Conto Erótico - Innocence - Capitulos 27, 28, 29 e 30
Capítulo 27
Dante
No momento em que pus os pés na porta da cozinha,pude perceber que
Innocence não está lá. Já passa das onze e ela certamente não quis ficar
com a Angélica,que provavelmente não respondia suas intermináveis
perguntas.Então eu sigo para as escadas que levam ao andar de cima e vou
diretamente para o meu quarto,com a intenção de tomar um banho antes de
conversar com Innocence.A conversa não será fácil,pois não tenho
certeza de qual será a sua reação quando souber que voltará a reviver um
momento tão assustador e dramático da sua vida. Entro em meu quarto e,
como já esperava, ela não obedeceu às minhas ordens. Lá estava ela,
dormindo na minha cama, vestida somente com uma camiseta de algodão e
uma calcinha minúscula preta do mesmo tecido. Pernas encolhidas e as
mãos apoiando o rosto. Vendo-a assim,tão vulnerável,começo a sentir
coisas.Coisas que eu sei que jamais poderei fazer com ela,como
restringir seus movimentos com técnicas de amarração e depois fodê-la
com força...Isso nunca irá acontecer,Dante,nem que ela um dia queira. É,
Dante, você mesmo se contradiz. Observo-a por alguns minutos. Seus
longos cabelos negros caem sobre o rosto, escondendo-o, e nesse momento
sinto uma necessidade grande de me sentar ao seu lado. Meu instinto
predador é mais forte, dou alguns passos e cá estou, sentando no colchão
macio, avaliando-a com extrema atenção. Suas pernas longas, ainda com
as marcas dos arranhões, os pés com os dedos enrolados mostrando as
marcas das feridas cicatrizadas. Ela parece uma criança indefesa
gritando por proteção. É, doce menina, eu a protegerei sussurro as
palavras enquanto toco seu rosto com a leveza das pontas dos dedos. Ela
solta um gemido e se mexe um pouco. Vê-la dormir me dá paz, a paz que
nunca tive. Ficaria aqui horas e horas, só velando o seu sono, só me
embriagando com a paz que ela emana.Tão linda,minha protegida.Inclino-me
um pouco e sussurro outra vez. Dante...ela murmura meu nome, ainda
adormecida.Ангел (anjo). Cheiro seus cabelos e volto a observá-la. Ela
faz um muxoxo, diz algo incompreensível. Levanto as sobrancelhas,
tentando entender. Innocence respira profundamente e vira-se de barriga
para cima, então, guiada por uma força desconhecida, minha mão afasta
algumas mechas de cabelo de seu rosto para que eu a veja melhor. Seu
sono profundo e sereno me causa um pouco de inveja, pois não consigo me
lembrar de alguma vez ter dormido assim. Passei toda a minha vida tendo
sonos conturbados com pesadelos medonhos e sombras me cercando. Elas
sempre ficavam à minha espreita, prontas para me atacarem. Mesmo depois
de ter deixado tudo para trás, nunca pude dormir em paz, os fantasmas me
perseguem, e acho que nunca dormirei tranquilamente um dia. Ela estica o
braço que cobria os seios para o lado do corpo. O tecido fino da
camiseta deixa evidente os bicos dos mamilos eriçados, estão tão eretos
que salivo só em olhá-los, por isso desvio o olhar para baixo. Só que
fica pior, meus olhos caem sobre o monte em V da sua calcinha, sua vulva
está desenhada em torno do tecido negro. Eu sei que cachos negros
cobrem o seu monte, ela não se depila, e eu não me importaria de
envolver minha boca em seus tufos. Apesar de não gostar, a sua boceta
virgem eu comeria de qualquer jeito. Me sinto um depravado com esses
pensamentos libertinos. Minha ereção está tão dura que chega a doer.
Caralho! Como posso perder o controle desse jeito, que porra está
acontecendo comigo? Limpo a garganta e ajusto meu pau na calça.Innocence
eu digo suavemente. Ela não se mexe.Innocence. Aumento o tom da minha
voz, mas ela continua adormecida. Sacudo-a brandamente. Com isso, ela
mexe um pouco a cabeça, piscando várias vezes e me dando um meio
sorriso, para logo fechar os olhos novamente. Eu sorrio de volta, meio
abobalhado. Ela me faz sentir coisas que não consigo entender, um
simples sorriso me deixa com o coração aos pulos. Ela volta a se
embrulhar com o corpo, encolhendo as pernas e virando-se para o lado, em
minha direção. Sua pequena mão sobre a minha e sinto a carícia inocente
do seu polegar em minha pele. Avalio o seu rosto com um olhar morno.
Atualmente o meu passatempo favorito é olhar para ela. Desvio os olhos
para o travesseiro ao lado dela e deito-me na cama com cuidado,
encostando o rosto no travesseiro macio. Apreciando a bela vista, fico
sentindo sua respiração quente e o subir e descer do seu peito em um
ressonar suave.Ангел (Anjo) sussurro, enquanto toco suavemente com as
pontas dos dedos o seu delicado rosto, só o suficiente para sentir a
pele aveludada.Dante ela murmura, abrindo os olhos.Olá, Ангел. Ela se
aproxima, rolando o corpo em minha direção, e suas duas mãos espalmam
meu rosto.Do que me chamou? estreita os olhos,curiosa.Neste momento,
perco-me e começo a sentir vontades. Principalmente de roubar-lhe a boca
e beijá-la como nunca já beijei alguém.Ангел respondo,olhando-a com
carinho.Ela é tão linda,tão suave... tão frágil.Ангел ela tenta
pronunciar a palavra russa, mas não soa muito bem. Eu dou risada do seu
esforço.Você está rindo de mim...Aperta os olhos e faz uma cara de
decepção.Sim, achei engraçado você pronunciando não resisto e volto a
acariciar seu rosto com as pontas dos dedos. Ela fecha os olhos quando
sente a suavidade da minha carícia, e este simples reflexo faz um
turbilhão de pensamentos dissolutos envolverem a minha mente.Ангел
significa anjo, em russo. Ela levanta a cabeça e me encara com um olhar
interrogativo. Arrependo-me imediatamente, pois eu sei que agora virá
uma porção de perguntas.Russo?Anjo?O que são essas coisas?A Senhorita
Interrogação volta a atacar.Sorrio,satisfeito,pois essas perguntas eu
posso responder.Russo é o idioma que falamos na Rússia.E anjos,segundo a
bíblia,são mensageiros de Deus.Acho que não fui convincente, pois ela
continua me encarando com o olhar confuso.Eu sei o que é Deus, doutor
Cezar me explicou, mas anjo e russo, continuo sem entender o que é...Ela
fica pensativa por alguns segundos. Então...hum...Eu sou uma mensageira
de Deus? Como assim? E o que é idioma?Eu não sei se sou a pessoa mais
indicada para lhe explicar sobre anjos, o que eu sei é que eles são uma
invenção de um livro chamado bíblia, e pelo o pouco que eu sei, são
seres celestiais...Paro de falar, empolgado com as minhas elucidações
nem me dou conta do quanto Innocence está me fitando, confusa. Estou
vendo que não entendeu nada.Ela pisca os olhos. Deixa esse negócio de
anjo pra lá. Só quero fazer uma observação, se anjos existirem,
provavelmente eles se parecem com você...Eles são mulheres? E elas não
sabem de nada, assim como eu? ela me interrompe e suas pequenas mãos
apertam os dois lados do meu rosto, exigindo a minha atenção. Nossos
olhares se fixam e a sua boca chama minha atenção. Prendo o olhar em
seus lábios carnudos e os desejo ardentemente.Dante... Dante... Eu sei
que ela me chama, mas o toque da sua pele e o seu rosto tão próximo ao
meu me envolvem de um jeito que chego a ficar fora de mim por alguns
segundos. Oi...Afasto todos os pensamentos lúbricos e volto a me
concentrar em nossa conversa. Não, Ангел, acho que não. Como eu disse,
não sou a pessoa mais indicada para o assunto, só posso supor que sejam
criaturas lindas, assim como você.Eu sou linda?ela me surpreende com a
pergunta e seus olhos azuis brilham com a minha observação. Meu rosto é
acariciado com extrema candura.Eu sou linda, como você? E o que estava
tenso, fica pior. Innocence rola o corpo por cima do meu e eu fico de
costas no colchão. Ela se apoia em meu peito, fazendo com que sua cabeça
fique rente à minha. Hipnotizado, eu apenas deixo que suas mãos
explorem o meu rosto, estou completamente à sua mercê. Você é tão
lindo... Seus lábios são...dedinhos traiçoeiros dançam sobre os meus
lábios são tão macios. Seu dedo indicador escorrega lentamente em minha
boca e eu sinto seu toque mágico na língua. Tão quentes... Puta que
pariu! Não sou de ferro, meu pau lateja e eu tento manter o controle.Eu
gosto disso... ela lambe os lábios enquanto minha língua envolve o seu
dedo e eu chupo o dedo invasor. Humm! Porra! Controle-se, Dante. Isso é
bom, é muito bom... Mal posso pensar, hipnotizado por seu rosto
carregado de desejo e pelo subir e descer do seu peito sobre o meu. Eu a
observo em todos os detalhes, controlo minha respiração e minhas mãos,
então seus olhos se abrem e o brilho de desejo me atinge em cheio. Como
um ímã, minha boca toca na sua e o meu controle desaparece. Enrolo um
braço em volta dela, segurando-a perto de mim. Ela não retira o dedo da
minha boca e eu chupo tudo, mordo tudo... quero tudo. Deixo o meu lado
protetor adormecer, esquecendo completamente do que posso vir a fazer
com ela, caso a possua... Eu a destruiria. Não que eu me sinta culpado
quanto a isso. Não sou homem de sentimentos nobres, contudo, não quero
lhe fazer mal.Innocence...Sua boquinha faminta não quer deixar a minha,
mas tento afastá-la. Innocence, por favor... Ela chupa a minha língua.
