Conto Erótico - Prisioneira do Trafico (Livro 2) - Capítulos 01, 02 e 03

Prisioneira do Tráfico
Livro 2
Capítulo 1
Autora: Patrícia Melo

Antes que eu perdesse os sentidos, Olívia correu em minha direção e tentou me acalmar. Léo estava dividido entre me dá atenção e ir atrás de Diogo que permanecia parado na porta da capela com olhar triunfal.

- Não vá... - As palavras saíram como espinhos da minha boca. Não queria que algo pior acontecesse. Se Diogo estava sem dar notícia todo esse tempo, boa coisa ele não estava tramando.

Todos na igreja estavam chocados, também não era para menos, o espetáculo era digno de filme, daqueles bem dramalhão. O olhar dos dois irmãos era mortal, eu sabia que qualquer palavra proferida seria o estopim que faltava para que algo pior acontecesse.

- Sara, nós precisamos conversar. - Diogo ainda insistia nessa palhaçada, por que ele simplesmente não desaparece?

- Ela não tem nada para falar com você! Suma daqui antes que eu faça desaparecer da face da Terra de verdade. - Léo o fuzilava com o olhar.

Mesmo tonta com tudo o que estava acontecendo, vi que tinham homens infiltrados, tanto tempo convivendo nesse meio, já dava para perceber quem era suspeito, o problema era saber de que lado eles estavam, já que a capela estava lotada de traficantes poderosos.

Oliver que estava sentado nas primeiras fileiras, levantou-se imponente, e com ar decidido tentou conciliar a situação.

- Não acha que já deu show o suficiente Diogo? Que tal pegar sua meia dúzia de capanga e sair daqui com vida enquanto estamos com paciência.

- Quem você pensa que é? Só porque meu querido irmãozinho caçula repassou pra você o que nossa família levou décadas para construir, você pensa que é o poderoso chefão aqui? - A arrogância de Diogo era algo que jamais seria mudado.

- Estou falando, saia daqui! - Oliver estava no meio do corredor, frente a frente com Diogo, todos estavam num silêncio mortal, fixos na cena que estavam assistindo.

- Mamãe, esse é meu outro papai? - Rebeca quebrou o silêncio ensurdecedor. Diogo deu seu sorriso mais presunçoso, ele sabia que a menina era meu calcanhar de Aquiles.

- Sou eu sim princesinha, vem aqui com o papai... - Ele abriu os braços para o possível abraço de Rebeca, algo que não aconteceu porque meu irmão a pegou no colo.

- Acho melhor não Bebeca, Diogo não é bem vindo aqui, quem sabe no futuro. Despeça-se dele.

- Tchau papai, a mamãe agora vai casar com meu outro papai.

- Ela não vai princesinha, ela não pode...

Diogo ainda exercia um grande poder de me deixar em pânico, estava apavorada com a ideia da reaproximação dele.

- Com ela você não tem nada para conversar, mas comigo tenho certeza que sim. - Léo me soltou e caminhou pelo corredor da capela, meus olhos ficaram esbugalhados, estou prestes a ver uma tragédia, claro que os dois não teriam uma conversa civilizada. Isso está fora de cogitação.

- Léo! - Finalmente consegui dizer.

Oliver que estava parado no meio da igreja fechou a passagem para que Léo não fosse enfrentar o irmão.

- Não! Você está de cabeça quente! - Oliver colocou as mãos no peito de Léo, por sorte Oliver é bem maior que Léo e conseguiu conter a fúria do moreno.

O olhar sarcástico de Diogo, me enojava cada vez mais. Ele olhou para mim, aquele olhar perverso que ele sempre fazia quando queria me fazer mal... muito mal...

- Você vem comigo, ou por bem ou por mal...

Antes que ele completasse a frase que me causou um arrepio por todo o corpo, Amadeo surgiu por trás dele, dando um mata-Leão e apontando o revólver para sua cabeça.

- Tá pensando que vai dominar tudo aqui, seu bastardo de merda? - Amadeo estava com sua máscara de traficante frio, calculista e malvado.

