Conto Erótico - Incontrolável - Capitulos 39 e 40

Capítulo 39

Viva Por Mim

Lanna deu um passo maior que as pernas, porém agora não poderia voltar atrás. Sim, ela agiu sem pensar, movida pelo calor da emoção. Mas como reagir de forma indiferente, como ser insensível a este acontecimento, ela não poderia virar as costas a esta família que lhe acolheu com tanto carinho que lhe deu um lar a transformando em filha. Não, não ela não poderia fazer isso... Não poderia fingir que o homem que se entregou a ela de corpo e alma não precisava dela e principalmente não poderia negar ao Pedro uma chance de ser feliz, agora era ele que estava precisando de ajuda e ela iria ajuda-lo se precisasse casar-se, casaria. Voltando ao passado lembrou-se quando o conheceu, ele a protegeu, a mimou, a amou com tanta força, sempre foi muito presente em sua vida, nunca a abandonou por um minuto, m de gato. — Seja bem vindo meu amor! Olha a surpresa que preparei para você meu dono. Nua e balançando a longa calda do seu plug ela exibe o seu rabo enfeitado. — Mais que porra é essa! Por favor, moça se recomponha... Boquiaberto pelo susto, não sabe ele se é pela visão de ter uma mulher com algo enfiado em seu traseiro ou o choque em ter a certeza que ela estava adorando ser um bicho, além das marcas que estavam espalhadas em seu corpo que ele já suspeitava quem havia deixado. Osvaldo vira o rosto e ordena que ela vá se vestir. — Aii meu Deus! Desculpe senhor Osvaldo, é que esperava outra pessoa. Dizendo isso ela vira-se apressadamente indo para o quarto, voltando embrulhada em um roupão azul. Ela já sabia o motivo pelo qual Osvaldo estava ali, mas não queria dar este gostinho para ele, fingindo-se de desentendida fala com os olhos baixos. — O que o trás aqui, como conseguiu meu endereço, perdoe-me, mas nunca passaria por minha cabeça vê-lo aqui senhor Osvaldo! — Deixe de ser cínica, você sabe muito bem porque estou aqui, não precisa ser fingida, conheço pessoas dissimuladas... Olhando-a de cima abaixo com desdém ele continua. — Pedi para o Pedro marcar um encontro com você, se ele dissesse que viria você daria um jeito de desaparecer. Sem graça ela pede para Osvaldo entrar apontando para o sofá para ele sentar-se, mas ele recusa. — Obrigado Rebecka serei breve, não vou me demorar, o que tenho a lhe dizer será rápido como uma bala certeira no coração. Osvaldo a avalia com um olhar frio, Rebecka sabe muito bem o ele queria, então ela o encara com frieza. — Veio me ameaçar? Fique sabendo que não tenho medo do senhor, nem do Pedro. Olha aqui... O Senhor devia me apoiar, eu sou a única que poderá fazer o Pedro feliz não aquela azeda da Lanna. Osvaldo olha para ela friamente a encarando suas pupilas estão dilatadas e seu maxilar contraído. — Sua petulante de uma figa, quem pensa que é. Olha aqui Rebecka, preste bem atenção no que vou lhe dizer e não pense que é um pedido por que é uma ordem. A voz dele soa como aço, muito duro em seu tom ele avança alguns passos em direção a ela fazendoa dar um passo atrás. — Afasta-se dos meus filhos — As têmporas dele pulsam, fechando os punhos contra o corpo ele tenta controlar-se. — Eles se casam amanhã, se tentar aproximar-se de qualquer um dos dois... Tenha a certeza que não verá o outro dia, sumo com você da face da terra, você não me conhece e não sabe do que sou capaz. Osvaldo fica bem próximo a ela, Rebecka sente a respiração de Osvaldo em sua face, ela sabe que ele está falando sério, Osvaldo é das forças especiais do Exercito um coronel frio e capaz de qualquer coisa para acabar com seus inimigos. Rebecka tenta falar, mas Osvaldo manda calar-se bruscamente. — Isso não é uma ameaça é uma constatação, suma despareça da vida do meu filho. Fiz um levantamento sobre você. Osvaldo joga um envelope em cima do sofá. Ela Pergunta o que significava aquele envelope. — Isso é um dossiê sobre você, tudo sobre sua vida está ai inclusive sobre seu único parente vivo, uma tia que mora em um interior em Santa Catarina e não tem notícias suas a muito tempo, então será muito fácil desaparecer com você. Com os olhos arregalados Rebecka fica impressionada com a destreza dele, como conseguiu em tão pouco tempo resumir sua vida. — Ninguém vai sentir sua falta, não brinque com a sorte... Osvaldo caminha em direção à porta, virando-se ele termina. — Não seja burra e acredite em todas as palavras que disse, Pedro vai estar muito bem vigiado a igreja e o local do evento estarão muito bem vigiados, sua foto será espalhada e todos os meus homens ficarão de olho em você... Tenha um bom dia senhorita Rebecka. Osvaldo sai batendo a porta atrás de si. A poucos passos do elevador ele ouve um grito e barulho de coisas quebrando-se, com certeza ela entendeu o recado. Rebecka na sua fúria indomável quebra o que encontra a sua frente, imediatamente ela pega o celular e nervosa disca-o. — Filho da puta, eu não tenho medo do seu pai nem dos soldadinhos dele, agora você vai se arrepender vou foder com você... Pedro acorda e nem tempo de dizer alô ele tem Rebecka despeja sua ira em cima dele. — Do que você está falando sua louca, me esqueça cadela dos infernos, vá tomar no cu vadia. Pedro meio atordoado sem entender do que Rebecka estava falando. — Caralho, você é um putão, covarde, idiota vou acabar com s... Ela não consegue terminar a frase por que Pedro desliga na cara dela, ela tenta retornar a ligação, mas cai na caixa de mensagem, puta da vida ela joga o celular longe, vai até a janela e certifica-se se realmente Osvaldo foi embora