Caralho! Vou ao inferno e luto com o diabo. Ангел! Ela me beija com
desespero e o seu corpo quente roça no meu. Ela esfrega o ventre em
minha ereção dura, sua coxa nua entre a minha e sua boceta friccionando
nela. Quente... ela está tão quente.Inocen...ce... Como posso detê-la,
se eu mesmo não quero me deter?Ei... nossas bocas atreladas e eu
tentando murmurar palavras que nem mesmo quero dizer. O Shin estava
certo. Não sou eu que tem o que ensinar, e sim, ela. Minhas mãos
exploram suas costas e cintura, escorregam lentamente para seu traseiro,
até que meus dedos sentem a pele macia e quente das bandas da sua
bunda. Eu aperto, esmagando a carne nas palmas das minhas mãos.
Innocence solta um gemido abafado e se esfrega em meu pau. Seu dedo
deixa a minha boca e suas mãos voltam a acariciar o meu rosto. Seu
coração está batendo tão rápido que posso escutá-lo. Ela começa a roçar o
corpo com mais energia sobre o meu e os seus mamilos eriçados provocam
todo o meu ser dominador. Meu pau molha a frente da minha calça e a
umidade da sua boceta é sentida em minha coxa.Caralho! Não, Innocence,
não... Eu a afasto com brusquidão, mantendo-a longe do corpo, mas sua
boceta continua tocando minha coxa, e assim como meu pau, seu desejo é
pulsante.Innocence, olhe para mim.Ela está foda demais. Olhos fechados,
lábios entreabertos, bochechas rubras, cabelos em desalinhos e muito
ofegante.Olhe para mim ordeno, já com o controle recuperado. Seus olhos
encaram os meus, e é a porra mais linda. Um brilho intenso, lascivo,
devorador. Se eu não fosse quem sou, juro que arrancaria o seu selo
virginal.Dante murmura e tenta me beijar outra vez.Não repreendo-a com
autoridade e a mantenho a distância. Respire lentamente e não afaste os
olhos dos meus ordeno, mantendo meu olhar fixado. Ela me obedece.Isso,
respire devagar, puxe o ar e solte lentamente. Se concentre em minha
voz.Dante, eu... ela tenta reagir, tenta fugir do meu olhar.Shh!
Concentre-se em minha voz e em meus olhos aumento o tom da minha voz e
regulo a respiração. Isso, assim...Viro-a para o colchão e a deito
sobre o travesseiro, mantendo o corpo distante. Shhh! Respire, feche os
olhos e fique quieta. Eu já volto. Ela fica completamente quieta,
respirando lentamente, e fecha os olhos. Levanto-me, varro o olhar por
seu corpo e detenho-o no pequeno monte rechonchudo, coberto pelo tecido
da calcinha. Puta que pariu. Entre suas coxas a umidade brilha, ela está
tão excitada que sua calcinha não conseguiu conter a excitação. Dante,
você está completamente fodido. Ajeito meu membro com a mão. Ele precisa
de um alívio ou irá explodir aqui mesmo. Sigo para o banheiro, e
enquanto espero a banheira encher, retiro o membro da calça e da cueca,
envolvendo-o entre os dedos. Não foi preciso muito esforço para explodir
meu tesão, só a lembrança da boceta rechonchuda e molhada da Innocence
foi o suficiente para que jatos grossos da minha porra jorrassem,
desenhando linhas esbranquiçadas na parede do box. Que ironia, eu nunca
precisei me masturbar para poder gozar, sempre mãos femininas fizeram
isso por mim. Não resta dúvida, eu realmente preciso foder alguém, ou a
foderei. Limpo a minha bagunça, desligo a torneira e vou buscar a moça
que está fazendo com que eu perca todo o meu controle. Antes mesmo de
chegar próximo à cama, eu paro para observá-la. Ela não saiu da posição
que a deixei. Obediente, continua deitada, de olhos fechados. Vê-la
assim faz todos aqueles pensamentos de minutos atrás correrem de volta
para minha mente libertina. Eu sei que ficar tão próximo a ela é
suicídio, pois por mais que eu tente domar o monstro que sou, o homem
impiedoso e sádico chegará e uma hora toda essa fúria escrota cairá
sobre ela. E aí será tarde demais. Olho para o corpo imóvel de Innocence
com certa angústia e agradeço por ela estar de olhos fechados e, de
alguma forma, adormecida. Uma dúvida atormenta minha mente. Será que eu
deixaria o monstro que sou destruí-la, uma vez que prometi protegê-la?
Serei eu quem a machucará, e não os monstros que ela tanto teme? Eu
tenho dito, desde o dia em que jurei protegê-la, que manteria distância
dela, que faria de tudo para não macular sua inocência. Mas a cada
segundo que passo ao seu lado fica mais difícil manter essa promessa.
Ela não colabora, minha mente libertina não colabora, meu pau não
colabora. E eu já nem sei se quero ficar longe. Eu sei que sou ruim,
sempre soube. Minha vida é marcada por dor e destruição, mas vendo-a
assim, tão vulnerável, tenho minhas dúvidas. Será mesmo que se a
possuísse eu teria coragem de destruí-la? Será? Não, eu não sei a
resposta. Então, o melhor é prevenir, mantendo-a longe. E enquanto eu
luto comigo mesmo, ela se mantém alheia a toda essa bagunça que se
tornou a minha vida, sem saber que tem um poder estranho sobre mim.
Porque eu não posso amá-la, não nasci para amar. Homens como eu jamais
conhecerão esse sentimento. Aproximo-me da cama, um pouco irritado e
frustrado com as minhas conclusões. Innocence está tão quieta. Ela
adormeceu e tenho dó de acordá-la. Sua fragilidade me assusta, começo a
temer caso ela seja capturada por seus perseguidores. O que eles farão
com ela? Irão torturá-la, matá-la? Ou violentá-la primeiro para depois
seguir o padrão? Eu faria assim, só não a violentaria. Não sou homem de
forçar uma mulher a fazer sexo, elas só faziam por livre e espontânea
vontade, nunca precisei usar de força para foder alguém.Innocence eu a
chamo com voz suave e sento na cama.Ei, acorde, você precisa de um
banho. Ela abre os olhos enquanto sorri para mim. Oi.Estica os braços e
suas mãos alcançam o meu rosto. Ela adora me tocar assim.Eu dormi. Seus
dedos fazem cócegas em minha pele áspera. Venha, a água vai
esfriar.Seguro suas mãos, desviando-as do rosto. Já estou fodido e
perturbado, e se ela continuar a me tocar assim conhecerá o quanto posso
ser perigoso.Por que eu preciso tomar banho?Ela se senta e tenta soltar
as mãos das minhas.Você está zangado? Por quê?Aqueles olhos azuis
lindos me encaram interrogativamente.Eu não estou zangado com você.