- Oh my God! - Olívia afrouxou o abraço sobre meu corpo, e nesse momento eu tive a confirmação que eles estão apaixonados, pelo medo de Olívia eu tenho certeza, a mulher estava completamente pálida.

Nesse momento todos os convidados presentes entraram em pavorosa, foram tantas armas ao mesmo tempo engatilhadas e apontadas para Amadeo, Diogo, Oliver e Léo... sabia que isso não iria acabar bem.

- Eu só saio daqui com ela! - Diogo continuava afirmando o que queria, mesmo com Amadeo esfregando o cano do revólver na sua cabeça.

- Eu não tenho nada a perder, estourar seus miolos será um honra, morrerei em paz. A única coisa que está me empatando é a criança. Não quero deixar a menina traumatizada, embora ninguém mereça um pai filho da puta como você!

- Esse aqui é fiel de verdade! - Diogo sorria. - Não se fazem mais capangas como Roberto?

- O que aquele maldito tem haver com essa história? - Amadeo o questionou.

- Tudo... e nada...

- Solte ele, nós partiremos! - Um moreno alto e muito forte se aproximou dos dois e falou com firmeza.

- Está tentador a ideia de estourar os miolos dele! - Amadeo sabia ser intimidador quando queria.

- Deixe-o ir Amadeo! - Oliver foi firme.

- Você não manda em mim! - Amadeo com certeza era outro homem, totalmente diferente daquele que estava ao lado de Olívia nos recepcionando quando retornamos ao México.

- Deixe-o ir Amadeo. - Foi a vez de Léo pedir, ou melhor, ordenar.

Amadeo olhou como se não tivesse acreditando. Os murmurinhos na igreja, foram substituídos por um silêncio absurdo, pois todos queriam saber o desfecho dessa história, embora o medo fosse visível nos olhos de muitos.

- Você não pode deixá-lo simplesmente ir. Ele com certeza vai voltar e provavelmente fará algo pior, só não fez agora porque ele queria apenas mostrar que está vivo e queria ver esse seu  olhar de derrota, e o de sofrimento no rosto de Sara.

- Esse é esperto! - Que ódio do cinismo desse maldito.

- Você acha mesmo só porque está vivo, a Sara vai voltar correndo pra você? Sendo que ela mesma já tinha te abandonado enquanto vocês eram casados? Você é um verme da pior espécie! Seu filho de chocadeira!

Pelo visto, o ponto fraco de Diogo era mexer com a mãe, pois as palavras o incomodaram e ele queria se soltar de Amadeo, fazendo o mesmo desferir-lhe uma coronhada. O clima ficou ainda mais tenso, não tinha mais saliva para engolir, minha garganta estava seca, e o medo percorria em todas as veias do meu corpo.

O sangue escorreu da fronte da sua cabeça, o moreno alto atirou na direção dos pés de Amadeo, mas errou e acertou de raspão em Diogo. Amadeo deu uma gargalhada.

- Acho que hoje realmente é o seu dia, seu desgraçado!

- A próxima vez eu não vou errar a mira!

- Muito menos eu! - Amadeo respondeu.

- Amadeo... - Minha voz sai fraca. - Deixe esse homem ir embora.

Amadeo pareceu pensar por um breve segundo.

- Só vou com você .

- Eu não vou, nem hoje e nem nunca com você Diogo! Acabou! Você já fez seu teatro? Então por favor vá embora! Eu amo o Léo, e é com ele que eu quero ficar. - Falei decidida, nunca tinha falado nesse tom com ele, e óbvio que ele percebeu que eu estava sendo verdadeira com as minhas palavras.

- Isso não vai ficar assim Sara!

- Pode apostar que não! - Amadeo respondeu no meu lugar. - Agora vá antes que eu mude de ideia e estoure seus miolos!

Se eu vivesse cem anos, provavelmente eu nunca esqueceria do olhar mortal e cheio de raiva, rancor e ódio que Diogo me lançou. Engoli em seco. Sei que essa história não se acaba aqui, e está muito longe de ter um final feliz, se é que ela terá.