em seguida vai até o quarto e arruma algumas roupas em uma sacola e sai... Pedro ainda zonzo, sua cabeça estava doendo muito, seu corpo febril, ele não se sentia bem, os últimos dias foram duros ele precisa descansar ainda tinha algumas malas para arrumar então ele resolve ficar uma pouco mais na cama mais tarde ele faria isso teria a segunda inteira para se organizar. Terça feira ensolarada, os pássaros cantando a felicidade de uma manhã fresca e harmoniosa. Alguém entra sorrateiramente no quarto que o Pedro dorme, deposita uma bandeja repleta de delícias em cima da cama, como uma gatinha ela rasteja em direção à figura masculina que dorme embrulhado em lençóis brancos e macios. Unindo sua boca a dele ela morde seu lábio inferior sorrindo quando ele abre um olho. — Bom dia! Pedro tenta levantar-se, mas ela o impede. — Não senhor, pode ficar deitadinho, bem quietinho, hoje eu vou mima-lo — Ela aponta para a bandeja na cama. Pedro olha sem acreditar no que está vendo e rindo, ele fala alto. — Quem é você, onde está minha noiva? Lanna, Lanna! Ele finge que a está procurando inclina-se para fora da cama olhando embaixo dela. Lanna faz uma cara de brava e joga um pedaço de pão nele, ele a agarra a segurando firme. — Devolva minha noiva eu sei que você a abduziu. Brinca ele. — Poxa Pedro para com isso, assim você me deixa triste, quer dizer que não posso mimar você. Lanna olha para ele por cima das sobrancelhas fazendo bico. Ele da uma gargalhada alta, beijando-a na boca. — Boba, claro que pode me mimar o quanto quiser, o problema é que, quem deveria fazer isso seria eu, humm. Mas, tudo bem, vamos ao nosso café da manhã. Pedro a abraça com as pernas envolvendo os braços em torno dela. Puxa a bandeja para perto e começa a servir o café. Ela reclama com ele dizendo que é ela quem vai fazer isso. Levantando-se ela começa a servi-lo. Pedro a observa e percebe que algo nela está diferente, aquela moça que estava ali não era a mesma de ontem, ela parecia segura, determinada e muito confiante, estava parecendo a Lanna do inicio do namoro deles, a Lanna apaixonada... Percebendo que esta sendo observada, ela levanta os olhos para ele e sorrir timidamente. — O que a fez mudar tão de repente, ontem estava disposta a jogar tudo para cima... Lanna o interrompe colocando os dedos nos lábios dele e em seguido oferecendo um copo com suco. — Nosso passado não muito distante, ele me fez pensar. Ela olha para ele com carinho e passa levemente o dorso da mão sobra o rosto dele. — Então você vai realmente me dar uma segunda chance? Quer dizer ao amor que sinto por você. Ela enche o peito de ar e solta lentamente. — Não... Vou dar uma chance para nós dois, para o amor que já senti por você um dia. Ela ri aproximando-se do seu rosto junta a testa a dele. — Tudo vai ficar bem, meu amor, eu prometo que aconteça o que acontecer tudo ficará bem! Pedro seguro o queixo dela fazendo-a olhar para ele. — Tudo ficará bem, e se não conseguir voltar a me amar eu jur... Lanna o beija impedindo-o de falar. — Sem “SE”, vamos viver um dia de cada vez sem o “SE”. Vou dar o melhor de mim a você. Os dois se abraçam e beijam-se aprofundando a promessa de serem felizes. As coisas pareciam que estavam se encaixando, graças a Deus, mas faltava uma coisa, ele não poderia casar-se com ela sem ser completamente sincero, sua vida com ela teria que ser construída na base da verdade, sem segredos, ele sabia que corria o risco de tudo terminar ali, assim que ele contasse a verdade sobre ele e Rebecka, mas ele tinha que fazer isso, ela foi sincera com ele, ele devia isso a ela. Pedro a solta e segura seu rosto com as duas mãos forçando-a olha-lo. — Meu anjo, eu amo você mais que a mim mesmo, por você sou capaz de morrer. Ele faz uma longa pausa tomando coragem para o que vem a seguir. Lanna o olha com apreensão. — Preciso contar algo muito importante sobre mim, necessito ser honesto, não quero mentiras nem segredos entre nós dois, Pedro respira profundamente. Sentindo que ele está nervoso e embaraçado ela o interrompe colocando os dedos em sua boca. — Não precisa, seja o que for não quero saber, ela olha seriamente para ele e pergunta. — O que vai me contar é passado, não existe mais? Pedro assentiu. — Então não quero saber, você mesmo me disse que tudo ficará bem, então tudo ficará bem. Ele a pega no colo e a beija com força e desejo, nesse momento Heloísa entra interrompendo o fogo que crescia entre os dois. Heloísa limpa a garganta e os dois sem graça sorriam. — Crianças vocês terão todo o tempo do mundo para as safadezas, vim buscar a senhorita, a moça da depilação chegou, venha... Heloísa arranca Lanna dos braços de Pedro sobre protesto dele. Pedro cobre sua rigidez com o lençol e passa a mão pelos cabelos, ele estava feliz, e nada nesse mundo estragaria sua felicidade, de hoje por diante ele viveria só para ela, a felicidade dela seria sua prioridade, ele levanta-se e vai tomar uma ducha, aproveitaria e lavaria a alma, nunca se sentiu tão bem consigo mesmo, hoje seria o inicio de uma nova vida. O começo da sua felicidade, ele poderia dizer sem medo, se morresse hoje morreria feliz, ele pensa em voz alta e Lanna que voltou ao quarto o manda repetir o que tinha dito. Rindo ele repete — Se morresse hoje morreria feliz, princesa. Ela o chama de bobo e diz que morto ele não serve para nada, que o quer muito vivo por muitos anos. Ela sai e não ouve a resposta dele, ele diz que se algo lhe acontecesse ela ficaria bem, pois alguém a amava muito mais que ele, e ele