Conto Erótico - A luz do seu olhar - Capitulos 43 e 44 (FINAL)

A Luz do Seu Olhar ( Parte 2 )

Autora: Lara Smithe

Capítulo 43

Alejandro

O céu de Alejandro Ortega.
Estar em um consultório médico, onde sou o único homem completamente transtornado e visivelmente apavorado, não é nada tranquilo. Para onde eu olho só vejo mulheres com suas barrigas enormes. Não nego, fico apreensivo. Como minha Pequena Estrela se sentiria quando estivesse tão redonda e pesada como aquelas mulheres? Puta merda! Elas pareciam tão felizes e confortáveis, então deve ser só impressão de principiante, eu e ela vamos passar por isso numa boa... Será? Minha pequena está serena, nem de longe se parece com aquela menina com cara de sapeca e petulante, agora ela tem carinha de mãe ‒ acho que todas as mulheres mudam quando se tornam mães. Dá até inveja da sua autoconfiança, ela bem que poderia passar um pouquinho para mim. A recepcionista nos chama. Vacilante e trêmulo, lá vou eu arrastado pelas mãos seguras da minha supermulher. A Dra. Giovana é uma jovem senhora que aparenta ter uns 40 anos. Será que não é jovem demais para colocar meu filho ou filha no mundo? Bate a insegurança. Quando liguei para cá, pedi uma médica experiente, e não uma estudante de obstetrícia, e agora? Dou meiavolta e marco outra consulta ou pago para ver? A ajudante da médica leva as duas pessoas mais importantes da minha vida para outra sala. Três minutos depois, estavam de volta, minha pequena já havia mudado a roupa, agora veste um camisolão branco.
Dra. Giovana pede para que a Estrela suba na balança, anota o seu peso e faz algumas perguntas, tudo é anotado em seu tablet. Minutos depois, afere sua pressão e em seguida manda que se deite na maca. A médica confirma que minha Estrela está grávida de seis semanas, e a data prevista do parto será na primeira semana do mês de junho de 2017, entre as datas seis e dez. Por que ela foi estipular uma data? Agora sim que a minha vida, a partir de agora, será controlada por segundos até junho chegar. Fazendo meus cálculos, pelo o que a médica explica sobre a concepção, cheguei à conclusão que sou foda demais, acertei no primeiro tiro, mirei certeiramente, e logo na nossa primeira relação sexual eu a engravidei. Não nego, fico orgulhoso pra caralho de mim.
No entanto, saber a data prevista do parto não é o fator emoção. A adrenalina sobe quando o ultrassom identifica o sonoro tumtum-tum-tum... Puta merda! É algo indescritível, fico com tanta vontade de chorar! Isso só não acontece porque estou diante de duas mulheres e seria esquisito um homem do meu tamanho chorar feito um bebê. Nós vimos nosso filho ou filha. Bem, eu confesso que não consigo distinguir nada do que me é mostrado, o que vejo é uma mancha branca e algo se movendo e fazendo barulho, mas a Dra. Giovana afirma que aquele pontinho branquinho é o nosso bebê. Lá está ele, eu o fiz junto com ela, uma pessoinha feita por nós dois. Em breve vou escutá-lo me chamar de papai... Paipai... puta merda! Eu sou pai, caralho!
Eu não sei como os outros homens se sentem em uma hora dessa, posso falar por mim: era a porra mais louca do mundo. Agora minha ficha cai e a responsabilidade pesa. Minha família está se formando, eu, ela e ele... Inferno! É, senhor Jeremiah, o que o senhor diria a mim se estivesse aqui? Certamente diria isso: Não tenha medo, filho, enfrente esse desafio com coragem e divirta-se. A consulta termina, e assim que chegamos à recepção, marcamos a próxima para o próximo mês. — Alejandro — estou ligando o carro quando uma vozinha melosa me chama. — Oi, amor — olho para ela ligeiramente, enquanto faço a curva para seguir em frente com o carro. — Como consegue ficar tão calmo? Você já entendeu o que está acontecendo conosco? Seremos responsáveis por outra pessoa, você sabe o que isso significa? Continuo dirigindo. — Quem lhe disse que estou calmo? Eu não estou. — Sou sincero — Estrela, estou apavorado, mas juntos conseguiremos, com você ao meu lado eu posso tudo, até ser pai. — E eu... — sua voz soa insegura — será que serei uma boa mãe? Bebês não são bonecos, eles são de verdade, não sei se serei capaz de fazer isso. Paro o carro no acostamento, solto o meu cinto e o dela. A trago para o meu colo, seguro em seu queixo, beija-a primeiro, depois firmo meus olhos nos dela, que parecem inseguros.
— Você será a melhor mãe do mundo e a mais linda também e a mais amada, desejada, a supermãe, e se alguma coisa der errado no meio do caminho, eu — aponto para mim —, o seu marido, desvairadamente louco por você, estarei ao seu lado, pronto para colocá-la nos braços e mimá-la — pisco um olho e sorrio — Tudo certo agora? Seu rosto se ilumina com um lindo sorriso. Ela ri e me beija uma vez, depois outra vez, outra vez e outra vez. Passo os braços em volta dela e a puxo para mais perto, e sou beijado do jeito que só ela sabe me beijar. Estávamos bem, estávamos felizes. — Obrigada, senhor meu marido sincero. Eu te amo. — Ela cochicha as palavras finais. Eu sou a porra do homem mais sortudo da face da terra.
