Conto Erótico - Prisioneira do Trafico - Capítulos 88, 89 e 90
Prisioneira do Tráfico
Capítulo 88
“Exausta!"
Essa palavra me define bem nesse exato momento. Léo é uma máquina de fazer sexo! Às vezes me pergunto como eu aguento, será que eu sou igual ou pior que ele? Bom, eu tenho minhas dúvidas, pois em momento algum eu me nego para ele.
- Temos visita nos aguardando lá embaixo. - Ele sussurra no meu ouvido.
- Muito bom falar isso depois que você acabou comigo. - Digo ainda ofegante, recebendo um beijo terno na testa.
- Eu ainda não fiz as loucuras que eu pretendo fazer com você aqui nesse quarto. - meus olhos que estavam fechados se abrem de surpresa.
- Como assim?
- Essas grades na cama não foram colocadas por acaso. E ainda tem aquela barra de pole dance que eu mandei fazer pensando no seu gingado sensual. - Tenho certeza que sou igualmente louca como ele, pois o meu corpo que estava cansado deu uma acendida com a sua ideia. Mas em seguida pensei, não pode ser algo rápido, tem que ser bem planejado. Na verdade eu tive uma ideia excelente!
- Tenho certeza que quando eu subir nessa barra, você nunca mais esquecerá.
Ele se encaixa em cima de mim como um foguete, colocando a perna no meio das minhas coxas.
- O que você está pensando em sua ninfomaníaca?
- Você vai saber logo antes que essa barriguinha do amor empate de eu realizar minhas fantasias sexuais. Não quero que o nosso bebê nasça com cara de pole dance! - Falo sorrindo e Léo me ataca com um beijo gostoso, descendo pelo pescoço, acredito que a intenção dele não era sexual, mas como eu consigo explicar isso para meu corpo? Ele para no meu ventre e dá um sorriso lindo, deixando seus olhos ainda mais brilhantes.
- Oi filho! Papai trouxe vocês para casa como eu havia prometido. Agora estamos todos cercados de muito amor e carinho. Amanhã o papai e a mamãe tem um encontro marcado muito especial com você, vamos ver como você está se comportando aí dentro da barriga da mamãe. - Ele dá um beijo tão carinhoso no meu ventre que escorre uma lágrima emocionada do meu olho direito. - Eu pensei que seria pai, me sentiria pai quando você nascesse, mas a vida me trouxe de presente sua irmã. E com ela eu estou ingressando nesse universo maravilhoso que é a paternidade. - Ele vai me matar assim. - Eu queria que você herdasse todos os atributos físicos da sua mamãe, e nascesse tão lindo como a sua irmã. - Eu nego com a cabeça, eu sonho que o meu bebê vai ser a cara do pai. - Mas sua mãe é meio sem noção, e com tanta beleza, quer que você puxe para mim.
- Você é lindo meu amor, meu príncipe. Uma tentação de moreno! - Falo com a voz embargada pela emoção. Ele sorrir timidamente.
- Eu só quero você nasça saudável, e que seja uma criança muito feliz, não importa com quem você vai parecer, o que tiver ao nosso alcance faremos para que nada lhe falte... amor, carinho, cuidado, atenção, mimo...
- Limites... - Eu completo. - Você não vão estragar meu filho.
- A mãe dele eu posso?
- Com a mãe dele você pode fazer tudo... - Ele vem subindo com aquela safada que só ele sabe fazer. - Depois que a mãe dele tomar um bom banho-me se alimentar, meu corpo está pedindo comida desesperadamente. - Anuncio.
- Minha mulher e o meu filho não ficam com fome na minha presença jamais. - Ele sobe por cima de mim, me colocando sobre ele, pega o celular e liga para alguém. - Seu afilhado está com muita fome!
Escuto a resposta e já sei de quem se trata.
- Novidade seria se ela não tivesse depois de ficar trancada a manhã toda fazendo... - Ouço alguém o repreender antes que ele termine a frase.
- Daqui a mais ou menos vinte minutos iremos descer, espero que o prato dela já esteja pronto! - Leonardo modo mandão ativado com sucesso.
- Sim senhor, Leonardo Martínez! - Gabriel responde do outro lado fazendo graça. Léo desliga e fica brincando com uma mecha do meu cabelo que cai no seu rosto.
- Eu já falei que te amo hoje? Que você é a pessoa mais importante da minha vida? - Ele sorri apaixonado, custo a acreditar que esse sorriso bobo é por mim, mas na mesma hora vem a lembrança dos seus olhos de fúria, viro o rosto e tento me levantar, sendo impedida por ele. - O que ouve princesa?
- Nada, eu só quero tomar um banho. - Tento disfarçar meu desconforto, quero perdoa-lo verdadeiramente, não quero que essa fase negra nos assombre.
- Me perdoa Sara... - Ele pede com o olhar triste.
- Eu já lhe perdoei, foi apenas uma lembrança cruel que surgiu na minha cabeça, mas eu já a expulsei. - tento mais uma vez disfarçar.
- Eu sei que o que fiz foi imperdoável, mas eu estou tentando ser um homem melhor por você, pela Rebeca, por nosso filho... eu quero proporcionar uma vida melhor para toda nossa família. - Ele me coloca ao seu lado e se vira, e ficamos de frente um para o outro.
- Essa "vida melhor" tem haver com Olívia? Por que ela está aqui? Se nós sabemos que você odeia Oliver, e apesar de gostar muito dela, sua presença me lembra todo o pesadelo que vivi.
Eu falo tudo de uma só vez, algo errado está acontecendo, e eu preciso saber o que é.
- Eu pretendia ter essa conversa depois do almoço, você não está com fome? - Percebo que ele tenta ganhar tempo.
- Eu posso esperar, até passou um pouco devido a ansiedade que eu estou tendo.
- Isso não faz bem para o bebê.
- Não, com certeza não faz! Então trate logo de dizer. - Intimo-o logo, ele dá um longo suspiro e me lança um olhar de dúvida, mas finalmente decide falar.
- Quando Amadeo descobriu que você estava na casa da irmã do Oliver, nós armamos um plano para invadir o apartamento e lhe resgatar...
- Vocês conseguiram invadir aquela fortaleza? Como? - interrompo-o boquiaberta.
- Amadeo é o melhor, ele não falha em nenhuma função e tem contatos pelo mundo todo.
Não consigo acreditar no que ele está falando, Amadeo deve ser o "cara" mesmo.
- Continue...
- Bom, descobrimos que você estava indo para Europa recomeçar tudo, foi difícil acreditar, mas o australiano deu provas contundentes que estava falando a verdade.
- Ele me entregou assim? Com um simples pedido? - Fiquei decepcionada com ele, que me prometeu que Léo não me encontraria tão cedo.
- Digamos que ele teve bons motivos para confessar. - Franzo o cenho em sinal de dúvida. - Amadeo estava com uma arma apontada para cabeça de Olívia.
Arregalo meus olhos e se eu não tivesse deitada, certamente iria cair no chão com a revelação. Não pode ser! Eles estavam...
- Mas, eles estavam aqui... - Não consigo formular uma resposta coerente.
- Eles bem que, sei lá, Amadeo ficou obsessivo por ela, que de uma certa forma retribuiu à loucura dele. Não sei te explicar, é meio louca a relação deles. Outro dia quase pego os dois transando no consultório dela. - Léo sorri com a lembrança. - Ele quase me mata, se fosse outra pessoa tenho certeza que não estaria viva para contar a história.
- Então eles se apaixonaram perdidamente, e Olívia largou tudo na Austrália e veio para o México viver esse grande amor! É isso? - Se for, ela é mais louco do que eu, tenho certeza.
- Mais ou menos...
- Clareou tudo agora. - Falei com sarcasmo e arranquei um sorriso lindo e tímido dos lábios dele.
- Quando eu encontrei você, eu vi que eu tinha quebrado você toda por dentro. - Ele tocou meu peito desnudo, meu coração disparou, eu baixei os olhos, lembrando o quanto eu sofri. Ele levantou meu queixo, fazendo-me olhá-lo novamente. - Eu fui com a intenção de me humilhar, me ajoelhar se fosse possível, mas eu queria fazer as pazes com você de qualquer maneira, eu estava perdido, louco, desesperado... eu vivi os piores dias da minha vida quando eu fiz aquela besteira Sara...
Ele estava realmente nervoso, dava para sentir nas suas palavras e pela sua expressão facial e corporal, a intensidade e a veracidade dos seus sentimentos.
- Mas eu nem vi você... Léo, você simplesmente sumiu sem sequer falar comigo! - Me sentei na cama, puxando o lençol para cobrir meu corpo. Ele apoiou a cabeça nas minhas pernas e disse como um menino perdido.
- Eu não consegui Sara... não depois de ver tanto sofrimento... você mesmo dopada, chorava, falava... - ele colocou o rosto no lençol e eu acaricie seus cabelos negros e sedosos, senti seu peito soluçar e aquele gesto doeu no meu peito. Ele se virou com os olhos banhado de lágrimas. - Eu vi que o que eu tinha feito não tinha perdão, não naquele momento. E eu decidi naquele momento, vendo a mulher que eu tanto amo, a única que eu amei e que irei amar por toda minha vida, totalmente arrasada... aquela imagem nunca vai sair da minha cabeça Sara... era você, com toda a sua dor, sem querer ser forte, simplesmente você e seu sofrimento...
Aquelas palavras me doeram pois era a pura verdade, eu estava destruída. Tentei me fazer de forte, não queria nunca mais reviver aqueles momentos tão sofridos.
- Eu decidi que eu só iria voltar para te pedir alguma coisa, de ser um pouco digno do seu perdão e do seu amor, se eu mudasse, se eu tentasse ser um homem digno e melhor para você e para nossa família.
O discurso dele me comoveu, "ser um homem melhor!" Ele já era tudo o que precisava ter.
- Você já é. Mas eu continuo sem entender...
- Eu saí do sítio da sua avó disposto a mudar de verdade. Então, eu fui para o apartamento em Londres e marquei uma reunião com Oliver.
- Reunião com Oliver? - Agora que ficou tudo ainda mais confuso.
- Sim, eu precisava mudar, precisava recompensar Amadeo por tudo que ele fez, sem ele eu teria feito ainda mais merda. Ele foi minha razão, meu pé no chão. Eu devo muito a ele.
O olhar de admiração de Léo era evidente, tudo seria tão diferente se Amadeo estivesse como o seu homem de confiança desde o princípio e não o filho da puta do Roberto.
- "Eu matei dois coelhos com uma cajadada só." - Ele sorriu. - Não é assim o ditado? Pois foi isso que fiz. - Ele deu um suspiro profundo. - Eu convidei Olívia para ser diretora do hospital que eu comprei.
- Você comprou um hospital? Com que intuito você comprou um hospital? Ninguém sai por aí comprando hospital!
- Foi ideia do Oliver, a princípio eu achei louca, mas levando em consideração que você está gestante, eu gostei da ideia de ter um hospital, aliás, o "hospital" para cuidar de você e depois dos nossos filhos...