Venha, a água vai esfriar.Fico de pé e a puxo pelo braço, forçando-a a
se levantar.Você está zangado, sim. Está zangado porque nos beijamos
daquele jeito, só não entendo por que se zangou, já que me beijou
também. Eu sei que você gosta de me beijar, gosta tanto quanto eu...
Innocence, chega!esbravejo sonoramente.Ela se assusta, ficando estagnada
no lugar.Tento fazer com que se mova,mas ela permanece
petrificada,olhando-me assustada.Não grita,não grita...Tenta se afastar,
mas sou mais forte e a mantenho presa em meu aperto.Ok, desculpe-me. É
que às vezes você me tira do sério. Eu só preciso que tome um banho.Por
quê? Como explicar para ela? Ela está com cheiro de sexo e isso está me
deixando louco. Seu cheiro atordoa meus sentidos, e se eu dissesse a
verdade, provavelmente ela viria com uma enxurrada de
perguntas.Innocence, pelo menos uma vez na vida você pode fazer o que eu
mando, sem me questionar?peço, impaciente. Ela suaviza as feições e
relaxa os braços. Está bem, mas com uma condição. Pequena chantagista,
ela já está aprendendo a negociar. Innocence... bufo minha frustração.
Com condição ou sem condição, a senhorita irá tomar banho. Mas tudo bem,
diga o que quer. Ela sorri, satisfeita. De certa forma, adoro vê-la
assim, tão dona das suas vontades. Nunca pensei que um dia iria gostar
de ver uma mulher exigir algo de mim. Responda a minha pergunta e eu
faço tudo o que você quiser, sem reclamar. Lá vem bomba, eu tenho
certeza que a pergunta em questão vai me deixar completamente
atordoado.Pergunte. Eu sei que vou me arrepender por ter dito isso. Por
que, quando você me beija, seu pau fica duro?
CAPITULO 28
DANTE
Fico estagnado com a pergunta. Engulo em
seco, respiro devagar, fecho e abro os olhos rapidamente. Penso em uma
resposta pronta, dessas que dizemos com poucas palavras, mas eu sei que
fazendo isso só aumentarei o número de perguntas posteriores. O que eu
faço? O que digo? Ignoro sua pergunta? Ou a controlo, como faço com
minhas submissas? Onde fui me meter?Dante! Sua voz quebra o silêncio do
quarto, interrompendo os pensamentos da minha mente.Eu quero saber ela
diz, olhando para meu rosto, como se acabasse de escutar meus
pensamentos.Já percebi que toda vez que estamos nos beijando ou que eu
me sento no seu colo, seu pênis fica duro e minha vagina molha a minha
calcinha.Ela se cala por alguns segundos, pensativa, como se estivesse
buscando as palavras certas para a próxima pergunta. O pênis do Shin não
ficou duro quando o beijei, e eu não senti coisas em minha barriga, nem
minhas pernas amoleceram, mas com você, tudo isso acontece. Eu tenho
vontade de agarrá-lo apertado, esfregar o meu corpo no seu. Quero muito
que me toque e meus seios ficam doloridos nos bicos. É estranho e ao
mesmo tempo tão bom, chego a ficar tonta e falta o ar nos meus pulmões.
Por favor, eu sei que você sabe, e eu preciso muito saber por que essas
coisas acontecem. E eu preciso urgentemente fazê-la esquecer dessas
perguntas. Quando finalmente tomo fôlego, eu a encaro com um olhar frio e
penetrante. Já está na hora do Dante dominador surgir, ela não pode
exigir nada de mim, tampouco me forçar a fazer ou dizer qualquer coisa
que eu não queira. Você está me ouvindo, Dante? pergunta ela. Percebo
que ela move o corpo com impaciência e aperta as mãos, mordendo o lábio
inferior e rolando os dedos dos pés no chão do quarto. Esta é a hora de
desviar a sua atenção. Não! esbravejo com voz dura e concentrada,
fixando meus olhos nos seus.Não responderei a sua pergunta, e a proíbo
de perguntar ao Shin, pois eu sei que é isso que pensa em fazer. A
expressão do seu olhar e o movimento do seu corpo me dizem exatamente
isso, que ela já pensa em perguntar ao Shin.Você entendeu,Innocence?Ela
desvia os olhos. Olhe para mim,agora!vocifero.Innocence assusta-se,
olhando-me, estarrecida. Então decido agir com mais altivez e dou um
passo em sua direção. Em seguida, outro. Venha aqui eu digo. Não grita,
só me responde. Não fuja das minhas perguntas diz ela com o olhar baixo.
Innocence, não estou brincando. Olhe para mim. Não. Toda vez que faz
isso você me faz mudar de ideia, e eu quero respostas... Seu... seu..
ela vacila nas palavras. Seu o quê?pergunto, enquanto dou outro passo à
frente.Idiota! Ela me encara ligeiramente para segundos depois, baixar
os cílios longos e pretos, evitando o meu olhar severo. Respira
irregularmente, vejo o subir e descer do seu peito e vejo também seus
mamilos eriçados sob o tecido da camiseta.Venha aqui exijo, mas desta
vez suavizo o tom da minha voz. Ela levanta os cílios lentamente, até
seu olhar se encontrar com o meu. — Você tem muitas perguntas e está com
medo, não é? Ela me avalia, franzindo a testa um pouco, concentrando-se
em cada detalhe do meu rosto. — Sim. Eu já sabia a resposta, no
entanto, quis fazê-la assim mesmo. Era uma forma de deixá-la mais à
vontade e entregue. — Venha até mim. — Ela pisca os cílios algumas
vezes. Está reticente, balança o corpo involuntariamente, como se
estivesse procurando coragem para dar o primeiro passo. — Venha aqui,
Innocence — ordeno, fitando-a com um olhar duro. Ela demora mais do que
deveria demorar para cobrir o espaço que há entre nós. — Dante, o que
está acontecendo com o meu corpo, quando fico perto de você? Balanço a
cabeça em negação. Ela toca em meu peito com as pontas dos dedos. É
teimosa e se esquece completamente que a proibi de me tocar sem
permissão. — Não. — Seguro sua mão, afastando-a do meu peito e mantendo o
olhar fixo no seu rosto. Insistente, ela me toca com a outra mão, desta
vez no rosto. — Innocence, obedeça-me. — Respiro e tento me concentrar,
o que a esta altura era algo muito difícil de fazer. — Eu não posso, é
mais forte do que eu... É uma força que me puxa para você. Ajude-me a
entender isso, Dante. — E o inacreditável acontece. Ela pega minha mão e
a leva para entre as coxas. O calor que vem de lá é enlouquecedor. Meus
dedos tocam o tecido da calcinha de algodão, e ele está molhado com sua
excitação, a viscosidade do líquido atiça meu pau. Balanço a cabeça,
tentando de alguma maneira manter o controle, então ela destrói qualquer
possibilidade de conter minha libido. Innocence aperta minha mão entre
as coxas e, segurando-a lá, fecha os olhos e entreabre os lábios,
soltando um gemido suave de prazer. Involuntariamente, toco a curva de
sua cintura e a puxo para mim. — Dan-te... — ela vacila nas sílabas do
meu nome. — O que é isso que estou sentindo? Humm! É... tão bom. Por que
eu gosto tanto quando me toca? — Que se foda, porra! — praguejo, com
voz rouca de tesão. Embrulho meu braço ao redor dela, segurando-a em mim
e, totalmente fora de controle, me inclino para beijá-la. Uma de suas
mãos envolve meu ombro, até seus dedos encontrarem minha nuca e
acariciá-los lá. Beijo-a com força, enrolando a língua na dela.