Desde o terceiro mês de gestação, tentamos descobrir o sexo do nosso bebê. Estamos no consultório da médica, esperando sermos chamados. Estrela em seu oitavo mês de gestação. Sua barriga está enorme, e como sempre, em todas as consultas pergunto a médica se há só um bebê ali dentro, e ela sempre ri e confirma: — Alejandro, eu tenho certeza absoluta que só há um bebê aí dentro. Não se preocupe. Minha Pequena Estrela está uma grávida muito linda, o seu barrigão não lhe tirou os contornos, ao contrário; a gravidez, após o quinto mês, quando passou os enjoos, dores e todo o desconforto, deixaram-na muito mais corada e com uma disposição que me derrubava. Ela ficou com um apetite sexual que, às vezes, eu precisava pedir uma pausa. Havia dias ‒ quase sempre ‒ em que eu era acordado na madrugada, com mãos e boca percorrendo todo o meu corpo. Fazíamos amor mais de quatro vezes ao dia. Ela ligava para a empresa, chamando-me urgentemente, e quando eu chegava em casa sempre tinha uma surpresa em nosso quarto. Pronto, lá se foi a minha manhã ou minha tarde de trabalho. Saio dos devaneios ao ouvir o nome dela ser chamado pela atendente. Ela me olha apreensiva, e a ajudo a se levantar. Estrela precisa de ajuda para sentar, deitar e se levantar ‒ sinceramente, eu adoro isso. Ela é minha razão de ser, e só por saber que ela precisa de mim, tanto quanto eu preciso dela, é maravilhoso. Dra. Giovana nos recebe com um sorriso no rosto. Lá vamos nós para todos os exames de rotina, e como sempre, tudo está em perfeita harmonia. Ela manda a Estrela deitar-se na maca. Estamos nervosos, pois a expectativa de ver o sexo do nosso bebê é enorme. Ele não para quieto, se move dentro de Estrela feito um peixinho no mar. Lembro-me que quando encosto na barriga dela, seja minhas costas ou minhas mãos, sempre recebo chutes. Amo essa sensação de sentir o meu filho ou filha reagindo ao meu toque, meu coração palpitava de felicidade. Dra. Giovana faz de tudo para que possamos ver o sexo dele, mas não adianta; nosso bebê não se parece em nada com o pai nem com a mãe, ele é tímido pra caralho. — É, papai e mamãe, eu fiz de tudo para vocês verem o sexo do seu filhote, mas pelo visto, o príncipe ou princesa não quer nos mostrar suas partes íntimas, acho que quer deixar para o gran finale. Ela nos diz que a gestação está perfeita, Estrela está exatamente com 32 semanas, a segunda semana do oitavo mês, e o bebê tem 30 semanas de idade. Ele mede cerca de 42 cm e pesa aproximadamente 1700g. Os cinco sentidos do nosso bebê estão funcionando perfeitamente. Só de escutar isso fico feliz, pois isso quer dizer que ele está perfeitamente bem.  Agora é se preparar para a última consulta, que seria em duas semanas, fazer os últimos exames necessários e a terceira ecografia. Ela explica que, quando a gestação completar 36 semanas, o nosso filho poderá nascer a qualquer hora, portanto, é para já estarmos com tudo pronto caso precise correr para a maternidade. Nos ensina a acompanhar o passo a passo de cada semana e os sinais de um possível nascimento prematuro. Saímos do consultório felizes e preparados para tudo o que vier dali por diante. Eu sei que minha Estrela está pronta para me ensinar a ser o marido, companheiro e pai necessariamente só para eles. Olhando para ela, qualquer um dirá “frágil como uma porcelana”, mas não é; minha Estrela é uma rocha, muito mais forte do que eu ou qualquer outra pessoa que eu tenha conhecido. Essa moça de traços delicados e voz doce é a mulher que, com um jeitinho todo especial, soube me tirar da escuridão, reacendeu a chama do amor em meu coração e me mostrou que podemos ser felizes, mesmo quando todo o nosso interior está completamente destroçado ou completamente destruído. Ela me resgatou e me deu muito mais do que eu merecia. Passamos uma tarde deliciosa juntos. Ela me convenceu a fazer compras, queria me presentear, já que no natal não ganhei presente, pois ela estava com um terrível resfriado e não pôde sair para fazer as compras de natal. Aquele resfriado maldito derrubou minha pequena, ela mal conseguia se levantar da cama. Mas eu a levei para a casa de campo, eu e o Alfonso armamos uma enorme árvore de natal no meio da nossa sala e fizemos uma linda surpresa para Estrela. Infelizmente, o Lourenço foi para a Colômbia, passar as festas de final de ano com os filhos da Lorena. Foi um natal a quatro: eu, ela, Alfonso e o nosso bebê. Retornamos ao nosso apartamento já à noite. Encontro um bilhete do Lourenço, avisando-nos que passariam o final de semana fora. Eu sei bem o porquê dos dois sumirem todos os finais de semanas. Meu pai quer nos deixar a sós, já que minha fogosa mulher grávida não é nada discreta. Deixo Estrela na cobertura, ela me diz que quer ver o céu. Aproveito a sua tranquilidade e vou verificar alguns e-mails. Estou subindo as escadas em caracol, que dá acesso à cobertura, quando escuto uma música. Paro. Ela está cantando baixinho, com um inglês perfeito. Estrela está fazendo um curso de língua inglesa. Sorrio, pois conheço perfeitamente aquela música. "I'm a Mess”, de Ed Sheeran. Orgulho da minha pequena, ela é dedicada ao extremo. Sempre que pergunto como está o curso, ela sempre entorta a boca e me diz que nunca iria aprender a falar inglês, pois mal sabia falar o português, quanto mais uma língua embolada e doida. Eu ria, e sempre a incentiva dizendo que ela logo estaria falando fluentemente o inglês. E não é que a pequena petulante conseguiu? Subo as escadas sem pressa, pois não quero perder o show que ela está dando. Atravesso a grande sala como se estivesse pisando em ovos. Inferno! Por isso eu não esperava. Estrela está nua, deitada na espreguiçadeira. Quase engasgo e derrubo os dois copos com limonada que carrego nas mãos. — O que está fazendo, pequena petulante? — Inquiro. Coloco os copos na bancada que fica próximo ao bar. — Tomando banho de lua, senhor meu marido arrogante... — Responde e continua cantarolando, balançando uma das pernas para lá e para cá. — Eu li em algum lugar que o banho de lua faz bem ao bebê, e como a lua está tão linda e tão próxima, resolvi experimentar. — Aponta para o céu — Por que o senhor meu marido boquiaberto não fecha a boca e vem aqui fazer o mesmo? Ah! Antes fique nu, é bem melhor. Ela ri ao dizer a última frase. Começa a cantarolar o refrão da música.

