posse do endereço de dois, um perto do outro, chamo um Uber para que possa me levar até lá. Chegando ao primeiro, de cara sou negada. Por política da clínica, só poderia fazer o exame com jejum de, no mínimo, quatro horas e, no máximo, oito. De imediato, vou até o segundo laboratório, que fica praticamente em frente. Converso com a recepcionista e tenho a felicidade de que saber que aqui não é necessário eu estar de jejum. E o melhor! O resultado pode sair em menos de duas horas. Não perco tempo, já solicito e pago meu teste. Depois de preencher uma ficha com dados pessoais, sou encaminhada até uma sala, onde uma enfermeira me pede para sentar em uma cadeira grande com braço acolchoado. Amarra um elástico em volta do meu braço, na parte superior. Isso faz com que as veias quase estourem. A profissional faz a limpeza com álcool na área do braço onde ela vai enfiar a agulha. Logo, vira de costas e mexe em algumas caixas e, em menos de cinco segundos, está de frente para mim com a agulha na mão. — Vou colher o sangue — diz calma, enquanto meu coração quer sair pela boca de tanto nervosismo. A agulha é inserida na veia e o sangue vai sendo coletado na seringa. Quando ela tem a quantidade suficiente, ele é colocado em um tubo. A enfermeira remove o elástico e uma bandagem da cor bege é colocada no local. — Prontinho. Agora é só aguardar — diz, novamente tranquila. — Obrigada — agradeço, saindo da sala e indo de imediato até a ala de coletas de resultados. Ansiedade é meu nome do meio. O tempo passa muito devagar para meu gosto, ou talvez eu olhe demais para o relógio e ele fique brincando com minha cara. A cada vez que olho, não se passaram nem cinco minutos. Eu olho o celular, ignorando as mensagens e ligações de Mateus. Até que demorou para ele notar minha ausência. Folheio algumas revistas e dou passos e mais passos no corredor. Começo a roer as dez unhas da minha mão. Até que… — Isabella Ávila — chama a atendente que importunei durante essa uma hora e meia. Apressada, vou até ela, pego o papel do resultado e abro de imediato. Em letras maiúsculas, em negrito, está escrito:

Não é preciso nem ser formado em medicina, ou seja lá qual a especialidade que possa ler esse exame. Estou mesmo grávida. Vou ter mesmo ter um bebê. Uma avalanche de sentimentos me toma. Felicidade, medo. Jesus amado, eu mal sei cuidar de mim! Como irei cuidar de um ser tão frágil? É isso que vou ter que descobrir.