- E por que diabos ele iria propor esse tipo de coisa, sendo que você invadiu o apartamento dela, colocou uma arma na cabeça da mulher e o Oliver simplesmente ia sugerir tudo isso? Nada disso faz sentido Leonardo! - Ou ele está mentindo ou está doido!
- Foi uma das exigências que eu fiz, dele não intervir no que estava nascendo entre Amadeo e a irmã dele.
- Você surtou não é isso Léo? Ou você ou o Oliver! É a única razão desse trato, negócio, sei lá o que vocês fizeram! - Falo exasperada.
- Oliver é um cara ambicioso Sara, muito ambicioso! E o negócio que propus a ele o tornaria ainda mais poderoso! Era uma proposta irrecusável, uma das poucas condições era que ele não se metesse entre a irmã e o Amadeo, então ele em cima da hora disse que eu queria que ela assumisse meu novo negócio, um hospital.
- E que negócio você propôs a ele Leonardo? - Com certeza tem haver com o mundo do crime, já que Léo é o mais poderoso dos narco-traficantes.
- Eu vendi a maior parte dos meus negócios ilícitos para o Oliver e outra parte eu repassei para Amadeo. Eu saí do tráfico Sara. Eu não faço mais parte do mundo que você tanto abomina, por você e por nossos filhos eu larguei tudo, as drogas, as armas... tudo! Agora eu sou apenas Leonardo Martínez, um grande CEO, o maior da América Latina, seu futuro marido, pai dos seus filhos... apenas isso me agrada... nunca tive tão feliz na minha vida...
- Você largou o tráfico? - Eu ainda estava em estado de choque.
- Sim, e não me arrependo. Eu andava pensando desde aquele dia que você disse, que não queria viver nesse meio. Então, eu vi que nada daquilo fazia sentido, se eu não tivesse vocês ao meu lado.
Nós chorávamos como crianças, agora sim eu senti que realmente tínhamos virado uma página triste e escura das nossas vidas. Agora eu vislumbro um futuro promissor e feliz ao seu lado, Léo não poderia ter me dado uma prova mais linda de amor e arrependimento. Meu coração está em paz e transbordando de tanto amor. Eu o abraço com toda minha força e beijo todo seu rosto, molhado de lágrimas que se misturam com as minhas.
- Eu te amo, te amo... obrigada por isso meu amor! Eu te amo muito.
- Eu te amo muito minha princesa.
Ele estava quase sem voz, emocionado pelo momento lindo que estávamos vivendo...
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Capítulo 89
- Apareceu o casal mais lindo que os meus olhos tiveram o prazer de ver! - Gabriel com seu incrível deboche, fala saindo diretamente da piscina, molhado e tatuado, um colírio para os olhos.
- Se esse seu amigo não fosse gay, não sei se teria maturidade de suportar uma amizade dessa, esse filho da puta é bonito demais. - Léo sussurra no meu ouvido, fazendo-me gargalhar.
- Posso saber o que os pombinhos tanto riem?
Antes que eu possa falar algo, Gab me pega pelo colo e pula comigo na piscina. Quando finalmente eu consigo absorver o que esse idiota fez, eu estou brava e querendo socar a cara dele.
- Idiota! Você quase me afoga! - Dei uns socos no braço dele, mas que só aumentou a minha raiva, pois ele só ria.
- Ai Sapequinha, você não desestressou todo esse tempo trancada lá em cima? Meu Deus! - Ele fingiu estar chocado.
Léo nos olhava com semblante indefinido, parecia que ele queria sorrir, mas ficou sério, pelo menos fingia. Enquanto isso, Rebeca estava vermelha de tanto rir da brincadeira do tio, não só ela, mas todos os presentes.
- Acabou a brincadeira duas criancinhas! Vamos Sara, você tem que se alimentar e Gabriel, ela tem uma criança na barriga, não pode se assustar. - Léo me deu a mão para me tirar da piscina, enquanto Gabriel reclamava ao meu lado, eu puxei Léo de uma vez, ele não esperava por essa e caiu na piscina de roupa e tudo, eu pelo menos estava de saída de praia e biquíni.
Absolutamente ninguém aguentou ver o poderoso chefão cair como um garotinho na piscina. Ele mergulhou e levantou fazendo cara de bad boy, mas não aguentou vendo todo mundo se acabar na risada e riu junto conosco.
- Estão muito engraçadinhos! Vamos ver quem derruba quem! - Eu e Gabriel gritamos, tentando correr mas não conseguimos, Léo era infinitamente mais rápido que a gente dentro da piscina. Logo ele me agarrou pela cintura e sinceramente, eu já estava morta de cansada e não relutei nenhum momento e atraquei na cintura dele com as pernas.
- Tentadora pra caralho! - Ele fala baixinho, os hormônios logo se agitam freneticamente.
- Acho melhor a gente ir almoçar. Não antes de eu te beijar todinho. - Digo dando-lhe vários beijinhos no rosto molhado, porra! Eu amo esse homem demais!
Saímos da piscina e eu tirei a saída de praia colocando o roupão felpudo e quentinho para me secar, Léo tirou a roupa molhada e vestiu apenas uma sunga preta, fazendo-me ficar ainda mais agitada. Por que ele tem que ficar tão bonito cada dia que passa? Enquanto eu, já estou com uma barriguinha saliente de três meses, bem grandinha para o tempo gestacional. Nos juntamos no deck maravilhoso, com churrasqueira, mesa grande grande, freezer e uma infinidade de coisas maravilhosas. Eu amo esse lugar, amei mais ainda saber que eu não vou mais viver com medo do tráfico, que poderemos criar nossos filhos com mais tranquilidade. Às vezes penso que tudo isso é um sonho, e tenho medo de acordar...
- O que foi princesa? - Léo me perguntou ao ver que travei por um breve momento.
- Nada...
- "Nada" não deixam as pessoas travadas.
- Apenas medo dessa felicidade toda acabar e...
Ele colocou o dedo nos meus lábios fazendo-me calar. Seus olhos olhos negros brilhantes me olhavam intensamente.
- Eu farei tudo para que essa felicidade nunca se acabe. Eu prometo... - Ele deu um beijo na minha mão.
- Mamãe, eu quero cair na piscina igual vocês. - Rebeca veio sentar-se no meu colo.
- É loucura do seu tio Gabriel minha filha.
- Ele é engaçado.
- E louco filha, muito louco. - Sorrio para ela.
O almoço ocorre no clima de descontração e amizade. Estamos todos alegres, sorridentes. Gabriel é o centro máximo da atenção com as suas palhaçadas. Totalmente oposto do seu namorado Carlos, meu Deus! Ninguém aguentaria dois Gabriel, então a vida se encarregou de presentear com um rapaz maravilhoso que é Carlos.
Depois do almoço seguimos para a piscina novamente, embora Léo quisesse me levar para descansar, Gabriel não deixou, óbvio que ele teve que nos constranger dizendo que tinha a noite toda para aproveitarmos.
Minha mãe se aproximou juntamente com Maria, pelo visto elas tinham se entrosado rapidamente, com elas uma jovem senhora, morena, cabelos curtos e óculos no rosto.
- Sara, essa é Eliz, ela é a babá que a agência mandou para nos ajudar cuidar de Rebeca.
Não sei explicar, mas gostei da mulher, ela tinha um ar alegre e maternal, tenho certeza que ela irá me ajudar a cuidar de Rebeca muito bem.
- Muito prazer Eliz, seja bem vinda. Te adianto que ela vai te dar um pouco de trabalho, ela tem muita energia. - Sorrio simpática.
- Será um prazer trabalhar para a senhora, vocês são muito alegres e receptivos. Sempre ouvi falar bem dos brasileiros. - Ela sorriu de volta.
- Pode me chamar de Sara.
- Eu não sei... - ela ficou tímida e eu a abracei, deixando-a um pouco molhada.
- Me desculpa em molhar você.
- Não dona Sara! Não se preocupe com isso! - Ela estava realmente feliz.
Após conversar um pouco sobre a rotina que eu tenho em mente para Rebeca, sobre horários, alimentação, brincadeira e óbvio o controle na internet, voltei para a barraca que Léo tinha armado para nos proteger do sol. Pelos deuses, ele irá me mimar com essa gravidez até o fim? Revirou os olhos e sigo em frente.
- Você acha que tem necessidade disso Léo? - Tento soar o mais doce possível.
- Esse sol escaldante, é um perigo para a sua pele branquinha e tem a Rebeca também, você vai querer que ela fique um "pimentão"?
Ele me desarmou na hora que falou da minha filha! Ele pensa em tudo! Às vezes é um pouco demais para mim. Solto o ar que estava preso e ele abre um sorriso, sabendo que venceu a primeira batalha.
- Acho que teremos que fazer algumas adaptações por causa das crianças, quero que eles tenham um espaço mais adequado e confortável para a idade. Essa piscina é muito funda, tem uma parte rasa é verdade, mas um passo em falso ela pode se afogar e não tem uma área legal para eles se divertirem quando quiserem sair da piscina. Mas tem essa ala a esquerda que a gente pode transformar em brinquedoteca...
- Léo! - O interrompo, meus irmãos estão todos boquiabertos.
- O que foi princesa? Eu pensei que a casa estava ótima para nós nos mudarmos, mas agora eu percebo que falta muita coisa para ela ficar excelente para a nossa família. Eu não quero meus filhos correndo perigo ou sem espaço para brincar.
- Você está surtado? - Ele nem ouve o que falei e continua falando como uma matraca.
- Tem um terreno ótimo para vender aqui no condomínio, se não tiver o tamanho que precisamos a gente pode comprar outro e construir a casa do nosso jeitinho, quem sabe teremos sorte de estar pronta até o bebê ...
Levanto-me de uma vez e fico na frente dele, segurando seu rosto com as duas mãos.
- Ei! Calma! Não precisa tudo isso, a casa é excelente, não quero me mudar. Se você acha necessário fazer outra piscina menor, eu não me oponho, até uma área de lazer, eu achei legal a ideia. Mas não precisa surtar, calma! - As pupilas dele estão dilatadas, mas eu continuo segurando seu rosto. Ele solta uma suspiro longo.
- E se eu não for um bom pai Sara? - Ele está inseguro? O homem que manda e desmanda no México está inseguro porque está formando uma família?
- Você já é um pai maravilhoso, a Rebeca te ama! - Ele ficou tenso e em seguida sorriu.
- Sério? - Meu homem estava como um garoto assustado.
- Seríssimo! Agora para de surtar e vai cuidar dela na piscina porque o Gabriel é doido de pedra, você sabe. - Ele sorri confirmando.
- Obrigado, eu te amo por você ser assim... tão maravilhosa!
- Olha que eu acredito.
- É a mais pura verdade. Agora eu vou pular na piscina porque essa sunga me deixa muito exposto. - Ele sorri e pula na piscina, nadando onde está Rebeca e os tios loucos.
Volto para a minha espreguiçadeira, e finalmente posso conversar com meus irmãos quase em paz.