 “See the flames inside my eyes It burns so bright I wanna feel your love Easy baby maybe I'm a liar But for tonight I wanna fall in love Put your faith in my stomach”

Desta vez ela olha por cima do ombro, e a luz do seu olhar encontra os meus olhos. Ah! Pequena petulante, você quer me provocar. O brilho da lua se reflete na água da piscina. Olho para cima enquanto me aproximo da minha linda mulher pelada. Ela combina perfeitamente com aquela paisagem, a lua e as estrelas. Retiro toda a minha roupa. Fico de frente para ela. Estou literalmente de cacete armado. — Jesus! Homem de Deus, o seu pintão cresce na mesma proporção que minha barriga, isso não é de Deus — sorrio torto, ela olha para o meu pau, admirada e boquiaberta. — Pintão! — Gargalho. Adoro quando ela se refere ao meu pau como pintão. — Ok, esse pintão pode crescer mais, quer ver? — Minha mão circula em volta dele e começa a movê-la para cima e para baixo, friccionando a cabeça melada com as pontas dos dedos. — Hummm! — Sibilo enquanto mordo o meu lábio inferior. — Isso é muito foda, amor. Faz novamente, assovia assim para mim, deixa ele bem durinho, amor... assim, olha — ela segura os seus mamilos duros e os fricciona, girando-os vagarosamente. — Hummm! Você gosta do que está vendo, meu marido safado?
Adoro isso nela, aquele jeito inocente com uma malícia tentadora. Chamo-a com o dedo indicador. Ela rasteja a bunda nua até a beirada da espreguiçadeira. — Chupe-me, me foda com sua boquinha gostosa. — Eu sou um sacana, adoro sacanagens na cama, e a minha pequena sabe disso. Ela lambe os lábios, segura meu membro com a mão e o acaricia, torcendo de leve. Quase empurro sua cabeça em direção a ele. Sem esperar minha ordem, ela o devora de uma vez, chupando-o profundamente, sua mãozinha trabalhando em minhas bolas e no períneo. — Caralho! Humm! — Silvo alto. Ela segura minhas bolas e as leva à boca, sugando tudo. — Porra! Estrela, você... você... está me matando.
Ela sabe me derrubar. Volta a boca para meu comprimento, mas não o engole completamente. Seus lábios cercam a cabeça inchada e a morde, chupa, lambe, sem desviar os olhos dos meus — Tesão! — Digo, rindo para ela. Suas mãos trabalham em minhas bolas. Fecho meus olhos quando ela me engole até o talo e suga tudo. — Inferno! Abro os olhos rapidamente quando percebo o vai e vem da sua cabeça. Ela está me fodendo com a boca. Sou levado ao clímax mais prazeroso que o sexo pode nos dar, impossível de descrever a sensação. Acho que os espasmos do meu membro em sua boca podem expressar um pouco do poder que ela tem sobre mim e o meu corpo. — Minha Estrela... você... ainda vai me matar de tanto tesão, caralho! Você faz muito gostoso, muito gostoso... — Entre gemidos ofegantes, retiro-me de dentro da sua boca e me ajoelho. — Deite-se, agora é minha vez de fazê-la sentir prazer. Levanto suas pernas e coloco cada uma em meus ombros. Beijo os lados internos das suas coxas, quando escuto um pequeno gemido mordo levemente. Adoro provocá-la, e eu sei como e onde tocá-la. Ela é minha melhor comida. Enterro meu rosto entre seus grandes lábios, saboreando cada pedacinho dela. Ela grita desesperada. Chupo o seu sexo com vontade destruidora. Eu a como literalmente. Estrela grita o meu nome quando o seu clímax explode. Minha cabeça é empurrada com força por suas pernas trêmulas. Goze, minha mulher, goze gostoso na boca do seu marido.