Aos poucos Amadeo afrouxou o aperto no pescoço de Diogo e ele foi saindo lentamente, sendo seguido por seus capangas, ele em nenhum momento tirou os olhos dos meus, ainda abraçada com Olívia eu desviei o olhar. Fraqueza? Não! Medo! Muito medo do que ele é capaz de fazer. Afundei o rosto no colo de Olívia e me permiti chorar, toda dor que estava sentindo nesse momento! Será que eu nunca me livrarei desse homem? Quando tudo parece caminhar certo, ele aparece das profundezas do inferno para atazanar minha vida.

Os soluços fizeram meu corpo sacudir mim choro doloroso, reprimido por todos esses anos. Meu pior pesadelo está de volta! E todos os anos de terapia foram jogados no lixo só de olhar para o meu algoz.

Estava tão presa na minha dor, que só fui despertada quando escutei uma rajada de tiros...

Todos jogaram-se no chão com o barulho dos tiros, eram muitos, parecia uma guerra! Eu não pude ver de onde eles estavam vindo, se era em nossa direção, ou se era do lado de fora. Olívia se jogou em cima de mim e me protegeu com seu corpo. Meu coração batia descompassado.

O medo era meu aliado nessa hora, medo de perder alguém que amo. Tentei me soltar de Olívia para ver Rebeca, só então me dei conta que ela tinha saído discretamente com o meu irmão pela parte dos fundos. Fechei os olhos e rezei baixinho para que esse pesadelo acabasse de uma vez. Que o capeta levasse logo esse encosto do Diogo!

Seria errado pedir por isso? Por que ele não morreu de verdade naquele acidente em alto-mar? Agora esse desgraçado aparece das profundezas do inferno para infernizar nossas vidas.

Segundos que pareceram horas intermináveis, finalmente os tiros cessam e aos poucos Olívia foi afrouxando o abraço, entre o medo e a curiosidade de ver o que tinha acontecido a curiosidade ganhou. Abri os olhos lentamente e vi Léo andando em minha direção todo ensanguentado....

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Capítulo 2

Aos poucos fui recobrando os sentidos, minha mente estava despertando, mas o corpo não obedecia aos meus comandos. Me senti incapaz, imóvel, como se eu tivesse presa a um corpo que não é o meu.

Esforcei-me para abrir os olhos, mas eles pareciam tão pesados, como se duas pedras estivessem em cima deles e eu não conseguia abri-los. Passei algum tempo ouvindo uns barulhos estranhos, pareciam bips... só então me dei conta do que tinha acontecido.

Reuni todas as forças do meu ser para acordar. Meus pensamentos foram direto para Rebeca e Léo... porra! O Léo tinha levado um tiro! Pelo menos era o que parecia, ele estava todo ensanguentado, pálido e assustado. O Diogo não pode ter feito isso! Ele não pode ter acabado com a minha vida novamente! Ele não podia ter atirado no irmão!!! Não! Não!!!

Meu corpo se debateu na maca do hospital e eu ouvi uma voz longe dizendo:

- Seda novamente.

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Meus olhos doem com à claridade. Pisco inúmeras vezes antes de tentar abri-los de vez. O local é todo branco, meus braços estão presos a aparelhos hospitalar. Sinto-me fraca, uma moça vestida de branco, com sorriso acolhedor se aproximou de mim.

- Acordou senhora Martínez.

- Por que ... - tentei falar, mas minha garganta estava seca, e não consegui formular a pergunta.

- Acalme-se, está tudo sob controle. A senhora teve um choque emocional grande, tivemos que seda-la até a senhora se recuperar.

Balancei a cabeça, como assim choque? Eu não lembro como vim parar aqui, eu só lembro de ter visto o Léo ensanguentado... e quando acordei estava aqui, nesse hospital. Nem sei se é em Acapulco ou na capital, eu não vejo ninguém conhecido, meus filhos! Minha gestação! Será que alguma coisa aconteceu com os meus bebês? O bip começa a fazer um barulho estranho novamente.

- Dona Sara, por favor, tente se acalmar. Seu esposo está bem, todos estão ansiosos esperando a senhora acordar. - A enfermeira mexia nos aparelhos enquanto tentava me acalmar.

