Conto Erótico - Admirador Secreto - Capítulos 29, 30 e 31

🕴🏼🍷 Admirador Secreto 🕴🏼🍷
Série Anônimos Obscenos

CAPÍTULO 29

ROMEO
— Fuuu! Nossa, você é muito gostoso. — Olivia fala para o teto. Viro o pescoço para olha-la.
Estamos lado a lado na cama, caídos exaustos. Já são quase oito da manhã. Sinto minha boca
ficar escancarada num sorriso.
— Estamos progredindo. Me acha gostoso?
— Sim. Nunca achei que iria dizer isso de uma pessoa.
— Você é a gostosona dessa cama, sempre. — Me arrasto para o lado e abraço-a. — Gostou
do sexo matinal?
Ela percorre a mão pelo meu corpo, passa pelo meu braço e arranha com as unhas, de leve meu
pescoço.
— Foi a melhor maneira de acordar.
— Está conhecendo melhor as coisas boas da vida. — Abaixo o rosto contra os seios dela e
aspiro. Agora eu estou com vontade de fazer “fuuu”. Essa mulher me deixa sem ar.
— Com meu namorado de quase quarenta. — Levanto meu rosto fitando os olhos dela assim
que ouço isso.
— O que disse?
— Com meu namorado de quase quarenta. — Ela repete. Ficamos calados. Sinto meu queixo
cair, totalmente incrédulo.
— Isso vindo de alguém que tinha um marido de cinquenta anos... — Me afasto dela e me
sento na cama, com os pés no chão.
Abro os braços me espreguiçando, sem querer sentir o peso da idade que Olivia acaba de apontar.
Olivia vem e me abraça por trás.
— Meu amor, ficou com raiva?
— Não. Lógico que não. Vou me vestir, o navio vai parar. — Me levanto saindo do abraço
dela. Vou em direção ao banheiro, mas dou meia volta para perto da cama onde Olivia está
ainda sentada enrolada nos lençóis.
— Olivia, está vendo isso aqui? — Flexiono os braços dobrados, exibindo meus bíceps bem
cultivados. — Agora olhe isso. — bato no meu peito. — E isso — aponto para meu pau. —
Tenho cara de que estou prestes a me aposentar? Estou no auge.
— Eu sei. — ela sorri. Passa os olhos pelo meu corpo. — Você está super novo. Tem
problemas com idade?
— Não, até você ter criticado e eu me sentir um velho tarado comendo uma menina de vinte e
três aninhos.
— Você ficou zangado. — Ela gargalha se jogando contra os travesseiros. — Idade não é
problema, Romeo. Você mesmo disse certa vez que idade está na mente das pessoas.
— E agora eu estou com vontade de transar com você sem parar, até eu completar quarenta
anos e você ver o que é potência de um cara de trinta e cinco. — Me curvo e puxo o calcanhar
dela, arrastando-a na cama, para perto de mim. Seguro os pulsos dela e a levanto para que me
abrace. Olivia envolve minha cintura com as pernas e os braços no meu pescoço.
— Vamos para o banheiro.
— Dá um sorriso para mim, Romeo. — Ela pede. Passa de leve os lábios pelo meu rosto. Dou
um sorriso artificial e um tapa na bunda dela.
— Você me deixou bem bolado, namorada novinha gostosa.
Fiquei mesmo pensando sobre esse lance da idade, não da minha, sempre tive segurança do
meu potencial, mas nossa diferença é grande, doze anos. Quando eu tiver sessenta ela estará de
boa com quarenta e oito. Tenho que me cuidar. Só não comi Olivia de novo por que tínhamos
acabado de transar selvagemente ainda há pouco. Ela está pegando o jeito da coisa, está cada
vez se soltando mais na cama e eu acho isso muito bom. Sempre tive mulheres espontâneas
que sabiam como dar a chave de coxa. Oly é a primeira que tenho que ensinar passo a passo e estou gostando pra danar. Sei que um dia Olivia vai estar bem mais íntima, aí eu esperarei que
ela venha pra cima disposta a me dar uma canseira, se é que posso me cansar dela.
Minha paixão por Olivia está a cada dia subindo um nível mais alto. Magno diria que o
sentimento está no meu pau. Mas sei que não é. Minha paixão é dupla, de pau e de coração.
Sou doido por ela.
Nos vestimos bem a vontade. Oly disse que fiquei muito bem de bermuda e quanto a ela nem
preciso dizer que fica bem de qualquer forma. Ficou um mulherão naquele vestido solto que
ela escolheu, um bagulho doido se formou dentro de mim. Ciúmes com orgulho. Queria que o
povo soubesse que ela está comigo e ao mesmo tempo pensei no monte de caras que eu iria
querer matar. Eu fiquei lá na poltrona sentado, olhando Olivia preocupada, na frente do
espelho, amarrando os cabelos de várias formas diferentes: fazia de um jeito, desmanchava e
fazia de outro. Tá, eu confesso: meu amor também está na bunda dela, é o traseiro mais
gostoso que já vi, intocável, só meu.
Após optar pelo simples rabo-de-cavalo, Olivia se curva para a frente e começa a passar uma
coisa branca no rosto.
— Minha mãe comprou o protetor, mas nunca tive oportunidade de usar. Não saia para lugar
nenhum. — Ela fala espalhando o creme branco pelo rosto.
— Agora tem motivos. Muitos. Lá em casa tem piscina. Sabe nadar? — Me levanto e vou para
perto dela. Abraço-a por trás, olhando-a pelo espelho.
— Sei não. Só consigo me manter viva dentro da água. — Dou uma risada. Está aí mais uma
coisa que vou adorar ensina-la.
— Já passou? — Ela aponta o protetor solar para mim.
— Não passo essas coisas. Na minha família, só Lorenzo tem essas bestagens. Homem não
tem pele, tem couro.
— Meu homem tem pele. — Ela se vira de frente para mim, despeja um pouquinho na palma
da mão, lambuza o indicador no creme branco e vem em direção ao meu rosto. Me afasto
bruscamente.
— O que está fazendo?
— Romeo, não quero você com o rosto todo enrugado daqui uns dez anos.
— Tá insinuando coisas sobre minha idade? — Em tom brusco eu indago.
— Não estou insinuando nada. — Ela revira os olhos impaciente. Oly fica linda revirando os
olhos. — Eu li na revista que o protetor é uma medida preventiva contra câncer e
envelhecimento precoce, por isso pedi minha mãe para comprar um.
Está vendo isso Brasil? Minha garota é cultura. Olho para o dedo dela, branco na ponta,
apontando para mim, esperando eu decidir.
— Tudo bem. — Volto para perto dela. Olivia vai lambuzando o dedo e começa a rebocar meu
rosto. Sem esfregar, apenas vai deixando quantidades de creme em pontos. Nas bochechas, no
nariz, na testa.
— Olhe para mim. — Ela pede e eu a fito. Minhas mãos descansando em sua cintura. Então
ela começar a espalhar suavemente os pingos de protetor que deixou ali. Afasta um pouco,
analisa seu trabalho e volta a esfregar.
— Ai céus! — Ela exclama rindo. — Sua barba ficou branca. — Me olho no espelho e deparo
com uma barba encebada.
Acabo rindo também. Olivia esfrega mais um pouco tentando espalhar a quantidade na barba.
Diminui um pouco, mas ainda fica meio branca, eu nem ligo. Coloco os óculos escuros, seguro
na mão dela e saímos da suíte.
Decidi tomar café em terra firme, na praia de Ilhabela onde o navio acabou de atracar.
— Nossa, que lugar lindo Romeo. Nem parece que ainda estamos no Brasil.
— Aqui é só o início. Vou te mostrar muita coisa, o Brasil é um belo país. Ah! E precisamos
providenciar seu passaporte, vamos meter o pé na estrada.
— Nossa, eu nem sei o que dizer Romeo. — Olivia abraça o meu braço, solta um longo exalar
e fala: — Não tenho nada resolvido ainda.
— Como assim? — Paramos de andar, encaro-a. Olivia olha para baixo, fica acariciando de
leve meus dedos.
— Eu não tenho nada, Romeo. Ainda estou casada com Ludovico, nada na minha vida está
concluído. — Ela levanta o rosto. — Fico a todo instante pensando naquilo que a cigana falou.
Passo o braço no ombro dela e a puxo para mim. Em resposta, Olivia abraça forte minha cintura.
— Para com isso. Como assim não tem nada? Tem a mim. Pronto.
A expressão dela muda da água para o vinho. O sorriso ilumina todo o rosto.
— É, ter você já resolve oitenta por cento dos meus problemas.
— Então fica apenas vinte para a gente resolver? — Franzo o cenho como se estivesse
incrédulo.
— Sim.
— Fácil. Vamos tomar um café e você vai me contar o que te aflige. —Abraçando-a, conduzo
em direção a um restaurante bom.
Eu já estive aqui nessa praia, viemos mergulhar. Mergulhar é uma das atividades que mais
acalmam Lorenzo. Magno e eu sabemos dos demônios que atormentam nosso irmão, dia e
noite, aquele garoto não tem paz. Então fazemos muita coisa por ele. Por isso não intervimos
muito nessa loucura dele em tomar a empresa dos Velasco. Não vamos atormenta-lo mais do
que já é. Se ele encontrou ajuda do pessoal do banco AMB, então, Magno e eu lavamos nossas
mãos.
Levo Olivia a um restaurante que se parece um enorme quiosque. Sentamos do lado de fora e
fizemos nossos pedidos. O lugar é fresco, vento natural, não há muita gente e daqui pode ver o
mar.
— Fale Oly. Despeje tudo.
— É sobre a Jaqueline. — Olivia fala olhando para a praia. Ainda bem que não ficou de
rodeios.
— O que quer saber?
— Não sei o que vai acontecer quando ela descobrir.
— Não vai acontecer nada. Você é a mulher que amo, Jaqueline que se foda.
Olivia assente e após engoli um mini suspiro ela fala: “também te amo.”
— Eu pedi pressa na abertura do divórcio. —Comunico, afinal ela é a principal interessada. —A primeira audiência é semana que vem. Quer que eu vá com você?
— Você pode ir? Isso não vai atrapalhar seus negócios com Ludovico se ele souber que
estamos... juntos?
— Eu não tenho nada a perder. Ele que precisa de mim, não eu dele.
Olivia assente, faz uma pausa e fica pensativa. Calado, espero ela pensar.
— Então... se você fosse comigo, teríamos que comunicar nosso namoro antes?
Recosto casualmente na cadeira e cruzo minhas mãos atrás da cabeça.
— O que acha de fazer uma visitinha a seus pais? Você e eu? — Proponho e lá estão os
costumeiros olhos assustados dela.
— Está louco? Não acho boa ideia. Meu pai teria um ataque.
— Eu acho uma puta ideia. Acho que seu pai não ficará com tanta raiva quando vir que o novo
genro tem mais dinheiro que ele e Ludovico juntos.
— Às vezes você é presunçoso. — apesar da crítica, ela sorri.
— Eu posso né? — Dou um sorriso de leve, malicioso, bem esnobe, de propósito. O que ela
retribui é como sempre, fascinado.
Enquanto saboreamos um delicioso café tropical com direito a suco de frutas, ovos mexidos,
torradas e pães de queijo quentinhos, Olivia decide que precisa saber mais sobre meu passado
com Jaqueline. Ela pode ter me perdoado, transado comigo duas vezes depois que ficou
sabendo, rir das minhas gracinhas, dormir me abraçando e tudo mais. Entretanto sei que ela
não engoliu totalmente essa história. Cheguei a conclusão quando entre uma golada e outra no
suco ela me olhou torto e questionou: — Pediu ela em casamento?
— Ela? Se refere a Jaqueline? — Indago, pois, a pergunta veio do nada, sem nenhum contexto.
— Sim. — Ela assente murmurando.
— Pedi, ela não aceitou. — Horrorizada, Olivia coloca a mão no peito.
— Jaqueline não aceitou se casar com você?
— Na época eu não tinha muita grana, na verdade estava afogado em dívidas e ainda estava
pagando os equipamentos do meu restaurante. Eram dias difíceis e ela sabia disso.
— Ela não te apoiava?
— Não. Ela aceitava que eu fosse chefe de cozinha, mas não deixava de me atiçar, que eu
devia estar com meu pai, na Orfeu.
— Que cretina! Me desculpe Romeo, mas eu nunca gostei dela e agora gosto menos ainda.
— Não precisa se desculpar, Oly. Está no seu direito não gostar dela, assim como eu odeio
Ludovico. Mas lembre-se que eu não tenho mais nada a ver com ela.
— Eu sei disso. Mas só o fato de... vocês dois... nossa — ela esfrega a garganta — me dá ânsia
em pensar nisso. Te amo muito, Romeo e detesto ela. — Para se distrair, Olivia toma todo o
suco do copo e limpa os lábios delicadamente.
Eu só assisto tudo com cara de orgulho máster. Ela falou de novo que me ama. Estou num
vício por essa mulher que tenho vontade de leva-la de volta para o navio e ficar lá transando e
abraçando-a, beijando, tornando a transar e abraçar muito mais. Não é fácil quando um homem
cai de paixão. Não só o pau fica comprometido, como todo o resto dele se transforma. Em
alguns casos, a paixão beira a doença, creio eu que esse será o caso de Magno quando se
apaixonar. Em outros se transforma em obsessão como é o caso de Lorenzo. Não nos julgue
meninas, apenas aceitem os carinhos extravagantes de um cara, que como eu, pira ao se
apaixonar.
Logo eu que sempre fui tão calmo, indiferente e tranquilo quando o assunto era
relacionamento.
Terminamos o café e resolvemos ir dar uma volta por perto. Com o sol das dez a pino, eu
arranquei minha camiseta e a joguei no ombro. O olhar rápido de Olivia, mapeando meu peito,
não passou despercebido. A atração esfomeada é bilateral, o mesmo que sinto quando a vejo,
Olivia retribui por igual olhando para mim. Fingi que não percebi, agarrei a mão dela na minha
e a levei para andar pela praia, com a água molhando nossos pés.
— Já falei umas cinquenta vezes, mas vou falar de novo. — Olivia saltita e olha para cima, em
direção ao meu rosto. — Adorei ver você cantando.
— E eu adorei que não tinha nenhum conhecido por perto, e nem um dos meus irmãos.
— Por quê? Foi tão lindo.
— Coisa de homens, Oly.
— Coisa de homens?
— Homens não gostam de ser pegos no flagra por outros caras enquanto estão fazendo
“fofura” —faço aspas com os dedos — para as namoradas. Por precaução, preferimos
demonstrar intimamente, eu prefiro muito demonstrar no quarto, muito carinho no quarto.
— Curvo para baixo e roubo um rápido beijo nos lábios dela. — Falar em carinho no quarto,
estou aqui já trincado.
— Trincado? — Olivia ecoa curiosa. Continuamos andando. Dou uma risada e ela me olha
ainda séria, esperando explicações.
— Trincado e doendo.
— Romeo. — Ela me olha em um tom quase assombrado, achando que eu estou passando mal.
— Mas sou guerreiro e vou esperar até hoje mais tarde, depois do baile que vai ter no navio.
— Esperar...?
— É Oly, esperar. E você também tem que se comportar até lá. Quero ter muita munição
guardada para te metralhar todinha.
Vou te deixar toda molhada, descabelada e suada. Será uma delícia.
Ela ri e balança a cabeça fazendo o rabo de cavalo balançar. Coloca a mão na boca ainda rindo,
olha para mim com as bochechas rosadas e ri mais.
— Está falando de sexo não é?
Agora eu que rio.
— Sim, ainda não superei nosso sexo de reconciliação que você me unhou todo. Foi gostoso
demais. Nossinhora! — Olivia para de andar e segura meu braço olhando minhas costas.
Coloca a mão na boca quando vê os riscos rasos.
— Deus! Nem percebi. Então essa coisa de metralhar, é uma punição por eu ter te arranhado?
— Nunca. É agradecimento, você estava num fogo. Hoje à noite quero você brigando feio viu?
Enquanto eu te pegar de jeito, precisa usar essa boquinha para me chupar e morder.
Ela beija meu braço, volta a segurar minha mão e sussurra: — Você fala umas coisas
selvagens...
— Eu sou selvagem gata, não estou vendo nenhum Santo Romeo aqui. — Um brilho divertido
passa pelos olhos dela enquanto me encara avidamente. — Quando o pau e o coração falam a
mesma língua, acaba nessas conversas doidas e obscenas.
— Ah Romeo! — Oly tenta prender todo meu corpo em um abraço. — Te amo um pouquinho
mais a cada hora.
Levanto o queixo dela levemente, desço meu indicador pelo pescoço e acaricio com toda
minha mão, em seguida, agarro a garganta dela, e minha outra mão segura o rabo-de-cavalo,
vou com meu corpo ao encontro dela enquanto mantenho-a imobilizada, de olhos cravados nos
meus. Amo os olhos dela. Esse ar sempre assustado e entregue. Vejo nos olhos dela a
confiança imensa que ela tem em mim.
— Também te amo minha namorada aprendiz aplicada. — Pontuo cada palavra pausando
sensualmente, e termino abaixando meu rosto e prendendo a boca dela contra a minha. Olivia
agarra meus braços, geme e se derrete toda enquanto abre a boca esfomeada pelo meu beijo. É
um beijo tão erótico que fico com medo de esporrar minha sunga e bermuda. Nem nos
importamos com as pessoas na praia, apenas ficamos ali, debaixo de sol, agarrados como