— Eu... te... amo — Diz ela, em êxtase quase enlouquecido. Levanto-me e vou até ela. A ajudo a subir um pouco mais na espreguiçadeira, ajeitandome ao seu lado. Me encaixo ao seu corpo. Encontramos outras posições para fazermos amor, a barriga de quase nove meses não nos permite peraltices. E a melhor posição para fazermos amor, é quando ela fica de costas para mim. Meu membro encosta em sua bunda, enquanto minha mão acaricia a sua barriga. Deixo-o entre as bandas da sua bunda. — Eu te amo, pequena, te amo muito — digo, com a boca colada em seu pescoço. Seguro os seus quadris e esfrego-me nela, fazendo o descarado do meu membro escorregar até a sua boceta. Ele é devorado por um calor enlouquecedor. Foder minha Estrela grávida é a oitava maravilha do mundo. — Pequena gostosa... — Ela é uma amante maravilhosa, e sabe me enlouquecer. Ela grita e rebola quando me sente latejando dentro dela. Seus gemidos roucos só me incentivam e ir e vir dentro dela com rapidez. — Está me sentindo todo dentro de você, meu tesão, está sentindo o meu pau pulsando, com fome de você? — Mordo sua orelha com os lábios. Ela rebola, empinando a bunda. — Mais rápido... enfia esse pintão todo em mim mais rápido, amor... Esfrego meu dedo em seu clitóris enquanto o meu membro entra e sai do seu sexo; ele lateja de tesão. Sua mão alcança o meu cabelo, e sou puxado para mais perto. Ela vira o rosto para mim, exigindo minha boca. Sou beijado com força quando nossas bocas se encontram, minha língua é sugada, igualmente como meu sexo é sugado pelo o seu. Enfio forte dentro dela. Estrela grita; ela está tão próxima do prazer quanto eu. Fazer amor com ela sempre é diferente, sempre é uma descoberta, ela sabe arrancar de mim prazeres desconhecidos. — Alejan... Alejan.... Eu... eu vou... goozaar! — Caralho! Escutar isso é como música para os meus ouvidos. Nossas bocas se encontram novamente, e os seus lindos olhos azuis encontram os meus. Puta merda! A luz do seu olhar me cega, as duas estrelas estão radiantes, elas estão refletindo a luz do meu olhar, revelando a força do meu amor por ela.
A explosão do nosso prazer é imediata, nossos tremores são conectados, sinto o aperto dos músculos internos da sua boceta em torno do meu membro. O meu prazer jorra dentro dela em jatos de amor. Continuo metendo com força dentro dela, e ela aceitando toda a minha brutalidade. Quando não aguento mais, quando minhas pernas começam a ficar com cãibra, desacelero. Aos poucos, a respiração dela vai acalmando e a minha também. Beijo seu pescoço e suas costas, enquanto minhas mãos acariciam sua linda barriga. — Você está bem? — Pergunto, depois de puxar a respiração para dentro dos meus pulmões. — Uhum! Estou uma bagunça, mas estou muito bem. — Pega uma das minhas mãos e a leva aos lábios, beijando-a.
— E o bebê, ele está bem? — Aliso sua barriga. — Nosso bebê está se acalmando, ele não entendeu nada, deve achar que estamos brincando de niná-lo. Acho que quando ele nascer vai sentir falta das brincadeiras repentinas de chacoalhá-lo várias vezes ao dia e à noite. Estrela solta uma gargalhada sonora. Rio também. Concordo com ela, o coitado do bebê não tinha sossego, sempre estávamos fazendo amor e bagunçando o cantinho dele. Ajeito-a em meu peito, ponho um dos braços embaixo da minha cabeça e a outra mão vai direto à sua cabeleira loira. Começo a escovar os seus cabelos com os dedos. Ficamos alguns segundos admirando o céu estrelado, até ela cortar o silêncio.
— Está vendo minha estrela lá em cima? — Ela aponta com o dedo para o céu. Fico quieto por um momento. — Humm! Aquela bem longe, ao lado de uma estrelinha menorzinha? — Sim... — Faz um muxoxo — Alejandro, você me disse que sua estrela havia explodido em mil pedaços, será que há alguma chance de ela ter renascido? Sorrio em silêncio, beijo sua cabeça e digo: — Está vendo aquela estrela maiorzinha, bem atrás da sua? — Aponto, segurando a mão dela com firmeza. — Aquela estrela é a minha, ela está cuidando da sua estrela e do nosso bebê. A estrelinha que está ao lado da sua... está vendo? — Alejan... — engasga — amo tanto você, sabia?
— Não mais que eu, meu amor. — Cruzamos os dedos. — Você viu? — Ela grita, apontando para o céu — Uma estrela cadente, faz um pedido, amor, anda! — Não foi uma estrela cadente, meu amor. — Claro que foi. — Não foi. — Afirmo. — Então foi um cometa, um meteoro...? — Não. — Sorrio e a puxo para mais perto. — Foi a Isabelle, despedindo-se de mim. — Estrela fica quieta. — Ela me disse, um dia, que sempre que sentisse a falta dela era só olhar para o céu, e a estrela mais brilhante seria ela. Ela estaria lá para cuidar de mim até quando eu encontrasse outra estrela. E eu já encontrei. — Viro-me de lado e a encaro. — Eu preciso mostrar uma coisa para você, espera aí, eu já volto. Levanto-me, a cubro com um robe, procuro minhas roupas. Visto minha cueca, depois pego minhas calças e me sento ao seu lado outra vez. Continuo segurando minha calça nas mãos. Baixo minha cabeça, não iria conseguir olhar para ela. Estrela se senta ao meu lado e me abraça. — Você quer me falar sobre a Isabelle, não é? — Assinto com a cabeça — Estou pronta para ouvir, eu sei que você ainda a ama. Olho para ela rapidamente, meus olhos estão marejados. O que eu tenho a falar é algo muito dolorido, mas que agora está em meu passado. — Estrela, por favor, só me escute, eu preciso muito pôr para fora o que está preso dentro de mim há muito tempo. Eu sei que depois que eu desabafar você vai entender. Você pode me escutar sem me interromper? — Sim, eu posso. — Ela murmura tristemente. — Meu amor, eu guardei esse objeto comigo desde o dia do acidente da Isabelle, ele se tornou uma parte de mim durante dois anos, foi o único objeto com o qual eu fiquei — enfio a mão no bolso da