Mas sinceramente, ela deixou minha cabeça ainda mais confusa, quem é o esposo que ela se refere? Porque querendo ou não, oficialmente aquele traste do Diogo ainda é meu marido. Fecho os olhos e lembro dos seus olhos azuis perversos me fitando. Um arrepio de pavor percorre pelo meu corpo...

Ele voltou... e voltou ainda pior! Eu conheço aquele sorriso maléfico de quem quer fazer muito mal, conheço aquele olhar demoníaco, que parece tão encantador no primeiro momento.

Minha paz acabou! Tenho certeza que enquanto ele viver, o medo será meu companheiro inseparável. Que terei que ficar presa, refém do medo, tanto eu, como Rebeca somos o alvo dele, e sabendo da verdadeira história, da desavença familiar entre os irmãos, certamente ele não sossegará enquanto não nos destruir.

- A senhora está bem? - A moça afaga meus cabelos, enquanto estou com os olhos fechados, pensando na grande merda que aconteceu na minha vida.

Apenas balanço a cabeça afirmando que sim, a dor que eu estou sentindo, medicamentos nenhum é capaz de curar.

- A senhora quer um pouco de água?

Abri os olhos devagar, e encaro os olhos piedosos da jovem moça, confirmo que sim. Ela sai, e eu tento me manter acordada, apesar da tontura e da vontade de me entregar ao sono novamente.

- Aqui está a sua água.

Ela subiu a maca, e me deixou numa posição mais confortável para beber a água. Ela colocou o copo na minha boca, e aos poucos fui bebendo, minha garganta ainda estava muito seca. O que eu tomaria em questão de segundos, demorou minutos para tomar o copo com água.

- Se sente melhor?

- Sim... - Minha voz saiu baixinha.

- Se não é a minha paciente mais linda que acordou. E eu não digo isso apenas porque você é minha patroa, porque é verdade mesmo, não é Eve? - Olívia chegou fazendo brincadeira, mas pude perceber uma certa tensão em seu olhar, as olheiras profundas denunciavam noites mal dormidas.

- É sim doutora, ela é linda.

- Eve muito obrigada por cuidar dela, acho que você deve um aumento a essa moça Sara, ela não desgrudou de você, nem por um minuto.

Sorri para a jovem, que ficou bastante tímida essa hora. Ela agradeceu sem jeito e saiu. Olívia se sentou na beirada da cama, pegou minha mão e deu um sorriso em graça.

- Eu sei que deve está se passando mil e uma perguntas nessa cabecinha ruiva tão linda. Mas o mais importante que você deve saber é que seus bebês, sua filhinha e Léo estão bem.

Solto o ar, que eu nem sabia que estava preso dos meus pulmões. Posso respirar um pouco mais aliviada, embora eu sentisse que a loira estava me escondendo algo.

- Amadeo, bem... - Olívia escolhia as palavras para usar. - Ele não se contentou em deixar seu ex sair ileso depois de tudo que fez. E disparou naquele desgraçado. O problema, era que ele tinha alguns homens infiltrados que reagiram quando Amadeo teve a brilhante ideia de atacar. - Falou com sarcasmo.

Meu Deus! Onde ela quer chegar com tudo isso?

- Mas numa festa de traficante, ou ex, era óbvio que teríamos uma segurança bem reforçada.

Ela passa a mão no rosto, fica vermelha e visivelmente incomodada.

- Infelizmente o Amadeo não mirou na cabeça, e o desgraçado estava com colete, na hora de revidou o tiro, ele não revidou no Amadeo, e sim no alvo máximo de sua ira... - Meu sangue gelou, ela disse que todos estavam bem, então o que ela queria dizer agora?

- Léo... - Comecei a ficar agitada, ela tentou me acalmar, mas a imagem dele ensanguentado era difícil não associar a algo errado, muito errado.

- Calma Sara, calma! O Léo está bem, o tiro pegou de raspão. Por sorte o desgraçado estava péssimo de mira e errou os dois tiros que disparou em Léo - Porra, dois tiros?