carrapichos, engolindo um ao outro.
— Oly, você fica de calcinha molhada quando eu faço e falo essas coisas? — Afasto nosso
beijo só para perguntar.
— Como sabe?
— Como eu disse: não sou Santo Romeo, mas tenho meus truques. Depois vamos testar quanto
mais você pode molhar a calcinha antes de gozar.
— Fuuu...! — ela sopra, mas nem termina de assoprar. Abocanho sem piedade a boca dela e
Olivia preenche cada uma de suas mãos, apertando com força meu peito e faz: — Mmmm...
deli...xiiia.
Depois de conhecer uma pequena parte da ilha, pegando táxi e indo para outra praia almoçar,
terminamos e voltamos ao navio para tirar um cochilo. Não saímos de lá mais. Quando o navio
voltou a se mover, estávamos arrumados e ela ainda fingindo bico torcido por que tivemos uma briguinha de nada na outra praia que estava mais movimentada.
Olivia queria que eu colocasse a camiseta de volta, mas o calor estava matando e eu me
recusei. Estávamos lá de boa, nas espreguiçadeiras, tomando água de coco e então eu percebi
que eu estava chamando a atenção de muitas mulheres por ali e Olivia já tinha percebido e
queria que eu tivesse mais pudor.
— Oly, eu não vou vestir a camiseta.
— Você gosta de se exibir. — Acusou nervosa de olho na gangue de mulheres do outro lado.
— Assim como você está mostrando essas pernas gostosas e eu preciso só aceitar que tenho
uma namorada muito espetacular e não posso vestir uma burca nela.
Ela continuou muda, com seus óculos escuros e com pose de patroa que diz: “Lá em casa você
me paga.” — Oly! — Chamei-a mais alto. Assim que ela me olhou eu disparei: — você
também precisa aceitar que tem um namorado bem gostoso e que...
— Desde quando ficou tão arrogante?
— Desde que descobri que a tal namorada muito espetacular está caidinha por mim. Isso meio
que cresce a bola do cara. Não tem jeito Oly, vamos apenas superar isso. Quer beber água no
meu canudo? — Estendi meu coco para ela. — Afinal hoje a noite você vai colocar meu
canudo na boca de novo.
— Ridículo. — Ela resmungou, empurrou o coco e voltou a deitar na sua espreguiçadeira. Mas
acabou rindo.
Agora, vamos ao baile. Vesti um terno simples e Olivia está glamourosa num belo vestido, mas
eu só consigo pensar na renda por baixo dele. Eu abri a bolsa dela e escolhi calcinha e sutiã de
renda, para me enlouquecer durante a festa e mais tarde quando chegarmos aqui. Assim que
ficamos prontos, ela me olhou nervosa, não do tipo irritada, mas do tipo preocupada.
— Espero não passar vergonha. Estou em desespero, Romeo. —Caminho até ela, encosto
meus lábios em sua boca e ela entreabre os lábios começando a me beijar. Depois de um longo
beijo, afasto e limpo sutilmente os lábios dela.
— Está mais calma?
Ela não responde. Sorri como resposta.
Enquanto ela retoca o batom eu abro minha mala, pego algo que comprei e trouxe justamente
para hoje a noite.
— Oly. — Escondo minhas mãos atrás das costas. Ela vira para mim. — Não quero birra,
quero te dar uma coisa e você precisa aceitar.
— Ai meu Deus! — Ela murmura já amedrontada. Tiro a mão das costas e mostro a ela uma
caixinha preta aveludada, abro para ela e Olivia fica boquiaberta. É um colar, ouro branco com
uma pedra de safira no pingente, como meu anel.
— Romeo, isso é...
— Bonito? — Viro-a para frente do espelho, me posiciono atrás para abotoar o colar. Ainda
abismada, ela passa a mão na pedra. Ajeito o cabelo dela de volta no lugar e fico olhando,
esperando a reação. — Gostou Oly?
— Sim, é lindo mas...
— Nem venha com histórias, Olivia. Se gostou eu fico feliz, se atrever a recusar, aí eu teria
que te dar um ensinamento.
Os lábios dela abrem num sorriso. Olivia vira para mim.
— Você me ameaça a todo instante, já percebeu?
— Já. Quer que eu pare com as ameaças?
— Não. Me dá um frio gostoso na barriga. Doida para chegar logo o fim do baile.
— Então vamos logo apressar isso. Ir comer, beber, dançar e voltar correndo. —Seguro a mão
dela. Evito beija-la para não borrar de novo o batom.
— Vamos. Adorei o colar Romeo.
— Esse é o primeiro de muitos.
E foi como imaginamos. Era um baile qualquer, oferecido aos casais da noite. Tinha música
romântica, tinha muitas flores, carta de vinhos e um buffet que me fez comer como um urso.
Olivia estava linda, como naquele leilão que ela foi com Ludovico, mas dançou comigo. Foi
naquela noite que tudo mudou para nós. Agora, está pra nascer a pessoa que vai se meter entre a gente.
Quando Olivia estava com a cabeça no meu ombro, na pista de dança, se embalando comigo ao
som de Don’t wanna lose you da Gloria Estefan, eu percebi que assim como a música diz, eu
não quero perdê-la. Não estou dizendo de alguém se intrometer entre a gente, ou brigarmos
alguma coisa assim. Eu sou do tipo de cara que quando se apaixona fica bem grudado na
pessoa e quero Olivia para mim, morando comigo sempre, quero acordar e dormir com ela, vê-
la assinando Lafaiette no seu nome. Olivia Maria Lafaiette. É, eu não só quero, como preciso
me casar com ela.
— Gosto desta música. Fala sobre o que? — Olivia olha diretamente nos meus olhos.
— Algo como: “Não quero perder você.”
— Sério?
— Muito sério. E eu concordo com a música.
— Somos dois.
Como planejamos, não demoramos no salão do baile. Voltamos para a suíte e eu já tinha em
mente tudo que o eu queria.
Entramos, pedi que Olivia ficasse parada sem se mexer. Pelo telefone, pedi um champanhe e
fui para cima dela.
— Pronta? — Acaricio os ombros roliços dela. A pele fina e cheirosa.
— Pronta. — Respondeu de imediato.
— Ok. Você não faz nada. — Levo-a para frente do espelho, me posiciono atrás e começo a
acariciar os cabelos dela. Há apenas uma presilha, tiro-a e deixo ali em cima. Olivia tem
cabelos grandes, de uma cor bonita, algo como amarronzado claro, mas contra a claridade fica
um tom meio loiro. Encosto meu nariz, aspiro os fios e vou descendo rumo a nuca dela. Vejo
ali um arrepio se formar. Sorrio comigo mesmo e continuo apenas passando o nariz pelo
pescoço dela, minhas mãos longe de seu corpo. Ela me olha fixamente pelo espelho.
Agora minhas mãos entram em ação abaixando o zíper do vestido dela, em seguida descendo o
tecido pelos ombros e costas.
Tento não pirar vendo os seios cobertos pela renda. Com ela de salto, usando o colar e de calcinha e sutiã eu a viro para mim.
— Está do jeito que passei o dia fantasiando. — Sinto a intensidade da minha voz, isso a deixa
com os lábios entreabertos, e olhos anuviados de tesão.
— Você não vai... tirar? — Ela passa a mão pelo meu terno.
— Não. Hoje você é o foco aqui. Eu fico para depois.
Seguro na mão de Olivia e caminho com ela para a cama. Faço-a se sentar na beirada e fico de
pé diante dela. Ela mexe nos cabelos e noto os dedos trêmulos.
— Está nervosa Oly?
— A expectativa me mata Romeo. Você acaba comigo.
— Sim, acabo. Do jeito que você faz comigo. —Acaricio a bochecha dela e desço meu polegar
para os lábios. Passo meu dedo gentilmente em volta e automaticamente Olivia entreabre os
lábios, enfio meu polegar e ela chupa, de olho em mim. Segura minha mão e chupa meu dedo
mais um pouco, bem devagar, respirando entrecortado.
— Por enquanto não vou deixar você chupar nada. — Tiro meu dedo da boca dela. — Eu te
chupo, você observa. — Arranco minha gravata, tiro meu terno e começo a desabotoar as
mangas da minha camisa.
— Romeo... — Olivia protesta, os olhos grudados na minha calça que está bem volumosa.
Passei o dia assim: de saco cheio.
— Se você encostar a boca aqui eu perco meu controle, Oly.
Enquanto eu dobro as mangas da camisa, ela cria coragem e toca na minha calça. Eu paro e
olho para baixo. Olivia passa a mão ainda um pouco retesada, eu abro as pernas e ela apalpa
meu pau por cima da calça.
— Ah merda! — Soluço e ela olha para cima.
— O que vamos fazer Romeo?
— Eu vou te atropelar daqui a pouco. — Pisco para ela e jogo meu quadril contra a mão dela.
Olivia desce para entre minhas pernas, passa a mão na minha coxa, volta a apalpar meu pacote
e batidas ecoam na porta. Levanto um indicador para ela, pedindo um tempo. Corro para a porta, recebo o champanhe e quero voltar correndo, entretanto, abro a garrafa, despejo em duas
taças e levo uma para ela.
— Beba para se acalmar. — Ela toma a taça da minha mão, bebe tudo em três goles e me
devolve. — Ótimo. — Rio, bebo a minha e coloco as taças no aparador. Tiro meu cinto, puxo
as mãos de Olivia, ela se levanta e vem rápido para me abraçar, mas eu a empurro de leve
guiando-a de costas para a parede. E quando a prendo ali entre meu corpo e a parede, ela me
agarra vorazmente e eu permito. Ela quase pelada e eu ainda vestido, deixando-a irritada com
isso. Olivia tenta abrir minha camisa, mas eu não permito, seguro a mão dela contra a parede.
Ela tenta mexer na minha calça com a outra mão e acabo segurando as duas.
— Romeo!
— Espero que tenha tomado champanhe o suficiente, pois hoje será o dia da nossa foda com
força. Nível hard. Você já está bem preparada.
Ela geme como resposta. Enrolo meu dedo na calcinha e puxo para baixo. Olivia abre as
pernas, a calcinha fica meio baixa e eu meto a mão. Bem molhada, mas precisa ensopar mais.
— Tá na hora de você arranhar a parede. — Eu digo, dou um último beijo de língua nela viro-a
com a cara na parede, a bunda para mim. Caio de joelhos, abro as pernas dela e enfio o rosto
ali dando passando a língua de cima a baixo, degustando a boceta dela.
Olivia joga a bunda para trás e o mesmo beijo que ela acabou de ganhar na boca, está
ganhando aqui em baixo. Beijo com a língua, chupando enlouquecido, sugando cada dobra,
sorvendo cada pontinho, o clitóris é como uma balinha na minha língua. Como Oly está de
salto, começa a tremer de pernas bambas, se debate, desce as unhas na parede, e eu seguro
firme as pernas dela, ainda não está nem perto de eu deixa-la gozar. E quando esse momento
chega, quando a boceta dela começa a piscar e Olivia gritar, eu paro, me levanto e agarro-a.
Olivia vira para mim e ataca minha boca tentando balbuciar alguma coisa. Bem rápido, pego-a
e jogo deitada na cama, desabotoo minha camisa, mas não tiro, abaixo minha calça com a
cueca e já pulo em cima dela. Olivia me abraça e em êxtase desesperado, passa as mãos pelo
meu corpo, jogando a cabeça de um lado para outro enquanto eu passo meu pau contra ela,
nem consigo prolongar muito isso. Estou fervendo, sinto fogo puro nas minhas veias, meus
músculos triplicam de tão tensionados e quase tenho um ataque de porra quando vou
adentrando o interior molhado e quentinho dela.
Com as calças e cueca emboladas nas minhas pernas, a camisa aberta, eu começo a me
movimentar em cima de Olivia.
— Ah meu Deus! — Ela grita e crava os dedos na minha bunda enquanto eu meto sem parar.
Começando a aliviar meu tesão guardado desde de manhã.
— Está gostoso?
— Muito bom Romeo... Muito gostoso! — Olivia grita e com as mãos, faz o que aprendeu a
fazer ultimamente: me apalpa bem forte, não fica um músculo do meu corpo sem ser tocado.
Enfio minhas mãos para baixo das costas dela, e rodo a gente na cama, ficando por baixo.
— Senta Oly. Tente acabar comigo.
Ela choraminga e desce contra meu pau, vai quase até o fim, o pescoço vira, ela joga os
cabelos e sobe. Meu pau vai saindo, eu seguro a cintura dela e soco de novo.
— Aaauuu! — Não foi um grito. Foi um gemido de lábios sorridentes. Ela sorrindo me deixa
mais pirado, ainda com as calças nas pernas, flexiono e começo a forçar, batendo forte, um vai
em vem gostoso do caralho. Olivia aperta forte minhas coxas e grita conforme eu meto sem
parar, indo todo, sem piedade, nível hard, como eu avisei. E ela bravamente, aguenta toda
extensão e largura do meu pau, nas socadas potentes.
Olivia firma as pernas ao lado do meu corpo, inclina-se para frente, segura no meu peito e
começa a me ajudar, abaixando a bunda contra meu pau.
— Ai cacete! Porra! — eu grito ferozmente, os dentes trincados. Sinto as veias do meu pau
inchadas de tão duro que ele está.
Me sento no meio da cama com ela no meu colo. Arranco o sutiã dela e caio de boca nesses
peitos maravilhosos.
— Goze Oly. Goze no meu pau. — Para ajuda-la, continua as arremetidas e meto a boca nos
seios dela e chupo cada um com cuidado, puxando com os dentes cada mamilo, depois elevo
minha boca para o pescoço dela. Chupo por toda a parte, passo a língua pelo queixo e volto a
chupa-la e morder a pele macia. Até Olivia gozar, meu estômago dá um salto triplo de prazer e
eu sinto as unhas dela nas minhas costas de novo.
Assim que ela goza, dou um beijão em sua boca ofegante. Olivia ainda treme e coloca a mão
na boceta inchada, quando acabo de tirar meu pau.
— Agora é minha vez. Depois, chuveiro e cama.
Sou um cavalheiro, esperei Olivia se acalmar, me levantei, terminei de tirar a roupa e fui pegar mais champanhe. Levei a garrafa e fiquei de pé, ao lado da cama. Virei na minha boca
derramando algumas gotas pelo meu queixo e pescoço, Olivia sentada sob as pernas olhava
fixamente meu pau bem duro, enquanto eu bebia na garrafa.
— Você faz essas coisas para me abalar não é? — ela me dá um sorriso quase de adoração.
— Lógico — coloco um joelho na cama e vou para perto dela. — Levante. — Peço tocando no
queixo dela. Olivia levanta o rosto, abre a boca e eu jogo champanhe dentro. — Sou um líder
minha gata, tudo que faço tem um propósito.
Ela engole a champanhe, e volta a olhar para baixo, para meu pau.
— Não vai chupar nada ainda Oly. Vou acabar com você primeiro. Depois você acaba comigo.
— Viro a champanhe na minha boca, deixo a garrafa no chão e faço-a virar de costas para
mim.
— Fique de joelhos. — Comando, ela obedece. Eu de joelhos também, me posiciono atrás,
meu ajeito meu pau entre as pernas dela, abraço-a, mordo o pescoço e meto bem forte. Ela
estremece, se joga para trás e eu a seguro firme.
— Tudo bem? —Pergunto. Meu pau já todo dentro.
— Sim... ah Romeo! Sim! muito... bem!
Sorrio satisfeito, e começo a socar forte, ela está muito lubrificada e isso facilita muito a
penetração até a base do meu pau.
— Merda! Romeo... já vou gozar de novo. — Ela choraminga, segura forte no meu braço que a
mantém presa ao meu corpo.
— Não Oly. Aguente mais.
— Não dáaaaaa.
— Dá sim. — Continuo socando, mordendo o pescoço dela, e minhas mãos acariciando seus
seios. — Não pense em mim te comendo, pense em cachorrinhos.
Ela vai curvando para a frente, até que eu a jogo na cama, ela cai de quatro, me ajoelho atrás
na bunda empinada e mando ver, segurando seus cabelos e forçando a barra, provocando um
barulho úmido, provocando sons dos nossos corpos se batendo, meu quadril contra a bunda
dela, meu pau inchando cada vez mais, ficando apertado dentro dela, muito mais saboroso.
Agora eu já estou no limite.
— Goze Oly. Chegou a hora. — Mais duas socadas fundas e ela se dissolve toda, em
ondulações do corpo e gritos de prazer, juntando seu gozo potente, com minhas jorradas
quentes. Enquanto eu gozo, mantenho meu pau bem no fundo, todo atolado, apertando forte a
cintura dela e Olivia fica muito satisfeita, empurrando mais sua bunda contra mim. Acabo
caindo deitado em cima de Olivia.
Abraço-a por trás meu pau sai, mas continua ali, pressionado contra a boceta dela.
— Meu Deus! Não sinto minhas pernas. — Ela murmura em tom humorado. Consigo, por trás,
alcançar a boca dela. Dou um rápido beijo, me ajeito melhor na cama, saindo de cima dela e
ficando numa conchinha soterrada. Olivia fica pequena nos meus braços.
— Precisa fortalecer essas pernas. Ainda tem mais um round.
Ela ri segurando firme meus braços que a envolve.
— Você me faz feliz só com você mesmo Romeo. O resto é consequência.
— Digo o mesmo, Oly. Tenho um puta amor por você, minha gostosa.