Innocence se assusta com a força do meu beijo dominador, tenta se
afastar, mas é tarde demais, quem não quer se afastar sou eu. Esse era o
meu medo... que meu monstro a reivindicasse. Dan-Dante...Ela solta
minha nuca e empurra meu peito. Mordo seu lábio inferior enquanto a
aperto com mais força, fazendo minha ereção pulsar em sua barriga. Ela
aperta as coxas em minha mão, que continua presa no calor da sua buceta.
Volto a duelar com sua língua, explorando sua boca. Seus lábios tremem
um pouco, assustados com meu beijo possessivo. Afrouxe o aperto das suas
coxas, Innocence... digo, ébrio de desejo, sem afastar a boca da sua.
Ela obedece. Afasto o tecido da calcinha e meu dedo encontra seus cachos
molhados, sedosos e quentes. Porra! Você está pegando fogo.Neste
momento já nem sei quem eu sou... o monstro ou o homem. Que se dane, não
me importo, só quero sucumbir ao fogo que me queima. Então, mordo o seu
queixo, seu pescoço. Eu estou fodido, muito fodido... Dante... Dante.
Ela me agarra com desespero, friccionando as coxas em minha mão. O que é
isso que estou sentindo? Acho... acho... que vou... morrer... —
sussurra as palavras com desespero. — Shhh! Você não vai morrer. Só
sinta, depois eu explico — murmuro, segurando seu queixo com a palma da
mão, forçando-a a olhar para mim. Seus lindos olhos azuis brilham de
tesão, o desejo decadente crescendo a cada gemido. Eu a quero, quero-a
para mim... — Senhor Dante! — Escuto o bater na porta do quarto. —
Senhor Dante, o senhor Shin está chamando. Innocence é salva. Angélica
acaba de salvá-la de mim. Afasto-me imediatamente, fitando-a com desejo
cru. Meu pau duro, pulsando em minha cueca, a mão ainda entre suas
coxas, sentindo o calor ardente da sua boceta. Innocence está tão linda,
ruborizada, arfante e trêmula. Eu estou uma bagunça e me sentindo um
monstro. Mas eu sou um monstro. Puxando-a para mais perto, eu pressiono
meus lábios em sua testa, demorando mais do que o necessário, inalando o
cheiro delicioso dos seus cabelos negros. Fecho os olhos e respiro
fundo. Ela me deixa vulnerável. Esta é a palavra. — Senhor Dante... — Já
estou indo! — Viro meu rosto no sentido da porta e grito com
insatisfação. — Peça para o Shin me aguardar no gabinete. — Espero
alguns segundos, até não escutar mais a respiração de Angélica. Volto
meu olhar para o rosto lindo e confuso de Innocence. — Innocence,
respire — sussurro em seu ouvido. Ela está muito ofegante, respira com
desespero. — Olhe para mim. Ei, olhe para mim. — Está de olhos cerrados e
eu estou segurando-a, pois seu corpo treme. A mão que está em volta da
sua cintura agora vai para o seu rosto. Avalio-o com mais atenção. —
Innocence, abra os olhos. — Ela abre, obedientemente, e o brilho que vem
através deles é magnifico, arrebatador.Respire devagar.Ela o faz. Isso.
Não, não. Não desvie os olhos dos meus. Ela tenta fechar os olhos.
Respire junte comigo, assim... devagar. Eu quero beijá-la outra vez,
quero fodê-la, mas eu sei que não posso. Já fui longe demais, nem era
para ter tocado nela. Preciso mantê-la longe de mim.Isso mesmo, está se
sentindo melhor? Ela assente com a cabeça. Consegue tomar banho sozinha?
Ela não responde, apenas encosta a cabeça em meu peito quando a coloco
nos braços e a levo para o banheiro. Coloco-a sentada na bancada de
mármore negro e solto o tampão da banheira, deixando a água fria de
dentro escorrer. Depois fecho novamente o ralo e ligo a torneira.
Dante... Shh! Sigo até ela e a calo com dois dedos nos lábios.Sem
perguntas, Senhorita Interrogação, agora não. Prometo que depois
respondo suas indagações, mas agora eu só preciso que me obedeça, ok?
Outra vez ela não responde, só fecha e abre olhos, concordando. Está
vulnerável sentada ali, na bancada. Se eu quisesse, poderia possuí-la.
Seria tão fácil, bastava um comando. Apenas o tom da minha voz e o meu
olhar dominador. Porém, eu apenas acaricio com o dorso da mão a sua face
quente e macia. Eu não sabia que um dia mãos que só bateram e mataram
poderiam ser instrumentos de carícias tão suaves. Comigo o trato é nada
de carinho e nada de delicadeza, mas com esta linda moça não tenho
controle... nem das minhas mãos. E eu começo a odiar isso. Não posso
lidar com o desconhecido, posso enfrentar qualquer situação, menos o
desconhecido. Eu só quero que esses sentimentos desapareçam. Sentimentos
que estão me tornando um tolo. Não, isso tem que mudar. Posso, sim,
protegê-la sem a necessidade de envolvimento, e para isso será preciso
agir com um pouco de indiferença. Até mesmo ser um pouco mais duro com
ela, não deixar que vá além do permitido. Sem toques, sem carícias... e
sem beijos. E no instante seguinte, eu vejo tudo mudar. Sinto o espalmar
das suas mãos nos dois lados do meu rosto e seus olhos azuis me encaram
com tanto carinho. É uma mistura de ternura e desejo, que quase me joga
de joelhos. Então meus olhos escurecem, e eu sei, nesse exato momento,
que será quase impossível resistir a tanta inocência. Você é tão... tão
lindo, Dante...Ela me tortura, acariciando-me com seus dedos mágicos.
Cada roçar da sua pele na minha faz pensamentos libidinosos assombrarem a
minha mente. Eu gosto... Ela puxa minha camisa para cima, e eu a deixo
retirá-la por completo por cima da minha cabeça. Caralho! Nunca antes
uma mulher ousou fazer isso, não sem a minha permissão.Eu gosto das suas
cicatrizes... Porra! Ela estende a mão e seus delicados dedos tocam a
pele áspera do meu peito, traçando as linhas das minhas cicatrizes. Elas
são tão... assustadoras e ao mesmo tempo tão lindas. Ela toca a
cicatriz maior e fixa os olhos nos meus, deslizando o dedo sobre ela,
torturando-me, pois eu sinto a lâmina rasgando a minha pele, sinto toda a
dor e o cheiro do sangue. Eu me encolho com a sensação, apertando cada
músculo. Ela para de mover os dedos, mas não afasta a mão. Com um
suspiro, fecho os olhos, aliviado. Você ainda lembra, não é? sussurra,
com um olhar consternado.Se eu pudesse, faria você esquecer. Se eu
pudesse, não deixaria você lembrar delas... Ela volta a seguir o dedo
por cada linha das cicatrizes com um toque leve, quase imperceptível.