calça e de lá retiro o celular de Isabelle. — Deus, Alejandro! Esse celular é... da... — Sim, é o celular da Isabelle, ela estava com ele no dia do acidente... — minha garganta fecha. Me sinto tonto, lembrar tudo aquilo me faz muito mal, mas eu preciso continuar — A Isabelle sofreu muito antes de morrer, ela ficou me esperando, ela queria se despedir, mas... — engulo em seco, e uma lágrima desce por minha face — Como eu não cheguei, ela resolveu gravar a sua despedida. Durante esses dois anos, eu escutei a sua mensagem duas vezes ao dia, antes de dormir e ao acordar, às vezes ouvia mais de duas vezes. Mas agora eu não preciso mais ouvir, e antes de destruir esse celular, eu... — Não. — Ela me interrompe — Não, não, meu amor, essa é a única lembrança que você tem dela, eu não vou ficar com ciúmes se você quiser... — Escute-me, Estrela. — Eu a interrompo — Meu amor, eu amei muito a Isabelle, ela foi meu primeiro amor, você nem imagina o trabalho que a Isa me deu para conquistá-la. Eu me imaginava velhinho ao lado dela, cheio de netos e, quem sabe, bisnetos. Construí um futuro, sonhos, ela era minha felicidade, mas... ela se foi... — faço uma pausa
— Estrela... eu pensei que minha vida tinha se acabado quando ela se foi, eu só queria achar os culpados pela morte dela para dar um fim na vida miserável deles e depois acabar com a minha própria vida. Apoio os cotovelos nos joelhos e abaixo a cabeça, segurando a testa com as mãos. Fico ali, só respirando. Sinto uma mão alisar minhas costas. — Meu amor, isso já passou. Nós estamos aqui e vamos cuidar de você, eu e o seu filho. Olho para aquele rosto lindo e sorrio, mesmo entre lágrimas, eu sorrio. — Minha Pequena Estrela, deixei de querer morrer no dia em que a conheci. Mesmo não querendo acreditar, mesmo fugindo de você, eu não queria mais morrer, e em um piscar de olhos você se tornou o meu mundo, o meu melhor. Eu descobri que sempre há uma linda luz no fim do túnel; você é minha luz, você me salvou com o seu amor, é com você que eu quero ficar velhinho e ver os nossos filhos, netos e bisnetos crescerem felizes e cheios de amor, o nosso amor. Eu te amo com toda a força do meu coração. — Pego o celular e o ligo. — Esta será a última vez que escutarei essa mensagem, e vou escutar ao seu lado, vou guardar a lembrança da Isabelle aqui dentro — aponto para o meu coração — Ela foi o meu primeiro amor, mas você é o último e o mais maravilhoso amor. Você está aqui, e aqui para toda eternidade. — Aponto para minha cabeça e o meu coração, depois aperto o play da gravação. “Alejandro...Oi, meu amor... Não sei se estarei aqui quando você chegar, eu sei que você virá, e prometo que farei o impossível para esperá-lo, mas... mas... Deus! É tão difícil dizer adeus... Estou partindo, eu sinto isso. Não, amor, não sofra, não sinto dor, só frio, muito frio... Estou indo, não porque quero, porque foi preciso, mas... preciso que me prometa, você seguirá o seu caminho, será feliz por mim e por você. Meu amor, por favor, chore o quanto quiser, só não brigue com Deus, ele não teve culpa, isso tinha que acontecer. E se não quiser chorar, não tem problema, não chore, só não sofra por muito tempo, eu preciso sentir sua felicidade, meu... Meu amor, pre-preste atenção, sem-sempre que olhar para... para o alto, me encontrará entre as estrelas, estarei lá protegendo você. Alejandro, eu te amo, você me fez feliz, você me ensinou a amar e a confiar... vo-você me deu você, e se por acaso não nos falarmos mais, eu... eu estou te devolvendo, te devolvendo para ser feliz. Eu sei que você encontrará outra luz em outro olhar, e quando encontrar, por favor, não a deixe ir, agarre-a e seja feliz por nós dois... Alejan... Alejan... eu... eu... amo voc...” As lágrimas descem por meus olhos, e a minha Pequena Estrela soluça. Ela me abraça com tanta força, que eu sinto o seu amor transcendendo a minha alma. Não sei explicar, mas é algo tão acolhedor, como se minha alma flutuasse. Ficamos abraçados, chorando. Após alguns minutos, ela junta sua testa à minha e começa a beijar o meu rosto, limpando as minhas lágrimas com os seus lábios. — Eu te amo tanto, Alejandro Ortega. O amo tanto, que sou capaz de oferecer a minha vida por sua felicidade. Não sofra, meu amor, pois vê-lo sofrer me mata aos poucos... — Shhh! — A silencio com dois dedos em seus lábios — Eu a amo muito mais, você é minha outra parte que estava adormecida, você é meu presente abençoado por Deus, você e ele — ponho a mão em sua barriga — Já encontrei o meu caminho, encontrei você, por isso estou me despedido da Isabelle. Ela sabe que estou feliz, ela sabe que me reencontrei, ela se foi para me dar você. Estrela me cala com um beijo carregado de amor, sua boca devora a minha, suas mãos seguram o meu rosto com tanta posse que meu peito explode de felicidade. Naquele momento, ali, embaixo de um céu coberto de estrelas e uma lua cheia prateada, me sinto o homem mais amado e sortudo do mundo. Em uma maldita tarde eu perdi tudo, perdi até a vontade de viver. Meu mundo colorido ficou cinza, minha vida se transformou em um lamaçal. Pensei que nada mais importava, pensei que nunca mais sentiria amor. Como somos pequenos, como somos mesquinhos, como somos egoístas. A vida não acaba, ela apenas recomeça no mesmo ponto de partida. Numa bela manhã ensolarada, eu reencontrei um novo amor, um amor muito maior, um amor capaz de derrubar muralhas, um amor capaz de me devolver à vida e me mostrar que tudo é possível, mesmo que nos provem o contrário. Pego minha Estrela, a coloco nos braços e a levo para o nosso quarto. Fazemos amor novamente, e quando confirmamos o poder desse amor, dormimos abraçados, tendo a certeza de que esse amor é maior que tudo em nossa vida. Ela é minha estrutura e eu sou a sua rocha.