- Cadê... - Eu preciso ver vê-lo. Eu vou enlouquecer se não vê-lo, sei disso, eu estou sufocada. Porra de amor louco é esse.

- Ele está bem, também está de repouso, pois estava tenso, abalado emocionalmente, achamos melhor fazer com que vocês dois acalmassem a mente, antes de enfrentar esse enorme problema que surgiu na vida de vocês.

Bote enorme nisso! A raiva de Amadeo é de não ter acertado a cabeça daquele cretino! Meu deus! Nunca fui de violência, mas sei que nada à base de diálogo resolve, se tratando de Diogo Martínez.

Como se lesse meus pensamentos ela informou quanto tempo eu estava dormindo.

- Você está dormindo há dois dias, ontem você acordou, que era o prazo que queríamos que você descansasse, mas como você ficou muito agitada, resolvemos deixá-la dormir por mais um dia. Léo já está acordado, querendo arrancar todos os aparelhos para vir te ver.

Ela sorriu ao lembrar, me fazendo sorrir junto, sei bem como ele é protetor em relação a gente.

- Só se acalmou depois que eu filmei tudo aqui, dizendo que você estava dormindo, filmei seu rostinho cansado, e confesso que nunca imaginei ver o poderoso chefão chorar, mas não é que ele chorou ao ver sua imagem no tablet? Descobrimos o ponto fraco e forte dele ao mesmo tempo. - Ela falou brincando.

Olívia trocou de posição e se aproximou ainda mais de mim.

- Sua mãe vem todos os dias aqui Sara, e embora não precisasse, resolvemos colocá-la na UTI, porque se te deixássemos no apartamento, ela não ia sair do seu lado, e ela está muito abatida. Eu sei que são muitas coisas para você absorver, mas pelo bem da sua família, tente ser forte. Eles precisam muito de você e tenha muito cuidado com a sua segurança, triplique os cuidados. Meu irmão já está investigando onde o Diogo pode está escondido, mas até ele ser encontrado Sara, todo o cuidado é pouco.

E como eu sei que é, ele é capaz de tudo. E tudo o que Olívia falou, ela estava coberta de razão. Tempos difíceis chegaram, não dava para ficar brincando com a segurança, Diogo nunca foi de brincadeira, ainda mais agora que ele não tem nada a perder.

Conversamos mais um pouco, ela falou que estava difícil controlar Léo na maca, que a todo momento ele queria vir me ver, mas que o ideal era ele vir só amanhã, já que ele ainda se encontra fraco, pela quantidade de sangue que perdeu.

Segundo Olívia, ele só quis se tratado depois que soube que eu e os bebês estávamos bem, só então ele praticamente desmaiou no corredor.

Assim como eu me sinto feliz em ter encontrado o amor verdadeiro nos braços de Léo, tem horas que eu me sinto culpada, por ser o grande pivô dessa confusão. Seria tão mais fácil seguir minha vida naquela cidadezinha no interior do Brasil. Quem sabe Diogo nunca mais apareceria para me incomodar, seguiria sua vida de foragido, sabe Deus aonde e eu seguiria tranquila com a minha filha. Em compensação, eu nunca saberia o que era ser amada e amar de verdade. Sentir o fogo ardente da paixão percorrendo nas minhas veias e fazendo meu coração disparar acelerado só de olhar para Léo. A paixão, o desejo, o amor e aventura andam lado a lado desde que conheci Leonardo Martínez. Foram tantos pontos positivos e negativos, mas porque eu só quero lembrar dos positivos?

Talvez porque eu seja uma romântica incurável, que acredita na força do amor verdadeiro, que ele pode romper todas as barreiras

- Daqui a pouco sua mãe vai chegar, melhor você tomar um banho, para ela ver que você está melhor. 

A enfermeira entra e me ajuda a levantar, uma leve tontura toma conta de mim. Aos poucos, o mal estar passa e me dirijo ao banheiro, tomo um banho refrescante, visto uma roupa confortável e saio do banheiro me sentindo renovada.