- Tão bom ter vocês dois aqui conosco. - Começo olhando para os dois. Tão lindos, tenho certeza que o meu pai não tinha um pinto, e sim um pincel, meus irmãos são lindos demais. - Vocês cresceram tanto! Meu Deus! Vocês estão lindos!
- Não mais que você irmãzinha. - Os dois falaram juntos, eu senti tipo o termômetro de fofurice? Eu tive tão presa na minha bolha que não pensei nos meus irmãos, apesar de amá-los, eu não sei nada sobre a vida deles.
- Eu... - Baixo a cabeça sem saber por onde começar. Eles pegam nas minhas mãos.
- Não se sinta culpada Sara. Você foi vítima de um marido psicopata, e passou a vida inteira sofrendo e em seguida fugindo, nós dois éramos adolescentes, mais preocupados com a balada, e nos nossos próprios problemas que não percebemos a gravidade da situação. - George Neto fez uma pausa, e me olhou intensamente com aqueles olhos verdes intensos, cabelos ruivos, meu irmão parece um lorde inglês, lindo e educado. - Eu quero que saiba que estaremos sempre juntos, eu não quero nunca mais me distanciar de você, aliás, de nenhuma de vocês.
As lágrimas caem, porra! Meu irmão é foda! Não é mais aquele garotinho marrento e mimado de dezenove anos quando eu me casei. Hoje ele tem vinte quatro e Mary vinte dois.
- É tão bom ouvir isso de você Neto... eu senti muita falta de vocês. Eu não sei nada sobre vocês, seus gostos, em que se formaram, se tem namorados...
Mary abre um sorriso de orelha a orelha.
- Neto tem contatinho de A à Z. Quero ver como ele vai se virar com as mexicanas.
- Eu falo espanhol fluentemente tá? E eu já vi cada beldade por aqui ... - Ele balança a cabeça, levando um tapa leve da minha irmã caçula.
- Deixa de ser escroto!
- Por que? Eu nunca iludo as garotas! Uma noite e nada mais. Sou sincero com elas, sou jovem e não quero me prender.
Revirou os olhos, por que os homens são tão previsíveis? Chega a dar raiva!
- Você é um idiota! - Fico contemplando a discussão dos dois.
- Eu? Idiota é você, com vinte e dois anos e ainda é virgem! Daqui a pouco vai virar uma aberração. - George revida, deixando Mary corada e sem voz e a mim completamente surpresa.
- Sério? - murmuro.
- Eu não sou uma aberração! - El está muito constrangida.
- Claro que não Maninha. Seu corpo, suas regras, se você acha que não é a hora, e está esperando o cara certo, você tem razão. Se quiser também dar essa periquita para quem quiser, adoidado, também não tem problema. Eu irei te apoiar.
- Sara! - Os dois falam juntos assustados.
- Qual é? Você tem que aprender a respeitar Mary , senhor George Neto! - Ele me olha sem graça. - Mas só posso te dizer uma coisa mana, depois que você tirar seu lacre, nunca mais vai querer ficar sem sexo! É deliciosamente viciante. - Falo revirando os olhos.
- Porra Sara! - George reclama.
- Claro! Só você que é o fodão da família é? Eu fodo, e fodo muito! - Friso bem a palavra muito. - Eu sou safada, e Mary é virgem, não passa de uma idiota? Fala sério né irmãozinho! Abra sua mente, machismo não cola. - Reviro os olhos, não vou aceitar meu irmão ser um macho escroto.
- Eu amei Sara! - Mary sorrir pela primeira vez com vontade, os olhos claros contrasta com a pele bronzeada, dando uma beleza exuberante a minha irmã caçula.
- E então, vamos pular o quesito sexo, já que descobri que meu irmão é um galinha e a minha irmã é lacrada. - Não consigo conter o riso, deixando-os envergonhados, mas mesmo assim eles sorriem. - Vocês já se formaram?
- Eu sou recém formado em direito, seu noivo está arrumando as Documentações e eu em breve serei o advogado mais bem sucedido do México. - Meu irmão tem a autoestima elevada ao cubo, não é normal esse ser.
- Eu estou cursando medicina, estou no oitavo semestre, seu noivo também está arrumando as documentações e em breve eu vou retornar à faculdade.
- Ele tem um hospital sabia? - Eu conto e Mary arregala os olhos incrédulos.
- Sério?
- Seríssimo. Eu achei uma estupidez quando ele me contou, quem em sã consciência compraria um hospital, não entendendo nada sobre a medicina ou administração hospitalar, mas agora eu vejo um ótimo negócio, tendo em vista que a minha irmãzinha será médica.
- Isso é excelente Sara! - Eu vou estagiar imediatamente, eu estou nas nuvens! - Ela batia palmas de alegria. Linda!
- Eu espero que vocês não tenham planos de mudança.
- Bom, Léo pediu para que ficássemos um tempo aqui para que você se sentisse mais em casa, acolhida... no começo eu achei uma babaquice, mas depois que te vi e agora que vimos o tanto de tempo que perdemos, eu acho que ele tem razão. Passaremos um tempo aqui, mas não muito longo, eu quero ter meu apartamento, minhas coisas, minhas gatinhas....
Vejo os olhos de Mary revirar.
- Pervertido!
- O amor de vocês me comove, sério mesmo! - Sorrio, e os abraço. - Obrigada por terem vindo, e eu espero que passem sim, um bom tempo conosco, eu quero tê-los perto sempre, vamos prometer nunca mais, nada, nem ninguém nos afastar?
- Prometemos irmã! - Os dois falam juntos, eles são tão íntimos, me sinto um pouco excluída, mas farei tudo que estiver ao meu alcance para ficar cada vez mais próxima deles. Olho para a piscina e vejo meu homem nos olhando, ele dá um sorriso encantador, eu devolvo e sussurro bem devagar pra que ele leia meus lábios.
"Obrigada por tudo! Eu amo você."
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Capítulo 90
- Estamos prontas! - Minha mãe e Maria já estavam nos esperando para a consulta do pré-natal.
- Eu tabem vou! - Rebeca desceu as escadas rápido, segurando o corrimão.
- Cuidado Rebeca. Vou esperar você. - Meu Deus! A família toda vai a consulta.
Enquanto vejo minha filha descer, sussurro no ouvido de Léo:
- Você não acha que estamos levando muita gente para uma simples consulta?
- Simples consulta? Nós teremos a primeira imagem do nosso bebê! Eu queria que todos que amamos pudessem estar presente. - Ele continua falando baixinho, para que somente eu escute. - E além do mais minha princesa. - Ele continua falando, agora beijando minha nuca. - Eu sou o dono do hospital, esqueceu?
- Oh claro! Esqueci que a vossa majestade é dono de quase todo México! - Falo com descaso.
- Eu só quero mesmo ser dono do seu coração. - Eu o amo, ele ainda ajuda com esse romantismo dele.
Abaixo-me para pegar Rebeca, mas claro, antes que eu a pegue, Léo é mais rápido e a pega antes de mim.
- O papai é o mais forte e mais rápido! - Ela fala sorrindo enquanto Léo a levanta no alto, arrancando o sorriso mais lindo do mundo.
- Agora entendo quando sua mãe dizia que você é a dona do seu sorriso mais lindo. Você acaba de ser a dona do meu melhor sorriso, Sara acaba de ser rebaixada para a segunda posição.
Me junto a eles, abraçando-os revezando beijos entre um e outro.
- Não me importo, já que estamos empatados.
É nesse clima que todos nós partimos para o hospital. Dois carros fazem a nossa segurança discretamente, não acho que precise de tanto, mas acredito que Léo deve ter grandes desafetos, além é claro de ser um bilionário famoso, com certeza ele deve prezar muito pela sua segurança. Acho que os planos para ter uma vida normal, devem ser guardados para a próxima vida quem sabe...
Passo a mão site meu ventre, minha barriga está tão grandinha... será que o bebê é grande? Ou talvez por ser a segunda gestação... não sei. Só espero que possamos ser felizes, que o nosso "felizes para sempre" esteja realmente acontecendo.
Olho o céu azul, límpido, sem nenhuma nuvem. No painel do carro marca quase trinta graus, e ainda é cedo da manhã. Um dia lindo, para pensar somente em coisas boas, não sei se isso é bom ou ruim, o fato é que eu não consigo me apegar em coisas ruins, eu sempre tento esconder o sofrimento e absorver apenas coisas boas. Pelo menos tento...
Parece que ele percebeu que eu não estava totalmente a vontade, colocou a mão na minha coxa desnuda e falou baixinho.
- Eu amo quando você se veste de vermelho. - Pegou minha mão e beijou.
- Acho bom você prestar atenção no trânsito, não queremos que aconteça nenhum incidente. - Minha mãe alerta, ele dá o último beijo e coloca minha mão de volta ao lugar.
Até chegarmos ao hospital, ouvimos Rebeca tagarelar durante todo o caminho. Ora ela dizia que queria uma irmãzinha, depois mudava totalmente de opinião e dizia que queria Um irmãozinho, pois não queria perder seu posto de princesinha da família. Bom, acho que teremos que trabalhar bem esse lado, caso seja uma menina.
Chegamos no hospital, que diga-se de passagem era lindo, todo de vidro, e vários andares, não deu para contar quantos eram exatamente, pois fiquei encantada com o letreiro lindo com o sobrenome Martínez. Entramos pela porta da frente, pelo visto todos os funcionários já conhecem Léo, pois os olhos arregalam-se, alguns ficaram nervosos, mas devo dizer que as mulheres ficaram agitadas. Passo os olhos na recepção e mais parece um casting de modelos! Sempre vi pela televisão algumas novelas mexicanas, e via o quanto elas eram lindas, mas olhá-las de perto era ainda mais surpreendente.
- Bom dia, temos hora marcada com a doutora Rockebach.
- Oh sim, claro! Bom dia Senhor Martínez, vou verificar para o senhor. - Ela disca o teclado do telefone sem tirar os olhos de Léo. Aquilo realmente estava me irritando, que falta de ética. O Léo é lindo? Sim, mas para isso existe profissionalismo, coisa que essas "moças" não tem.
Inquieta atrás dele, seguro na mão de Rebeca, e os óculos escuros não permitem que elas vejam o quanto estou mordida de ciúmes.
- A consulta é para quem senhor Martínez? - A morena exibe o sorriso digno de comercial de creme dental.
- Sara Martínez. - Ele responde, fazendo o sorriso da mulher murchar de uma só vez.
- Oh sim claro.
Ela continua falando ao telefone agora sem graça e em seguida nos diz o andar e a sala que Olívia está nos aguardando. Meu sorrisinho de vitória ainda é visto pelas recepcionistas, é infantil? Sim, mas porra! Ele me desperta um turbilhão de emoções que muitas vezes eu não sei lidar.
O sorriso some assim que entramos no elevador. Ele tenta me agarrar, mas eu impeço, abraçando Rebeca. Ele olha sem entender, mas Maria é a minha mãe sorriem discretamente, sabendo que eu não estou nada contente.