daria um jeito de voltar só para ficar ao lado dela. A manhã passou rápido, uma correria dentro de casa, pessoas, caixas, presentes, nervosismo, tudo junto, mas nada disso afetava Pedro ele estava zen, almoçou com a Lanna no jardim, os dois não se largavam entre beijos e carinhos, ela sempre que podia o beijava várias e várias vezes, não saia do colo dele pareciam duas crianças, Heloísa os observava de longe, sorrindo com as brincadeiras dela, aproveitaram cada segundo juntos antes de se separarem, ela iria para o atelier e ele só a veria no altar. Heloísa chega para acabar com a festa dos dois, Pedro a segura no colo e olha com todo o carinho do mundo. — Princesa, princesa tudo ficará bem, eu prometo! Lanna o beija sorrindo e vai ao encontro de Heloísa, ele a vê desaparecer pela porta da cozinha... Porém de repente ela volta correndo e joga-se nos braços dele, o abraçando com toda força. — Eu amo você, talvez não seja do jeito que você mereça, mas eu amo você. Ele sorrir e a beija apaixonadamente. Heloísa volta para busca-la e com muita insistência consegue separa-los. Pedro fica com Osvaldo, eles vão juntos para igreja. Lanna chega ao atelier com Heloísa, Karl a esperava na porta, entram no maior entusiasmo, o casamento é as 20h00 eles teriam muito tempo para as fofocas. No salão só havia, Karl, a cabeleireira, a maquiadora e Heloísa. Começam pela limpeza de pele e preparação para o cabelo, eles já sabiam qual seria o penteado e a maquiagem, por isso elas foram as 15h00. — Lanna tem uma moça lá fora, ela disse que você a convidou. A maquiadora fala preocupada. — Moça, que moça? Surpresa Lanna pergunta quem seria ela. — Rebecka, posso manda-la entrar! Lanna assentiu e lembra que havia convidado Rebecka para ajuda-la a se vestir, com todos os acontecimentos tinha esquecido completamente disto. Rebecka entra toda sorridente, e vai a sua direção a abraçando com muita ternura, Heloísa observa e não gosta nada disso ela sabe que o Pedro proibiu a Lanna de se aproximar da moça, pensando nisso ela espera Rebecka se afastar e vai até a Lanna. Mantendo o tom baixo Heloísa pergunta — O Pedro sabe que está moça esta aqui? — Não sabe nem precisará saber mama, fiquei com pena dela e a convidei ela é tão sozinha, não custa nada fazê-la feliz. Lanna fala baixo e muda logo de assunto, pois Rebecka se aproxima. — Em que posso ajudar? Quero ser útil, ela ri e Heloísa pede para que ela separe as anáguas. A tarde voa, fica decidido que Lanna vai arrumar-se primeiro quando ela estiver completamente pronta ai os outros vão se arrumar. As 18h30 Lanna já está lindamente vestida, maquiada e penteada, seu longo véu cobre seus ombros, o vestido todo rendando com pontos de luzes em todo ele, parecia um vestido de fada, ela estava maravilhosamente bela. Rebecka pede para tirar algumas fotos, Lanna deixa, ela lhe entrega o buquê e pede para que ela solte beijos para o vento. Ela obedece e se diverte rindo feito uma criança. Heloísa chega dizendo que agora era vez delas se arrumarem. — Bem, antes vou fazer um suco para nós, acho melhor colocarmos algo no estômago. Rebecka se oferece e vai direto para copa fazer o suco. Coloca na bandeja 4 copos e enche com o suco, os quatro já estavam na outra sala, Heloísa estava na cadeira fazendo a preparação da pele para receber a maquiagem, Rebecka entra e entrega o copo para cada um, esperando que todos bebam todo o suco do copo, Heloísa pergunta se ela não vai beber, ela diz que vai pegar outro copo, fica alguns minutos no salão mais ou menos uns dez minutos. Quando saí tranca a porta por fora, ela pega o celular e disca um numero, a chamada é recusada, ela manda uma mensagem, espera alguns segundos e liga disca novamente, dessa vez a pessoa atende... — Oi meu amor, sabe onde estou agora? Rebecka fala sarcasticamente — Espero que seja no inferno, o que você quer cacete, já estou saindo, esqueceu que vou me casar. Ela ri histericamente. — Respondendo a minha pergunta, acho que você não gostaria que estivesse no inferno, pois alguém que você ama muito estaria comigo. — Que porra você quer Rebecka, vá azucrinar outro, quer saber não me ligue mais, quando Pedro ia desligar o celular uma mensagem chega, quando ele abre mensagem é a foto da Lanna vestida de noiva soltando um beijo com o buquê nas mãos. Um frio percorre sua espinha, ele fica sem cor e precisa se apoiar na parede para não cair, um silêncio atordoado fica entre os dois. Rebecka quebra a tortura. — Agora você sabe onde eu estou, ela está linda não esta? Até quando ela ficará assim isso eu não sei, se eu fosse você viria correndo para cá e venha sozinho. Rebecka desliga o telefone. Pedro imediatamente liga para Heloísa, ela não atende, liga para o atelier, em comunicação. Pedro entra em desespero, pega o carro e sai em disparada sem avisar a Osvaldo. Maria que observava de longe corre e chama Osvaldo contando tudo que ouviu, Osvaldo vai atrás dele. Rebecka com um olhar brilhando aproxima-se do salão onde Lanna está, quando ela a vê abre um lindo sorriso. Rebecka fica bem perto dela e a abraça beijando-a no rosto. Seus olhos estavam diferentes, ela acaricia o rosto da Lanna com o dorso da mão, dá uma volta em torno da Lanna rindo de um jeito torto. — Você é tão delicada, tão suave, o seu cheiro é tão bom... Sabe que fui obrigada a usar os seus produtos, pois é, todos eles, hidratante, perfume, desodorante, óleo corporal, shampoo. Ela olha para Lanna com um olhar perdido. — Ele me obrigou... Mas não liguei, eu gosto do seu cheiro, tem