                                                             CAPITULO 4

                                                              MATEUS

— Você está linda — elogio Isabella. — Obrigada. Você também está muito encantador — fala simples e se posiciona na frente do espelho. Fico olhando-a intrigado. Pelas minhas contas, é a milésima vez que minha mulher está toda concentrada em arrumar seus belos cabelos castanhos em um penteado frouxo, preso somente de um lado, o que deixa suas costas toda a mostra. Isabella usa um vestido branco, escolhido por ela, com um enorme decote, para nosso simples jantar com nossos familiares em comemoração ao nosso aniversário de dois anos de casamento. Tento buscar seus olhos no reflexo, mas ela desvia os seus como fizera a semana toda. Minha esposa está me evitando. Nossa conexão está perdida desde segunda, o dia que ela simplesmente saiu da construtora para um lugar desconhecido por mim até agora, pois ela se nega a falar. Quando cheguei em casa naquele dia, Isabella parecia nervosa, arisca e parecia que tinha chorado. Por mais que eu pergunte a cada oportunidade o que a tinha deixado assim, recebo sempre a mesma resposta: nada. No entanto, sei que o “nada” de uma mulher sempre quer dizer um trilhão de coisas. Não vou mentir… Por mais que eu confie nela, todas essas atitudes estranhas estão me deixando desconfiado e muito mais nervoso. Estou com medo de que ela possa… Melhor nem pensar nisso. — Vou descer para receber nossa família — digo quando ela começa a passar um batom rosa em seus lábios. Isabella apenas acena com a cabeça. Queria ficar aqui com ela, mas não quero dar motivos para estragar a nossa noite. Se continuar com minhas perguntas, minha mulher pode ficar nervosa e chorosa como tem ficado por qualquer motivo banal. Prometo a mim mesmo que irei esperar só por mais esta noite. Depois, não descansarei até descobrir o que está acontecendo. — Te espero lá na sala de estar. Novamente, ela não responde. Melhor ir logo… Dou passos em direção à saída de nosso quarto, mas, antes de sair, ela me chama: — Mateus… — Viro-me em sua direção. — Nossa noite será perfeita. Mais uma vez agradeceremos a Deus e todas as obras do destino que nos uniu. Eu te amo. Como em um passe de mágica, meu medo e nervosismo dão lugar ao sentimento que descobri somente com ela: amor. — Te amo. — Sopro um beijo. Isabella volta a se maquiar enquanto eu saio em direção à sala com um sorriso bobo nos lábios e com o coração quente. Já no andar de baixo, recebo a senhora Eva e Julinho. Dou um abraço e um beijo em minha sogra e faço um toque especial com meu cunhado. Em minha mãe, dou um beijo em sua testa e um leve abraço rápido em papai. — Que felicidade ter todos vocês aqui nesta noite tão especial para mim e minha esposa! — digo, comovido. Quem poderia imaginar que um homem como eu estaria aqui comemorando dois anos de casado? Ainda mais quando fora obrigado a casar! — Não perderia isso por nada — mamãe diz serelepe e todos sorriem. — Nós que ficamos felizes em poder celebrar o casamento com vocês, meu filho! — papai enaltece, sábio. — É um orgulho para mim estar aqui. Silenciosamente, agradeço esse homem, como tenho feito sempre, por ter imposto sua vontade na minha vida. — Onde está minha filha? — minha sogra pergunta. — Já deve estar desc… — Estou aqui. — Não termino de falar, pois logo escutamos a voz doce de Isabella descendo as escadarias. Tão linda, parecendo um anjo em seu vestido esvoaçante. — Boa noite a todos e desculpem a demora. Como fizeram comigo, nossos familiares a recebem com muito carinho, abraços e beijos. Depois de um pouco de troca de conversas, as mulheres em um sofá e os homens em outro, com direito a mimos do meu pai com Julinho e sutis indiretas de que precisava de um neto, chega a hora do jantar. Todos nós vamos até a sala, onde será servido o buffet. A mesa está toda montada com requinte, com vários arranjos de flores especiais. Os talheres, taças e alguns pratos decorados estão bem-dispostos. Isabella caprichou mesmo na apresentação. Sento-me na cabeceira da mesa. Isabella ao meu lado direito, com a senhora Eva e irmão a seu lado. No esquerdo, mamãe e papai. — Antes do jantar, quero pedir a atenção de todos. — Isabella se levanta de repente, deixando alguns confusos, principalmente eu. — Eu tenho um comunicado a fazer. — Hum? — pergunto, mas ela apenas acena com a mão, pedindo-me silêncio. Mesmo contrariado, obedeço. — Primeiramente, quero saber se o público está todo preparado para ouvir o que tenho a dizer? — Ela olha para todos os nossos familiares. — Mãe, a senhora está bem? Sem nenhum problema de coração? — Sim, filha — a senhora Eva responde logo. — Coração sadio. — Marta, e você… Está bem? — Minha mãe apenas se limita a balançar a cabeça positivamente, mas com a expressão tão espantada quanto as nossas. — Damião, tudo certo? — Sim, estou ótimo. Fiz uma bateria de exames semana passada — papai responde. — Mas acabe com nossa curiosidade, que comunicado é esse? — Ninguém quer ir nem ao banheiro? — Isabella testa. — Não! — todos respondem em conjunto. — Como não sei como estará meu estado depois de comer… — Ela respira fundo. — Resolvi adiantar uma surpresa para todos, especialmente para meu marido. Ela olha para mim, então percebo que está levemente alterada. O rosto está vermelho e os olhos, brilhantes, como se fosse chorar a qualquer momento. — Você está passando mal? — Apresso-me em indagar. Não me importaria de acabar agora mesmo com esse jantar, contanto que não a visse desfalecer em meus braços ao vomitar. — Você está doente, querida? — questiona minha mãe com um tom de apreensão na voz. — Não estou doente… — Minha esposa sorri