Ao chegarmos na sala de Olívia, sua secretária anuncia e uma técnica nos leva para a sala de ultra-sonografia, ela me prepara para o exame, deixando livre a pequena bolinha no meu ventre exposta. Rebeca nos enche de pergunta, a curiosidade está a mil por hora.
Olívia entra com um sorriso contagiante no rosto, não é de admirar que Amadeo esteja de quatro pela médica, ela é linda, linda de morrer.
- Se não é meu casal favorito do México! - Ela entra já com seu habitual bom humor.
- Pensei que já tínhamos sido provido! - Léo brinca de volta.
- É verdade! Meu casal favorito de toda a América!
- Melhorou um pouco.
- Como vai nossa gestante? Preparados para conhecer o novo membro da família? - Ela fala puxando a cadeira e sentando-se ao meu lado.
- Com certeza! Mas Olívia, já dá para saber se é menino ou menina? - Léo está morrendo de curiosidade.
- Com esse tempo de gestação ainda não, mas tem exames de sangue que nos permite saber o sexo do bebê.
- Eu prefiro ver pela ultrassom. - O papai do ano apressa-se em dizer.
- Então teremos que esperar até a próxima consulta. Se ele tiver numa boa posição, certamente conseguiremos ver. Agora vamos começar a ultrassom, iniciar todos os exames necessários, pois está um pouco atrasada no pré-natal.
- Besteira, as mulheres da minha cidade pariam sem sequer terem ido ao médico uma vez sequer. - Maria interrompe a médica, tentamos esconder o sorriso, mas é claro, sem êxito.
- Os tempos mudaram, e a criança vive numa cidade grande, precisamos monitorar para que ela nasça forte e saudável. - Olívia responde muito educada.
Ela passa um gel gelado na minha barriga, e em seguida passa um aparelho por ela, fazendo o som de um rápido coração ecoar por toda a sala.
- O que é isso mamãe? - Rebeca pergunta um pouco assustada.
- É o coraçãozinho do seu irmãozinho ou irmãzinha. - Olívia responde.
Todos nós olhamos para o monitor e a imagem do bebê aparece na tela, um pouco imprensado pelo o que pude ver.
- Que lindo! - Léo exclama apertando minha mão.
- Opa! Parece que temos uma surpresinha aqui! - Olívia o aparelho do lado direito para o esquerdo e o meu coração esfria ao constatar a surpresinha na qual ela se refere.
- São gêmeos.... - Falo num sussurro, minha pergunta soa como afirmação.
As mãos de Léo ficam geladas e suadas no mesmo momento em que os meu olhos estão fixos no monitor! Meu Deus do céu! Gêmeos!!! Eu sinto que vou surtar em três... dois... um...
- Eu não estou me sentindo bem... - é tudo o que consigo falar antes que a minha vista fique turva.
- Calma Sara, por favor não passe mal. São dois bebês e... - Ela faz uma pausa que faz meu mundo parar mais uma vez. - São bivitelinos.
Todos na sala estão surpresos e absurdamente calados, até Maria falar.
- eu falei que eram gêmeos, lembra Sara? Lá na cozinha de Acapulco?
Claro! Agora eu lembrava perfeitamente, mas tantas coisas tinham acontecido depois daquela conversa que sinceramente, ela tinha ficado arquivada no fundo da minha memória, agora quando Maria falou, tudo voltou à tona! Mas eu não conseguia abrir a boca para gesticular alguma coisa.
- O que é gêmeos? - Rebeca pergunta. Acho que ela nunca teve contato com crianças gêmeas.
- Que a sua mamãe tem dois bebês na barriga dela, e agora você irá ganhar dois bebês ao invés de um. -Maria responde e eu continuo imóvel olhando para o monitor.
- Tem casos de gêmeos na família de algum de vocês? - Olívia pergunta.
- Na família da mãe do Léo tem. Um não, vários casos. - Maria não consegue esconder a felicidade da descoberta.
A médica continua o exame, e fala outro monte de coisa que sinceramente eu não prestei atenção em nada. Eu apenas me vejo presa na informação "grávida de gêmeos", enquanto eu penso em mil e uma coisas ao mesmo tempo numa velocidade extraordinária, sinto uma lágrima quente molhar minha mão, viro o rosto para Léo e ele está simplesmente hipnotizado olhando para o monitor, olhando nossos filhos e chorando como um bebê. Ele entrou bagunçando minha vida de todos os modos, mas posso dizer que a dele também virou de ponta-cabeça. Agora Leonardo Martínez vai ser papai de gêmeos.
Ele beija minha mão, ainda muito emocionado sussurra, com a voz rouca de quem quer controlar a emoção.
- Obrigado meu amor, foi o maior presente que eu já ganhei...
Não precisa dizer que eu fiquei sem fala com as palavras dele, não pude falar nada pois a emoção estava aflorada em todo meu ser, virei nossas mãos e beijei a sua e murmurei um "eu te amo".
Depois de algum tempo medindo, e explorando todas as imagens retiradas da ultrassom. Olívia pede para eu me vestir e em seguida ir para o Consultorio dela. A técnica me limpa, eu arrumo minha roupa, não antes de Léo se ajoelhar na minha frente beijar meu ventre. Sorrio tão boba com essa demonstração genuína de amor.
- Parabéns minha filha, não tenho dúvidas que você será uma mãezona.
- Eu estou com medo mãe. - Declaro enquanto estou abraçada a ela.
- Não tenha, você tem um homem que te ama incondicionalmente é uma família pronta para te ajudar.
Ela me acalma com um abraço apertado e sereno, afagando meus cabelos, me sinto feliz, mas ao mesmo tempo impotente com essa notícia.
- Essas crianças...
- Não Maria, por favor, não me tenha outra "revelação"! Chega por hoje! - Falo antes que ela termine de falar.
- Eu só ia dizer que elas vão nascer com muita saúde. - Ela sorri e me abraça forte.
- Obrigada por tudo Maria...
Rebeca já está cansada do local, reclamando de tudo, acho que a minha princesinha ficou u pouco enciumada com a notícia. As duas mulheres decidem voltar para casa, com a promessa de fazer Rebeca se divertir bastante na piscina. Nos despedimos delas, que saem sorridentes com a novidade, um dos seguranças já aguardam-nas lá embaixo. Entramos na sala de Olívia que está mexendo no computador, ela sorrir quando entramos.
- Os papais mais lindos do ano. Eu já imagino a beleza dessas crianças. Bem que poderia ser um ruivo e um moreno. - A fala da médica nos faz rir e me lembra da conversa que tivemos no sítio da vovó.
- Ainda estou em choque Olívia, tentando absorver essa novidade.
Ela olha fixamente para mim, seu sorriso é tão reconfortante, me transmite uma sensação de paz.
- Eu tinha uma leve suspeita, lembra quando passou mal em Sydney? Eu fiz a ultrassom e desconfiei, mas como estava muito no comecinho eu não quis te assustar.
- Com certeza eu teria morrido se você tivesse me contado.
- Eu imagino. - Léo ficou desconfortável na cadeira, era um assunto que ele não gostava de abordar com outras pessoas, ele se sentia mal e envergonhado.
- O passado ficou para trás. Eu só quero te dizer Sara, que curta a sua gravidez, os três primeiros meses já se passaram e o risco de aborto espontâneo diminuíram. No entanto, uma gravidez gemelar,envolve um cuidado bem maior, mais consultas, exames, nada de esforços desnecessários e algumas atividades físicas que não envolva nada pesado. Pois não queremos que essas crianças nasçam antes do tempo.
- Ela tem que ficar em casa? Sem se irritar...
- Ela não vai ser uma prisioneira, eu irei recomendar algumas atividades que a deixarão mais dispostas. Eu não quero te assustar, mas quando esse barrigão começar a esticar...
- Pelo amor de Deus! Não quero pensar nisso agora. - Corto a conversa na hora. Lembro como foi desconfortável os últimos meses de gravidez da Rebeca, imagino agora com dois!
Depois de mais algum tempo na sala de Olívia, ouvindo algumas recomendações, nos despedimos, não antes de marcar um jantar no final de semana. O convite é óbvio,foi estendido para Amadeo, deixando a médica corada.
Saímos abraçados e felizes do consultório, meu coração ainda estava assustado e cheio de medo. Não sei se darei conta de três crianças e um marido, tenho medo de não aguentar, e se ele perder o interesse por mim? E se eu ficar feia, cheia de estrias e ...
- O que essa cabecinha está pensando? Posso ver a fumaça saindo dela. - Léo fala ao meu ouvido quando descemos o elevador.
- Medo...
- Eu sempre estarei ao seu lado Sara, agora mais do que nunca. Se eu já te amava mais que tudo nessa vida... depois dessa notícia eu sinto que morrer de tanto amor e felicidade. Me sinto o homem mais feliz e realizado do planeta.
Ele fala tão bonitinho, eu até acredito, levanto a cabeça para encarar seu rosto lindo.
- Sério? - Ele confirma com a cabeça. - E se eu ficar gordinha, cheia de estrias e celulites, cabelos bagunçados porque cuidar três crianças envolve um trabalho terrível. - Ele sorrir pra valer.
- Você é tão boba... claro que eu amo seu corpo, foi a isso que despertou o meu desejo no primeiro momento. Mas hoje Sara, eu vejo em você muito mais que um rosto e corpo espetacular.
- espetacular foi ótimo...
- Mas melhor ainda é todo esse sentimento que nem eu mesmo consigo explicar ou entender, que sinto por você. Vai muito além de beleza física, que eu poderia encontrar em muitas mulheres... eu amo você numa intensidade tão louca, que vai muito além da questão carnal, eu sinto como se eu tivesse preso a você... e é uma prisão tão boa.
Meu coração bate tão forte, que eu juro que consigo escuta-lo.
- Sério?
- Seríssimo dona Sara. Mas se te incomoda tanto a questão física, eu posso mandar fazer cirurgia plástica em você. - Ele fala sorrindo. - Mas eu acredito que tudo tem seu tempo. E que você ficará ainda mais incrível depois da gestação.
Encosto minha cabeça no seu peito e o aperto.
- Obrigada meu amor... eu te amo.
Ele ainda está agarrado comigo quando saímos do elevador, todos os olhares voltados para nós. Léo fazia questão de me abraçar até a saída do hospital, isso fez com que eu me sentisse mais segura.
Todo meu sorriso se desfez quando ao chegarmos no estacionamento encontramos um motoqueiro que atraia os olhares de todos que estavam chegando para pegar seus automóveis, pois já era a hora do almoço, ao tirar o capacete, o susto foi ainda maior, era nada mais, nada menos que Oliver Hockenbach, em carne e osso e beleza pura...
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Surpresa, amanhã tem dois capítulos para o final, amanhã postaremos para vocês
Capítulo 88
“Exausta!"
Essa palavra me define bem nesse exato momento. Léo é uma máquina de fazer sexo! Às vezes me pergunto como eu aguento, será que eu sou igual ou pior que ele? Bom, eu tenho minhas dúvidas, pois em momento algum eu me nego para ele.