cheiro de inocência. Lanna já não estava entendendo nada, Rebecka ficou diferente, ela tenta se afastar, mas ela a prende pelo braço. Ela chega perto da Lanna a cheirando. — Agora eu entendo porque o Pedro é louco por você, hummm! Você é tão cativante, da uma vontade de te colocar no colo. Rebecka a beija na boca. Lanna tenta se desvencilhar, mas ela é mais forte e a prende com força pelos braços. — Rebecka me solte, o que pensa que está fazendo, ficou louca! Lanna percebe que ela tem algo nas mãos, mas está coberto por um pano. — Shee! Você vai entender daqui a pouco ele vai chegar e tudo vai se resolver. Nesse momento Pedro entra desesperado no salão já aos berros. — Largue ela Rebecka, por favor, não a machuque, o assunto é comigo faço o que você quiser, mas não a machuque. Rebecka na sua histeria ri em gargalhada. — Ok, que tal contar a ela sobre nós dois. Lanna olha para ela sem acreditar, o que ela estava falando, incrédula ela olha com um olhar de suplica para Pedro. — Não, farei melhor vou mostrar para ela, o que nós dois fazíamos. Pedro grita desesperado. — NÃÃÃO, NÃO Rebecka não faça isso, pelo amor de Deus. Quando ele tenta se aproximar ela mostra a arma e aponta para a cabeça da Lanna fazendo com que o Pedro dê um passo para trás. Rebecka pega o celular e mostra o vídeo deles dois, Lanna olha colocando as duas mãos na boca horrorizada com as cenas, a cada violência que ele aplicava em Rebecka ela apertava os olhos, lágrimas desciam por seu rosto, o desespero era tanto que ele sentia em seu coração. Pedro ajoelha-se e chora junto com ela, o horror estava estampado nos olhos dela. Rebecka lambe as lágrimas da Lanna. — E ai querida olha para ele... VAMOS SUA PORRA OLHE PARA ELE. Ela força a Lanna olhar para Pedro. — Você o deixaria fazer essas coisas no seu corpinho lindo, porque ele adora machucar, furar, bater, queimar, morder, olhe para mim... Vamos olhe para mim! Rebecka com a mão que está livre tira o roupão ficando completamente nua, mostrando as marcas que Pedro deixou em seu corpo, Lanna vira o rosto de tão horrorizada que fica. — É você realmente não teria coragem, que porra de amor é esse... Ele adora machucar e eu adoro ser machucada, somos perfeitos um para o outro, mas ele não enxerga isso, só pensa em você. Pedro não consegue dizer nada fica olhando o desespero da sua noiva sem poder ajuda-la, Rebecka a mantém na mira do revolver, ele está de joelhos entre lágrimas, ele tinha certeza que daquele momento em diante sua vida tinha acabado, por que a Lanna nunca mais iria querer olha-lo novamente. Lanna olha para ele e chorando em soluços pergunta. — Po- Por que vo-cê não me contou, por quê? — Tive medo de perder você, eu sei que é doentio, eu sei, mas já estou limpo, não sinto mais vontade de fazer essas coisas, você tem que acreditar em mim. Pedro segura a cabeça com as mãos e baixa indo até o piso. Lanna tenta chegar até ele, mas é impedida por Rebecka, que a puxa com violência, ela grita de dor. Pedro levanta-se, e suplica para Rebecka deixa-la ir. Ela ri sarcasticamente zombando da dor dele. — Sabe anjinho eu fiz de tudo para afastar vocês dois, sabe o atropelamento... Fui eu, mas você é sortuda, depois tentei fazer o Pedro ficar comigo por obrigação cortando os meus pulsos, mas também não adiantou. Ela aperta a arma com força na têmpora da Lanna, Pedro se desespera, Rebecka se delicia com o sofrimento dele. — Como se não bastasse, o velho caquético do Osvaldo foi me ameaçar ontem, ai foi o fim da picada, agora me digam que ameaça quem aqui, a velha e os três idiotas estão lá dentro dormindo como anjos, só restam nós três. Lanna começa a chorar ela sente que o seu fim está próximo, ela sabe que aquela louca vai mata-la e também ao Pedro. — Por favor, Rebecka não machuque a Lanna, deixe-a ir, eu fico com você, mas deixa-a ir. — Quem disse que vou machuca-la, não sou burra, eu sei que você vai me odiar para o resto da eternidade se fizer isso, não meu amor, não vou machuca-la. Um alívio surge no rosto dele, ele sorrir para Lanna. — Venha meu amor, vai ficar tudo bem, venha devagar, tudo ficará bem! Rebecka solta a Lanna e quando ela esta quase na metade do caminho ouve a Rebecka dizer entre dentes, Pedro também ouve e olha desesperado para Lanna o medo toma conta dele, nesse momento Osvaldo entra e fala com muita tranquilidade pedindo para que a Rebecka largue a arma, ela sorrir. — Não vou machuca-la, mas ela também não ficará com você, vou leva-lo comigo nem que seja para o inferno. Rebecka engatilha a arma e aponta para Pedro. Lanna para e olha desesperada para ela, foi uma questão de segundos... Lanna joga-se na frente de Pedro e um tiro é disparado, Pedro grita. — NÃÃÃOOO! Ele corre na direção da Lanna, ela cai lentamente ao chão com a mão no abdômen o vestido branco ganha uma mancha vermelha. — Não! Não meu amor, fica comigo, fica comigo meu amor, DEEEUUSS! Ajude-me. Pedro segura o abdômen dela o sangue flui sem parar, ele tenta conter o sangramento, mas sem sucesso, ele a beija, olhando para os olhos dela, Pedro percebe que eles já estão sem brilho ela está imóvel, ele nem sente sua respiração. Pedro baixa o rosto em direção ao dela e fala em delírio. — Tudo ficará bem, tudo ficará bem meu amor, por favor, meu anjo viva por mim, viva por mim... Pedro enlouquecido levanta-se e vai em direção a Rebecka, Osvaldo grita, pedindo para que ele permaneça no lugar um barulho de porta sendo arrombada é ouvido ao fundo distraindo Osvaldo, nesse entretempo mais dois tiros são disparados.