CAPÍTULO 30
ROMEO
SEGUNDA-FEIRA
Quando voltamos do cruzeiro, Magno já tinha preestabelecido tudo para eu mandar ver no
golpe contra Ludovico. Ele organizou uma reunião com o pessoal de Ludovico e soltou a
bomba.
Agora o velho está definitivamente sem nenhum apoio financeiro, nenhuma ligação com a
Orfeu.
Pagamos uma multa pela quebra do contrato e fechou. Não tem como eu ficar mais feliz da
vida. Essa viagem de três dias com Olivia, foi magnífica. Desfrutei de uma boa companhia, em
um lugar luxuoso e bonito e ainda cheguei em casa e encontrei boas novas.
Agora vem minha segunda parte da vingança contra Ludovico. Fazer os próprios filhos ficarem
contra ele. E não foi difícil trazê-los até a empresa onde meu método de manipulação poderia
ser realizado com sucesso. Claro que Olivia ainda não sabe, vou contar, mas contarei depois
que tudo estiver pronto. Até por que esse meu plano envolverá um encontro com Jaqueline e
não quero Oly de cara amarrada, por que tenho certeza que ela ficaria com uma pontinha de
ciúmes se soubesse. Ah!
Ficaria com certeza, mano. Ela é mulher, todas são iguais.
Chegamos de viagem hoje pela manhã. E hoje mesmo, na empresa, já cheguei pronto para a
reunião fatídica, nem dormi a noite esperando por esse momento. Concentrado, entrei para a
minha sala, deixei tudo preparado e logo depois Saulo entrou e disse que Jaqueline estava ali.
Ela foi a primeira dos filhos de Ludovico a chegar. Na verdade, eu usei um truque para eles
não desconfiarem que era uma reunião de irmãos. Convidei cada um individualmente para
tratar de assuntos do interesse deles. Isso também impediria de Ludovico saber que os filhos iriam se reunir comigo.
Ricardo e Juliano foi fácil atrair, eles devem ter achado que eu estava chamando para questões
da empresa. Já a Jaqueline, não sei o que ela pensou para aceitar tão rápido.
Me levantei atrás da mesa e sorri quando ela entrou.
— Olá Jaqueline. Sente-se, por favor. — Ela não sentou. Ficou olhando para Saulo e quando
ele saiu, ela me fitou curiosa.
— Olá Romeo. Há quanto tempo. Que palhaçada é essa que está armando contra meu pai?
— Podemos conversar? — Pedi educadamente. Sem cerimônia, ela passa os olhos pelo meu
corpo, ainda estou de pé.
— O que pensa que está fazendo? Já não basta tudo que meu pai está sofrendo, por que ainda
teve que mexer na única coisa que o mantinha feliz? Por que Romeo?
Não respondo. Aponto novamente para a poltrona a frente da minha mesa.
— Por que me chamou? Sabe que sou casada, não é? Ou melhor, espera, você está fazendo
isso com meu pai para se vingar do que aconteceu antes?
— Não Jaqueline. Pelo amor de Deus, apenas sente-se escute.
— Como eu posso ficar calma? Você ainda não superou? É isso, não é? — Perguntou e num
movimento levantou a mão para mim. — Estou casada Romeo. Tínhamos algo bonito, mas
você colocou tudo a perder.
— Eu coloquei tudo a perder? — Bato a mão no meu peito — Eu, Jaqueline?
— Sim, você! Como pode ousar ainda me chamar aqui depois do que fez comigo anos atrás
com aquela vadia da Sônia?
— Esse é o seu problema. Você acredita apenas no seu pai! Nem em si mesma você acredita.
Melhore Jaqueline, se eu quisesse te comer, eu não iria armar nada.
Não deu tempo ela retrucar. Os irmãos dela chegaram e eu me calei, voltei a sentar na minha
cadeira e de cara amarrada já atirei sem dó, a queima roupa.
Jaqueline estava assustada com a presença dos irmãos, na verdade eles três estavam curiosos.
— Chamei vocês aqui, por que eu me vi no dever de contar isso. Cortei as ligações da minha
empresa com a Durval, pois Ludovico se envolveu em um caso polêmico.
— A vadia foi culpada! — Ricardo fala e eu fico com vontade de fazer mingau da cara dele na
parede. Mas respiro fundo e prossigo.
— Acontece, que o próprio pai de vocês, me confidenciou coisas inescrupulosas. Não tenho
nada a ver com a família de vocês, nem com a vida de ninguém, mas isso não poderia passar.
—Me levanto, ligo uma TV na estante e a imagem da câmera de segurança aparece. Volto-me
para os três me fitando. — Que essa seja a minha explicação do porquê que cortei a conta com
o pai de vocês.
— E então me sento e deixo os três assistindo petrificados, o papo que tive com Ludovico. O
primeiro a ceder, foi Juliano, o mais novo que entrou numa aflição palpável. O cara quase
sente um troço.
— Vou matar aquele desgraçado! — Berrou revoltado ao saber que foi afastado da mãe e
viveu todo esse tempo enganado. Ricardo ficou mudo, mas pude ver suas feições apavoradas.
E quando ele olhou para mim eu balancei a cabeça negativamente.
— Conheci Núbia. Passou parte da vida tentando provar inocência. — Ele ficou me olhando,
calado e com uma bela culpa nos olhos, ele sabe que a mãe está muito doente. Depois precisou
levar a irmã para fora pois ela, geniosa como é, deu escândalo e começou a me acusar de armar
tudo.
Apenas dei de ombros e vi os três saírem derrotados.
Essa é uma vingança do bem. Estou fazendo isso para o bem deles e daquelas mulheres.
OLIVIA
SEXTA-FEIRA
Hoje é manhã do quarto dia desde que voltamos do cruzeiro. Tudo está maravilhoso, minha
convivência com Romeo parece mais íntima e estreita. Sinto nosso relacionamento mais firme
e estável. Estamos fazendo tudo para não deixar nada interferir entre a gente. Desde que ele me
contou sobre Jaqueline, eu fiquei mais apegada, foi uma forma de confiança, ele ter me
contando e não ter deixado eu ficar sabendo por terceiros.
Decidimos, ontem a noite, que hoje Romeo e eu iríamos sair da toca. Vamos ver meus pais.
Vamos chegar de surpresa, para não dar tempo de eles avisarem a Ludovico. Kate veio me ver
um dia depois que cheguei. Ainda está com a ideia de pegar um dos irmãos do Romeo e quer
que eu interceda. Esquece, jamais farei isso. Magno e Lorenzo vieram ontem aqui, são
divertidos, muito bonitos e formam com Romeo, um trio majestoso, ainda bem que um deles é
meu. Até pensei em jogar uma indireta para eles dois, sobre Kate, mas deixei pra lá.
Concentrada diante do forno, regulo a temperatura e dou um pulo sobressaltada quando braços
me puxam para um peito nu. Meu coração bate depressa pelo susto.
— Quem é a pessoa mais gostosa dessa casa? — Romeo fala com o rosto atrás nos meus
cabelos, ele desce a boca e mordisca meu ombro, estou de camisola e robe. Me viro sem sair
do abraço, ficando de frente para ele.
— Você. — Respondo.
— Resposta errada. Você. — Ele me dá um beijo. — Além de gostosa é teimosa. Por que
acordar tão cedo?
Recebo outro beijo antes de falar: — Por que acostumei.
— Oly, você tem apenas duas opções toda manhã. Ou espera eu te acordar, ou me acorda se
você abrir os olhos primeiro.
— Por quê?
— Por que é ruim demais acordar sozinho na cama e ainda de pau duro. — Ele faz questão de
bater de leve o quadril contra mim, para eu poder senti-lo grande nas calças. — Venha tomar
um banho comigo.
— Não Romeo. — Empurro-o; ele está muito gostoso, quentinho por que estava na cama e
com uma bela calça de flanela, posso ver que sem cueca. Mesmo assim, empurro-o. — Estou
preparando café. Você não cansa de querer sexo toda hora?
— Com você? Tá longe de eu me cansar. O que está preparando?
— Estou requentando aqueles pães de queijo que fizemos ontem a tarde. — Franzo o nariz um
pouco preocupada. — Tudo bem para você?
— Está ótimo. Vá sentar ali. — Ele segura atrás no meu quadril e me empurra de leve em
direção a mesa.
— Não. Me sentar por que?
— Por que vou te paparicar um pouco. Deixe eu continuar com café e te servir.
— Está querendo ganhar algo em troca? — Me deixo ser levada para o banquinho perto do
balcão.
— Sempre quero algo em troca. Mas principalmente por que você merece mimos infinitos. —
Ele espera eu sentar, alcança minha orelha, beija a pontinha e sussurra: — Romeo ajuda quem
cedo madruga. — Me arrepio toda.
Ele liga a TV fininha que fica na cozinha, embutida na parede, perto do magnífico armário
preto de inox. A cozinha de Romeo é toda planejada, estilo americana, com balcão gourmet e
mesa com seis cadeiras. Amo essa cozinha.
Ele escolhe um canal de notícias e vai para o armário, pega canecas e coloca na minha frente.
— Receosa para hoje a tarde? — Ele serve café nas duas canecas. Romeo se refere a nossa
visita a minha família.
— Um pouco. Veja se esse café ficou bom. Acho que exagerei no açúcar. — Fico olhando ele
bicar o café, depois curva para frente e toca os lábios quentes na minha boca.
— Delicioso. Então está um pouco receosa. De que tem medo? — Romeo recosta do outro
lado do balcão, a minha frente.
— Ah sei lá. Sobre tudo. Um mês atrás eu era a esposa devotada, hoje eu estou foragida com
meu amante.
— Que agora é seu namorado.
— Sim, meu namorado. — Concordo com ele — Vê como isso soa ruim para uma família como a minha? Eu vou apresentar um homem para eles. Sendo que ainda estou casada e não
dei as caras desde que tudo aconteceu.
Romeo não fala nada. Pega a luva térmica e vai abrir o forno para tirar a forma de pães de
queijo.
Ele coloca a forma perto de mim e senta ao meu lado com sua caneca de café.
— Oly, mais cedo ou mais tarde eles precisam saber. Eu não pretendo te deixar e pretendo
estar com você na audiência. Então é melhor eles ficarem sabendo de uma vez e pela sua boca.
— E se eles forem hostis com você?
— E daí? Sou um ancião lembra? — Dá uma piscadinha para mim — Posso me defender.
Acabo sorrindo, me sentindo calma só em vê-lo sorrindo também.
— Você não é ancião. Pare de fazer drama. — Beberico o café e percebo que está bom. Me
recordo do tempo de Ludovico em que tudo tinha que estar perfeito e mesmo assim ele
criticava.
Romeo me traz de volta a realidade quando pega um pão de queijo, morde um pedaço e traz o
outro para minha boca.
— Está gostando de ficar aqui comigo? — Ele indaga de olho em mim, me encarando
enquanto eu mastigo.
— Sim. Gosto muito.
— Eu também. Não tem por que a gente mudar isso não é?
— Não podemos afirmar nada Romeo.
— Claro que podemos. Eu curto muito estar com você, nunca tive tanta ansiedade para voltar
para casa depois do trabalho, só para te ver. Não quero deixar você sair daqui.
Não respondo. Desvio o olhar, pego um pão de queijo, parto no meio e mordo uma das bandas.
— Nem vem achando que vai se safar fácil. — Romeo decreta olhando fixamente para o nada
em sua frente.
— Está fazendo drama de novo. — Dou uma olhadinha de relance e Romeo está me encarando
de cara feia. Descobri ontem com os irmãos dele, que isso é uma coisa que mata Romeo de
raiva. Se ele falar alguma coisa e qualquer um insinuar que ele está fazendo drama. Inclino
para perto dele e beijo seu braço.
— Estou brincando amor. Não quero me afastar de você.
— Hum! — Ele bufa e volta a comer. — Só aprende o que não presta com aqueles dois.
Eu rio e ficamos comendo e assistindo ao jornal das sete. Romeo se levanta e abre a geladeira,
pega um ovo e me mostra.
— Vou fazer um pão com ovo frito. Quer um?
— Não. Já estou satisfeita.
— Com um pão de queijo e meio? — Ele me olha incrédulo e dou de ombros. Romeo assente e
começa a ajeitar as coisas. Acende o fogo na frigideira, coloca margarina e quebra o ovo. Ele
faz tudo muito rápido e profissional. Quebra o ovo com uma mão apenas e tem uma agilidade
impressionante para manusear a espátula. É um espetáculo vê-lo cozinhar, assim, com essa
calça caindo nos quadris, contornando o traseiro.
— Você não tem gostos peculiares. Ludovico jamais comeria um pão com ovo frito.
— Já te disse que ele é um boiola. Eu me preocupo em encher minha barriga. — Romeo parte
um pão desses italianos que ele gosta, coloca uma fatia de queijo, o ovo por cima e uma pitada
de sal antes de fechar. Ele senta de volta ao meu lado. Me deu água na boca em vê-lo mastigar
com tanta vontade.
— Pode pedir Oly. Não fique com esses olhos gordos. — Ele encosta o pão perto da minha
boca e eu dou uma mordida.
— Muito bom mesmo.
— Estamos transando como coelhos. Precisamos de sustância. — Ele alega.
“A crise econômica ainda não atingiu todas grandes empresas Brasileiras, mas algumas não
tiveram a mesma sorte. As indústrias Durval continuam indo ladeira abaixo.” — Olho
petrificada para Romeo, assim que o repórter começa a falar sobre a empresa de Ludovico.
Romeo não reage, mastiga de forma indiferente, volto a olhar a TV, onde o homem continua
explicando: “Depois que a Orfeu anunciou na última sexta, o desligamento completo com a referida empresa, as ações da Durval caíram mais quinze por cento e fechou o dia ontem com a
maior baixa em trinta anos.” — Eu estou com a mão no peito olhando sem piscar. O jornalista
caminha pelo estúdio e senta ao lado de um homem muito bonito. “Vamos agora falar com o
executivo financeiro, Enzo Brant, representando o banco AMB que é responsável pelas
transações da Orfeu.” Mantenho-me inerte, encarando a TV enquanto o tal Enzo, explica que o
banco dele cuida dos investimentos da Orfeu. E que eles acharam por bem não investir mais na
empresa de Ludovico.
Enquanto ele explica coisas que não entendo, olho para Romeo e ele está me olhando de volta.
— Eu disse que ia me vingar. — Ele fala antes de eu perguntar alguma coisa.
— Você que fez isso?
— Fiz. Tem algum problema?
— Não. Lógico que não. Eu só... fiquei abalada. Sei o quanto os filhos de Ludovico brigam por
essa empresa. — Volto a olhar a TV onde eles mostram um gráfico e o convidado explica cada
número.
— Os filhos não vão mais brigar pelo pai. Armei uma arapuca. — Olho bruscamente assim que
ele fala isso.
— Armou arapuca? O que fez?
Romeo joga na boca o último pedaço de pão. Limpa os lábios e sorri vitorioso.
— Induzi Ludovico a confessar o que fez com as outras ex-mulheres, gravei e assim que
voltamos do cruzeiro, eu mostrei aos três filhos. Ludovico, nesse momento, deve estar sozinho.
Sem o apoio dos filhos e vendo seu patrimônio acabar.
— Romeo! — coloco a mão na boca, não estou acreditando no que estou ouvindo.
— Você precisava ver. Foi impagável a cara que os três fizeram. — Romeo ri.
— Os três... Viu a Jaqueline depois que voltamos?
— Foi necessário Oly. — As sobrancelhas dele se juntam num gesto de desculpa.
— Necessário, Romeo? — Me levanto depressa e saio de perto dele. Nem sei o que pensar
nesse momento. — Você se encontrou com ela e agora me fala assim, como se não tivesse importância alguma?
— Mas não tem importância nenhuma. Ela estava com os irmãos dela, nós nem trocamos meia
dúzia de palavras.
De braços cruzados, olho de volta para Romeo, sem esconder a mágoa nos meus olhos.
— Como tudo aconteceu? — Questiono.
— Com tudo ou só com ela? — Ele continua praticamente inabalado.
— Com ela. — estou com vontade de gritar.
Ele passa a mão pelos cabelos, exala profundamente e desliga a TV. Se levanta e vem até mim.
— Tá. Nós conversamos um pouco. Ela veio com quatro pedras para cima de mim, por ter
cortado ligação com a empresa do pai dela. Foi a primeira a chegar a minha sala.
— Então ficaram sozinhos?
— Por uns cinco minutos.
— Que dia foi isso Romeo?
— Segunda-feira. Que diferença faz?
— E por que não me contou? — Agora estou quase gritando.
— Olha quem está fazendo drama agora. — Ele faz pose de engraçadinho. — Eu ia te contar
antes de irmos ver seus pais, ou seja, estou te contando agora. Na verdade Enzo me contou que
estaria hoje nesse programa falando sobre a economia do país e que falaria sobre a Orfeu. Eu
coloquei aí para você ver e eu ter como começar a contar.
Fico calada olhando bem dentro dos olhos dele. Romeo sorri e massageia meus ombros.
— Oly...
— O que conversaram? Será que posso saber? — Continuo irredutível, Romeo com cara
lambida, bem tranquilo.
fazendo tudo isso só para se vingar do pai dela, por ter acabado com nosso namoro.
Sinto uma raiva tão grande imaginando aquela sem vergonha, gritando de nariz em pé, como
ela sempre foi.
— E ela está certa, Romeo?
Ele já se aproximou demais de mim e sutilmente me puxa para um abraço. Continuo de braços
cruzados esperando a resposta.