- Temos visita nos aguardando lá embaixo. - Ele sussurra no meu ouvido.
- Muito bom falar isso depois que você acabou comigo. - Digo ainda ofegante, recebendo um beijo terno na testa.
- Eu ainda não fiz as loucuras que eu pretendo fazer com você aqui nesse quarto. - meus olhos que estavam fechados se abrem de surpresa.
- Como assim?
- Essas grades na cama não foram colocadas por acaso. E ainda tem aquela barra de pole dance que eu mandei fazer pensando no seu gingado sensual. - Tenho certeza que sou igualmente louca como ele, pois o meu corpo que estava cansado deu uma acendida com a sua ideia. Mas em seguida pensei, não pode ser algo rápido, tem que ser bem planejado. Na verdade eu tive uma ideia excelente!
- Tenho certeza que quando eu subir nessa barra, você nunca mais esquecerá.
Ele se encaixa em cima de mim como um foguete, colocando a perna no meio das minhas coxas.
- O que você está pensando em sua ninfomaníaca?
- Você vai saber logo antes que essa barriguinha do amor empate de eu realizar minhas fantasias sexuais. Não quero que o nosso bebê nasça com cara de pole dance! - Falo sorrindo e Léo me ataca com um beijo gostoso, descendo pelo pescoço, acredito que a intenção dele não era sexual, mas como eu consigo explicar isso para meu corpo? Ele para no meu ventre e dá um sorriso lindo, deixando seus olhos ainda mais brilhantes.
- Oi filho! Papai trouxe vocês para casa como eu havia prometido. Agora estamos todos cercados de muito amor e carinho. Amanhã o papai e a mamãe tem um encontro marcado muito especial com você, vamos ver como você está se comportando aí dentro da barriga da mamãe. - Ele dá um beijo tão carinhoso no meu ventre que escorre uma lágrima emocionada do meu olho direito. - Eu pensei que seria pai, me sentiria pai quando você nascesse, mas a vida me trouxe de presente sua irmã. E com ela eu estou ingressando nesse universo maravilhoso que é a paternidade. - Ele vai me matar assim. - Eu queria que você herdasse todos os atributos físicos da sua mamãe, e nascesse tão lindo como a sua irmã. - Eu nego com a cabeça, eu sonho que o meu bebê vai ser a cara do pai. - Mas sua mãe é meio sem noção, e com tanta beleza, quer que você puxe para mim.
- Você é lindo meu amor, meu príncipe. Uma tentação de moreno! - Falo com a voz embargada pela emoção. Ele sorrir timidamente.
- Eu só quero você nasça saudável, e que seja uma criança muito feliz, não importa com quem você vai parecer, o que tiver ao nosso alcance faremos para que nada lhe falte... amor, carinho, cuidado, atenção, mimo...
- Limites... - Eu completo. - Você não vão estragar meu filho.
- A mãe dele eu posso?
- Com a mãe dele você pode fazer tudo... - Ele vem subindo com aquela safada que só ele sabe fazer. - Depois que a mãe dele tomar um bom banho-me se alimentar, meu corpo está pedindo comida desesperadamente. - Anuncio.
- Minha mulher e o meu filho não ficam com fome na minha presença jamais. - Ele sobe por cima de mim, me colocando sobre ele, pega o celular e liga para alguém. - Seu afilhado está com muita fome!
Escuto a resposta e já sei de quem se trata.
- Novidade seria se ela não tivesse depois de ficar trancada a manhã toda fazendo... - Ouço alguém o repreender antes que ele termine a frase.
- Daqui a mais ou menos vinte minutos iremos descer, espero que o prato dela já esteja pronto! - Leonardo modo mandão ativado com sucesso.
- Sim senhor, Leonardo Martínez! - Gabriel responde do outro lado fazendo graça. Léo desliga e fica brincando com uma mecha do meu cabelo que cai no seu rosto.
- Eu já falei que te amo hoje? Que você é a pessoa mais importante da minha vida? - Ele sorri apaixonado, custo a acreditar que esse sorriso bobo é por mim, mas na mesma hora vem a lembrança dos seus olhos de fúria, viro o rosto e tento me levantar, sendo impedida por ele. - O que ouve princesa?
- Nada, eu só quero tomar um banho. - Tento disfarçar meu desconforto, quero perdoa-lo verdadeiramente, não quero que essa fase negra nos assombre.
- Me perdoa Sara... - Ele pede com o olhar triste.
- Eu já lhe perdoei, foi apenas uma lembrança cruel que surgiu na minha cabeça, mas eu já a expulsei. - tento mais uma vez disfarçar.
- Eu sei que o que fiz foi imperdoável, mas eu estou tentando ser um homem melhor por você, pela Rebeca, por nosso filho... eu quero proporcionar uma vida melhor para toda nossa família. - Ele me coloca ao seu lado e se vira, e ficamos de frente um para o outro.
- Essa "vida melhor" tem haver com Olívia? Por que ela está aqui? Se nós sabemos que você odeia Oliver, e apesar de gostar muito dela, sua presença me lembra todo o pesadelo que vivi.
Eu falo tudo de uma só vez, algo errado está acontecendo, e eu preciso saber o que é.
- Eu pretendia ter essa conversa depois do almoço, você não está com fome? - Percebo que ele tenta ganhar tempo.
- Eu posso esperar, até passou um pouco devido a ansiedade que eu estou tendo.
- Isso não faz bem para o bebê.
- Não, com certeza não faz! Então trate logo de dizer. - Intimo-o logo, ele dá um longo suspiro e me lança um olhar de dúvida, mas finalmente decide falar.
- Quando Amadeo descobriu que você estava na casa da irmã do Oliver, nós armamos um plano para invadir o apartamento e lhe resgatar...
- Vocês conseguiram invadir aquela fortaleza? Como? - interrompo-o boquiaberta.
- Amadeo é o melhor, ele não falha em nenhuma função e tem contatos pelo mundo todo.
Não consigo acreditar no que ele está falando, Amadeo deve ser o "cara" mesmo.
- Continue...
- Bom, descobrimos que você estava indo para Europa recomeçar tudo, foi difícil acreditar, mas o australiano deu provas contundentes que estava falando a verdade.
- Ele me entregou assim? Com um simples pedido? - Fiquei decepcionada com ele, que me prometeu que Léo não me encontraria tão cedo.
- Digamos que ele teve bons motivos para confessar. - Franzo o cenho em sinal de dúvida. - Amadeo estava com uma arma apontada para cabeça de Olívia.
Arregalo meus olhos e se eu não tivesse deitada, certamente iria cair no chão com a revelação. Não pode ser! Eles estavam...
- Mas, eles estavam aqui... - Não consigo formular uma resposta coerente.
- Eles bem que, sei lá, Amadeo ficou obsessivo por ela, que de uma certa forma retribuiu à loucura dele. Não sei te explicar, é meio louca a relação deles. Outro dia quase pego os dois transando no consultório dela. - Léo sorri com a lembrança. - Ele quase me mata, se fosse outra pessoa tenho certeza que não estaria viva para contar a história.
- Então eles se apaixonaram perdidamente, e Olívia largou tudo na Austrália e veio para o México viver esse grande amor! É isso? - Se for, ela é mais louco do que eu, tenho certeza.
- Mais ou menos...
- Clareou tudo agora. - Falei com sarcasmo e arranquei um sorriso lindo e tímido dos lábios dele.
- Quando eu encontrei você, eu vi que eu tinha quebrado você toda por dentro. - Ele tocou meu peito desnudo, meu coração disparou, eu baixei os olhos, lembrando o quanto eu sofri. Ele levantou meu queixo, fazendo-me olhá-lo novamente. - Eu fui com a intenção de me humilhar, me ajoelhar se fosse possível, mas eu queria fazer as pazes com você de qualquer maneira, eu estava perdido, louco, desesperado... eu vivi os piores dias da minha vida quando eu fiz aquela besteira Sara...
Ele estava realmente nervoso, dava para sentir nas suas palavras e pela sua expressão facial e corporal, a intensidade e a veracidade dos seus sentimentos.
- Mas eu nem vi você... Léo, você simplesmente sumiu sem sequer falar comigo! - Me sentei na cama, puxando o lençol para cobrir meu corpo. Ele apoiou a cabeça nas minhas pernas e disse como um menino perdido.
- Eu não consegui Sara... não depois de ver tanto sofrimento... você mesmo dopada, chorava, falava... - ele colocou o rosto no lençol e eu acaricie seus cabelos negros e sedosos, senti seu peito soluçar e aquele gesto doeu no meu peito. Ele se virou com os olhos banhado de lágrimas. - Eu vi que o que eu tinha feito não tinha perdão, não naquele momento. E eu decidi naquele momento, vendo a mulher que eu tanto amo, a única que eu amei e que irei amar por toda minha vida, totalmente arrasada... aquela imagem nunca vai sair da minha cabeça Sara... era você, com toda a sua dor, sem querer ser forte, simplesmente você e seu sofrimento...
Aquelas palavras me doeram pois era a pura verdade, eu estava destruída. Tentei me fazer de forte, não queria nunca mais reviver aqueles momentos tão sofridos.
- Eu decidi que eu só iria voltar para te pedir alguma coisa, de ser um pouco digno do seu perdão e do seu amor, se eu mudasse, se eu tentasse ser um homem digno e melhor para você e para nossa família.
O discurso dele me comoveu, "ser um homem melhor!" Ele já era tudo o que precisava ter.
- Você já é. Mas eu continuo sem entender...
- Eu saí do sítio da sua avó disposto a mudar de verdade. Então, eu fui para o apartamento em Londres e marquei uma reunião com Oliver.
- Reunião com Oliver? - Agora que ficou tudo ainda mais confuso.
- Sim, eu precisava mudar, precisava recompensar Amadeo por tudo que ele fez, sem ele eu teria feito ainda mais merda. Ele foi minha razão, meu pé no chão. Eu devo muito a ele.
O olhar de admiração de Léo era evidente, tudo seria tão diferente se Amadeo estivesse como o seu homem de confiança desde o princípio e não o filho da puta do Roberto.
- "Eu matei dois coelhos com uma cajadada só." - Ele sorriu. - Não é assim o ditado? Pois foi isso que fiz. - Ele deu um suspiro profundo. - Eu convidei Olívia para ser diretora do hospital que eu comprei.
- Você comprou um hospital? Com que intuito você comprou um hospital? Ninguém sai por aí comprando hospital!
- Foi ideia do Oliver, a princípio eu achei louca, mas levando em consideração que você está gestante, eu gostei da ideia de ter um hospital, aliás, o "hospital" para cuidar de você e depois dos nossos filhos...
- E por que diabos ele iria propor esse tipo de coisa, sendo que você invadiu o apartamento dela, colocou uma arma na cabeça da mulher e o Oliver simplesmente ia sugerir tudo isso? Nada disso faz sentido Leonardo! - Ou ele está mentindo ou está doido!