Capítulo 40

Superação — Recomeçar sempre, desistir jamais.

Dois tiros foram o som ecoado no salão do atelier. Osvaldo ouvindo o barulho ao fundo da loja distraiu-se com Heloísa correndo em sua direção, foi tudo muito rápido. Pedro percebendo que Lanna jogou-se em sua frente gritou desesperado, mesmo que ele quisesse não poderia impedi-la, estava um pouco longe dela, ele ainda tentou gritando seu nome alto pedindo para que não fizesse, mas ela não o ouviu. A arma foi disparada e o tiro a acertou em cheio, Pedro sentiu o cheiro forte da pólvora, vendo-a caindo ele correu e a segurou conseguindo evitar que ela batesse a cabeça ao chão, o corpo estava languido, ela não reagia ao seu toque, aos seus gritos. Rebecka mantinha a arma apontada para ele impedindo que os outros se aproximassem deles. Pedro olhou em direção onde as mãos dela estavam e o seu vestido lindo e branco ficou colorido em um circulo vermelho escarlate. Pedro a segura nos braços mergulhando o rosto no seu pescoço, tentando estacar o ferimento ele pressiona o local, sente o sangue jorrar, erguendo o corpo dela para olha-la percebe que ainda existia um pouco de brilho em seus olhos e uma lágrima desce pela face dela, Lanna balbucia algumas palavras para ele, sem conseguir entender ele inclina a cabeça para perto dela. Com a voz muito fraca ela fala ao ouvido dele — Nãão foi suua cuulpaa! Peerdooe-mmee, Adeeuus meus oolhos de tigre. Fechando os olhos ela esmorece de vez nos braços dele, Pedro entra em pânico, desesperado ele tenta reanima-la gritando o seu nome sacudindo-a, mas não obtém resposta Alguma, Osvaldo grita de onde está para ele permanecer ali, pois a ambulância já estava a caminho, e pede com cuidado para Rebecka largar a arma. Ela olha para ele com fúria e manda-o calar a boca. Atordoado Pedro faz sua última tentativa e clama para que ela acorde. — Acorde meu amor, acorde, por favor, não faz isso comigo não saberei viver sem você. Agarrado ao corpo imóvel e frio dela Pedro chora desesperado seu semblante era de pura dor o mundo dele acabara de desabar. Erguendo a cabeça ele olha para Rebecka, ela está de pé diante dele trêmula o rosto molhado pelas lágrimas. Completamente em pânico ela rosna para ele. — Foi culpa dela, foi culpa dela, ela se jogou em sua frente. Entre soluços e coberta pelo desespero ela continua. — Você tem que acreditar em mim, não ia machuca-la só queria você, só isso... Com os olhos em brasa Pedro nem consegue ouvi-la, cego de raiva ele levanta-se numa rapidez e voa em direção a Rebecka, gritando enlouquecido, dizendo que vai mata-la, com as mãos sujas do sangue da Lanna e os olhos brilhando em fúria ele avança em direção a ela. Rebecka sabia que do jeito que ele estava nada iria detê-lo, ele vingaria a morte da Lanna. Osvaldo de longe gritava pedindo para ele ficar onde estava, mas ele nem o ouviu. A ira dele era tamanha que ela ficou apavorada Rebecka não tinha outra opção a não ser fazer o que tinha planejado, mira a arma para ele e reza para acertar de primeira, Pedro ainda consegue alcança-la, mas a arma é disparad Ele olha em desafio para o policial. — Seu idiota você sabe quem eu sou... — Senhor, desculpe-me, mas não poderá passar, eu o aconselho ir direto para o hospital. O policial fala calmamente. Equilibrando-se em suas emoções Osvaldo volta-se a direção de Heloísa a ajudando a levantar-se, ela está em choque e é guiada pelo marido até o carro, os dois seguem em direção ao hospital. Quando chegam procuram saber informações imediatamente, mas ninguém sabe informar nada. Heloísa foi internada sua pressão arterial subiu e ela precisava ser monitorada. Osvaldo fica na espera da chegada de Raymundo ele era o único que poderia lhe fornecer as informações que tanto precisava. Osvaldo já havia comunicado ao pessoal do cerimonial que não haveria mais festa e avisou ao padre para comunicar a todos que o casamento foi cancelado. Dizer isso lhe causou muita dor, talvez ao invés de um casamento ele fizesse dois funerais, ele passa as mãos pelos cabelos tentando afastar os pensamentos sombrios para bem longe. Preocupado com Heloísa ele vai até o quarto onde ela se encontro e no caminho Osvaldo pensa em como vai dar a notícia ao Danniel. “Deus como contarei ao Dann o que aconteceu, ajude-me! Prometi que ia cuidar da Lanna e agora eu nem sei se ela sobreviveu”. Pegando o celular no bolso ele disca o numero de Danniel a chamada cai na caixa. “Provavelmente ele desligou para não receber notícias sobre o casamento. Coitado! Não sabe ele que ao invés de festa temos tristeza.” Em algum lugar do Canadá no momento dos tiros: Danniel está sentando em um café com alguns amigos, o pessoal percebeu a tristeza e o chamaram para distrair-se um pouco, estavam conversando quando ele levanta-se abruptamente levando a mão ao peito sua visão escurece caindo em seguida em cima da mesa. Os homens que estavam com ele o socorre sentando-o na cadeira, Danniel vai recuperando as forças e sua respiração volta ao normal. Ele lembra que não havia se alimentado direito o dia inteiro somando com o nervosismo em saber que há esta hora a Lanna já estava casando-se com seu irmão só poderia ser o motivo do seu mal súbito. Quando melhora o suficiente para andar com suas próprias pernas, sob os protestos dos peões da obra e do arquiteto, Danniel