Mesmo sentindo uma vontade louca de afastá-la de mim, uma vontade
dominante de gritar com ela, de castigá-la por estar me tocando, eu a
deixo seguir, deixo sua mão conhecer o meu corpo pintado e marcado por
garras insanas. Fecho os olhos e só sinto o deslizar dos seus dedos
traçando caminhos antes percorridos por navalhas, facas, foices, cacos
de vidro, balas, arame farpados e fogo. A aventura dela em meu peito
causará danos cruéis. Ainda assim, eu permito. Talvez eu esteja
castigando a mim mesmo por tê-la tocado, por tê-la maculado com minhas
mãos imundas. A dor é repugnante, sinto o gosto de bílis em minha
garganta e a revolta cresce. Estou travando uma batalha para não a
chutar para longe. Aperto os olhos e os punhos com força, as lembranças
já estão ficando insuportáveis. Estou me preparando para empurrá-la para
longe, quando sinto sua respiração em mim e seus lábios no meu peito,
me beijando suavemente no tecido das cicatrizes. Eu estremeço, fico
paralisado e perco completamente o foco. Então abro os olhos, encarando
sua cabeça baixa, e sinto a suavidade dos seus lábios me tocando. Paro
de respirar por alguns segundos. Ela percebe e ergue a cabeça,
encontrando os meus olhos cinzentos. Ela se afasta, estica o corpo e faz
o que eu jamais pensaria que fizesse. Despe a blusa, mostrando seus
seios lindos, seus mamilos duros apontando para os meus olhos. Olho
boquiaberto para eles não que eu nunca os tivesse visto, já os vi, mas
nunca nesta situação depois para ela.Innocence, estou lutando com o meu
monstro interior para que ele mantenha as mãos longe de você, mas você
não está colaborando rosno com ela e a empurro contra a parede. Beijo-a e
ela tenta me abraçar, mas meu lado dominador não quer assim, então levo
seus pulsos para cima da sua cabeça e os prendo com a mão. Innocence
solta o ar entre os dentes, arfando o peito e logo depois deixa escapar
um gemido zonzo. Fixo profundamente meus olhos famintos aos dela. Eles
brilham, denunciando o seu desejo por mim. Eu posso tê-la, posso
derramar seu sangue virgem no meu pau duro e pulsante, era só abrir suas
pernas, rasgar sua calcinha, libertar o meu membro e socá-lo em sua
abertura virgem. Eu posso fazer isso se eu quiser, pois ela está à minha
mercê. Dante... Dante...sua respiração sibila enquanto ela murmura meu
nome.O que é isto que estou sentindo? Tesão beijo-a com força e
desespero.Tesão, o que é tesão?Para de me beijar e me olha com aquele
olhar interrogativo. Não, Ангел, não é hora para perguntas. É hora para
respostas, não com palavras, mas com ações. Ela junta as sobrancelhas,
pois não entendeu nada do que eu disse. Não importa, já estou no inferno
mesmo. Sorrio para ela e mordo seu lábio inferior. Ela se assusta e
deixa escapar um pequeno grito. Então... Ela tenta se afastar, e eu a
puxo para mais perto.Vovocê está com tesão também? diz, soltando minha
boca rapidamente. Muito tesão... Volto a beijá-la com mais ousadia,
minha língua à procura da sua e a outra mão em busca de suas
curvas.Dante... Ela me lança um olhar pedinte, mas ela nem precisa
pedir, porque eu sei o que ela quer. Quer que a toque, mas não farei
isso, não agora. Shh! Se acalme, tudo a seu tempo. Respire. Toco logo
abaixo da curva do seu seio e acaricio levemente com o meu polegar. É
bom, não é? Ela não responde.Você queria saber o porquê do meu pênis
ficar duro quando a beijo? Afasto-me para fitá-la, avaliar o seu rosto
ante a minha pergunta. Seu olhar segue para a frente da minha calça e
ela engole em seco, voltando a me olhar nos olhos.Tesão?Engole em seco
outra vez. Então, minha calcinha molha de tesão, também? Sim, muito
tesão. Veja como eu fico. Aponto para a minha ereção. Ela baixa os
cílios e logo depois seus olhos lindos voltam-se para os meus, brilhando
como diamantes e estudando o meu rosto. Puta merda, estou louco,
completamente louco.Afaste as pernas, Innocence. Ela obedece e eu fico
entre elas. Se ela empurrar o corpo para mais perto de mim, meu membro
ficará rente a sua boceta, e este pensamento o faz doer. Deixo a curva
do seu seio e levo a mão para sua nuca. Pego um punhado de cabelo e
levanto seu rosto. Esmago minha boca sobre a sua. Ela me beija de volta,
com o mesmo furor, tão enlouquecida quanto eu. O beijo é desesperado,
como se os nossos lábios fossem um só. De pau duro e completamente
ensandecido, solto seus pulsos e deslizo a mão entre suas coxas. Meus
dedos fazem um caminho para cima, e ao sentir a carícia ela dá um grito.
Afasto a calcinha para o lado, deslizando o dedo entre a sua rachadura.
Ela está tão molhada, com o clitóris tão duro... Olho para ela e sorvo
seu cheiro antes de tomar sua boca novamente.Caralho! Você está tão
quente eu gemo, deslizando sua bunda no mármore, para mais perto. Estou
queimando ela diz, olhando para meu rosto quando eu me afasto para
observá-la. Ajude-me, acho que vou morrer. Fecha os olhos, apertando os
lábios e inclinando a cabeça para trás.Não. Ninguém morre de tesão,
menina linda digo com um leve sorriso esticado nos lábios. Empurro o
dedo um pouco mais, afundo em suas dobras, deslizando-o num vai e vem.
Ela se arqueia para mim, deixando seus seios em posição para eu
abocanhá-los. Gemo com a necessidade, enterrando meu rosto em seu
pescoço, imaginando sua boceta apertada no meu pau, sujando-o com o seu
sangue. Cheirando seu perfume, sua pele tão perto... Eu sei que é um
pensamento sombrio, machista e dominador, mas é o que eu sou e um pouco
mais. Com esse pensamento atiçando meu monstro cruel, seguro seus
cabelos outra vez, fazendo-a inclinar a cabeça e beijando-a com
crueldade. Dante... Aperto os grandes lábios da sua boceta e rosno em
sua boca. Ela solta um gemido. Eu quero fodê-la. Diabo, eu quero
enterrar a porra do meu pau dentro dela, mas eu não posso. Não posso,
não tenho esse direito. Respiro fundo, balanço a cabeça, me afastando e
retirando a mão da sua boceta. Sinto o pesar da sua respiração.
Innocence abre os olhos e me encara. Seus olhos estão arrependidos,
frustrados. Por que parou? murmura, com os olhos brilhantes, carregados
de tesão.Eu não posso continuar, não está certo. Afasto-me
completamente, viro-me e lhe dou as costas. Tome um banho, estou lhe
esperando no gabinete. Dante, por que não pode? Você está com tesão e eu
também. Eu quero, eu preciso conhecer, entender tudo isso. Não me deixe
às cegas, por favor... Ela começa a chorar, e o meu tesão vira
frustração. No entanto, eu não posso voltar atrás. Sou um monstro
odioso, um assassino, se tocá-la eu a destruirei, farei pedacinhos dela.
Não sou homem de carinhos, nem de sutilezas. Meus gostos sexuais são
animalescos, ela teria que se curvar a mim, teria que me dar a sua alma,
e eu acabaria com a sua inocência.Não! Não! esbravejo, virando-me,
fitando-a com raiva no olhar.Não, nunca mais eu a tocarei, entendeu?
Nunca mais. Acabou, Innocence, acabou.Dante... Ela se encolhe, tampando
os ouvidos com as mãos. Dante, não grita... Seus olhos marejados
encontram os meus. Eu vejo o medo, e isso me quebra. Eu gosto de
provocar medo nas pessoas, mas eu não quero o dela. Não quero que ela
sinta medo de mim. Completamente perturbado pelo calor do momento, vou
até ela, abraçando-a e puxando-a forte para o corpo. Perdoe-me articulo,
arrependido, segurando-a forte. Enterro meu rosto em seu
cabelo.Perdoe-me, sou um monstro cruel.Não consigo pensar em outra
palavra, senão essa. Cedo ou tarde você verá isso. Não quero machucá-la,
Innocence, não quero... Você é o mais perto do céu que eu posso chegar.