— Sim, Oly. Ela está certa. Estou fazendo tudo isso por vingança. Ele mexeu com você, minha
mulher.
Minha carranca cai na hora. Não tem como ficar emburrada quando ele fala essas coisas. Um
sorriso começa a brotar nos meus lábios e eu tento aborta-lo no mesmo instante.
— Pode sorrir, Oly. Sei que quer me matar de beijos. — Descruzo meus braços e abraço o
pescoço dele.
— Você foi meio maldoso.
— É eu fui. Sou meio vilão, cuidado comigo.
Romeo se curva e me enche de vários selinhos. Beijo-o de volta, avidamente.
— Mas não nego que gostei. — Sussurro — Fico feliz pela Núbia e pela Leandra, a verdade
veio à tona.
— Sabia que ia me compreender.
— Quando a gente ama, compreende tudo Romeo. — Beijo o peito dele e vou subindo de leve
até minha boca alcançar a dele. Antes do beijo eu digo: — mas você foi mexer com a mulher
de Ludovico primeiro. Sabe disso, não é?
— E você está ficando bem espertinha. Pirracenta de primeira. Vamos para o chuveiro?
Dou uma gargalhada e um gritinho quando Romeo me pega no colo e começa a andar para fora
da cozinha.
Acabamos em um caloroso banho. O sexo matutino é bom, pois me faz lembrar das pílulas.
Então assim que termino, já tomo uma.
— Venho almoçar com você. — Romeo avisa, em frente ao espelho do quarto, amarrando a
gravata. — Vou trazer almoço para a gente.
— Eu faço. — Me ofereço prontamente. — Não vou fazer nada a manhã toda, eu faço.
— Não. Você precisa desintoxicar de fogão por algum tempo.
Vou até a cama e pego o terno dele. Passo a mão, verificando que está perfeito e caminho até
Romeo.
— Assim como você gosta de cozinhar, eu também gosto. Não é sofrimento quando fazemos
algo que gostamos.
Posiciono o terno atrás dele e ajudo-o a vestir. Depois vou para a frente e ajeito a lapela do
terno e a gravata.
— Tem razão. Você está sem material de moda, não é?
— Sim, estou.
— Eu já providenciei para que a partir da semana que vem você comece a receber as revistas
de volta, aqui.
— Que ótimo, já estava sentindo falta. Muito obrigada.
— Só isso? Achei que você fosse dar birra. — Romeo coloca o relógio e em seguida o anel. Se
olha uma última vez no espelho e de volta para mim.
— Se eu der birra você faz drama. Então é melhor aceitar.
Ele ri, me abraça e saímos do quarto.
— Você não presta, Oly.
Depois que Romeo foi trabalhar, eu fiquei na companhia de Pink, arrumei a cozinha e fui para
a sala ver um pouco de TV. Romeo me ensinou mexer e comecei a me acostumar com as
programações dos milhares de canais, já escolhi os meus preferidos.
É uma sala ampla, arejada e clara. As coisas de Romeo são tudo muito arrumadas e lembro que tem Vilma para arrumar sempre. Além do mais ele é um homem tranquilo, organizado. Na
estante da TV tem muitos filmes, todos em caixinhas de DVD. Muitos deles, Romeo trouxe
para a gente assistir.
Vimos um ontem à noite. Mais uma coisa que gosto de fazer: assistir com Romeo. O sofá dele
é grande e ele sabe muito bem como deixar nós dois confortáveis.
Daqui, de onde estou sentada, posso ver a academia do outro lado da piscina. Ela tem enormes
janelas de vidro onde se pode ver Romeo lá dentro levantando peso e se exercitando. Depois
ele sai, entra numa ducha e pula na piscina. Daqui da sala tenho a visão de toda essa cena. Saí
para olha-lo certa vez, Romeo emergiu da piscina como uma aparição, se apoiou na beirada e
veio saindo numa beleza impressionante, ainda nem acredito que isso tudo é meu. E ele me
abraçou molhado. Foi tão gostoso...
Me distraio afagando o pelo de Pink e pensando em Romeo, em como eu o amo tanto. Fiquei
tão nervosa quando ele me contou sobre ter visto Jaqueline e agora não sai da minha cabeça
que eu queria que ela soubesse que eu estou com ele. Não sei que sentimento é esse, de posse
talvez. Eu me levando pensando nisso e vou para a cozinha. Ligo a TV de lá e começo a pensar
no que vou cozinhar. Já se passa das nove horas. Como Romeo não tem frescuras, decido
cozinhar um frango que encontrei no congelador e fazer uma comida normal. Coloco para
descongelar e vou preparar o feijão. Relembro nosso sexo hoje mais cedo depois da leve
discussão no café, Romeo insistiu que tínhamos que fazer as pazes no chuveiro. Eu disse que
não estávamos brigados, mas ele foi irredutível. Depois eu fiquei lá no banheiro penteando
meu cabelo e vendo, embasbacada, ele pelado, se preparando diante do espelho, ao meu lado.
Respiro fundo me sentindo em uma boba, como em um conto de fadas. Deus! Logo eu, que
sempre menosprezei paixão, eu nem sabia que existia para falar a verdade. E agora estou caída,
de quatro por um devasso muito, muuuuuito delicioso.
Tudo de Romeo nunca é demais. Os beijos são explosivos, muito quentes. O toque dele me
desarma, sua mão sabe o que fazer. Não tem noção de como ele me dá prazer com aquela
mãozona percorrendo minha pele, massageando meus seios ou penteando meus cabelos. E tem
o pênis que não posso deixar de mencionar: Olho para Pink.
— Pink amiga, coloque as patinhas no ouvido, você não pode ouvir isso. O do Romeo é... um
pinto de se reverenciar. — Dou uma risada e abano meu rosto com a mão. — Sabe o que me
deixa excitada e não canso de ver? Romeo se vestindo.
Paro de falar e agora só penso. O modo como ele ajeita o membro dentro da cueca e ajeita o
cós na cintura, o modo como o pênis fica ainda duro meio de lado enquanto ele caminha
despreocupadamente para vestir a calça.
Cansada de apenas fantasiar, eu pego meu celular. Penso um pouco, sinto um sorriso matreiro
na minha boca. Digito rápido e sem pensar envio. Meu coração falha uma batida e fico com
vontade de sair correndo em desespero. Sou uma doida.
09:36 – Olivia: Estava aqui pensando em como adoro ver você se vestir e consertar o pênis
dentro da cueca. Oly De olhos arregalados, encaro o celular na minha mão. Estou me sentindo
tão piranha, mandando uma mensagem pornográfica para um homem. Nunca fiz isso e é tão
excitante. Por dentro fico meio arrependida. E se Romeo não gostar dessas safadezas?
Estamos falando do mesmo Romeo? Minha querida, O sobrenome do cara é safadeza. —
Minha Kate interior reclama.
Minutos de espera depois, uma mensagem chega.
09:38 – Romeo: Só para te avisar, eu estou em uma sala com mais doze pessoas.
Merda. Ele não curtiu a brincadeira. Eu também devo estar louca em ter feito isso. Olho para
minhas mãos suadas, olho para a cozinha em volta e depois para Pink que está indiferente,
dormindo.
Que burra! Tenho que pedir desculpas.
Fico pensando em que escrever para me desculpar, até que outra mensagem chega.
09:40 – Romeo: Acredito que é mais excitante se você consertar meu pau na minha cueca.
Admirador secreto.
Ele entrou na brincadeira. Soco o ar em um gesto de vitória. Esqueço completamente o que
acabei de ponderar sobre eu ter sido burra. Estou me lixando para o fato de estar agindo como
uma safada, ele é meu namorado. Com os dedos afoitos digito uma revanche.
09:42 – Olivia: Vou te contar um segredo, Admirador Secreto. Eu quase tenho um orgasmo
quando eu abaixo sua cueca e seu membro salta para fora, meladinho na ponta, duro e enorme.
Sinto meu coração saltar nervoso contra a minha caixa torácica. Não estou acreditando, que eu,
Olivia, escrevi uma pouca vergonha dessas. É tão excitante, já estou num fogo...
Romeo demora a responder. Coitado, deve estar entre a cruz e a espada. Tem uma reunião
importante.
Me levanto na cozinha e ando olhando o celular, esperando uma resposta. Sinto-me pulsando
de expectativa.
09:45 – Romeo: Se vingando de mim Oly? Quer que eu passe vergonha na sala de reuniões?
O tom da mensagem é de sermão, mas posso pressentir que ele está sorrindo. Meu Romeo não
foge de uma sacanagem.
09:47 - Olivia: Por que passaria vergonha?
09:48 – Romeo: Pela condição que meu pau se encontra.
Uma imagem vem em minha mente: Romeo desconfortável sentindo uma pressão dolorida
entre as pernas e entendendo bulhufas do que está sendo dito na reunião. As pessoas
estranhando o jeito que ele está lutando para não morder os lábios e como ele está prestando
atenção no celular. Que falta de respeito, Romeo. Mexendo no celular enquanto outra pessoa
fala. Dou uma risada e continuo.
09:50 – Olivia: Como ele se encontra, amor? Me conta.
A resposta, vem em seguida. Mas para a minha surpresa, vem em imagem. Tremendo o dedo,
eu clico em abrir e me deparo com uma foto tirada sorrateiramente. Dá para perceber que
Romeo posicionou o celular de uma forma que ninguém perceba que ele está se fotografando.
O foco é a calça dele. Está muito apertada, tem um volume enorme na frente. Olho para as
coxas dele, para todo o conjunto e pronto: já estou molhada.
09:54 - Romeo: Ficou molhada? Pois eu estou duraço! Admirador secreto.
09:56 – Olivia: Foi bom falar com você. Vou preparar o almoço.
09:57 – Romeo: Fugindo da raia Oly? Começou, agora aguente. Me mande uma foto sua.
09:58 – Olivia: Não. Você está em reunião.
09:58 – Romeo: Que se dane. Quero te ver.
Olho para os lados, um pouco constrangida. Não vou enviar uma foto dos meus seios, se é isso
que ele quer. E falo isso numa mensagem.
10:01 – Romeo: Você é meio má as vezes Oly. Vai me deixar na mão?
Respiro fundo, saio da cozinha e entro na sala olhando ao redor. Estou com medo de alguém
chegar. Estou com medo de ficar mandando fotos para ele. Então nada de seios ou outra parte
assim.
Entro na diversão, sento no sofá, ajeito os cabelos e clic. Tiro a foto. Até que ficou legal.
Demoro uma eternidade para conseguir enviar.
10:06 – Romeo: Uau! Muito gata. Minha gata. Já coloquei como tela. Pra te ver Toda vez que
pegar meu celular.
10:07 – Olivia: Obrigada. Agora vai trabalhar. Te espero para almoçarmos juntos. Te amo.
10:08 – Romeo: Sim senhora. Te amo tbm.
Muito feliz da vida, fiz o almoço, corri, dei uma ajeitada no visual e voltei correndo. Se eu me
arrumava para esperar o babão do Ludovico, por que não posso me arrumar para esperar meu
lindo namorado?
Ele chegou quinze para meio dia, já me atacando, me prendeu contra a parede e nos beijamos
até quase perder o fôlego. Depois ele tirou o terno e a camisa na sala e almoçamos juntos.
Romeo me encheu de elogios, para mim e minha comida. Inchei de orgulho. Despreocupados,
subimos para tirar um cochilo e agora, às quatro estamos saindo para ir visitar meus pais.
Escolhi esse horário pois acho que meu pai não estará lá agora.
Romeo está lindo muito casual em um jeans escuro e uma camisa de gola polo. Eu escolhi ser
mais chamativa. Quero que eles vejam minha mudança, quero que vejam que sou uma nova
mulher, numa nova vida. Então escolhi um vestido justo de cor clara. Um pouco acima dos
joelhos, sem decote, mas que contorna minha silhueta. Calcei sapatos de salto médio e respirei
fundo me olhando no espelho. Estava pronta para ir enfrentar a fera.
— Pronta? — Preocupado, ele vem até mim.
— Com medo, mas pronta.
— Você está linda.
— Obrigada.
— Lembre-se, não importa a opinião deles, você vai continuar em frente, seguir em frente com
suas determinações. Me prometa.
— Prometo. — Respondo na mesma hora. Certa que eles vão fazer alguma coisa pode me
abater, mas não me parar.
{...}
Eu sabia que não seria fácil quando Virginia abriu o portão e deu um mini grito aterrorizado.
Ela ficou feito estátua paralisada me olhando. Passou os olhos pelo meu corpo e acompanhou o
movimento sincronizado que fiz tirando meus óculos escuros muito fashion.
— Oi Virginia.
— Olivia? Você... — ela nem começa a falar. Pousa o olhar em Romeo e assim que seus olhos
descem para nossas mãos juntas, eu penso que minha irmã vai desmaiar.
— Virginia, avise a mamãe que estou aqui. — Dou um passo para entrar, ela dá dois passos
para trás, como se eu fosse uma onça. Seus olhos enormes em Romeo. — Ele não morde,
Virginia. — Dou uma risada pois penso em Romeo me mordendo, ele morde sim. — Esse é o
Romeo, meu namorado.
— Namorado?
— É, namorado. — Romeo fala e estende a mão para ela. — É um prazer conhecê-la. —
Minha irmã pega nas pontinhas dos dedos de Romeo, nem fala nada. Se afasta rapidamente e
corre na frente, deixando que eu a siga. Essa era eu há uns dois meses atrás.
Romeo e eu entramos e quando chegamos a primeira sala da casa, minha mãe já está de pé
bem no meio da sala, pálida e de olhos saltados. Ao lado estão Virginia e Joanne, igualmente
espantadas, minhas irmãs. Somos as três Marias. Olivia Maria, Virginia Maria e Joanne Maria.
— Oi mãe. — Cumprimento sem chegar perto. Ela não responde. Está olhando para o homem
ao meu lado.
— Tá, apenas escutem. — Peço com uma mão estendida. — Eu sabia que seria difícil para
vocês, mas eu não podia deixar que soubessem por outras pessoas.
— Soubesse o que Olivia? — Ela fala entre dentes. Noto que não está mais assustada e sim com raiva.
— Mãe, podemos nos sentar?
Ela treme e aponta o sofá de dois lugares. Romeo e eu nos sentamos. Ele pega minha mão e
aperta na dele, em seu colo. Minha mãe e irmãs se sentam no outro sofá.
— Eu não estou mais com Ludovico como é do conhecimento de vocês, pelos motivos que
vocês também conhecem — Começo a falar. — Meu divórcio já está quase pronto e vim aqui
não por isso, mas para deixar claro que estou seguindo em frente, estou vivendo minha vida, e
vim apresentar a vocês meu novo namorado. — Olho sorrindo para o lado. Romeo sorri de
volta para mim. — Romeo.
Ele olha para as três e acena.
— Senhora, senhoritas. É um prazer conhecê-las. — Ele usa um tom carismático junto com um
sorriso charmoso. E foi certeiro nas minhas irmãs que sorriram juntas, um tanto sem graça.
Elas estão envergonhadas. Já minha mãe...
— O que pensa que está fazendo Olivia? Como... some assim do nada? Onde está morando?
Onde conheceu esse homem?
— Ela está morando comigo. — Romeo acelera na minha frente e responde. Minha mãe o
fuzila com o olhar.
— Perguntei a minha filha. — Ela rosna muito mal-educada.
— Mãe! — Esbravejo. — Eu estou morando com ele e o amo. Romeo me salvou daquele
verme e pronto. É o que estou fazendo da minha vida. — Minha mãe se levanta.
— Você abandonou seu marido a própria sorte, o colocou na cadeia e ainda pede divórcio?
Como pode ser tão... — minha mão para de falar e me olha com asco, me sinto pequenina. —
Como tem coragem de vir a casa dos seus pais mostrar... isso? — Ela aponta para minha roupa.
— Por quanto está se vendendo? Eu te criei para se tornar uma garota de vida fácil? Vir expor
essa pouca vergonha para suas irmãs inocentes e ainda...
— Ah, me desculpe Olivia. — Romeo se levanta com uma expressão que não combina com
ele, muito bravo. — Minha senhora, antes de tudo tenha um pouco de respeito com sua filha.
Era para você ter sido a primeira pessoa a apoia-la quando o desgraçado do Ludovico bateu nela. Olivia é minha mulher e eu exijo respeito com ela, coisa que ela não tinha quando vivia
como escrava naquela droga de casa. Vamos Oly, já deu. — Ele estende a mão para mim. Não
vou segui-lo por que ele mandou, mas por que é justamente o que eu queria ter dito e para
concordar eu falo: — Ele falou o que eu iria dizer em belas palavras. Até mais mãe, estarei
sempre disposta a dialogar. — Caminhamos para a porta e antes de sair Romeo se vira mais
calmo.
— Me desculpe mesmo. Se o pai dela quiser conversar comigo, de homem pra homem, fale
que Olivia está com o dono da Orfeu. Ele saberá quem é e onde me encontrar.
Entramos no carro e eu fico de cabeça baixa me sentindo terrível. Minha mãe em poucas
palavras me chamou de interesseira e prostituta. Sinto a mão de Romeo nas minhas costas.
— Me desculpe. Odiei ouvir aquelas coisas sobre você. — Ele fala baixinho. Levanto os olhos
para olha-lo.
— Estou bem. Obrigada por ter me defendido.
— Você é minha namorada, eu te amo, não faria menos.
— Vamos para casa. — Peço acariciando a coxa dele.
— Um kit tombada para te animar?
— Ah! Por favor. Vinho, música antiga e você, é tudo que preciso. Romeo me beija,
colocamos o cinto, ele liga o carro e saímos dali. Sei que essa confusão está longe de acabar.
Na verdade, está só começando.