levanta-se e vai embora. Ele precisa desliga-se do mundo, parar de pensar no Brasil, o único jeito era cair na cama e tentar dormir, muito triste ele arrasta-se até o carro indo para o dormitório no caminho ele desliga o celular, não queria ninguém ligando para ele para perguntar o porquê que ele não estava na cerimônia. Danniel chega ao dormitório e joga-se a cama... Osvaldo chega ao quarto, Heloísa está dormindo ele beija seus cabelos e senta-se na poltrona, olha para o relógio umas cinco vezes, cansando de esperar levanta-se e vai a procura do Raymundo, “Que merda está acontecendo!” Pensa Osvaldo. Antes mesmo de chegar ao posto de enfermagem ele vê Raymundo, lendo a expressão carregada do amigo ele já sabia que as notícias não eram boas, suas pernas enfraquecem e ele precisa se amparar na parede. Raymundo percebendo corre para socorrer o amigo, ele o ampara segurando-o pelo braço e o ajuda a sentar-se na poltrona mais próxima, Osvaldo olha para Raymundo já esperando o pior. O médico senta-se ao lado dele e o segura pelo ombro. — Meu amigo eu não vou mentir para você, nesse momento vai precisar de toda força e perseverança do mundo. Enche o pulmão de ar e solta de vez. — A Lanna ainda esta na mesa de cirurgia o estado dela é muito grave perdeu muito sangue e a bala perfurou o abdômen atingindo a região do útero, ela sofreu duas paradas cardíacas, e os médicos não sabem se ela vai resistir ao pré-operatório. Osvaldo segura a cabeça com as mãos e chora. — A situação do Pedro é um pouco mais complicada, ele acabou de fazer uma ressonância, para ver onde o projétil está alojado. Raymundo respira profundamente. — Meu amigo eu sinto tanto... A bala está em um local quase impossível de ser removida. As chances de sobreviver à cirurgia são de 0,01%, podemos esperar a possibilidade do projétil se mover do lugar, mas é praticamente impossível isso acontecer além de que ele corre o risco de contrair uma infecção, mas a decisão é do Pedro, estamos esperando ele acordar da sedação para saber o que ele vai fazer. Osvaldo levanta a cabeça e olha para Raymundo. — Você quer dizer que ele morrerá de qualquer maneira... Ou seja, fazendo ou não a cirurgia ele morrerá. Lágrimas dessem pelas faces de Osvaldo. — Não, a uma chance com a cirurgia, só que bem pequena. Ele está bem, na medida do possível, mais não vai demorar muito para ele não conseguir respirar sem ajuda de um aparelho, se vocês querem conversar com ele a hora é agora, despeçam-se logo. Triste Raymundo aconselha ao amigo que é necessário não alimentar esperanças. — Você já avisou ao Danniel? Ele precisa vir para o Brasil o mais rápido possível se quiser despedir-se do irmão. Raymundo sabia do amor incondicional que o Danniel nutria pelo o Pedro, desde criança ele era à sombra do irmão. — Osvaldo está na hora de você e Heloísa pensarem um pouco mais no Dann, ele vai precisar muito do apoio dos dois, vocês sempre o deixaram de lado com a desculpa que o Pedro por ter problemas merecer toda atenção e cuidados. Ele carregou responsabilidades que eram de vocês nas costas e ficou apagado no canto conformando-se com migalhas... — Desculpe Osvaldo, sei que não é o momento, mas está é a verdade, Dann também é filho de vocês e ele está sofrendo muito e vai sofrer muito mais... Bem não vou enfiar o dedo na ferida que já está tão aberta, mas pense no Dann meu amigo. Raymundo cala-se. O silêncio é quebrado com a vinda do cirurgião, ele se aproxima dos dois que estão sentados perto do quarto de Heloísa. Raymundo levanta-se e espera o médico falar. — Conseguimos remover o projétil do abdômen da Lanna, mas... Ela entrou em coma, eu sinto muito fizemos todo o possível, ela está na UTI respira por aparelhos, não podemos fazer mais nada a não ser rezar, sinto muito. O cirurgião vira-se caminhando para o posto de enfermagem. Osvaldo em sua tristeza mantem-se quieto ele nem consegue pensar, seus dois filhos corriam risco de morte. Raymundo dirige-se a ele tocando em seu ombro, Osvaldo ergue a cabeça em sua direção. — Como vou contar para Heloísa, me diz Raymundo! Ele movimenta a cabeça de um lado para o outro. Nesse momento o celular de Osvaldo toca, olhando para o visor, seu rosto fica branco, era o Danniel. Osvaldo atende e com a voz trêmula conta tudo que ouve de uma só vez, o outro lado da linha fica mudo, Osvaldo só ouve uma respiração ofegante. Preocupado ele pergunta se Danniel ainda esta o ouvindo, Danniel afirma dizendo em seguida que vai fretar um jatinho e logo estará no hospital. Não da nem tempo de Osvaldo falar qualquer coisa, Danniel desliga imediatamente. Pensativo, ele olha para Raymundo, como se estivesse pedindo ajuda ao amigo silenciosamente, Osvaldo esta sobre grande pressão nunca em toda sua vida passou por tamanha dor, nem imaginaria que um dia fosse viver semelhante situação, ele levanta-se, traga o ar, leva a mão ao peito e caminha em direção ao quarto de Heloísa, Raymundo já sabendo o que ele ia fazer o segue, ela já esta acordada inclusive estava levantando-se, o dia já havia amanhecido já eram quase 7h00 da manhã. Raymundo se aproxima e a faz sentar-se a cama segurando em suas mãos ele conta o estado de Pedro e Lanna, Heloísa se desespera e chora muito, não acreditando no que esta acontecendo, fica repetindo: “Por que Deus, por que senhor esta fazendo isso!”