A enfermeira estava entrando trazendo uma sopa, e pelo cheiro devia estar gostosa. Perdida no tempo nem sei se almoço ou jantar. Como se lesse meus pensamentos a jovem falou.

- Nem é almoço e nem janta, mais acredito que a senhora deve estar com fome.

- Com certeza. - Minha barriga está roncando de fome.

Acomodo-me na cama, e a enfermeira puxa a mesinha, colocando na minha frente, tomo a sopa, que estava apenas cheirosa, mas não tem gosto de nada.

Na última colherada que levo a boca, a porta do quarto de abre.

Eis que surge um Léo, com roupa de hospital e pálido.

- Não conseguiria fazer nada, antes de ver você...

••••••••••••••••••••••••

Capítulo 3
     
                                    Amadeo

Desgraçado do Diogo anda fazendo joguinho de cão e gato. Estou usando todos os artifícios para captura-lo. Inclusive o hospital está cheio de homens infiltrados, meu objetivo é atraí-lo para só então pega-lo.

Mas o desgraçado é esperto, ele se manteve discreto, é uma raposa velha. Não é à toa que conseguiu ficar quase dois anos desaparecido, onde todos pensavam que ele estava morto.

Mal sabe ele que seus dias estão contados, a morte é certa, é apenas uma questão de tempo. Não o matei por ordem de Martínez, que não queria um escândalo ainda maior na imprensa. Coisa que não adiantou muito. Pois todos os telejornais e sites de fofocas noticiaram o aparecimento do filho do senador Martínez, dado como morto. Que veio reivindicar a esposa que o seu irmão caçula queria desposar.

Óbvio que a notícia foi um prato cheio para a imprensa sensacionalista, que está investigando tudo sobre esse triângulo amoroso. A foto dos três é destaque diariamente em todos jornais mexicanos, "A verdadeira novela mexicana."

Por sorte, ou azar, os dois protagonistas dessa "novela" estão internados, não por muito tempo, mas talvez os ânimos estarão mais relaxados ao sair do hospital.

Meu plano é tirá-los na madrugada, já que um grupo da imprensa está acampado na frente do hospital. Quem sabe seja essa cobertura dos veículos de comunicação que esteja afastando Diogo do hospital.

Mas se tratando do psicopata do Martínez primogênito, tudo é possível, então mantenho meus dois olhos bem abertos. Não sossegarei enquanto não matar esse desgraçado.

É tarde da noite quando chego no hospital, onde tenho passado as últimas madrugadas, mais à frente avisto uma loirinha linda, que nem parece médica, apenas uma estagiária com seu ar jovial.

Essa mulher tem tirado meu sono e mexido com meu psicológico desde que a conheci.

Ando sorrateiramente atrás dela e a empurro na primeira porta que encontro aberta, colocando a mão na sua boca para ela não gritar.

Por sorte o local está desativado, um pouco sujo e fedendo a mofo, mas nada disso impede que eu tranque a porta e em seguida prendo seu corpo entre mim e a parede. A expressão de medo é substituída pela de desejo. Eu sei que ela me quer, assim como eu a quero, mas o medo, insegurança e o orgulho a impedem de se entregar a mim.

- Amadeo você está louco? Aqui é meu local de trabalho, você não pode fazer isso! - Ela tenta resistir nos últimos resquícios de sanidade.

- É mesmo? E aquilo que fizemos na sua sala na noite passada? Parece que você não estava muito preocupada.

- Eu estava s...

Antes que ela terminasse cobri sua boca com a minha num beijo quente, minha língua percorria sua boca pequena, sugando-a... chupando-a. Ela gemia baixinho, minha menina não sabe o que é ter um homem de verdade. A primeira vez que a fiz gozar usando meus dedos, ela parecia desfalecer em meus braços, eu quero tudo dela, quero fazê-la gozar de todas as maneiras, e a relutância dela me deixa ainda mais excitado.

A pego pela bunda gostosa, fazendo suas pernas enlaçar minha cintura, sem desgrudar nossos lábios a levo numa bancada e aponho sentada e me posiciono no meio das suas pernas, puxo seus cabelos intensificando o beijo, fazendo-a soltar gemidos abafados de prazer.