“Tu és minha fortaleza Minha rocha, meu tudo. Meu mundo, meu céu de uma única estrela.”


Cap 44 - Final

Estrela

“Quando olhei na luz do seu olhar, eu soube que você veio só para me amar. E quando a luz do meu olhar encontrou o seu olhar, ela expressou todo o amor que um dia sentiria por mim.”
Junho de 2017
Hoje, eu acordei com uma vontade louca de comer jaca. Sim; jaca. Alejandro quase tem uma síncope, pois ligou para todos os armazéns, supermercados, quitandas existentes em Lagoas e não encontrou a bendita fruta. Por sorte, o Lourenço conhece uma pessoa que tem um sítio nos arredores do subúrbio, ele ligou para o tal amigo, e ele confirmou que há uma jaqueira carregada de jaca. Lá se vão o meu marido apressado e o nosso pai quase sendo arrastado por ele. Fico aos cuidados do Alfonso e da Lorena. Ambos tentam me alimentar com salada de frutas e cereal. — Eu não quero, já disse. Eu quero jaca, estou salivando só em pensar na fruta. — Filha, você precisa comer alguma coisa até a bendita jaca chegar, bebe ao menos o suco de laranja. Lorena insiste. No entanto, só em pensar em comer outra coisa fico com vontade de vomitar. Dra. Giovana nos disse que esses desejos repentinos são normais no final da gravidez, e como eu não posso ficar estressada, o Alejandro faz todas as minhas vontades. Na noite passada, fiquei com vontade de comer doce de tamarindo. Para sorte do bebê, ele encontrou com facilidade em uma doceria perto do nosso prédio. Quando ele me entregou o doce, só comi uma colher de chá do doce, não quis mais, até o cheiro do doce me enjoava. Era sempre assim, meu desejo desaparecia na mesma proporção que surgia. — Alfonso, liga para eles, pergunte se já estão voltando. A vontade está me matando, estou ansiosa, nervosa e com uma vontade louca de chorar.
— Já liguei, Estrela, eles estão na metade do caminho. Se acalme, logo a sua jaca chegará. Alfonso é a paciência em pessoa, ele sempre segura o nervosismo do Alejandro, pois tem horas que ele fica tão fulo da vida com os meus desejos que sai de casa xingando Deus e o mundo, pois eu me recuso a comer qualquer outra coisa enquanto não matar a minha vontade. — Filha, eu fiz um suco de manga, beba um pouco. — Lore, eu não quero, eu quero jaca... — Ok, mas pelo menos beberique um pouco, só um pouco... Ela insiste, insiste tanto que eu resolvo acatar, pois se não fizer isso, ela trará todos os sucos que estão na geladeira. Assim que o líquido desce por minha garganta, vem a ânsia de vômito. Corro para o banheiro, coloco tudo o que eu tenho e não tenho no estômago para fora. Volto do banheiro com uma falta de ânimo e uma pequena dor nas costas e no baixo ventre. — Alfonso, corre, vá pegar o carro — Lorena fala para o Alfonso e vem correndo em minha direção — Estrela, respire lentamente e nada de pânico, vai ficar tudo bem. Olho para ela sem entender nada. Ela me pega com cuidado pelo cotovelo e por minha mão. — Lorena, foi só um enjoo. Eu disse que não queria o suco, não vou parir por causa disso. Ela continua a me guiar para fora do quarto, já com a malinha da maternidade e minha bolsa atravessada no seu corpo. — Filha, chegou a hora, se acalme, ok, respire, respire. Ela fala pausadamente, e aquilo me irrita. — Quer parar, Lorena, pare de me tratar como uma imbecil! Eu não vou parir, não sinto nada, posso até dar pulinhos se quiser — tento me soltar das suas mãos, mas ela não deixa. — Ok, já estamos próximos ao elevador, a essa altura o Alfonso já ligou para o seu marido e o seu pai. Se acalme. É o bastante para me deixar louca. — Lorena — grito — Eu não vou... — Sinto uma dor muito fina no baixo ventre, como uma cólica menstrual. Aperto os olhos com força e respiro fundo. — Filha, você não percebeu? Sua bolsa estourou, sua calça está toda molhada. Paro de andar e olho para as minhas pernas.
Ela tem razão, como não percebi? — Ai, meu Deus! — Entro em desespero, a empurro e me apresso para o elevador — Anda, Lorena, não quero que o meu bebê nasça em um elevador — Ela fica parada diante da porta, me olhando boquiaberta. — Mãe! Anda... vai querer fazer o parto do seu neto? Ela pisca os olhos rapidamente quando me escuta, entra no elevador e aperta o botão da garagem. Alfonso já está com o carro ligado, e assim que nos vê corre em nossa direção. — O senhor Ortega já está a caminho do hospital. Fique tranquila, meu sobrinho não nascerá no carro. — Ele diz, ajudando-me a entrar no carro. — Aaaai, meu pai! Que dor dos infernos! — Grito, quando sinto uma dor fina bem no baixo ventre — Desculpa, filho, mas precisei xingar... — Aperto a mão de Lorena e fecho os olhos com força quando outra contração vem — Aaaii! Depressa, Alfonso, antes que o bebê resolva nascer aqui! Chegamos ao hospital em quinze minutos. Antes de descer do carro, já escuto a voz do Alejandro. — Cadê a maca, mas que merda, a minha mulher vai ter um bebê! Ele grita com todo mundo, do segurança ao funcionário de limpeza. — Quer se acalmar, meu irmão!? Ela já está no hospital, agora é só esperar. Alfonso grita com ele. — Vou te dizer a mesma coisa quando você for pai, ok?