Não posso perder você, não posso...repito as palavras, segurando-a
forte. Maldição. Como eu gostaria que me empurrasse para longe, que me
mandasse à merda e me chamasse de idiota. Ela precisava correr de mim,
mas, ao invés disso, ela me abraça e beija o meu rosto, depois os meus
lábios, e lá estamos nós outra vez, nos beijando como dois
loucos.Innocence afasto-a com cuidado. Vamos dar uma pausa nessa
loucura. Perdoe-me por ter sido um idiota, mas, por enquanto, eu preciso
manter o foco nas pessoas que estão atrás de você. Ela engole o choro,
mas me escuta com atenção.Depois, eu prometo que explicarei tudo o que
quer saber, ok?Tudo? Você vai me explicar tudo? Tentarei, eu
prometo.Beijo o alto da sua cabeça com ternura.Agora, por favor, tome um
banho, se troque e desça, estou esperando no gabinete. Você pode fazer
isso?Posso...Ela se pendura em meu pescoço e eu a ajudo a descer da
bancada.Tesão é bom, eu gostei muito. E você, gostou? Se ela soubesse
que aquilo era apenas o início do que ela poderia sentir quando fizer
sexo, quando alguém a foder... Esse pensamento não me agrada. Pensar que
outra pessoa a tocará, além de mim, não me agrada, pois eu mataria quem
ousasse olhar para ela, quanto mais quem pensasse em fodê-la? Acho que
essa possibilidade nunca acontecerá, ou ela será minha, ou não será de
ninguém.Gostei. Depois conversamos sobre isso. Agora, vá. Antes de me
virar para sair do banheiro, recebo um abraço e um beijo na boca. Estou
fodido e completamente louco. Ela nunca me obedecerá completamente.
CAPITULO 29
INNONCENCE
Está certo que eu não entendo de muitas coisas, que estou às escuras
desde que saí da propriedade onde eu vivia, mas o que aconteceu há
alguns instantes entre o Dante e eu foi muito mais confuso do que
qualquer dúvida que rondava minha cabeça. Por que eu sinto esta
necessidade de ser tocada e em lugares não muito apropriados por ele? E
por que eu quero tanto que ele me beije na boca? Por que quero tanto
tocá-lo? Sentir sua respiração irregular, o calor dela em meu rosto,
suas mãos rudes me acariciando e seu olhar frio sobre mim? Seu olhar me
causa calafrios e ao mesmo tempo me aquece, flameja meu corpo. O que
será tudo isso? Pelas explicações do doutor Cezar, tudo isso só pode ser
amor, mas o Dante disse que não é. Será que ele tem razão? Mas se não
for, o que é, então? Dante me disse que o que senti, quando ele me tocou
lá embaixo na vagina, aquele formigamento e quentura que senti, bem
como o pulsar dentro de mim e a dor em meus mamilos, se chamava tesão.
Será que tesão é amor? Não entendo o que está acontecendo comigo, será
que estou doente? Em alguns momentos eu pensei estar febril, aliás, eu
sempre fico febril quando penso no Dante. São tantas dúvidas, são tantas
coisas novas, sentimentos tão complexos. Às vezes, eu penso que seria
melhor os monstros terem me capturado, talvez assim não estivesse tão
confusa. Como gostaria de entender por que o Dante fica tão inseguro com
as palavras, por que pisa em ovos quando o assunto é nós dois e o que
sentimos. Sim, nós dois, porque ele sente o mesmo e não adiantava negar.
Eu escuto o descompassar do seu coração, sem esquecer que o pênis dele
fica tão duro quando me toca... Só não entendo por que ele acha que é um
monstro, ou por que pensa que irá me machucar. Sim, ele falou que me
quebraria em pedacinhos. Por que ele disse isso? O que o leva a pensar
que poderá me fazer mal? Não acho que ele me machucaria, ele jurou me
proteger dos monstros, como poderia me machucar? Não, ele jamais faria
isso. Mesmo quando grita comigo e me olha furioso, eu sei que ele seria
incapaz de fazer algo que me machucasse. Aqueles olhos cinzentos me
olham com um brilho diferente e suas mãos, quando me tocam, não têm a
intenção de me quebrar, elas me tocam com ternura, como se eu fosse algo
delicado... Não, ele é o meu protetor, não o meu algoz. Ele me
protegerá dos monstros e de tudo que possa me fazer mal. Vejo isso em
seu olhar, em sua postura. Eu sei disso. Que monstro que nada, para mim
ele é um... Como é mesmo que ele me chama? Ah, lembrei! Ангел, acho que é
assim que se pronuncia anjo em russo. Mas o que é russo? Mais uma
palavra para anotar no caderninho. Onde ele está? Encontro-o debaixo do
travesseiro, pego-o e começo a folheá-lo. Porra, foda, fodido, amor...
essa palavra ainda não entendi direito. Sexo, caralho... essa eu já sei,
quer dizer “pênis”. Tesão, russo... Devem existir muitas palavras que
não conheço, assim como objetos, pessoas, lugares. É tudo tão
complicado... Minha cabeça chega a doer. Por que o Senhor não falou
sobre essas coisas? Se ele ao menos tivesse me dito que existiam uma
diversidade de pessoas de aparências diferentes, como o Shin e o
Antônio, e que existiam outras mulheres. Por que ele não me disse que os
homens eram diferentes das mulheres? Por quê? Olho para o pequeno
caderno em minhas mãos e um nó se forma em minha garganta. Eu preciso
saber de mais coisas, o Dante não pode me deixar no escuro. Deixo o
caderninho em seu esconderijo e vou para o banheiro. Innocence. Escuto a
voz da Angélica no interior do quarto.No chuveiro, Angélica. Estou aqui
digo, enquanto ensaboo os cabelos com o shampoo que Dante comprou para
mim. Ele tem cheiro de pêssego e eu adoro tanto o cheiro quanto a fruta.
Lembro-me que o Senhor sempre me surpreendia com o doce ou mesmo com a
fruta. Havia ocasiões em que ele preparava um jantar especial e acendia
muitas luzes coloridas que ficavam piscando, e ele sempre me dava alguma
coisa embrulhada em um pacote colorido. Quando eu era criança, sempre
ganhava bonecas, depois os embrulhos viam com enfeites para cabelo ou
até mesmo guloseimas. Mas houve um embrulho que amei tanto que até hoje
me lembro, o meu primeiro vestido. Foi quando descobri que os homens não
usam vestidos. Essa era a época mais esperada por mim, a casa ficava
animada e enfeitada e as comidas eram deliciosas, principalmente porque
comíamos peru todo enfeitado com muito pêssego. Um dia eu perguntei
porque só podíamos fazer aquele tipo de jantar em uma época do ano, mas o
Senhor, assim como o Dante, nunca respondia as minhas perguntas. Ele
tinha me dito que era sempre bom ter um dia especial, mas eu nunca
saberei por que aquele dia específico era tão especial.Innocence, o
senhor Dante está lhe chamando, disse que você tem três minutos para
descer.Desligo o chuveiro e abro a porta do box, olhando-a com espanto.
Angélica me encara, mas só por alguns segundos, pois logo seu olhar se
volta para a banheira cheia de água. Dante a havia deixado cheia para
que eu pudesse tomar banho, mas preferi o chuveiro. Angélica puxa a
corrente do tampão e espera a água ser sugada pelo ralo. Não me olhe
assim, não. Só estou transmitindo o recado. Ele está todo nervoso, o que
não é normal, pois o senhor Dante é muito calmo e sempre atento a tudo.
Ela se vira para mim e seu rosto fica sério.Você está bem? Sorrio e
estico o braço para pegar a toalha. Sim. Começo a me secar. Angélica me
analisa por alguns instantes, depois vira e segue para o interior do
quarto, voltando com um vestido azul, calcinha preta e um par de
sapatos. Ela se encosta na bancada de mármore, observando-me.Acho que
sua cabecinha deve estar zonza com tantas novidades, não é? Ela segue
até mim, pega a escova da minha mão e me ajuda a pentear os cabelos.Não
sei como uma pessoa tem a coragem de isolar alguém do mundo, é muita
maldade... O Senhor não era mau, ele cuidava muito bem de mim defendo o
único homem que conheci antes do Dante. Realmente, o Senhor nunca me
machucou. Ele era, sim, algumas vezes, enérgico, mas sempre diziam logo
após as broncas, que era para o meu bem, para a minha segurança. Eu
cresci sabendo que do outro lado das cercas elétricas havia monstros
querendo me matar, e eu sabia que o Senhor morreria para me defender. O
que aconteceu, e agora eu tenho medo que aconteça o mesmo com Dante.Que
ele morra para me defender dos monstros.Só acho estranho, Innocence. Não
acho justo uma pessoa manter outra em cárcere privado, mesmo que tenha
motivos para isso. No mínimo, o tal Senhor deveria ter lhe mostrado o
mundo, mesmo que fosse através de fotografias ou vídeos.É o que
acho.Suas mãos circulam meus ombros, girando-me em sua direção.Você foi
excluída da convivência com a humanidade. Podemos até ser cruéis, mas
somos necessários, e você precisava saber sobre tudo,não apenas sobre o
necessário.Não saber é cruel.Eu não sei, Angélica. Só sei que o Senhor
gostava de mim, ele cuidava de mim...Sinto uma dor estranha no coração,
um aperto, abafamento, uma vontade de chorar. Lembrar-me do único homem
que viveu comigo durante dezenove anos fazia o meu coração doer.O que
foi? Seus olhos me fitam com preocupação.Você está bem?Seguro-me em seu
braço e sou guiada até a cama.Sento-me. Innocence, o que você tem?Não
sei explicar, mas de repente senti um aperto no peito, uma vontade de
ver o Senhor outra vez...Isso se chama saudade ela me interrompe com uma
palavra nova. Saudade! O que é isso?exclamo, confusa. Saudade é quando
lembramos muito de algo ou de alguém e chega a doer o peito. Às vezes,
sentimos até vontade de chorar. É um sentimento bom, mas dolorido.Então
eu estou com saudade do Senhor? Sim, está.Ela acaricia o meu rosto.