. Osvaldo se aproxima da esposa, ele não estava suportando vê-la sofrer tanto a abraça carinhosamente pedindo que se acalme, olha para ela e diz que o Danniel já está vindo e que precisava ser forte para enfrentar o que estava por vir. Respirando fundo ela tenta acalmar os soluços e os seus nervos. Uma enfermeira entra pedindo para que eles a acompanhe. Eles são levados ao 6º andar, um médico já os espera, Raymundo o reconhece e toma frente da conversa. Heloísa e Osvaldo ficam esperando por ele um pouco afastado. Raymundo os chama e diz que Pedro acordou e quer vê-los, mas os alerta que ele não pode se emocionar e nem conversar por muito tempo pedindo para que eles mantenham a calma e a tranquilidade. Eles concordam e seguem Raymundo. Sinceramente nenhum pai ou mãe merece ver um filho deitado em uma cama de hospital em uma situação de risco. Pedro está com os olhos fechados sua aparência é de total vulnerabilidade seus lábios estão roxos e a pele amarela, respira com muita dificuldade com ajuda de oxigênio, quando ele percebe a presença dos pais abre os olhos olhando em sua direção quase sem ânimo lhes dar um sorriso fraco. Heloísa aproxima-se e segura sua mão ela não consegue se manter calma e chora compulsivamente. Osvaldo a abraça tentando encontrar forças para ambos olha para o filho procurando palavras para lhe dizer, mas é o Pedro quem fala pausadamente. — Pa-i, mã-e... e-u amo vocês, o-brigado por t-udo. Osvaldo tenta interrompe-lo, porém Pedro o impede fazendo um sinal com a mão. — Por favor, deixe-me falar... Uma vez na vida deixe-me tomar minhas próprias decisões. Já autorizei a cirurgia sei do risco, mas é minha única chance. Com o olhar apreensivo Pedro fixa nos olhos do pai. — Pai preciso falar com o Dann antes da cirurgia, por favor, peça-o para vir o mais depressa que puder. Aproximando-se ainda mais do filho ele lhe diz que Danniel já está a caminho. Pedro olha para Heloísa e ver nos olhos da sua mãe muita dor e sofrimento. — M-ãe, mãe não fique assim, chegue mais perto. Pedro sente dificuldade em falar, Heloísa inclinase sobre ele. — Aconteça o que acontecer saiba que fui muito feliz principalmente nos últimos dias. Não chore. Heloísa o beija nos lábios, molhando o rosto dele com suas lágrimas. Osvaldo tenta esconder sua emoção, Pedro percebe e sorrir. — Senhor Osvaldo, sempre bancando o durão, pai cuide bem das mulheres da minha vida. Osvaldo assentiu, mas seu coração está tão pesado ele fecha os punhos com tanta força que as cartilagens das suas mãos ficam brancas. Pedro respira com dificuldade e por alguns segundos fecha os olhos. Raymundo aproxima-se o chamando, ele volta a abrir os olhos. — Dr. Raymundo eu preciso ver a Lanna sei do estado dela já me contaram, mas preciso vê-la, por favor, leve-me até ela... Pedro fecha os olhos novamente, sua voz esta muito fraca quase imperceptível. Raymundo inclina-se sobre ele falando ao seu ouvido saindo depois. Osvaldo e Heloísa ficam com ele, Pedro olha para os dois. — Ficarei bem e vocês também ficarão. Pedro fica pensativo. — Adeus! Não se apeguem a falsas esperanças, estejam preparados para o pior, saiba que fizeram maravilhosamente bem o papel de meus pais, eu os amo muito, obrigado por tudo. Ele respira fundo fechando os olhos. Lágrimas escorrem no rosto de ambos. Nesse momento um enfermeiro entra e junto com eles Danniel, Pedro olha na direção da porta e abre um longo sorriso. A emoção toma conta do quarto, ninguém consegue segurar-se e as lágrimas descem sem controle. Danniel joga-se em cima do irmão com cuidado e o abraça chorando muito. — Hei! Calma Dann... Olha para mim meu irmão querido. Pedro fala com dificuldade. — Dann, não tenho muito tempo, por favor, deixe-me falar! Danniel tenta impedi-lo de falar dizendo para ele guardar as suas forças. — D-ann, Dann, ouça-me… A voz dele sai embargada pela emoção. Se você não fizer a Lanna feliz eu juro que volto para assombrar você. Prometa-me! Pedro segura firme a mão de Danniel. — Prometa-me! Você vai cuidar proteger e ama-la. Prometa-me! — Você que fará isso Pedro... — Prometa-me — Pedro suplica quase sem ar. — Eu prometo, cuidarei dela com todo o meu amor. Mas por favor, agora descanse. Pedro olha para ele e uma lágrima desce por seu rosto. — Obrigado por tudo meu irmão e perdoe-me se o magoei, mas tudo que fiz foi por amor. Pedro fecha os olhos e sua respiração fica irregular o aparelho que está ligado a ele apita fazendo um som assustador o enfermeiro entra apressadamente e todos são retirados do quarto eles ouvem o médico dizer para preparar a sala de cirurgia e Pedro é levado às presas. Os três voltam para o andar inferior onde alguns familiares já se encontram esperando-os. Raymundo vai com Danniel para uma sala e relata o estado da Lanna. Danniel entra em desespero agarra-se ao médico e chora, chora o quanto pode, Osvaldo e Heloísa aproximam-se e o abraça também. Os três ficam abraçados cada um com sua dor. Foram 4 horas de cirurgia. Heloísa estava com a irmã Martha, Danniel e Osvaldo estavam com os demais, Raymundo foi procurar saber informações sobre a cirurgia. Todos estão muito apreensivos, mas preparados para o pior, eles sabiam dos riscos e as chances do Pedro sobreviver eram muito poucas. O cirurgião surge e ao lado dele Raymundo, o semblante