— Senhores, vamos nos acalmar. Estrela precisa de tranquilidade e não de homens querendo um engolir o outro. Dra. Giovana chega para botar ordem na casa, enquanto eu sou tomada por uma dor miserável. Só depois da chegada da médica que o Alejandro vem até mim e pega em minha mão. — Eu estou aqui, amor, não sairei do seu lado. — Minha vontade é de bater nele, mas a dor vem de minutos em minutos, e eu mal consigo respirar. — Ainda bem, pois eu pensei que o senhor ia ficar discutindo com todo mundo! — Ele ri torto, entende o que eu quis dizer. — Bem, Alejandro, o senhor vai ficar com os outros na sala de espera. Dra. Giovana diz, já empurrando a maca.
— Alejandro! — Grito, levantando a cabeça e o procurando. Ele corre até mim — Você vem comigo, ou não entro naquela sala. Seguro o braço dele com força e o puxo para perto, sinto o meu coração explodir. — Estrela, ele não pode entrar com você na sala de parto, são as regras do hospital. — Regras! — Alejandro esbraveja — Eu vou entrar nessa porra de sala e eu quero ver quem vai me tirar de lá. — Ele vai e pronto, ou não vou parir. Eu quero que ele seja o primeiro a ver o nosso bebê nascer... aaii! — Grito de dor — Vai nascer, amor, nosso bebê vai nascer... Alejandro fita a médica com fogo nos olhos, e ela entende o recado. — Ok, você vem. — Ela respira fundo e manda a enfermeira levar o Alejandro para se preparar. Não sei quanto tempo durou entre me prepararem para o parto e ver o Alejandro entrar todo vestido com roupas de médico ‒ ele ficou muito sexy vestido daquele jeito. Como eu posso ficar pensando em sacanagens com a dor que estou sentindo? — Aaaii! Meu Deus! Eu nunca mais quero parir novamente. Isso dói muuiito! Em instantes, o Alejandro está ao meu lado, segurando em minha mão e dizendo que me ama e que estávamos juntos nessa. — Alejan... — Eu o chamo. Não, eu grito o nome dele. Aperto os meus olhos com toda força, tentando fazer tudo ao mesmo tempo: fechar os olhos e respirar fundo. Acho que devo ter quebrado dois dedos do Alejandro, pois a próxima contração é a pior de todas. — Eu estou aqui, amor. Vai dar tudo certo, nosso bebê já está vindo, ele está vindo... Estrela... eu te amo. Ele se inclina e me beija. — Venha, Alejandro. Venha ver o seu bebê nascer. Ele está coroando, e com mais uma contração ele vem ao mundo. A médica o chama. Solto a mão dele e ele sai, inseguro, em direção à médica. Assim que o Alejandro solta a minha mão, vem outra contração e eu sinto um alívio. Toda dor e todo o desconforto vão embora, e segundos depois, eu escuto um choro... — Corte o cordão, Alejandro. — Não consigo ver nem sentir nada, só aquela emoção explosiva dentro de mim. Agora é tudo real, agora eu e ele éramos pais.
Em lágrimas, Alejandro vem até mim com um embrulho nas mãos. Só consigo ver duas mãozinhas se movendo, não há choro, só um barulhinho como um resmungo. — É menino ou menina? Com quem se parece, comigo ou com você? — Olho apreensiva para ele. Meu marido bobão não consegue parar de chorar, tampouco consegue falar. — Alejandro! — Chamo a atenção dele. Ele me olha e diz, movendo os lábios: “Eu a amo tanto, Pequena Estrela, obrigado” Ele me mostra o pequeno boneco embrulhado em um lençol branco. Olho para aquele pequeno ser nos braços do pai e fico o admirando. — Ele se parece com um bebê, como assim? Pensei que iria se parecer com você... Alejandro?
Meu marido está abobalhado com o nosso bebê nos braços, as lágrimas descem dos seus olhos feito cascata. Será que os homens se comportam assim mesmo? — Amor! — Ele nem pisca, fica olhando estagnado para o bebê. — Alejandro, eu vou morrer se você não olhar para mim. — Preciso fazer drama para ter um pouco da sua atenção. Finalmente, ele me olha. Com o olhar preocupado, coloca nosso filho perto de mim e beija meus lábios. — Ela é linda, meu amor. Ela é uma princesa igualzinha a mamãe dela. Agora eu vou ter que comprar uma arma, essa será minha prioridade a partir de hoje, pois não vou deixar nenhum moleque chegar perto da nossa princesa. Eu o beijo. Fico olhando aquele homem lindo, todo sorridente, com os olhos vermelhos e os lábios trêmulos. Ele será um pai perfeito, minha linda princesa será tão mimada e protegida quanto eu sou. O beijo novamente. — Ela é linda, amor. Nós a fizemos, somos os responsáveis por esta perfeição, nossa menininha, Alejandro, nossa adorável menininha... A enfermeira vem até mim e a toma dos meus braços. Alejandro olha para a moça com um olhar de bravo. — Desculpe, papai, mas precisamos pesar e medir sua princesa, e depois ela vai passar por uma avaliação, mas não se preocupe, logo, logo ela estará no quarto com vocês. Ela se vai, e sinto um vazio e uma vontade de chorar, mas assim que sinto o toque dos dedos de Alejandro em minha pele, me acalmo. Ele está ali, e eu sei que ninguém, em sã consciência, ousaria chegar perto nem de mim e nem de nossa filha. Dra. Giovana pede para o Alejandro sair e me esperar no quarto. Ele reluta, mas é convencido a ver nossa filha no berçário, só assim ele vai. Uma hora depois, entro em um quarto corde-rosa, com flores espalhadas e bichinhos de pelúcia antialérgicos por toda a mobília. Alfonso, Lourenço e Lorena sorridentes e o meu marido lindo ao meu lado, ele não solta minha mão. — Nossa neta é a menininha mais linda do berçário, e a mais comportada também. Enquanto os outros choram sem parar, ela permanece caladinha, só mexendo os bracinhos e as perninhas.