Apesar de não aceitar o que ele fez com você, eu quero crer que ele deve
ter tido um bom motivo para privá-la do mundo. E eu admito que este
homem cuidou muito bem de você, e esse cuidado fez com que criasse um
vínculo afetivo, talvez até de amor paternal. Amor paternal?Esta palavra
é tão confusa.Então, era amor o que sentia pelo Senhor?Não tenho dúvida
quanto a isso, minha querida.Ela sorri levemente. Sinto que está sendo
sincera, e isso me conforta. Há diversas formas de amar... amor de mãe,
pai, filho, irmãos, amigos e cônjuge. Cônjuge? O que é isso? Acho que
Angélica se arrependeu por ter iniciado esta conversa, pois estreita os
olhos quando termino de fazer a pergunta. Eu sorrio e toco seu rosto
novamente. Cônjuges são duas pessoas que ficam juntas, que se beijam e
dormem juntas, vivendo uma vida em comum. Ou mesmo
namorados...Namorados, o que é isso? Eu sei que faço muitas perguntas e
por causa dos meus questionamentos muitas vezes sou ignorada, mas não
tenho culpa se não sei de quase nada. Estou vendo isso no rosto da
Angélica, ela me olha de uma maneira esquisita, acho que está com
vontade de dar meia-volta e sair pela porta, fingindo que não fiz mais
uma pergunta boba.Esta será a última resposta de hoje. Ok,
Innocence?Agito a cabeça, afirmando que entendi.Namorados é quase a
mesma coisa que cônjuges, a diferença é que não moram juntos, mas eles
têm o mesmo envolvimento. Muitos acham que morar juntos não implica em
casamento, mas ao meu ver é a mesma coisa, um compromisso estável.Quando
tomamos a decisão de compartilhar o mesmo espaço na cama de outra
pessoa,estamos nos comprometendo com ela.Não entendi muito do que ela
disse,mas...Então o Dante e eu somos namorados ou cônjuges? Porque nós
dois só não dormimos na mesma cama, mas nos beijamos, nos abraçamos
e...Não!ela me interrompe, fitando-me com os olhos esbugalhados.Não
quero saber o que o senhor Dante anda fazendo com você,acho melhor não
saber dos detalhes.Agora vamos descer,antes que o demônio venha
buscá-la.Sou puxada pelo braço e quase empurrada para fora do quarto.Mas
o que será demônio?Será uma pessoa?
CAPITULO 30
DANTE
Shin entra em meu escritório com aquele olhar arrogante que eu odeio.
Ele fica me encarando por alguns segundos, como se já soubesse o que
aconteceu entre mim e Innocence no quarto. Lembrei daquele ditado que
diz: quem deve, teme. É o meu caso, estou quase me entregando, movido
pela culpa. Sou um monstro, sei disso, mas tenho princípios. Eu sei o
que posso e o que não posso fazer, principalmente depois que matei um
anjo inocente com minhas próprias mãos. Após esse episódio, passei a ter
mais cuidado com os meus impulsos explosivos. — Qual é o problema,
Shin? Cuspa logo o que tem a dizer. — Levantome da cadeira e sigo para o
aparador, servindo-me de uma dose de uísque. — Quer um? — Mostro o copo
de cristal. — Eu sei, eu sei... é cedo demais para se embebedar. —
Sorvo o líquido dourado de vez. O calor da bebida me aquece por dentro. É
como se me deixasse anestesiado diante das besteiras que acabara de
fazer com a Innocence. — Eu sou um demente, sabia? — Deixo o copo na
mesa e pairo o olhar sobre ele. — Ela está tirando a minha sanidade, já
não estou me reconhecendo. — Viro meu olhar na direção do Shin. — Pela
primeira vez na vida, não estou conseguindo manter o equilíbrio
emocional devido ao meu pau... — Já previa isso. — Shin, finalmente,
quebra o silêncio e se aproxima lentamente, encarando-me com um olhar
avaliador. — Quando o vi cheio de cuidados com ela, percebi que você não
conseguiria ficar longe por muito tempo. — E agora, o que faço? —
Afasto o copo com o dedo e volto para minha cadeira. Sento-me e me
inclino completamente para trás, encarando o olhar do Shin. — Eu quase
fiz besteira, quase a violei... — Como assim, Dante!? Que porra você
fez? — Shin dá dois passos à frente, até seus punhos fechados tocarem a
tampa de vidro da mesa. — Se acalme. Não aconteceu nada, mas foi por
pouco, ainda tenho controle sobre o meu pau. Não sei até quando, mas
tenho. Ele estreita os olhos enquanto me olha. Shin me conhece, ou pensa
que me conhece. Ele sabe do que sou capaz, mas, às vezes, parece
esquecer o quanto sou experiente em persuasão, controle e domínio. Ele
esquece que eu tenho o poder de manipular o sim e o não. Só não sei se
isso estava funcionando com ela... — Dante, será que eu preciso lhe
avisar que você não está lidando com uma das suas submissas? A Innocence
é uma mulher completamente diferente da Joana e da Francine, pelo amor
de Deus! Se você está pensando em fazê-la... — Nem fodendo! — esbravejo,
enquanto me levanto e sigo para a enorme porta de vidro que dá acesso
ao jardim de rosas brancas colombianas. — Ela está longe dos meus
desejos perversos. Prefiro perder as mãos a ter que usá-las na
Innocence. Eu jamais usaria um chicote ou qualquer outro instrumento no
seu corpo... jamais. No entanto, não sei até quando conseguirei manter o
monstro que existe dentro de mim longe dela. Esse desejo latente e
gritante de vê-la aos meus pés, subjugada, humilhada... Fecho os olhos e
tento manter a imagem dos lábios da Innocence semiabertos, seu olhar
submisso me encarando e o seu corpo quente e trêmulo no poder das minhas
mãos. Meu pau pulsa só com este pensamento. — Caralho! Dante, não sei
quem corre mais perigo, se você ou ela. Na realidade, eu também não sei.
— Com certeza é ela. — Tento me convencer disso. — Eu preciso manter as
mãos longe dela, ou da próxima vez não sei se conseguirei me controlar.