Esfrego minha protuberância no seu ventre, essa mulher me faz sentir mais vivo que nunca. Meu sangue ferve de desejo incontrolável por ela. Já não consigo disfarçar o que sinto, um mar de confusão emana no meu peito e na minha cabeça. Por mais que eu queira negar, mentir para mim mesmo, no fundo eu sei que o que sinto por ela não é apenas atração, e isso muitas vezes me faz eu me distanciar dela.

Desgrudo os lábios dos dela e vou descendo os beijos na curva do seu pescoço, esse cheiro doce, suave, perpetuam minha mente, tiro o jaleco e ela encontra-se apenas com um vestido fino e discreto. Desço os beijos quentes até alcançar o colo alvo, o decote generoso mostra-me o seio bem feito que cabe perfeitamente na minha mão.

Puxo a alça do vestido, e sigo seu seio direito, ela agarra meus cabelos enquanto eu chupo e mordisco seus seios, desço minha mão por baixo do vestido e acaricio sua intimidade por cima da calcinha, ela treme tesão.

Continuo o trabalho indecente entre os seios e a sua boceta, quando eu sinto que ela está bem perto, retiro a mão e ela protesta:

- Por favor, não pare! - Seus olhos estão nublados de prazer.

- Hoje você vai gozar, mas não é pelos meus dedos.

Meus olhos encontram os dela, numa ânsia louca. O desejo que eu tenho de possuí-la é imenso, mas sei que as coisas com ela tem que ser devagar, embora algumas vezes eu fique impaciente, na maioria das vezes eu amo esse joguinho só nosso.

Beijo sua barriga lisinha por cima do vestido, vou descendo lentamente sem quebrar nosso contato visual, ela está ofegante, tomba a cabeça para traz quando minha boca chega a sua pélvis.

Sorrio maliciosamente, rasgo a lateral da pequena calcinha e fico frente a frente com a fonte do meu prazer. Como eu a desejo, como quero essa boceta rosadinha e lisinha só para mim.

Passo a língua de baixo para cima, em toda suas dobras molhadas, ela está muito excitada, e é doce e salgada ao mesmo tempo, um sabor que só ela tem, e que com certeza ficarei viciado.

Olívia põe uma das mãos nos lábios tentando abafar os gemidos, me preocupo muito com a reputação da minha doutora, mas agora a minha maior preocupação é levá-la à loucura.

Continuo meu delicioso trabalho com a língua, mas dessa vez introduzo um dedo dentro dela, ela solta um gemido alto, rouco... eu sorrio orgulhoso do efeito que estou causando nela.

- Gostosa... você é deliciosa...

Introduzo mais um dedo na sua boceta apertada e quente, ela rebola, completamente entregue, sei que nesse momento posso fazer o que quiser com ela, pois soltei a mulher quente que se esconde na aparência fria.

Os cabelos estavam soltos e movendo-se de um lado para o outro, meus dedos mantém o movimento firme de vai e vem, enquanto minha língua está concentrada no seu botão delicado.

Em poucos instante seu corpo convulsiona num orgasmo avassalador, ela guerrinha entre se libertar e se conter, mas o prazer fala mais alto e ela goza profundamente, gemendo alto, e me faz melar a cueca, essa loirinha quentinha.

Na mesma posição, eu a contemplo no pós orgasmo. Olhos fechados, bochechas rosadas, cabelos bagunçados, lábios inchados... nenhum pintor seria capaz de pintar essa obra, somente eu... ela é minha e essa visão pertence apenas à mim.

Me dou conta do que acabei de pensar! Ela não é minha, é apenas uma mulher... gostosa pra caralho, me leva a loucura sem ao menos eu a ter possuído. Mas é só isso! Sem envolvimento, sem relacionamento!

Me levanto e tento acalmar a fera que está entre as minhas pernas. É em vão! Estou duro pra caralho.