de ambos não era nada bom, as feições dos dois estavam pesadas carregadas pela dor. O cirurgião dirige-se a Osvaldo, Danniel e Heloísa. — Eu sinto muito... Mas, Pedro não resistiu, ele sofreu três paradas cardíacas e o coração dele sofreu um colapso. Há um silêncio atordoado no ambiente, lágrimas e soluços são percebidos por todos. A família fica em torno dos três tentando conforta-los. Logo cada um toma seu rumo, a família inteira oferece-se para ajudar nos preparativos para o velório. Heloísa vai para casa pegar roupas para o Pedro e Rebecka, ela prometeu ao filho que faria o sepultamento dela, mesmo contra a vontade ela cumpriria a promessa à empresa se comprometeu com o restante. Pedro foi sepultado na manhã seguinte o dia estava chuvoso e cinzento e saudoso. Mais de dois meses se passaram e os dias da família Albuquerque resumia-se em trabalho e hospital. Lanna continuava em coma, nenhum sinal de melhora ela só está viva por que está ligada a aparelhos. Danniel vivia no hospital ele perdeu peso deixou a barba crescer não vivia mais... Vegetava. Osvaldo e Heloísa estavam preocupados com ele se Danniel continuasse assim teria o mesmo fim do irmão e da Lanna, eles não aguentariam mais uma perda. — Querida! Tomei uma decisão, vou autorizar ao hospital para desligarem os aparelhos da Lanna. Não é justo para ela, para ele e nem para nós se agarrar a falsas esperanças. Foi à decisão mais difícil da vida de Osvaldo, ele sabia que Danniel não iria perdoa-lo, mas na cabeça de Osvaldo não tinha outro jeito ele não aguentava mais ver o Danniel se definhando, morrendo aos poucos. Os próprios médicos já haviam aconselhado o desligamento dos aparelhos. Danniel foi enérgico dizendo não, mas a decisão é de Osvaldo já que ele é o responsável por ela. — Amanhã vou ao hospital e quando o Danniel não estiver autorizarei o desligamento, já está resolvido. Heloísa concorda abraçando o marido... — Hei lindo anjo! Acorda, psiu, princesa acorde. Ela abre os olhos lentamente, e quando vê o rosto lindo sorridente que está a sua frente abre um enorme sorriso. — É você mesmo, eu morri ou estou sonhando? Ela olhou ao redor e percebe que está em um campo cercado de flores de jasmins, Pedro sorrir a beijando na testa. — Não princesa você não morreu, só esta dormindo e eu vim acordar você. Lembra-se que eu disse que tudo ficaria bem? Lanna olha para ele por cima das sobrancelhas e assentiu. — Então... Chegou a hora de acordar e viver. Pedro segura o rosto dela com as duas mãos. — Viva por mim, você precisa acordar... Vamos princesa, viva por mim, chegou a hora. Pedro ri e a beija suavemente nos lábios. Lanna olha Pedro seriamente. — Você morreu? — Meu corpo morreu, mas meu espírito está vivo, por isso preciso que você viva por mim. Lanna o abraça chorando. — Não meu amor, não chore eu estou bem, mas alguém do outro lado não está, ele te ama tanto que está morrendo lentamente. Afastando-se um pouco ela fixa os olhos no olhar dele. — Dann? Pedro assentiu. — Como faço para voltar? Pedro beija as mãos dela. — É só abrir os olhos e viver, só isso. Com um olhar triste e marejado de lágrimas ela indaga. — Mas se acordar não o verei mais, e não quero isso! Pedro sorrir e com o dorso da mão ele afaga seu rosto. — Será por pouco tempo, logo você me verá novamente. Segurando seu maxilar ela pergunta — Você promete? — Prometo! Agora vá, chegou a hora de acordar e ser feliz. Pedro a deita sobre as flores e beija seus lábios, aos poucos ela adormece e ele vai sumindo da sua visão. Danniel está ao lado da cama na UTI segurando a mão dela a acariciando com o polegar ele deita a cabeça no colchão e solta a sua mão, fica com o rosto voltado para baixo. Danniel sente-se cansado, completamente exausto a vontade que tem é de dormir e não acordar nunca mais. Uma pequena mão passeia pelo lençol até alcançar a cabeça dele, ainda sem muita força ela acaricia levemente os cabelos dele. Danniel da um sobressalto pensou estar sonhando acordado, ele olha para Lanna olha a mão dela e a pega com a sua. — Lanna, se você está me ouvindo aperte meu dedo. Ela aperta. Danniel corre a procura do médico desesperado, não conseguia se conter de tanta alegria. Encontrando o médico ele começa a falar, Danniel estava tão eufórico que não conseguia explicar ao médico o que havia acontecido, sem entender o que Danniel tentava dizer, o médico tenta explicar a ele que às vezes pacientes em coma tem espasmos involuntários.

Amanhã tem os 2 capítulos finais

Comentários

  1. Que triste!!! E lindo ao mesmo tempo. Adorei!!

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  2. Chore muito muito mesmo pois não consegui mim contém ao mesmo que e muito triste e muito lindo o amor deles

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  3. Nossa!! Que capítulo chorei tanto. Que historia

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  4. Nossa esse conto mecheu muito comigo n consigo para de chora 😭😭

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  5. Cadê o final, não consigo achar o s capítulos 41 e 42... Não sei o final do conto. Estou muito frustrada...

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  6. Como faço para localizar os dois últimos capítulos do conto, não sei como termina....

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