- Foi uma das exigências que eu fiz, dele não intervir no que estava nascendo entre Amadeo e a irmã dele.
- Você surtou não é isso Léo? Ou você ou o Oliver! É a única razão desse trato, negócio, sei lá o que vocês fizeram! - Falo exasperada.
- Oliver é um cara ambicioso Sara, muito ambicioso! E o negócio que propus a ele o tornaria ainda mais poderoso! Era uma proposta irrecusável, uma das poucas condições era que ele não se metesse entre a irmã e o Amadeo, então ele em cima da hora disse que eu queria que ela assumisse meu novo negócio, um hospital.
- E que negócio você propôs a ele Leonardo? - Com certeza tem haver com o mundo do crime, já que Léo é o mais poderoso dos narco-traficantes.
- Eu vendi a maior parte dos meus negócios ilícitos para o Oliver e outra parte eu repassei para Amadeo. Eu saí do tráfico Sara. Eu não faço mais parte do mundo que você tanto abomina, por você e por nossos filhos eu larguei tudo, as drogas, as armas... tudo! Agora eu sou apenas Leonardo Martínez, um grande CEO, o maior da América Latina, seu futuro marido, pai dos seus filhos... apenas isso me agrada... nunca tive tão feliz na minha vida...
- Você largou o tráfico? - Eu ainda estava em estado de choque.
- Sim, e não me arrependo. Eu andava pensando desde aquele dia que você disse, que não queria viver nesse meio. Então, eu vi que nada daquilo fazia sentido, se eu não tivesse vocês ao meu lado.
Nós chorávamos como crianças, agora sim eu senti que realmente tínhamos virado uma página triste e escura das nossas vidas. Agora eu vislumbro um futuro promissor e feliz ao seu lado, Léo não poderia ter me dado uma prova mais linda de amor e arrependimento. Meu coração está em paz e transbordando de tanto amor. Eu o abraço com toda minha força e beijo todo seu rosto, molhado de lágrimas que se misturam com as minhas.
- Eu te amo, te amo... obrigada por isso meu amor! Eu te amo muito.
- Eu te amo muito minha princesa.
Ele estava quase sem voz, emocionado pelo momento lindo que estávamos vivendo...
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Capítulo 89
- Apareceu o casal mais lindo que os meus olhos tiveram o prazer de ver! - Gabriel com seu incrível deboche, fala saindo diretamente da piscina, molhado e tatuado, um colírio para os olhos.
- Se esse seu amigo não fosse gay, não sei se teria maturidade de suportar uma amizade dessa, esse filho da puta é bonito demais. - Léo sussurra no meu ouvido, fazendo-me gargalhar.
- Posso saber o que os pombinhos tanto riem?
Antes que eu possa falar algo, Gab me pega pelo colo e pula comigo na piscina. Quando finalmente eu consigo absorver o que esse idiota fez, eu estou brava e querendo socar a cara dele.
- Idiota! Você quase me afoga! - Dei uns socos no braço dele, mas que só aumentou a minha raiva, pois ele só ria.
- Ai Sapequinha, você não desestressou todo esse tempo trancada lá em cima? Meu Deus! - Ele fingiu estar chocado.
Léo nos olhava com semblante indefinido, parecia que ele queria sorrir, mas ficou sério, pelo menos fingia. Enquanto isso, Rebeca estava vermelha de tanto rir da brincadeira do tio, não só ela, mas todos os presentes.
- Acabou a brincadeira duas criancinhas! Vamos Sara, você tem que se alimentar e Gabriel, ela tem uma criança na barriga, não pode se assustar. - Léo me deu a mão para me tirar da piscina, enquanto Gabriel reclamava ao meu lado, eu puxei Léo de uma vez, ele não esperava por essa e caiu na piscina de roupa e tudo, eu pelo menos estava de saída de praia e biquíni.
Absolutamente ninguém aguentou ver o poderoso chefão cair como um garotinho na piscina. Ele mergulhou e levantou fazendo cara de bad boy, mas não aguentou vendo todo mundo se acabar na risada e riu junto conosco.
- Estão muito engraçadinhos! Vamos ver quem derruba quem! - Eu e Gabriel gritamos, tentando correr mas não conseguimos, Léo era infinitamente mais rápido que a gente dentro da piscina. Logo ele me agarrou pela cintura e sinceramente, eu já estava morta de cansada e não relutei nenhum momento e atraquei na cintura dele com as pernas.
- Tentadora pra caralho! - Ele fala baixinho, os hormônios logo se agitam freneticamente.
- Acho melhor a gente ir almoçar. Não antes de eu te beijar todinho. - Digo dando-lhe vários beijinhos no rosto molhado, porra! Eu amo esse homem demais!
Saímos da piscina e eu tirei a saída de praia colocando o roupão felpudo e quentinho para me secar, Léo tirou a roupa molhada e vestiu apenas uma sunga preta, fazendo-me ficar ainda mais agitada. Por que ele tem que ficar tão bonito cada dia que passa? Enquanto eu, já estou com uma barriguinha saliente de três meses, bem grandinha para o tempo gestacional. Nos juntamos no deck maravilhoso, com churrasqueira, mesa grande grande, freezer e uma infinidade de coisas maravilhosas. Eu amo esse lugar, amei mais ainda saber que eu não vou mais viver com medo do tráfico, que poderemos criar nossos filhos com mais tranquilidade. Às vezes penso que tudo isso é um sonho, e tenho medo de acordar...
- O que foi princesa? - Léo me perguntou ao ver que travei por um breve momento.
- Nada...
- "Nada" não deixam as pessoas travadas.
- Apenas medo dessa felicidade toda acabar e...
Ele colocou o dedo nos meus lábios fazendo-me calar. Seus olhos olhos negros brilhantes me olhavam intensamente.
- Eu farei tudo para que essa felicidade nunca se acabe. Eu prometo... - Ele deu um beijo na minha mão.
- Mamãe, eu quero cair na piscina igual vocês. - Rebeca veio sentar-se no meu colo.
- É loucura do seu tio Gabriel minha filha.
- Ele é engaçado.
- E louco filha, muito louco. - Sorrio para ela.
O almoço ocorre no clima de descontração e amizade. Estamos todos alegres, sorridentes. Gabriel é o centro máximo da atenção com as suas palhaçadas. Totalmente oposto do seu namorado Carlos, meu Deus! Ninguém aguentaria dois Gabriel, então a vida se encarregou de presentear com um rapaz maravilhoso que é Carlos.
Depois do almoço seguimos para a piscina novamente, embora Léo quisesse me levar para descansar, Gabriel não deixou, óbvio que ele teve que nos constranger dizendo que tinha a noite toda para aproveitarmos.
Minha mãe se aproximou juntamente com Maria, pelo visto elas tinham se entrosado rapidamente, com elas uma jovem senhora, morena, cabelos curtos e óculos no rosto.
- Sara, essa é Eliz, ela é a babá que a agência mandou para nos ajudar cuidar de Rebeca.
Não sei explicar, mas gostei da mulher, ela tinha um ar alegre e maternal, tenho certeza que ela irá me ajudar a cuidar de Rebeca muito bem.
- Muito prazer Eliz, seja bem vinda. Te adianto que ela vai te dar um pouco de trabalho, ela tem muita energia. - Sorrio simpática.
- Será um prazer trabalhar para a senhora, vocês são muito alegres e receptivos. Sempre ouvi falar bem dos brasileiros. - Ela sorriu de volta.
- Pode me chamar de Sara.
- Eu não sei... - ela ficou tímida e eu a abracei, deixando-a um pouco molhada.
- Me desculpa em molhar você.
- Não dona Sara! Não se preocupe com isso! - Ela estava realmente feliz.
Após conversar um pouco sobre a rotina que eu tenho em mente para Rebeca, sobre horários, alimentação, brincadeira e óbvio o controle na internet, voltei para a barraca que Léo tinha armado para nos proteger do sol. Pelos deuses, ele irá me mimar com essa gravidez até o fim? Revirou os olhos e sigo em frente.
- Você acha que tem necessidade disso Léo? - Tento soar o mais doce possível.
- Esse sol escaldante, é um perigo para a sua pele branquinha e tem a Rebeca também, você vai querer que ela fique um "pimentão"?
Ele me desarmou na hora que falou da minha filha! Ele pensa em tudo! Às vezes é um pouco demais para mim. Solto o ar que estava preso e ele abre um sorriso, sabendo que venceu a primeira batalha.
- Acho que teremos que fazer algumas adaptações por causa das crianças, quero que eles tenham um espaço mais adequado e confortável para a idade. Essa piscina é muito funda, tem uma parte rasa é verdade, mas um passo em falso ela pode se afogar e não tem uma área legal para eles se divertirem quando quiserem sair da piscina. Mas tem essa ala a esquerda que a gente pode transformar em brinquedoteca...
- Léo! - O interrompo, meus irmãos estão todos boquiabertos.
- O que foi princesa? Eu pensei que a casa estava ótima para nós nos mudarmos, mas agora eu percebo que falta muita coisa para ela ficar excelente para a nossa família. Eu não quero meus filhos correndo perigo ou sem espaço para brincar.
- Você está surtado? - Ele nem ouve o que falei e continua falando como uma matraca.
- Tem um terreno ótimo para vender aqui no condomínio, se não tiver o tamanho que precisamos a gente pode comprar outro e construir a casa do nosso jeitinho, quem sabe teremos sorte de estar pronta até o bebê ...
Levanto-me de uma vez e fico na frente dele, segurando seu rosto com as duas mãos.
- Ei! Calma! Não precisa tudo isso, a casa é excelente, não quero me mudar. Se você acha necessário fazer outra piscina menor, eu não me oponho, até uma área de lazer, eu achei legal a ideia. Mas não precisa surtar, calma! - As pupilas dele estão dilatadas, mas eu continuo segurando seu rosto. Ele solta uma suspiro longo.
- E se eu não for um bom pai Sara? - Ele está inseguro? O homem que manda e desmanda no México está inseguro porque está formando uma família?
- Você já é um pai maravilhoso, a Rebeca te ama! - Ele ficou tenso e em seguida sorriu.
- Sério? - Meu homem estava como um garoto assustado.
- Seríssimo! Agora para de surtar e vai cuidar dela na piscina porque o Gabriel é doido de pedra, você sabe. - Ele sorri confirmando.
- Obrigado, eu te amo por você ser assim... tão maravilhosa!
- Olha que eu acredito.
- É a mais pura verdade. Agora eu vou pular na piscina porque essa sunga me deixa muito exposto. - Ele sorri e pula na piscina, nadando onde está Rebeca e os tios loucos.
Volto para a minha espreguiçadeira, e finalmente posso conversar com meus irmãos quase em paz.
- Tão bom ter vocês dois aqui conosco. - Começo olhando para os dois. Tão lindos, tenho certeza que o meu pai não tinha um pinto, e sim um pincel, meus irmãos são lindos demais. - Vocês cresceram tanto! Meu Deus! Vocês estão lindos!