CAPÍTULO 31
ROMEO
— Caralho! Você afundou mesmo a empresa da menina né seu filho da puta? — Magno
murmura olhando a papelada a nossa frente. Olho para Lorenzo e ele apenas sorri como se
fosse o “boss” fodão, confirmando a crítica de Magno.
Ontem Olivia levantou antes de mim, me deixando sozinho na cama. Hoje foi minha vez de ter
que sair bem cedo, às seis da manhã. Lorenzo ligou ontem a noite me pedindo auxílio nas
contas da Mademoiselle. Já está quase tudo pronto, as ações estão lá em baixo, os bancos se
recusam a dar empréstimos aos Velasco (aí tem dedo do pessoal da AMB) e os acionistas
minoritários já venderam suas ações com medo da empresa decretar falência e eles ficarem
sem nada. Falta assinar a papelada para a empresa ser majoritariamente dele. Magno e eu
tivemos que vir cedo ajuda-lo, pois às oito eu já tenho cliente. Meu dia hoje está sufocante.
Preciso sair mais cedo, prometi levar Olivia ao cinema.
— Você comprou as ações com preço alto? — Indago olhando as transações extrapoladas.
Lorenzo gastou uma grana preta. Eu sei que é errado fazer isso que ele está fazendo, mas é
coisa dele, é sobre a vida dele. Magno e eu estamos aqui apenas como irmãos. Lorenzo teve
uma vida de merda, hoje nós fazemos muita coisa por ele, apenas para mantê-lo ciente que
somos uma família. Essa vingança dele, por exemplo: não somos coniventes, Magno não
queria mesmo uma empresa de produtos femininos ligada a Orfeu e eu não queria por achar
uma sacanagem. Mas decidimos não interferir mais, ele nos prometeu que não colocará o nome
da Orfeu no meio.
Magno estende a mão e eu entrego a pasta onde constam os valores das ações que Lorenzo
pagou.
— Cacetada! Afanou os cofres da empresa né Lorevaldo? — Magno acusa assombrado com os
números.
— A grana foi minha, cacete! Sem falar que foi um incentivo para os acionistas. A ideia foi de
Davi. As ações da empresa estavam caindo cada dia mais, o pessoal tudo cortando prego de medo de perder dinheiro, aí do nada encontra alguém que quer comprar as ações como se
fossem valorizadas.
Eles não pensaram duas vezes.
— Davi e você fazem uma dupla perigosa. — Magno observa. Ele empurra as pastas na mesa e
se levanta inclinando para trás com as mãos na lombar. — Caralho a noite não me favoreceu.
— Ele reclama.
— Maratona no clube? — Lorenzo se vira na cadeira interessado. Eu deixo os dois
conversando sobre as sacanagens de Magno ontem a noite e vou ver no celular se tenho uma
mensagem. Ontem fiquei tão feliz e surpreso, com as mensagens de Oly. Ela está
desabrochando, me deixando mais fascinado a cada dia. Não há mensagem. Olho no relógio e
já são quase oito. Em dois segundos, já estou com o celular na orelha ouvindo o: “Tuum” da
chamada que estou fazendo para Olivia. Olho para Lorenzo prestando atenção em algo que
Magno explica.
— Oi. — A voz de Olivia me faz virar e mirar um quadro na parede.
— Oi Oly. Te acordei?
— Não. Levantei assim que você saiu. — A voz dela nem mesmo está preguiçosa. Mostra,
portanto, que tem mesmo um tempo que está desperta.
— Menina teimosa demais. — Sorrio como um besta olhando o quadro. — Porque não ficou
quietinha dormindo até às nove?
— Sabe que sou acostumada a acordar cedo desde criancinha. E segundo que é muito ruim
ficar na cama sozinha, depois que você levanta.
— Agora vê o que eu passo toda vez que você levanta sorrateiramente para ir cozinhar e me
deixa lá abandonado?
“Assim, vê?” — Olho para Magno que está de pé fazendo uma pose estranha para Lorenzo que
olha interessado. “Você fica por trás e tem cuidado para não se esfregar muito no outro cara”.
— Mas que diabo esses dois estão falando?
— Amanhã prometo ficar até o último minuto aproveitando a cama com você. — Olivia fala e
eu ando para mais longe dos meus irmãos.
— Promessa é dívida Oly.
— Eu sei. E sei que vai me cobrar essa dívida. — Ela dá uma risadinha e ouço Pink latindo
perto dela.
— Ainda bem que me conhece. Estou pensando em cobrar hoje já. O que acha?
— Romeo, não é assim que funciona. Precisa esperar para ver se vou quebrar a promessa.
— Vou torcer para isso, minha gata. Agora por que não pega o computador e vai procurar um
filme legal para a gente pegar um cinema hoje?
— Não sei mexer nessas coisas muito evoluídas que você tem aqui. — Dou uma risada assim
que ela fala em um tom de fadiga.
— Ok. Vamos escolher quando eu chegar aí.
— Tá bem. Te espero no almoço.
— Estarei aí. Mande um beijo para nossa filha.
— Ela já está aqui pulando e latindo, acho que sabe que estou falando com você.
— Essas meninas me amam.
— Convencido. — Olivia insinua e depois emenda: — Beijos, amor, tenha um bom dia.
— Beijos, terei sim. — Desligo, guardo o celular no bolso, e volto para perto da enorme mesa
de reunião onde Magno e Lorenzo conversam.
— Não cara, um gangbang, não é totalmente igual a uma orgia, tem regras. — Magno, na sua
vasta experiência pornográfica, explica a Lorenzo.
— Não é um monte de gente fodendo junto? — Lorenzo franze o cenho em dúvida.
— Sim.
— Então é orgia sim.
— Vamos comer alguma coisa lá embaixo? Tenho quinze minutos. — Eu os.
— Peraí. — Magno levanta a mão para mim, sem tirar os olhos de Lorenzo. — No gangbang, é três contra um. Mas pode ser quatro, cinco ou mais, contra um.
— Danou-se! Cinco fodendo um? — Lorenzo exclama pasmo.
— É como eu te expliquei há pouco sobre a técnica de não relar em outro cara num ménage.
No gangbang geralmente são três caras. Três homens comendo uma mulher. Ou três mulheres
dando para um homem, ou no caso dos gays, um monte de homem em cima de um. Ontem
éramos quatro satisfazendo uma cliente.
— Que pouca vergonha é essa Magno? — Indago.
— O sexo é um iceberg, Romeo. O que vocês, meros mortais, conhecem é só a pontinha. O
gangbang é uma das coisas mais pedidas lá no clube, só perde para a crucificação.
— É uma perversão. Soa como estupro grupal. E nem quero saber que porra é uma
crucificação.
— Nem vem com moralismo Romeo. — Magno ergue a voz enquanto Lorenzo ri, de modo
pachorrento. — Temos um cardápio com todas as modalidades, não forçamos mulheres a
entrar no clube, não forçamos elas a escolher. Cada uma escolhe o que fazer e com quem fazer.
Se a safada quis quatro pirocas, ela teve quatro pirocas.
— Nem sei por que ainda pergunto. Vamos, tô indo comer. — Eles se levantam e me seguem.
Na recepção da minha sala, topo com Saulo chegando. — Vou tomar um café, volto em dez
minutos.
— Aviso-o.
— Ok. Já tem cliente às oito e meia. — Ele me lembra, dou um “Jóia” com o polegar para ele e
saio com os dois.
— Mas espera. Eram quatro caras? — Lorenzo ainda continua interessado nos casos de
Magno.
— O que um fica fazendo?
— Como? — Magno não entende a pergunta. Nem eu entendi. Estamos no elevador descendo
para o térreo onde tem um restaurante que é afiliado a empresa.
— Magno, vamos contar — Lorenzo mostra os dedos prestes a começar a contar — Boca, cu e boceta. Três buracos, três rolas. Sobra um homem, o que ele fica fazendo?
— Reveza, Lorenzo. Dois na boca, bate punheta olhando, ou fica revezando com a câmera.
— Rola câmera também? — Questiono sem conseguir ficar alheio ao papo, pensando o que
tem na cabeça desse povo pervertido.
— É. As vezes as solicitantes pedem uma filmagem como lembrança. A de ontem era uma
danada. — Magno descansa as mãos nos bolsos e dá um sorriso sacana relembrando. —
Queria que filmasse bem de pertinho a surra de pica na cara dela e depois o bukake.
Lorenzo e eu nos entreolhamos enojados. Bukake sabemos o que é.
— Já perdi o apetite. — Lorenzo reclama. — Vou recusar qualquer coisa com catupiry.
— Eu também perderia e optaria pela morte, se a porra toda fosse na minha cara. — Magno
responde e eu acabo rindo com ele. Esse aí não tem jeito. Ele fala isso, pois o bukake consiste
em vários caras gozando na cara de alguém. Encher o rosto da mulher de esperma.
No restaurante, sentamos numa mesa e não somos nada menos que donos do prédio todo. Em
um segundo, já vem alguém anotar os pedidos.
— Senhores. — O jovem cumprimenta.
— Já temos aquela torta? — Magno olha o relógio no pulso.
— Carne seca e palmito? — O Rapaz pergunta.
— Isso.
— Sim. Acabou de sair.
— Uma fatia para mim, e um daquele suco doido, duplo. — Sorrindo o rapaz anota o pedido
de Magno. De nós três, ele é o que mais frequenta esse lugar, então os atendentes aqui já
sabem o que ele come.
— Para mim, waffles e um café gelado duplo. — Ele anota meu pedido e olha Lorenzo.
— A torta de Magno, mas sem catupiry. — Magno e eu rimos da nossa piada interna deixando
o garoto que está notando os pedidos, perdido sem entender. — E um guaraná. — Lorenzo
finaliza.
— Que diabo de suco é esse que pediu? — Pergunto a Magno assim que o rapaz se afasta.
— O suco doido? — Ele recosta e ergue os ombros. — Beterraba, laranja, mel, guaraná em pó
e mais uma porrada de coisa. Dá uma potência no muque. — Ele bate no bíceps. — É um
energético natural, eu preciso, gastei muita energia essa noite e tive que acordar cedo.
— Ferrou as costas por causa da noite em Sodoma e Gomorra? — Pergunto.
— Pra entrar numa sessão de gangbang, precisa estar preparado. Ter boa forma física e saber
umas piruetas. Infelizmente, ferrei de leve as costas enquanto estava numa posição.
— Imagina a mulher que teve que aguentar quatro homens. — Lorenzo analisa, pensativo e
sério, acariciando o cavanhaque.
Enquanto comia, Lorenzo nos contou como vai acontecer tudo a partir de hoje. Quem está
cuidando de tudo é o banco AMB. É como se o banco estivesse comprando as ações da
Mademoiselle, assim, Lorenzo e a Orfeu permanecem escondidos. Quando estava quase
terminando, Lorenzo recebeu uma ligação. Falou rápido e desligou já de sorriso maldoso.
— Davi ligou. O advogado da bandida quer um acordo. Parece que ela aceitou vender pra
valer, as últimas ações.
— Cara, é a empresa dela. Tá fazendo uma puta marmelada. — Eu tento ainda, contestar.
— Empresa dela é o caralho. — Ele se levanta e olha para Magno. — Hoje tem espetáculo? —
Magno logo percebe e responde: — Tem sim senhor!
— Hoje tem marmelada?
— Tem sim senhor!
— Tem Lorenzo patrão?
— Tem sim senhor! — Magno continua respondendo de sorriso aberto.
— E o Romeo o que é? — Lorenzo aponta para mim.
— É ladrão de mulher. — Magno completa em tom de música. Reviro os olhos, bebendo
tranquilamente meu café, assistindo o show infantil deles.
— Falou manos. — Lorenzo bate a mão e sai correndo.
— Você não pode ficar dando corda. — Alerto Magno e levanto. — Lorenzo é mau caráter, ele
não presta.
— Eu sei. Coitada de quem for fodida por ele. — Magno vem atrás de mim e eu percebo que
pela primeira vez ele não se referiu a sexo.
{...}
Começo meu dia já com umas ligações e resolvendo algumas coisas antes do primeiro cliente
das oito e meia. Teremos quase a manhã toda juntos, pois iremos visitar os imóveis que ele