Ela abre os olhos, e fixa no meu pau, ela ofega, e posso sentir ela engolindo em seco. Essa vai ficar para próxima. Alguém pode nos pegar, e dentro de mim está tudo uma perfeita bagunça. Estou fugindo dela! O grande Amadeo, está fugindo de uma mulher! Se fosse qualquer uma, eu a foderia com toda força em cima desse balcão.

Mas ela... minha doutora loirinha... parece a Barbie... porra! Que viadagem é essa?

Balanço a cabeça, tentando disfarçar o nervosismo. Ela finalmente se recompõe e desce do balcão, baixa o vestido e tenta se recompor.

Linda! Perfeita! Ficaria viciado em me acordar todos os dias ao lado desse rostinho angelical!

"Não Amadeo! Você não se viciaria, porque você é bicho solto! Não se prende a ninguém, só leva sofrimento e dor para quem se aproxima de você..."

- Desculpa, eu devia ter feito isso. - Tento ensaiar um pedido de desculpa, mas ela me olha como se eu tivesse falando o maior absurdo do mundo.

- Não. - Ela balança a cabeça desacreditada. - Você não está se desculpando após me me fazer gozar. - A última palavra sai como um tapa na minha cara.

- Você... eu... bom, nós dois...

- Para! - Ela está nervosa e puta da vida. - Não diga mais nenhuma palavra! Você é doido ou se faz? Me encurrala, faz o sexo oral mais gostoso que eu já tive na vida e no final vai me pedir desculpas? Vai tomar no seu...

- Não termine! Essa boca linda não combina com palavrão.

- Quem sabe o que eu posso ou não falar sou eu! Seu machista filho da puta! E quer saber de uma coisa? Fique longe de mim! Bem longe, nem que eu tenha que andar com um segurança do meu lado, mas você nunca mais encosta em mim! - Ela estava furiosa, mas não estou entendendo o porquê.

- Tem medo de não resistir?

- Medo? Você me arrastou até aqui sem meu consentimento.

- Mas não forcei você ficar! E parecia que estava gostando muito.

Mal término e sou atingido com um tapa estalado no meu rosto.

- Seu grosso! Você nunca mais vai encostar um dedo se quer em mim. Nem que pra isso eu tenha que acionar o meu irmão ou o Martínez.

- Olívia... - Puta que pariu! Fiz merda e das grandes.

- Nunca mais me dirija a palavra, a não ser que seja extremamente necessário. Você está pensando o que? Que eu sou uma dessa mulheres da vida que você costuma a se envolver? Não Amadeo! Já chega! Isso foi longe demais!

- Olívia...

- Você não vai me fazer sentir coisas e depois me pedir desculpas como se fosse um erro! - Ela parece está bem magoada. Eu tento segura-la mas é em vão, ela parece possuída.

- Não foi isso que eu quis dizer...

- Não subestime minha inteligência. Já que para você foi um erro, no qual você precisa se desculpar, pra mim foi bom, muito bom. E para que isso termine aqui, eu pago pelos seus serviços.

- Porra!

- Diga seu preço Amadeo!

- Eu não sou michê! - Estou puto, mas é de raiva.

- Então saia da minha frente e nunca mais fale comigo.

Ela passa como um trator. Abre a porta e e sai, me deixa para traz como um perfeito idiota. Talvez eu mereça isso por tudo o que fiz, mas... nada de "mas" Amadeo.

Fecho os olhos e solto um longo suspiro. Eu tenho a péssima mania de ser um merda com as mulheres, mas nunca me importei. Então por que agora está me incomodando?

Abri os olhos e vejo sua minúscula calcinha de renda jogada no chão, me abaixo para pega-la e trago todo seu aroma de mulher! De uma coisa eu tenho certeza: eu estou fodido, muito fodido!

Guardo a calcinha dela no bolso, ajeito minha roupa e saio, o cheiro de álcool enche meus pulmões, odeio cheiro de hospital. Ele só melhora quando está misturado ao perfume de uma australiana. Olho para os dois lados e no final do corredor uma imagem me chama a atenção.

Posso está enganado, mas o homem que acaba de dobrar o corredor em direção ao quarto dos Martínez, é o demônio do Diogo...

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Continua amanhã



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