- Não mais que você irmãzinha. - Os dois falaram juntos, eu senti tipo o termômetro de fofurice? Eu tive tão presa na minha bolha que não pensei nos meus irmãos, apesar de amá-los, eu não sei nada sobre a vida deles.
- Eu... - Baixo a cabeça sem saber por onde começar. Eles pegam nas minhas mãos.
- Não se sinta culpada Sara. Você foi vítima de um marido psicopata, e passou a vida inteira sofrendo e em seguida fugindo, nós dois éramos adolescentes, mais preocupados com a balada, e nos nossos próprios problemas que não percebemos a gravidade da situação. - George Neto fez uma pausa, e me olhou intensamente com aqueles olhos verdes intensos, cabelos ruivos, meu irmão parece um lorde inglês, lindo e educado. - Eu quero que saiba que estaremos sempre juntos, eu não quero nunca mais me distanciar de você, aliás, de nenhuma de vocês.
As lágrimas caem, porra! Meu irmão é foda! Não é mais aquele garotinho marrento e mimado de dezenove anos quando eu me casei. Hoje ele tem vinte quatro e Mary vinte dois.
- É tão bom ouvir isso de você Neto... eu senti muita falta de vocês. Eu não sei nada sobre vocês, seus gostos, em que se formaram, se tem namorados...
Mary abre um sorriso de orelha a orelha.
- Neto tem contatinho de A à Z. Quero ver como ele vai se virar com as mexicanas.
- Eu falo espanhol fluentemente tá? E eu já vi cada beldade por aqui ... - Ele balança a cabeça, levando um tapa leve da minha irmã caçula.
- Deixa de ser escroto!
- Por que? Eu nunca iludo as garotas! Uma noite e nada mais. Sou sincero com elas, sou jovem e não quero me prender.
Revirou os olhos, por que os homens são tão previsíveis? Chega a dar raiva!
- Você é um idiota! - Fico contemplando a discussão dos dois.
- Eu? Idiota é você, com vinte e dois anos e ainda é virgem! Daqui a pouco vai virar uma aberração. - George revida, deixando Mary corada e sem voz e a mim completamente surpresa.
- Sério? - murmuro.
- Eu não sou uma aberração! - El está muito constrangida.
- Claro que não Maninha. Seu corpo, suas regras, se você acha que não é a hora, e está esperando o cara certo, você tem razão. Se quiser também dar essa periquita para quem quiser, adoidado, também não tem problema. Eu irei te apoiar.
- Sara! - Os dois falam juntos assustados.
- Qual é? Você tem que aprender a respeitar Mary , senhor George Neto! - Ele me olha sem graça. - Mas só posso te dizer uma coisa mana, depois que você tirar seu lacre, nunca mais vai querer ficar sem sexo! É deliciosamente viciante. - Falo revirando os olhos.
- Porra Sara! - George reclama.
- Claro! Só você que é o fodão da família é? Eu fodo, e fodo muito! - Friso bem a palavra muito. - Eu sou safada, e Mary é virgem, não passa de uma idiota? Fala sério né irmãozinho! Abra sua mente, machismo não cola. - Reviro os olhos, não vou aceitar meu irmão ser um macho escroto.
- Eu amei Sara! - Mary sorrir pela primeira vez com vontade, os olhos claros contrasta com a pele bronzeada, dando uma beleza exuberante a minha irmã caçula.
- E então, vamos pular o quesito sexo, já que descobri que meu irmão é um galinha e a minha irmã é lacrada. - Não consigo conter o riso, deixando-os envergonhados, mas mesmo assim eles sorriem. - Vocês já se formaram?
- Eu sou recém formado em direito, seu noivo está arrumando as Documentações e eu em breve serei o advogado mais bem sucedido do México. - Meu irmão tem a autoestima elevada ao cubo, não é normal esse ser.
- Eu estou cursando medicina, estou no oitavo semestre, seu noivo também está arrumando as documentações e em breve eu vou retornar à faculdade.
- Ele tem um hospital sabia? - Eu conto e Mary arregala os olhos incrédulos.
- Sério?
- Seríssimo. Eu achei uma estupidez quando ele me contou, quem em sã consciência compraria um hospital, não entendendo nada sobre a medicina ou administração hospitalar, mas agora eu vejo um ótimo negócio, tendo em vista que a minha irmãzinha será médica.
- Isso é excelente Sara! - Eu vou estagiar imediatamente, eu estou nas nuvens! - Ela batia palmas de alegria. Linda!
- Eu espero que vocês não tenham planos de mudança.
- Bom, Léo pediu para que ficássemos um tempo aqui para que você se sentisse mais em casa, acolhida... no começo eu achei uma babaquice, mas depois que te vi e agora que vimos o tanto de tempo que perdemos, eu acho que ele tem razão. Passaremos um tempo aqui, mas não muito longo, eu quero ter meu apartamento, minhas coisas, minhas gatinhas....
Vejo os olhos de Mary revirar.
- Pervertido!
- O amor de vocês me comove, sério mesmo! - Sorrio, e os abraço. - Obrigada por terem vindo, e eu espero que passem sim, um bom tempo conosco, eu quero tê-los perto sempre, vamos prometer nunca mais, nada, nem ninguém nos afastar?
- Prometemos irmã! - Os dois falam juntos, eles são tão íntimos, me sinto um pouco excluída, mas farei tudo que estiver ao meu alcance para ficar cada vez mais próxima deles. Olho para a piscina e vejo meu homem nos olhando, ele dá um sorriso encantador, eu devolvo e sussurro bem devagar pra que ele leia meus lábios.
"Obrigada por tudo! Eu amo você."
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Capítulo 90
- Estamos prontas! - Minha mãe e Maria já estavam nos esperando para a consulta do pré-natal.
- Eu tabem vou! - Rebeca desceu as escadas rápido, segurando o corrimão.
- Cuidado Rebeca. Vou esperar você. - Meu Deus! A família toda vai a consulta.
Enquanto vejo minha filha descer, sussurro no ouvido de Léo:
- Você não acha que estamos levando muita gente para uma simples consulta?
- Simples consulta? Nós teremos a primeira imagem do nosso bebê! Eu queria que todos que amamos pudessem estar presente. - Ele continua falando baixinho, para que somente eu escute. - E além do mais minha princesa. - Ele continua falando, agora beijando minha nuca. - Eu sou o dono do hospital, esqueceu?
- Oh claro! Esqueci que a vossa majestade é dono de quase todo México! - Falo com descaso.
- Eu só quero mesmo ser dono do seu coração. - Eu o amo, ele ainda ajuda com esse romantismo dele.
Abaixo-me para pegar Rebeca, mas claro, antes que eu a pegue, Léo é mais rápido e a pega antes de mim.
- O papai é o mais forte e mais rápido! - Ela fala sorrindo enquanto Léo a levanta no alto, arrancando o sorriso mais lindo do mundo.
- Agora entendo quando sua mãe dizia que você é a dona do seu sorriso mais lindo. Você acaba de ser a dona do meu melhor sorriso, Sara acaba de ser rebaixada para a segunda posição.
Me junto a eles, abraçando-os revezando beijos entre um e outro.
- Não me importo, já que estamos empatados.
É nesse clima que todos nós partimos para o hospital. Dois carros fazem a nossa segurança discretamente, não acho que precise de tanto, mas acredito que Léo deve ter grandes desafetos, além é claro de ser um bilionário famoso, com certeza ele deve prezar muito pela sua segurança. Acho que os planos para ter uma vida normal, devem ser guardados para a próxima vida quem sabe...
Passo a mão site meu ventre, minha barriga está tão grandinha... será que o bebê é grande? Ou talvez por ser a segunda gestação... não sei. Só espero que possamos ser felizes, que o nosso "felizes para sempre" esteja realmente acontecendo.
Olho o céu azul, límpido, sem nenhuma nuvem. No painel do carro marca quase trinta graus, e ainda é cedo da manhã. Um dia lindo, para pensar somente em coisas boas, não sei se isso é bom ou ruim, o fato é que eu não consigo me apegar em coisas ruins, eu sempre tento esconder o sofrimento e absorver apenas coisas boas. Pelo menos tento...
Parece que ele percebeu que eu não estava totalmente a vontade, colocou a mão na minha coxa desnuda e falou baixinho.
- Eu amo quando você se veste de vermelho. - Pegou minha mão e beijou.
- Acho bom você prestar atenção no trânsito, não queremos que aconteça nenhum incidente. - Minha mãe alerta, ele dá o último beijo e coloca minha mão de volta ao lugar.
Até chegarmos ao hospital, ouvimos Rebeca tagarelar durante todo o caminho. Ora ela dizia que queria uma irmãzinha, depois mudava totalmente de opinião e dizia que queria Um irmãozinho, pois não queria perder seu posto de princesinha da família. Bom, acho que teremos que trabalhar bem esse lado, caso seja uma menina.
Chegamos no hospital, que diga-se de passagem era lindo, todo de vidro, e vários andares, não deu para contar quantos eram exatamente, pois fiquei encantada com o letreiro lindo com o sobrenome Martínez. Entramos pela porta da frente, pelo visto todos os funcionários já conhecem Léo, pois os olhos arregalam-se, alguns ficaram nervosos, mas devo dizer que as mulheres ficaram agitadas. Passo os olhos na recepção e mais parece um casting de modelos! Sempre vi pela televisão algumas novelas mexicanas, e via o quanto elas eram lindas, mas olhá-las de perto era ainda mais surpreendente.
- Bom dia, temos hora marcada com a doutora Rockebach.
- Oh sim, claro! Bom dia Senhor Martínez, vou verificar para o senhor. - Ela disca o teclado do telefone sem tirar os olhos de Léo. Aquilo realmente estava me irritando, que falta de ética. O Léo é lindo? Sim, mas para isso existe profissionalismo, coisa que essas "moças" não tem.
Inquieta atrás dele, seguro na mão de Rebeca, e os óculos escuros não permitem que elas vejam o quanto estou mordida de ciúmes.
- A consulta é para quem senhor Martínez? - A morena exibe o sorriso digno de comercial de creme dental.
- Sara Martínez. - Ele responde, fazendo o sorriso da mulher murchar de uma só vez.
- Oh sim claro.
Ela continua falando ao telefone agora sem graça e em seguida nos diz o andar e a sala que Olívia está nos aguardando. Meu sorrisinho de vitória ainda é visto pelas recepcionistas, é infantil? Sim, mas porra! Ele me desperta um turbilhão de emoções que muitas vezes eu não sei lidar.
O sorriso some assim que entramos no elevador. Ele tenta me agarrar, mas eu impeço, abraçando Rebeca. Ele olha sem entender, mas Maria é a minha mãe sorriem discretamente, sabendo que eu não estou nada contente.
Ao chegarmos na sala de Olívia, sua secretária anuncia e uma técnica nos leva para a sala de ultra-sonografia, ela me prepara para o exame, deixando livre a pequena bolinha no meu ventre exposta. Rebeca nos enche de pergunta, a curiosidade está a mil por hora.