quer colocar para arrendar. Se for do interesse da Orfeu, ficaremos com os imóveis, faremos
benfeitorias e passamos a diante. Preciso estar de volta antes das dez para o próximo
compromisso.
O telefone toca na mesa e eu aperto o botão do viva voz.
— Diga Saulo.
— Romeo, tem um cara aqui fora querendo falar com você. Pra quando posso marcar?
Nem olho para o telefone, continuo concentrado na tabela a minha frente no computador.
— Ele não tem hora?
— Não.
— Para hoje não dá. Só segunda mesmo. — Dou o veredito.
— Ele está impaciente. Disse que quer falar com você agora.
Começo a perder a paciência. Se fosse urgente, eu saberia.
— Qual o assunto Saulo?
— Um momento.
Continuo concentrado no computador enquanto Saulo vai saber mais detalhes.
— Romeo, ele disse que é o pai de Olivia. — Tomo um susto desgraçado quando ouço.
Arregalo os olhos e olho o telefone na mesa.
— Mande entrar Saulo.
— Mas Romeo, o cliente já está aqui.
— Não quero saber. Mande o pai de Olivia entrar. Diga ao outro que ele já tinha um horário
agendado.
— Você manda.
Me levanto, visto o terno, passo a mão no cabelo, me sento de novo, pego o telefone na mesa
coloco entre o ombro e a orelha e a porta se abre. Saulo entra e atrás dele vem um homem que
conheço muito bem. Ele me olha e eu finjo que nem sei quem é. Coloco a mão no fone e falo
baixo com Saulo: — Peça para servirem um café para o senhor. Tenho que terminar essa
ligação. — Ligação porra nenhuma, só quero fazê-lo esperar, como fiz com Ludovico. Ele se
acomoda a minha frente e eu nem olho para ele.
— Tudo bem, eu peço para Magno dar uma olhada. — Finjo falar ao telefone. — Quer anotar
aí o número do protocolo? — Finjo digitar no computador, falo um número aleatoriamente e
continuo a encenação, falando com ninguém ao telefone. Mas quero fazer o pai de Olivia ter
consciência de quem eu sou. — Com três milhões fica bom. Claro, aí da pra gente fechar o
acordo. Ok, vou ajeitar a papelada e te mando. Isso, três milhões. Sem problemas, vou lançar
agora. Até mais. — Desligo, escrevo num bloco de papel: “Espera aí sentado me olhando,
otário.” Depois vou para o computador, clico, em nada, digito “fsgshshshsjskfljwjdjsls” e olho
para o homem sentado a minha frente.
Me levanto e estendo a mão para ele.
— Desculpa fazê-lo esperar. Meu dia está corrido hoje. Senhor...?
— Antônio Gomes. — Ele aperta minha mão. — O pai de Olivia.
— Hum... ela não fala muito do senhor.
— E nunca falou de você. — Ele retruca. Está sério, com o semblante carregado.
Volto a me sentar e aponto a poltrona para ele se sentar de volta.
— Na verdade, sua filha nunca teve oportunidade de falar sobre nada né?
— Isso é uma crítica? — Ele questiona já eriçado.
— Sim, é. Olivia nunca teve voz, em pleno século vinte e um, uma mulher ser tratada como ela
era, é inaceitável.
— Foi você não é? Foi você que acabou com o casamento dela. — Ele acusa.
— Senhor Gomes, o casamento de Olivia acabou no dia que ela se casou, ou melhor, nunca
existiu um casamento.
— O que você quer rapaz, me diga? — Ele dá um sorrisinho malicioso. — O que está
planejando com tudo isso?
Me curvo para frente, cruzo os dedos sobre a mesa e o encaro de cenho franzido.
— Não entendi. O que eu quero? Não quero nada, você que veio até mim.
— Por que está com a Olivia? Já sei o que você fez com o Ludovico. Ele está quase em
depressão por sua apunhalada.
— Espera! — Estendo a mão para ele. — Está insinuando que estou com Olivia para me
vingar de alguém?
— Claro! Um homem como você, novo, com todo esse império, com mil mulheres a seus pés.
Sou homem também Romeo. Sei que minha filha não tem nada de interessante para alguém
como você.
— Eu devia te colocar pra fora daqui a chutes. — Calmamente, me levanto e vou até o mini
bar que tenho no meu escritório. Sirvo um pouco de uísque em dois copos e levo um para ele.
— Serei mais civilizado e apenas falarei que é uma pena que um pai não possa enxergar toda
beleza de uma filha. Não beleza como o senhor está acostumado: beleza de putas. Oly não tem
silicone, não usa roupas vulgares insinuantes, não é carregada de maquiagem dia e noite, ela é
linda naturalmente, quando sorri é sincero, quando vejo o brilho nos olhos dela a cada
descoberta que ela faz estando comigo, percebo que homem nenhum precisaria de mais nada
tendo ela por perto. Sorte a minha que Ludovico não deu valor e eu estava por perto.
Ele fica calado olhando para o copo, não bebe, coloca o copo na mesa e me olha, nem um
pouco abalado.
— Como a conheceu? Ludovico os apresentou?
— Isso não é de relevância. Eu vi Olivia e assim que soube como ela vivia, prisioneira de um
velho que a traia sem pudores, eu entrei em campo.
— Ela está com você? Morando com você?
— Está.
Agora ele pega o copo e vira todo o conteúdo na boca. Bate o copo na minha mesa e me olha
desafiador.
— Eu sou o pai dela, tem que acertar comigo.
— Acertar o que?
— Fica com ela só se liberar capital para minha fábrica têxtil.
Dou uma gargalha sardônica. Não sei se rio de ódio ou de achar graça mesmo. Era o que me
faltava.
— Um dote? Como na Índia? — Indago com cinismo. — E o que vai acontecer se eu não
ceder?
— Você não fica com minha filha. — É impressionante a pose dele, como se tivesse certeza de
que tem algum poder.
— Como se você pudesse decidir isso. — Me levanto e caminho para a porta, abro-a. —
Senhor Antônio, terminamos por aqui, não prometo pensar na sua proposta, agora tenho muita
coisa para fazer.
Ele se levanta, vem até mim e fica a minha frente.
— Pense bem rapaz. Não fique achando que vai levar minha filha assim, na mamata. Tem que
pagar por isso.
— Na verdade já estou pagando, namorando Olivia e tendo que aguentar os pais dela. — Dou
um até logo com um gesto, com raiva estampada na cara ele sai da minha sala. Volto, tomo mais um gole de uísque, tiro os copos da mesa e pego o telefone.
— Saulo, mande o cliente entrar.
Me sento e penso no que acabou de acontecer. É mesmo para rir. Quando penso que o pai de
Olivia não o surpreenderia mais, ele vem e passa dos limites.
{...}
— E foi isso que aconteceu, Oly. — Agora, já terminei meu expediente, já almocei e estou
sentando na sala com Olivia. Ela me olha chocada com o que acabei de contar sobre seu pai.
— Não acredito que meu pai teve coragem de ir te pedir dinheiro.
— Eu sei que isso é bem constrangedor, só te contei para não ter futuras encrencas entre nós.
Talvez seu pai pudesse inventar história, que eu aceitei a proposta como se estivesse te
comprando, essas coisas assim, aí você ficaria revoltada e até eu provar que nariz de porco não
é tomada, eu já tinha me ferrado muito.
— Numa forma de se vingar de você?
— Isso. Mas não se preocupe, não vou mais recebê-lo no meu escritório.
— Isso, faça isso. — Ela assente rápido e se arrasta no sofá em minha direçao e me abraça. —
Que bom que me contou.
— Alguém aqui quer tirar um cochilo lá no quarto?
Ela levanta os olhos, já brilhantes, para mim.
— Quero. Quem não gosta de dormir depois de comer?
— Eu vou querer comer depois de dormir. O cochilo é só um descanso antes de eu te atacar.
— Sabia. — Ela grita quando a ergo no colo para irmos dormir.
Acho que meu sono durou em torno de meia hora. Depois que acordei, continuei na cama, com oliva nos meus braços. Na minha mente, ainda rolando os recentes acontecimentos. Entre eles,
a notícia do nosso relacionamento. Uma hora dessas, Ludovico já está sabendo. Não tenho
medo dele, ele não tem poder de me ameaçar. Mas sei o que aconteceu com Sônia. Ela está
segura até certo ponto, enquanto estou aqui, mantendo-a comigo. Mas Oly precisa viver, ela
precisa sair, precisa ser independente. Como Sônia começou a ser assim depois que deixou a
casa de Ludovico. Ela estava feliz, com um novo homem, começando a trabalhar e prestes a
assinar o divórcio. Estava feliz até nunca mais ser vista. A mesma coisa está acontecendo com
Olivia. E nesse instante eu me tremo todo ao relembrar as palavras daquela cigana: “Sem
futuro. Tudo nublado. ” Não acredito nisso e por causa de não acreditar mesmo, estou disposto
a fazer o impossível para mantê-la segura.
Um pouco depois, Olivia se mexe e eu aperto-a mantendo seu rosto no meu peito, abaixo o
rosto e beijo o alto da cabeça dela.
— Não dormiu? — Ela sussurra.
— Dormi.
— Mmmn. — Ela resmunga preguiçosa, enfia o rosto mais contra meu peito e aperta os braços
me abraçando.
— Não vai voltar a dormir não. — Aviso.
— Vou sim.
— Vou te despertar.
— Deixa eu dormir, Romeo.
— A noite você dorme. — Começo a virar, coloco a perna em cima dela, vou rolando
apertando-a forte, até ficar deitado em cima dela. Olivia coloca a mão nos olhos e eu tiro. —
Abre os olhinhos Oly.
— Estou com sono Romeo.
— E eu estou com tesão. — Com minhas pernas, afasto as delas, seguro um coxa de Olivia
perto da minha cintura e mordisco de leve o lábio dela puxando-o bastante. Ela abre os olhos
rindo.
— Ai Romeo! — Ela empurra meu rosto. Torno a avançar e agora mordo o queixo dela. —
Meu Deus! Você está me mordendo.
— Estou. Quero devorar você. — Mordo mais, agora no pescoço. Ela geme e dá risadinhas
tentando me empurrar. Não cedo, continuo descendo o nariz e a boca até chegar aos seios dela.
Está sem sutiã, então só subo a blusa, um dos seios escapa e eu o aparo com a boca. A mão
dela vai para trás da minha cabeça e começa a acariciar meus cabelos na nuca.
— Acordar com mordidas. Gosto desse despertador.
— Que bom que gosta, pois não será apenas mordidas. Sente isso? — Bato meu quadril contra
ela mostrando minha ereção dentro da bermuda. As batidas são certeiras, bem em cima da
vagina dela. Olivia geme, eu esfrego mais sentindo a dorzinha gostosa do tesão. — Adivinha
quem quer entrar na festa?
— Ele é muito bem-vindo. — Olivia fala toda animada, segura na minha bermuda e já puxa ela
para baixo. Nossas bocas se grudam num beijo gostoso, erótico, me deixando numa dureza
bela de se ver. Olho para baixo para levantar o a saia dela e vejo meu pau enorme, satisfação
me define.
Cabeçona, veias pulsantes, todo esticado pronto para entrar em ação.
Continuo me satisfazendo dos seios dela, segurando os dois e intercalando a boca nos mamilos,
mordendo, chupando e esfregando meu pau entre as pernas dela. Olivia me consome num fogo
que me deixa todo latejante. Não é só no pau, meu corpo todo, cada veia, cada músculo, tudo
queimando, ardendo, louco para me sentir apertado dentro dela.
— Ah Romeo! — ela geme, segurando forte meus cabelos, passando as unhas devagar nas
minhas costas, arranhando em câmera lenta.
— Vou entra Oly. — Aviso, seguro meu pau com uma mão, posiciono a cabeça que por um
instante parece impossível a proporção da entrada dela com toda a minha largura. Ela aperta
forte meus braços, morde os lábios e fecha os olhos gemendo quando entro, os músculos dela