para ela e se aproxima de mim para segurar minha mão. — Mas voltando ao meu comunicado. Hoje, sabendo que é um dia especial, em que comemoramos com amor o aniversário de dois anos de união de um casamento feliz, nada mais justo que um presente… Presente esse que acalentará nossos corações para todo o sempre. Especialmente o meu e do meu marido. Aguarde um segundo enquanto pego o embrulho. Isabella solta minha mão e, em dez passos, está abrindo uma gaveta do nosso aparador da sala de jantar. De lá, pega uma caixa mediana preta, envolta em um laço vermelho. Quando volta, entrega-me o embrulho. — Antes que abra, quero dizer algumas palavras. — Sua voz agora está bem embargada e os olhos estão com lágrimas. Ela aspira e inspira o ar diversas vezes. Suas mãos estão tremendo e frias quando cobre as minhas, que segura impacientemente a caixa. — Você tem certeza de que está bem? — inquiro apreensivo. — Psiu! — ela pede e puxa mais ar. — Planejar, esperar ou imaginar como será, nada se compara com a sensação que iremos sentir de hoje em diante. Sempre estaremos juntos, apoiando um ao outro. As palavras são escassas, limitadas demais para poder descrever o que estou passando agora. Por isso, vou deixar que outra pessoinha lhe fale o que está acontecendo. Pode abrir. Rapidamente, ela deixa minhas mãos livres. Ansiosas, abrem a caixa como se tivessem vida própria. Na embalagem, encontro um pote de vidro com dois rolinhos de papel dentro. Deixo a caixa na mesa e trato de pegar o frasco, tirando o papel um e dois de lá. — Leia em voz alta o número um — Isabella pede. Abro o papel e encontro uma espécie de carta. Oi! Primeiramente, irei contar como eu fui descoberto. Lembra quando ela fugiu uma tarde da construtora? Pois é, foi até uma clínica para se livrar de umas paranoias, então fez um exame e logo depois ficou andando de um lado para o outro. Eu ainda estava com soninho, mas com ela andando daquele jeito, não tinha como dormir. Quando eu estava quase dormindo, o coração dela disparou e batia tão forte! Nossa! Não entendi muito bem, mas parece que ela estava dizendo: Positivo! Positivo! Ficou em silêncio falando com Papai do Céu e depois ficou pulando e dando risada… O que será que a deixou assim tão feliz, hein? Eu respondo: foi a emoção de estar grávida de mim! Sim, papai, estou aqui (meio achatadinho), mas radiante por ser uma mistura de vocês dois. Estou muito feliz de estar te dando essa notícia. Em poucos meses, serei o mais novo integrante da família. No início, precisarei muito de você e da mamãe, pois, para mim, tudo será estranho. Por enquanto, estarei aqui no cantinho da barriga dela, observando e sentindo tudo, mas não vejo a hora de estar aí com vocês! Ah, eu já me imagino brincando com os dois! Até que a mamãe tem bom gosto de ter escolhido você como marido e como meu papai. De vez em quando, ela acerta (risos). Mas quero te avisar que, quando eu sair, vou abrir um berreiro daqueles, tá? Afinal, já sei que vou dar de cara com um baita espaço e muita gente estranha em volta de mim. Só que logo vou me acalmar, porque vou reconhecer a sua voz e a da mamãe. Depois, você vai me aconchegar no seu colinho, todo orgulhoso, e vou me sentir seguro de novo. Ah, e não fique com ciúme da mamãe, viu? Por algum tempo, ela te deixará em segundo plano, pois estará ocupada demais com a grande novidade chamada “eu”. Até mais, papai. Te amo muito. Assinado: seu bebê — Meu Deus! — O primeiro grito que ouço é da minha mãe. — Eu sabia! Eu sabia! — minha sogra canta vitória. — Que felicidade! — comemora meu pai. — Um bebê? — meu cunhado pergunta desconfiado. Já eu, apenas sinto as lágrimas correndo por minha bochecha. Assim como identifico meu coração saindo pela boca. Uma sensação estranha de querer gritar, pular e socar o ar me rompe com força. — Isso é verdade? — indago com a voz rouca devido ao choro. — Sim, meu amor, estou grávida. — Isabella responde também chorando. — No papel número dois está o exame que fiz. Caio de joelhos diante dela, passando meus braços em sua cintura e beijando sua barriga ainda plana. Deus! Obrigado. Obrigado! Mil vezes “obrigado” por esse presente que é ter Isabella em minha vida. Continuo aqui, chorando e abraçando com todo meu amor minhas duas razões de viver. — Eu vou ser papai! — Beijo novamente. — Vou ser papai, porra! — grito. Levanto e beijo com força minha mulher. Logo, somos obrigados a nos separar para receber as felicitações emocionadas de todos. Um bebê sempre é motivo de muita comemoração, especialmente para uma família que já esperava e torcia por isso. Quando terminam os abraços, tomo minha mulher de volta para mim. A partir de agora, terei o dobro de cuidado com ela, pois carrega nosso tesouro. — Por que estava me escondendo isso? — sussurro em seu ouvido, aproveitando que estamos abraçados. — Não sabia como te contar. — Ela envolve seus braços em meu pescoço, fazendo-nos ficar frente a frente, apenas a milésimos de distância. — Então, decidi surpreender a todos de uma vez. Está espantado? — Não, estou muito feliz. — Beijo seus lábios rapidamente. — Você está me dando o melhor presente possível. Eu te amo. — Nosso presente — ela replica. — Sim, nosso. — Feliz bodas de algodão! — comemora. — Feliz bodas de algodão — retribuo. — Assim como é o algodão, espero que o nosso casamento seja belo, suave e puro. Espero que possamos continuar sendo companheiros, amantes e amigos, que eu siga te conquistando e sendo amada cada vez mais, todos os dias! — E que venha mais bodas — desejo. É tudo que mais quero na vida. Claro que também desejo muito, muito, ter meu bebê em meus braços.

Continua amanhã....


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