— Já mandei a roupinha dela — Alejandro fala, emburrado — Você sabia que nossa filha é a única menina do berçário? Ela estava lá, pelada, no meio de sete meninos. Não, não concordei com isso, já ia reclamar com a enfermeira, só fiquei quieto porque ela me disse que nossa filha já estava vindo para o quarto. Onde já se viu isso, deixar minha filha no meio de sete marmanjos. — Alejandro! — Ralho com ele — São bebês, eles não vão seduzir nossa filha. Nossa mãe de Jesus! Pare com isso! Ele entorta a boca, depois ri torto. — Depois de você, ela é meu bem mais precioso. São bebês, mas são meninos, e não quero nem saber, todo cuidado é pouco. — Concordo, irmão — Completa Alfonso — Tem todo o meu apoio, nenhum menino vai chegar perto da minha sobrinha. — Assino embaixo — Concorda Lourenço — Ora, onde já se viu, deixar nossa princesa cercada por marmanjos, mesmo que sejam bebês, eles são meninos. — O machismo reina nesse quarto. — Lorena se aproxima — Esperem ela crescer, só quero ver quando ela passar a perna nos três, vão se iludindo. Rimos ao mesmo tempo. Meia hora depois, uma enfermeira traz a nossa filha. — Boa tarde! Olha quem veio ficar com a mamãe e o papai. — Ela a colocou em meus braços — Sua filhinha é super saudável, nasceu com 2,950kg e 56cm. Ela é muito quietinha, uma verdadeira princesa. — A enfermeira se afasta e entrega um papel para o Alejandro. —
Aqui é o documento para o senhor registrar sua filha. Qual o nome da linda princesa? Todos olham para mim. — Então, minha Pequena Estrela, já sabe qual será o nome da nossa menina? Ficou acertado que se fosse menino eu escolheria o nome, e você o da menina. Sim, eu já sei qual seria o nome. Olho para o Alejandro e para o Lourenço. — Essa linda princesa se chamará Isabelle. — Estrela, você não... Alejandro engasga, e eu vejo os seus olhos marejarem. Olho para o Lourenço, e ele já está em prantos. — Nada mais justo do que eu dar o nome da Isabelle à minha filha — eu também fico emocionada, aliás, todos naquele quarto ficam emocionados, até a enfermeira, que não sabia de nada, fica emocionada. Fito meu marido com amor — Alejandro, a Isabelle me devolveu a visão, ela me deu você, me deu um pai, um irmão e uma mãe, e o resultado de toda essa doação está aqui em meus braços, então é justo que nossa filha receba o nome de Isabelle Oliveira Ortega... Não consigo continuar falando, pois, a emoção toma conta de mim, e o choro vem. Sou abraçada por meu marido, e sinto o seu amor explodindo através das lágrimas do seu rosto. Em seguida, o Lourenço vem e me beija a testa. — Obrigado, minha filha, você não imagina a minha alegria. Obrigado, minha filha querida. A emoção se estampa no rosto de todos. O ciclo se completa; Alfonso ainda carrega a culpa por não ter protegido a Isabelle no dia do acidente, agora está feliz, finalmente a dor da culpa foi embora quando segura a pequena Isabelle nos braços, a luz do olhar dele é linda de se ver. Lourenço, quando olha a neta, o rosto se ilumina, e se ainda existia alguma dor em seu coração, ela foi curada com a chegada da pequena Isabelle. E o meu lindo e maravilhoso marido está vivo, feliz, amando e sendo muito amado. Enfim, a dor passou, o desespero se perdeu no meio do caminho e novas flores nasceram, dando um ar alegre à vida dos que ficaram. A vida não acaba, ela não morre. O renascer vem para quem quer continuar a sorrir. Mesmo quando tudo parece estar perdido, mesmo quando todas as portas se fecham, há sempre uma brecha onde um raio de luz passa e consegue iluminar um pedaço do seu caminho; ele está ali, basta você olhar em direção a ele. Isabelle Oliveira Ortega nasceu no dia 09 de junho de 2017, às onze horas e quarenta e cinco minutos. Uma menina loirinha, de olhos verdes. Se parecia com o pai, não nos dava trabalho algum, ela só chora para mamar e quando está molhada. Adorava tomar banho e escutar o pai cantar e dançar com ela nos braços. Alejandro fica quase o tempo todo com ela nos braços, ele a levava para tomar banho de sol, a colocava para arrotar, trocava as fraldas dela, até banho ele dava. Quando era preciso, ela dormia em seu peito, escutando as batidas do seu coração.
Eu... eu estou feliz, pois sou muito amada pelo melhor homem do mundo. E agora o melhor pai do mundo.

                                      FIM

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