— Dante, a sexualidade da Innocence está despontando. Ficar próxima de
você, beijá-lo e até mesmo tocá-lo está despertando sensações novas no
corpo dela. Não é preciso ser um expert em sexologia para ver isso. Sem
dúvida alguma, a Innocence deseja e quer você. Sinceramente, eu não sei o
que faria em seu lugar. É... complicado, principalmente para um homem
como você. — Não é complicado, Shin, é impossível. A Innocence está
longe do meu alcance. Não sou homem de sentimentos e ela precisa de
calmaria. Eu sou a porra de um furacão devastador... Meu silêncio diz
que não quero mais continuar o assunto. — Dante, só me prometa que não a
machucará. Innocence está criando vínculo com você, ela não sabe o que
está sentindo, não sabe o que fazer. Ponha-se no lugar dela, a cabecinha
dela deve estar uma bagunça e, mesmo não entendendo o que é, ela sabe
que há algo acontecendo entre vocês dois. Tenha cuidado para não ferir
os sentimentos dela. — Não se preocupe, ninguém machucará aquela moça...
nem eu. — Disso eu tenho certeza. Ela será protegida de tudo, de todos e
de mim. — Alguma notícia do doutor Cezar? — Sim, ele me ligou e quer
vê-lo com urgência. Virá hoje à noite com os resultados dos exames da
Innocence. — Ele não adiantou nada para você? — Estranha essa urgência
do médico em me ver, eu poderia muito bem ir vê-lo em seu consultório.
Preocupo-me. Será que há algo de errado com a Innocence? — Não, só disse
que virá logo mais, à noite. — Mas que merda! — Não consigo articular
outra palavra. Assim que fecho a boca, a porta do meu gabinete se abre e
uma figura linda e sorridente entra. Nossos olhares se cruzam
instantaneamente. Fico tenso, deixo as mãos dentro dos bolsos da calça
enquanto aperto os dedos, buscando um pouco de dor para me concentrar e
manter a distância dela, pois minha vontade é seguir em sua direção e
envolvê-la nos meus braços. Ela sorri para mim, presenteiame com um
brilho alucinante no olhar. Eu gostaria de gravar este momento, acho que
é um dos momentos mais belos que já desfrutei na vida. Há uma
eletricidade nos puxando, uma sensação de bem-estar magnânima. Eu sei
que ela está sentindo o mesmo, seus olhos e sua linguagem corporal me
dizem isso. — Innocence! — Shin quebra a magia que paira sobre nós. —
Como está linda! O azul lhe cai muito bem, sabia? Shin se aproxima e ela
envolve o pescoço dele com os braços. Neste momento, sinto uma vontade
imensa de arrancá-lo de perto dela, de gritar com ele e dizer-lhe que
não a toque. Quero matá-lo... — Gostou? — Ela fala enquanto seu rosto se
encosta no peito do Shin. Eu me desespero, aperto tanto os dedos que
eles estalam. — Foi o Dante quem comprou. — Ela volta a encará-lo e suas
mãos delicadas espalmam o rosto do Shin. Ele também fica hipnotizado,
mal consegue piscar e se deixa ser tocado, acariciado. Puto... estou
muito puto. Não quero que ela o acaricie, suas carícias devem ser só
minhas... Mas que porra estou pensando? — Ela está perfeita, não está,
Dante? — Shin diz, mas não desvia os olhos do rosto de Innocence. Ela
estava dedilhando sua face lentamente, como se quisesse gravar suas
feições na memória. — Sim, ela está. — Limpo a garganta, na esperança de
que ele perceba que não estou satisfeito com a cena. No entanto, ele
nem se move. — Você é tão bonito, Shin. Sua pele é tão lisinha... Por
que você não tem pelos? — Porque não gosto de pelos no rosto. —
Finalmente, Shin desperta da hipnose, segura as mãos da Innocence e as
afasta do rosto. — Prefiro assim, mas o Dante adora uma barba. Innocence
desvia os olhos para mim. — Eu também gosto, faz cócegas e arrepia o
meu corpo quando passo os dedos nela... — Ela se afasta do Shin e eu
finalmente posso respirar. Relaxo os ombros e afrouxo os nós dos dedos. —
O que acha do meu vestido? Escolhi para você. — É lindo. Um pouco
curto, mas a faz parecer um anjo... Comprei algumas roupas para
Innocence via internet. Conheço algumas lojas de grife onde minhas
submissas compram o que precisam, desde roupas finas até as suas
lingeries. Enviei uma foto da Innocence para a gerente da loja e ela me
enviou umas caixas com trajes completos, inclusive sapatos. Algumas
caixas não foram abertas, só permiti que ela abrisse as caixas com as
roupas casuais. O vestido azul era de tecido encorpado, acinturado com
um cinto preto estreito e adornado por uma fivela de pequenos cristais.
Era justo nos quadris e na altura das coxas, deixando-a deliciosamente
perfeita, pronta para que minhas mãos rasgassem a peça em dois, exibindo
a lingerie que provavelmente era minúscula, pois fui bastante claro com
a gerente da loja, todos os pares de lingerie deveriam ser confortáveis
e sexy. Bem, ela está fodidamente linda, mas não gosto do comprimento
da saia do vestido, deixa muita carne à mostra, e começo a perceber que
não quero outros homens desejando o que me pertence... Eu pensei isso?
Sim, pensei.Eu sei o que é anjo, você me explicou. Posso ser o seu
anjo?A pergunta inusitada me pega de surpresa. Engulo meu espanto e a
fito com força no olhar. O único. Shin me encara com as sobrancelhas
arqueadas, tão surpreso quanto eu com a minha resposta. As coisas estão
saindo do meu controle, não estou gostando disso.Então, eu sou o seu
único anjo e você é o meu. Com meus pensamentos duelando entre si, nem
percebo a aproximação de Innocence. Quando me dou conta, ela já está em
meus braços, tocando meu rosto com seus dedos delicados, deixando um
arrepio em minha espinha e excitado pra cacete.Innocence, olhe nos meus
olhos. Limpo a garganta e a fito expressivamente. Já está na hora de
recuperar o controle.Nos meus olhos, não no meu rosto.Ela fixa os olhos
nos meus, obedientemente.Respire lentamente.Ela o faz. Afaste-se e
sente-se na poltrona. Innocence solta o meu rosto, gira o corpo e segue
para a poltrona. Dante, há mesmo necessidade de fazer isso? Shin a
observa com preocupação. Ele não gosta muito dos meus métodos, mas é o
que eu conheço para fazer uma pessoa me obedecer sem questionar:
domínio.Está tudo bem, Shin.Olho rapidamente para ele, depois volto a
encarar a moça submissa na minha frente.Innocence, relaxe os ombros, as
mãos... Isso...Ela puxa o ar calmamente para os pulmões. Você está linda
nesse vestido elogio. Ela pisca os olhos e volta a sorrir.Estou de
calcinha também, quer ver?A submissão durou pouco tempo, e a moça com o
olhar brilhante e astuto está de volta.Puta merda! Shin verbaliza
sonoramente um palavrão.Shin! Ela o encara com um olhar estreito.
Idiota! repreendeo. Concordo digo, fitando o Shin repreensivamente.
Merda eu sei o que é, só preciso saber o que é puta. Alguém pode me
explicar? Ou vocês continuarão sendo uns idiotas? Innocence!
repreendo-a. Já lhe disse que responderei todas as suas perguntas, só
tenha um pouco de paciência.Não se preocupe, Innocence. Logo não seremos
mais idiotas, ok?Shin tenta disfarçar sua impaciência, por ele eu já
devia ter contratado uma pessoa para responder todas as dúvidas e
questionamentos dela.Começo a concordar com ele.Sim,resolvi contratar
uma pessoa para ajudá-la com todas as suas interrogações,mas antes temos
um outro problema para resolver. Innocence abre um sorriso de orelha a
orelha e me encara como se quisesse se levantar e correr para os meus
braços. Dou-lhe um olhar repreensivo e levo a mão à frente do peito,
freando seu impulso.Ela desiste e seus olhinhos decepcionados me
encaram.Qual o outro problema que temos que resolver primeiro?pergunta,
desviando os olhos na direção do Shin.Você voltará para o galpão onde a
encontrei e de lá partiremos em busca da propriedade em que viveu
durante os seus dezenove anos...Não!Ela vocifera com medo, enquanto se
levanta e corre para os meus braços.
Continua amanhã. O que acharam dos capítulos de hj?
😲😱😍
ResponderExcluirTo adorando
ResponderExcluirEste comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirBem q esse conto podia se transforma em filme, eu adoro romance ainda mais qndo são história q nos prendem enqnto estamos lendo .😍
ResponderExcluirAdorando
ResponderExcluirAcho que não vai ser bom pra ela ir até o lugar de onde ela foi prizioneira
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