me recebem úmidos e relaxados. Quente, escaldante, como meu pau.
— Olhe para mim Oly. — Peço, passando minha mão no rosto dela. Ela abre os olhos e me
encara.
— Te adoro! — Olivia dispara.
— Eu também.
E fizemos amor. Muito, de todos os jeitos, lento no início, forte depois, suando muito, saindo da cama e indo pro chão, mordendo, arranhando e depois de pé contra a parede.
Estávamos acabados, cansados, mas satisfeitos debaixo do chuveiro tomando um banho
relaxante e aproveitando para dar mais uns amassos. No chuveiro Oly ganhou mais um
orgasmo.
Como eu prometi, a noite nos arrumamos e saímos para ir ver um filme. Queria pegar a sessão
das sete para poder ter tempo de ir comer um hambúrguer depois. Eu queria ver Batman VS
Superman, mas Olivia não entende muito dessas coisas e eu decidi que deixaria para ir depois
com Magno ou Lorenzo. Claro que ela conhece os heróis, ficou me perguntando por que eles
dois estavam brigando e qual era o sentido de fazê-los brigar num filme. E depois perguntou
para quem eu torcia.
Eu falei o meu preferido e ela queria saber por que ele era meu preferido já que, segundo ela, o
outro era mais bonito, tinha uma namorada e voava. E por causa disso, ela escolheu assistir a
esse filme.
Entramos na fila para o ingresso. Não tinha muita gente na nossa frente, mas havia outra fila
para a pipoca.
— Por que não vai adiantando? — Abro minha carteira, tiro uma nota de cinquenta e dou para
ela. — Compre a pipoca para a gente.
— Tá. — Olivia pega o dinheiro. — O que quer?
— Um refrigerante grande. Acho que uma pipoca grande dá para nós dois. — Ela assente e se
distancia para ficar na fila da pipoca, do outro lado. Começo a andar na fila e acabo perdendo-a
de vista.
Assim que consigo comprar os ingressos, saio apressado e antes de dar mais dois passos ouço
uma voz.
— Oi Romeo. — Antes de olhar, meu coração já acelera por reconhecer a voz. Me viro e
Jaqueline está parada com mais três mulheres. Ela parece a líder, na frente, me encarando com
o costumeiro nariz empinado.
— Ah... Oi Jaqueline. — Respondo educadamente e olho para os lados procurando Olivia. Já
fico preocupado, doido para impedir o encontro delas duas.
— Fez um inferno na minha vida, não é? Por quê? — Antes de eu responder, uma das
mulheres pergunta: — Ele é o tal estrupício? — Horrorizada, ela me olha de cima em baixo.
— É. Meu ex-namorado. Meninas, será que podem nos dar um minutinho?
— Claro Jackie. — Elas atendem o pedido, olham para mim e já saem cochichando.
— Ainda não sei por que fez aquilo tudo, Romeo.
— Aquilo o que Jaqueline?
— Sobre meu pai. Sobre nos mostrar o que ele fez com minha... com a Núbia e a Leandra.
— Tudo que ele aprontou com sua mãe.
— Não. — Revoltada ela sacode os cabelos lisos. — Uma mãe não abandona o filho em
hipótese nenhuma.
— Nem se estivesse ameaçada de morte?
— Nem assim. Meus irmãos são uns idiotas de ter ido correndo, chorando implorar perdão
daquelas duas. Mas comigo não. Ela não me engana, nem você. — Dou de ombros. Ela sempre
foi assim, irredutível. Impossível enfiar alguma coisa na cabeça dela, alguma coisa que vá
contra a sua opinião. Por isso não demos certo, ela não confiava em mim.
— Sua desconfiança só faz mal a você.
— O que meu pai te fez? Heim, me responda! — Eleva o tom de voz — Foi por ter interferido
entre a gente não foi? Você ainda me ama? Você fez tudo isso para se vingar por que eu me
casei com outro? Por que não segue sua vida e me deixa em paz? Deixe minha família em paz!
Então eu rio. Dou uma risada de jogar a cabeça para trás.
— Até mais Jackie. Continue se iludindo. Magno sempre diz que se iludir é como tomar
morfina, alivia as dores.
Antes de eu me virar, dar as costas para ela, vejo Olivia vindo. Ela já viu com quem estou
conversando e está pálida, de olhos saltados, mas continua caminhando em minha direção.
Jaqueline olha quando Olivia chega e se posta perto da gente. As duas se encaram. Olivia sem
fala e Jaqueline passando os olhos, perplexos, pelo corpo de Olivia. Ela está longe de ser
aquela esposa maltrapilha.
Ela está com um belo vestido, com a saia meio rodada, que delineia seu corpo e mostra suas
belas pernas.
— Olivia? — Exclama com a mão no peito.
— Jaqueline...
— Onde se meteu todo esse tempo? — Jaqueline me deixa de lado e olha para a ex-madrasta.
As mãos na cintura, os olhos cheios de ódio. — Tem noção do que fez com meu pai?
— Jaqueline. — Tento interceptar.
— Fique fora Romeo. Você não sabe do que está acontecendo aqui. — Ela grita comigo sem
desviar o olhar mortífero de cima de Olivia — E agora ainda quer divórcio? Depois de ter
colocado ele na cadeia, ainda quer divórcio? Acha mesmo que vai arrancar um centavo dele?
Sua interesseira, vagabunda. Eu devia descer a mão na sua cara para deixar de ser tão sonsa.
Olivia não chora, não sorri e não mostra ódio. Está com olhos de pena para Jaqueline. Um
olhar quase indiferente. Abro a boca para interferir, mas ela olha para mim. Fico estático, com
medo de Olivia achar que eu estava batendo papo com ex e tal. Mas ela age de uma forma que
eu não esperava.
— Me ajude aqui, amor. — Pede mostrando os refrigerantes numa bandeja descartável.
Respiro aliviado, pego os refrigerantes e ela se vira para Jaqueline que está uma defunta ao
vivo.
Olhos não podem saltar mais que esses, boca não pode abrir mais que essa. Filme de terror
nenhum deixaria alguém tão aterrorizado. Ela fica olhando de mim para Olivia, várias vezes,
sem acreditar no que está vendo.
— Primeiro. — Olivia ergue o indicador — eu saí da casa do seu pai por que ele ousou
levantar a mão para mim. Se é corajoso para bater em mulher, precisa também ser para
aguentar a cadeia. — Olivia fala numa postura altiva, ergue outro dedo, indicando dois. — E
segundo, como pode ver — ela coloca a mão no meu ombro — Não quero e nem preciso de
um centavo do seu pai.
— Vocês... Como? O que está fazendo com essa mulher Romeo?
— Jaqueline, Olivia é minha namorada. Eu gostaria de um pouquinho de respeito.
— Sua namorada? Essa piranha?
Olivia não revida, continua calada ao meu lado.
— É por ela? — As amigas de Jaqueline se aproximam assim que veem ela gritando — Está se
vingando do meu pai por causa dela?
— É mais justo não acha? Ele foi covarde com a Oly. Não quero fazer negócios com homens
como seu pai.
— Oly? Sério isso? — Ela ri histericamente. — Como pode descer tão baixo Romeo? Ela?
Justo ela? Como ela conseguiu te seduzir? Foi a um jantar na casa do meu pai?
— Isso é irrelevante Jaqueline. Agora precisamos ir. Até mais. — Passo o braço no ombro de
Olivia, mas Jaqueline entra na nossa frente.
— Ele é meu ex. Ele te contou? Quase casamos. Ele ainda me ama. Romeo nunca conseguiu
me esquecer. — Completamente fora da casinha, ela tenta de alguma forma provocar Olivia.
— Está só se divertindo com você.
— Se ele te amasse, teria ido até as últimas consequências por você. — Mais uma vez, numa
voz suave e calma, Olivia responde — Romeo gostava mesmo de você Jaqueline, mas sua
amargura sempre foi tanta que não se permitiu ser amada. Nunca se permitiu pensar sobre sua
própria mãe.
Conversei com Núbia, que está se acabando em sofrimento, você é só uma vítima de Ludovico,
como eu fui.
Aterrorizada, ela olha para mim. Olivia e eu percebemos a interrogação pairando na cabeça
dela, está se perguntando se eu contei sobre nós para Olivia.
— Ele me contou. — Olivia responde parecendo ler os pensamentos da outra. — Romeo sabe
de toda minha vida e eu sei da dele. Você está casada e vai ter um filho, seja menos rancorosa.
Ah!
Outra coisa: Ele está mesmo se divertindo comigo, e eu me divertindo com ele. Nunca me
divertir tanto — Olivia vira o rosto para mim. — Vamos?
— Vamos. Até mais Jaqueline. — Eu me despeço, mas sem eu me dar conta, sem eu conseguir
impedir, ela avança na minha mão, pega um dos refrigerantes e despeja na cabeça de Olivia.
Foi tudo muito rápido. O refrigerante desce, encharcando o cabelo e o rosto de Olivia
deixando-a com a boca aberta pelo susto, paralisada.
— Conheço sonsas como você. Sônia era assim. Vou acabar com sua raça. — As amigas dela
gritam e aplaudem, as gargalhadas.
— Jaqueline. — Eu berro com muita raiva. Todo mundo olha para Olivia, passando os dedos
trêmulos pelos cabelos, sem saber o que fazer. Por um momento penso que Olivia vai chorar
de vergonha.
— Agora sim podem ir. E que fique claro: isso não acabou. E nem ouse fazer nada comigo,
estou grávida. — Ela pisca cinicamente para mim e sai para ir se juntar as amigas que a
recebem aos gritos de vitória, elas viram as costas e começam a andar.
— Oly... — Murmuro, ajudando-a a tirar o cabelo molhado do rosto. Olivia levanta os olhos,
furiosa. Toma o outro refrigerante da bandejinha na minha mão e praticamente corre. Corre
mesmo, como se estivesse perdendo um ônibus. As pessoas param para ver a cena, Olivia vai
no meio do povo toda molhada, equilibrando na mão um copo de refrigerante e o balde de
pipoca, eu nem consigo e nem quero impedir. Ela pega Jaqueline por trás e joga o refrigerante
no cabelo dela. Ouço um grito agudo de susto, Jaqueline se vira, pasma, de boca aberta e
recebe o balde de pipoca na cabeça. Muitas pipocas caem e ele fica enfiado na cabeça, como
um chapéu.
— Fracassada! — Olivia grita. — Quis fazer isso desde o dia que criticou meu suco. Mal-
amada escrota. — Emenda mais um xingamento e já afasta andando rápido, sem nem me
esperar.
Tentando não rir eu corro atrás dela para leva-la para casa, abraço-a e saímos do shopping
andando rápido. Minha mulher está evoluindo, está até brigando na rua. Estou num orgulho
danado.
{...}
Narrado em 3° Pessoa
Mais tarde, na mesma noite, Jaqueline dirigiu, com o corpo queimando de ódio, rumo a casa do
seu pai. Entrou quase explodindo de raiva. Ele a recebeu sem entender o que estava
acontecendo.
— Sabe onde sua esposinha está?
— Não. — Ludovico ficou intrigado vendo a filha naquele estado.
— Com o Romeo. Ela te traiu com o Romeo. — Jaqueline gritou o mais alto que conseguiu,
estava com aquilo preso na garganta. Ela poderia perder Romeo para qualquer uma menos para
Olivia, não tudo de novo, primeiro o suposto caso com Sônia, agora Olivia. Ela não iria
permitir. — Por isso ele fez tudo isso com você, pai. Ele é o amante de Olivia, eles estão
juntos, namorando e para se vingar por você ter batido nela, Romeo armou tudo.
— Não acredito! — Ludovico caiu sentado no sofá. — Olivia e Romeo? É impossível
Jaqueline.
— Eu os vi juntos, no shopping, como dois pombinhos. — Ludovico fica pasmo, vendo na sua
frente as pistas que sempre estivera ali. Olivia mudando da noite para o dia, sorrindo sozinha,
cuidando mais da aparência, dançando com Romeo na festa. Tudo estava na sua cara. O tempo
todo ele sendo feito de otário. Assim como Sônia fez. O deixou por um homem mais novo.