Olívia entra com um sorriso contagiante no rosto, não é de admirar que Amadeo esteja de quatro pela médica, ela é linda, linda de morrer.
- Se não é meu casal favorito do México! - Ela entra já com seu habitual bom humor.
- Pensei que já tínhamos sido provido! - Léo brinca de volta.
- É verdade! Meu casal favorito de toda a América!
- Melhorou um pouco.
- Como vai nossa gestante? Preparados para conhecer o novo membro da família? - Ela fala puxando a cadeira e sentando-se ao meu lado.
- Com certeza! Mas Olívia, já dá para saber se é menino ou menina? - Léo está morrendo de curiosidade.
- Com esse tempo de gestação ainda não, mas tem exames de sangue que nos permite saber o sexo do bebê.
- Eu prefiro ver pela ultrassom. - O papai do ano apressa-se em dizer.
- Então teremos que esperar até a próxima consulta. Se ele tiver numa boa posição, certamente conseguiremos ver. Agora vamos começar a ultrassom, iniciar todos os exames necessários, pois está um pouco atrasada no pré-natal.
- Besteira, as mulheres da minha cidade pariam sem sequer terem ido ao médico uma vez sequer. - Maria interrompe a médica, tentamos esconder o sorriso, mas é claro, sem êxito.
- Os tempos mudaram, e a criança vive numa cidade grande, precisamos monitorar para que ela nasça forte e saudável. - Olívia responde muito educada.
Ela passa um gel gelado na minha barriga, e em seguida passa um aparelho por ela, fazendo o som de um rápido coração ecoar por toda a sala.
- O que é isso mamãe? - Rebeca pergunta um pouco assustada.
- É o coraçãozinho do seu irmãozinho ou irmãzinha. - Olívia responde.
Todos nós olhamos para o monitor e a imagem do bebê aparece na tela, um pouco imprensado pelo o que pude ver.
- Que lindo! - Léo exclama apertando minha mão.
- Opa! Parece que temos uma surpresinha aqui! - Olívia o aparelho do lado direito para o esquerdo e o meu coração esfria ao constatar a surpresinha na qual ela se refere.
- São gêmeos.... - Falo num sussurro, minha pergunta soa como afirmação.
As mãos de Léo ficam geladas e suadas no mesmo momento em que os meu olhos estão fixos no monitor! Meu Deus do céu! Gêmeos!!! Eu sinto que vou surtar em três... dois... um...
- Eu não estou me sentindo bem... - é tudo o que consigo falar antes que a minha vista fique turva.
- Calma Sara, por favor não passe mal. São dois bebês e... - Ela faz uma pausa que faz meu mundo parar mais uma vez. - São bivitelinos.
Todos na sala estão surpresos e absurdamente calados, até Maria falar.
- eu falei que eram gêmeos, lembra Sara? Lá na cozinha de Acapulco?
Claro! Agora eu lembrava perfeitamente, mas tantas coisas tinham acontecido depois daquela conversa que sinceramente, ela tinha ficado arquivada no fundo da minha memória, agora quando Maria falou, tudo voltou à tona! Mas eu não conseguia abrir a boca para gesticular alguma coisa.
- O que é gêmeos? - Rebeca pergunta. Acho que ela nunca teve contato com crianças gêmeas.
- Que a sua mamãe tem dois bebês na barriga dela, e agora você irá ganhar dois bebês ao invés de um. -Maria responde e eu continuo imóvel olhando para o monitor.
- Tem casos de gêmeos na família de algum de vocês? - Olívia pergunta.
- Na família da mãe do Léo tem. Um não, vários casos. - Maria não consegue esconder a felicidade da descoberta.
A médica continua o exame, e fala outro monte de coisa que sinceramente eu não prestei atenção em nada. Eu apenas me vejo presa na informação "grávida de gêmeos", enquanto eu penso em mil e uma coisas ao mesmo tempo numa velocidade extraordinária, sinto uma lágrima quente molhar minha mão, viro o rosto para Léo e ele está simplesmente hipnotizado olhando para o monitor, olhando nossos filhos e chorando como um bebê. Ele entrou bagunçando minha vida de todos os modos, mas posso dizer que a dele também virou de ponta-cabeça. Agora Leonardo Martínez vai ser papai de gêmeos.
Ele beija minha mão, ainda muito emocionado sussurra, com a voz rouca de quem quer controlar a emoção.
- Obrigado meu amor, foi o maior presente que eu já ganhei...
Não precisa dizer que eu fiquei sem fala com as palavras dele, não pude falar nada pois a emoção estava aflorada em todo meu ser, virei nossas mãos e beijei a sua e murmurei um "eu te amo".
Depois de algum tempo medindo, e explorando todas as imagens retiradas da ultrassom. Olívia pede para eu me vestir e em seguida ir para o Consultorio dela. A técnica me limpa, eu arrumo minha roupa, não antes de Léo se ajoelhar na minha frente beijar meu ventre. Sorrio tão boba com essa demonstração genuína de amor.
- Parabéns minha filha, não tenho dúvidas que você será uma mãezona.
- Eu estou com medo mãe. - Declaro enquanto estou abraçada a ela.
- Não tenha, você tem um homem que te ama incondicionalmente é uma família pronta para te ajudar.
Ela me acalma com um abraço apertado e sereno, afagando meus cabelos, me sinto feliz, mas ao mesmo tempo impotente com essa notícia.
- Essas crianças...
- Não Maria, por favor, não me tenha outra "revelação"! Chega por hoje! - Falo antes que ela termine de falar.
- Eu só ia dizer que elas vão nascer com muita saúde. - Ela sorri e me abraça forte.
- Obrigada por tudo Maria...
Rebeca já está cansada do local, reclamando de tudo, acho que a minha princesinha ficou u pouco enciumada com a notícia. As duas mulheres decidem voltar para casa, com a promessa de fazer Rebeca se divertir bastante na piscina. Nos despedimos delas, que saem sorridentes com a novidade, um dos seguranças já aguardam-nas lá embaixo. Entramos na sala de Olívia que está mexendo no computador, ela sorrir quando entramos.
- Os papais mais lindos do ano. Eu já imagino a beleza dessas crianças. Bem que poderia ser um ruivo e um moreno. - A fala da médica nos faz rir e me lembra da conversa que tivemos no sítio da vovó.
- Ainda estou em choque Olívia, tentando absorver essa novidade.
Ela olha fixamente para mim, seu sorriso é tão reconfortante, me transmite uma sensação de paz.
- Eu tinha uma leve suspeita, lembra quando passou mal em Sydney? Eu fiz a ultrassom e desconfiei, mas como estava muito no comecinho eu não quis te assustar.
- Com certeza eu teria morrido se você tivesse me contado.
- Eu imagino. - Léo ficou desconfortável na cadeira, era um assunto que ele não gostava de abordar com outras pessoas, ele se sentia mal e envergonhado.
- O passado ficou para trás. Eu só quero te dizer Sara, que curta a sua gravidez, os três primeiros meses já se passaram e o risco de aborto espontâneo diminuíram. No entanto, uma gravidez gemelar,envolve um cuidado bem maior, mais consultas, exames, nada de esforços desnecessários e algumas atividades físicas que não envolva nada pesado. Pois não queremos que essas crianças nasçam antes do tempo.
- Ela tem que ficar em casa? Sem se irritar...
- Ela não vai ser uma prisioneira, eu irei recomendar algumas atividades que a deixarão mais dispostas. Eu não quero te assustar, mas quando esse barrigão começar a esticar...
- Pelo amor de Deus! Não quero pensar nisso agora. - Corto a conversa na hora. Lembro como foi desconfortável os últimos meses de gravidez da Rebeca, imagino agora com dois!
Depois de mais algum tempo na sala de Olívia, ouvindo algumas recomendações, nos despedimos, não antes de marcar um jantar no final de semana. O convite é óbvio,foi estendido para Amadeo, deixando a médica corada.
Saímos abraçados e felizes do consultório, meu coração ainda estava assustado e cheio de medo. Não sei se darei conta de três crianças e um marido, tenho medo de não aguentar, e se ele perder o interesse por mim? E se eu ficar feia, cheia de estrias e ...
- O que essa cabecinha está pensando? Posso ver a fumaça saindo dela. - Léo fala ao meu ouvido quando descemos o elevador.
- Medo...
- Eu sempre estarei ao seu lado Sara, agora mais do que nunca. Se eu já te amava mais que tudo nessa vida... depois dessa notícia eu sinto que morrer de tanto amor e felicidade. Me sinto o homem mais feliz e realizado do planeta.
Ele fala tão bonitinho, eu até acredito, levanto a cabeça para encarar seu rosto lindo.
- Sério? - Ele confirma com a cabeça. - E se eu ficar gordinha, cheia de estrias e celulites, cabelos bagunçados porque cuidar três crianças envolve um trabalho terrível. - Ele sorrir pra valer.
- Você é tão boba... claro que eu amo seu corpo, foi a isso que despertou o meu desejo no primeiro momento. Mas hoje Sara, eu vejo em você muito mais que um rosto e corpo espetacular.
- espetacular foi ótimo...
- Mas melhor ainda é todo esse sentimento que nem eu mesmo consigo explicar ou entender, que sinto por você. Vai muito além de beleza física, que eu poderia encontrar em muitas mulheres... eu amo você numa intensidade tão louca, que vai muito além da questão carnal, eu sinto como se eu tivesse preso a você... e é uma prisão tão boa.
Meu coração bate tão forte, que eu juro que consigo escuta-lo.
- Sério?
- Seríssimo dona Sara. Mas se te incomoda tanto a questão física, eu posso mandar fazer cirurgia plástica em você. - Ele fala sorrindo. - Mas eu acredito que tudo tem seu tempo. E que você ficará ainda mais incrível depois da gestação.
Encosto minha cabeça no seu peito e o aperto.
- Obrigada meu amor... eu te amo.
Ele ainda está agarrado comigo quando saímos do elevador, todos os olhares voltados para nós. Léo fazia questão de me abraçar até a saída do hospital, isso fez com que eu me sentisse mais segura.
Todo meu sorriso se desfez quando ao chegarmos no estacionamento encontramos um motoqueiro que atraia os olhares de todos que estavam chegando para pegar seus automóveis, pois já era a hora do almoço, ao tirar o capacete, o susto foi ainda maior, era nada mais, nada menos que Oliver Hockenbach, em carne e osso e beleza pura...
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Surpresa, amanhã tem dois capítulos para o final, amanhã postaremos para vocês
😱😱😱😱assim meu ♥️não aguenta
ResponderExcluirLinda história 😙😙😙😙😙😙😙
ResponderExcluirÓtimo, lindooooo
ResponderExcluir🙃😃
ResponderExcluirAí meu Deus achei maravilhoso amei
ResponderExcluirAmando
ResponderExcluirNossa, assim morro de vontade de ler mais e mais,amo tanto esse conto, que meu coração vai ficar em abstinência,e até quando????
ResponderExcluirAmei muito
ResponderExcluir🤔😘
ResponderExcluirEstou ficando cada dia mais curiosa pra ver o final
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