Continua amanhã

Comentários

  1. Agora vai pegar fogo ansiosa pra amanhã

    ResponderExcluir
  2. Jesus!!!!!! Tomara que a Olivia continue assim. Não seja mais bobinha. Vem guerra por aí....

    ResponderExcluir
  3. Espero que o fim desses dois seja muito triste pq pai e filha não prestam

    ResponderExcluir
  4. Olivia começou a se soltar 👏👏👏 mostrar para q veio 🤗🤗🤗🤗

    ResponderExcluir
  5. Agora o espetáculo começa kkkkk, adorando

    ResponderExcluir
  6. Cadeo de hoje pelo amor de deus to curiosa

    ResponderExcluir
  7. Cadê o capítulo de hoje?? Ansiosa para ler

    ResponderExcluir
  8. Este comentário foi removido pelo autor.

    ResponderExcluir
  9. Os outros capítulos quando vão ser postados? 😰

    ResponderExcluir
  10. Gente, até agora nada de capítulos.... Tô agoniada, toda hora venho ver e nada.
    Espero que o(a) autor(a) esteja bem!

    ResponderExcluir

Postar um comentário

Postagens mais visitadas deste blog

Conto Erótico - O Fazendeiro 🔥 Capítulo 01

Conto Erótico - Tr€pei no trabalho com meu patrão

Conto Erótico - Doutor Diogo - Capítulos 01, 02 e 03