Conto Erótico - Obsessão - Capítulos 17 e 18
💠 Obsessão 💠
Capítulo 17
Bernardo
Depois de discutir novamente com Manuela eu fui me distrair em uma das minhas casas de luxo, fui ver Marisol que já fazia muito tempo que eu não via… chegando lá a casa estava cheia como sempre, todos ficaram surpresos em me ver.
- Chefe, até que enfim apareceu, estava mesmo querendo falar com o Senhor… ele dizia mas o interrompi.
- Agora não Jonas, onde está Marisol? Perguntei.
- Está no quarto dela, tem andado muito deprimida desde que o senhor levou Manuela e não tem vindo mais aqui.
- Vou vê-la, depois conversamos.
- OK chefe… disse ele.
Subi as escadas em direção ao quarto de Marisol, abri a porta e entrei.
- Marisol… eu disse.
- Você me trocou por ela… disse ela debruçada na janela.
- Claro que não Marisol, ela está me ajudando a tirar mais dinheiro do meu pai, só isso.
- Mentira! Você gosta dela.
- Está maluca, não gosto de ninguém… eu disse tirando minha blusa e os sapatos.
- No fundo você gosta sim só não quer dar o braço a torcer, não quer perder a pose de dominador de mulheres.
- Não sabe o que tá falando… não vim aqui pra isso, mas se quiser eu vou embora.
- Não, não vai… disse ela vindo até mim… eu estava com tanta saudade.
- Então mostra o quanto, satisfaça o seu chefe… eu disse e logo ela tratou de fazer o que sabia melhor, sexo.
Embora eu estivesse em êxtase com aquilo tudo, a maldita obsessão por Manuela não me deixava em paz, mas eu não vou deixar ser dominado por isso, isso vai acabar, em breve e vai ser como se eu nunca tivesse conhecido ela.
Depois da noite com Marisol, bebendo e transando muito eu decidi voltar pra casa, já estava bêbado e mal me aguentando de pé.
Manuela
Eu já havia me deitado para dormir quando Ben bateu na porta do quarto me chamando apressado, me levantei rápido e abri a porta.
- O que houve Ben? Perguntei.
- Manu, é o Bernardo, ele sofreu um acidente e está no hospital, acabaram de ligar pra cá.
- Que? Como ele está? Eu disse nervosa.
- Está mal, o estado é grave… disse ele.
- Meu Deus, vamos até lá Ben… eu disse saindo do quarto e descendo as escadas correndo.
Ben pegou seu carro e fomos rápido para o hospital, chegando lá os pais dele já estavam e o senhor Miguel estava conversando com o médico enquanto dona Lúcia conversava com uma mulher que tentava consolá-la.
- Como está o Bernardo, o que o médico disse? Perguntei muito nervosa.
- Está mal, está sendo operado agora, teve traumatismo craniano e diversas lesões no corpo… disse senhor Miguel.
- Isso não pode tá acontecendo… eu disse com as mãos no rosto, algumas lágrimas já escorriam.
- O que você faz aqui Isabela? Perguntou Benjamim a moça que estava com sua mãe.
Isabela? Não, não podia ser a mesma Isabela que fez Bernardo se tornar o pior homem do mundo… eu não estava acreditando, meus olhos no mesmo instante encararam aquela mulher, meu coração apertou ainda mais e uma raiva imensa foi tomando conta de mim… dá onde surgiu essa mulher agora? Logo agora que isso havia acontecido, o que ela queria, o que ela estava fazendo aqui, porque resolveu aparecer depois de anos.
- Benjamim, eu e seu pai fomos visitar a família de Isa e ela estava lá, nós já estávamos indo pra casa quando recebemos a notícia do acidente e ela quis nos acompanhar… disse dona Lúcia.
- Só não entendo porque ela decidiu aparecer depois de tanto tempo, é só isso… disse ele.
- Calma Benjamim, vem comigo filho… disse dona Lúcia levando ele.
- Você é a noiva do Bernardo? Perguntou a tal Isabela.
- É, sou sim… Manuela… eu disse limpando as lágrimas.
- Nossa, você me parece tão jovem…
- E sou, desculpe a minha franqueza mas, o que quer aqui?
- Bom, só me preocupei com Bernardo e quero saber se ele está bem, se vai ficar bem, o conheço a tanto tempo.
- Não, você não conhece… e se você se preocupasse mesmo com ele não teria ido embora com outro cara e o abandonado, você não sabe o mal que fez pra ele… eu disparei com raiva.
- Então você sabe da história… disse ela.
- Sei sim, e espero que você não tenha vindo pra tentar recuperar o seu tempo perdido porque eu não vou deixar você se aproximar dele, não mesmo, ele já sofreu demais quando você foi embora e não vai sofrer de novo.
- Calma Manuela, eu só tô aqui acompanhando a mãe de Bernardo, só isso, eu sei bem o que eu fiz mas ele também passou dos limites antes deu ir embora, se você sabe de toda a história você sabe que ele me agrediu e me deixou muito machucada.
- Eu sei, mas ele com toda certeza se arrependeu do que fez, mas você não, você não teve compaixão dele.
- Você não pode dizer que não me arrependi, você não sabe como eu repudiei a decisão que tomei um tempo depois.
- Acho que é um pouco tarde demais pra vir se desculpar pois Bernardo já não é mais o mesmo de antes, com toda certeza você vai ver isso quando ele acordar… Eu disse saindo da sala de espera e indo pra cafeteria.
Benjamim e sua mãe estavam em uma mesa tomando café, fui até eles e me sentei, dona Lúcia pediu um café pra mim e ficou me consolando enquanto Ben foi falar com seu pai.
- Fique calma Manuela, vai dar tudo certo, Bernardo é forte… disse ela.
- Estou tão aflita, tenho medo do pior, não posso perder ele dona Lúcia.
- E não vai minha querida, os médicos vão salvar o nosso Bernardo.
- Deus queira que sim… eu disse já chorando outra vez.
- Querida, não era desse jeito que eu queria que você conhecesse Isabela e não deve ter sido fácil pra você conhecer a mulher que deixou meu filho a tanto tempo.
- É sim, foi complicado, acho que até fui um pouco seca e rude com ela, mas… eu senti raiva, por saber que foi ela quem magoou tanto o meu Bernardo.
- Ela não é uma má pessoa Manuela, eles eram jovens e jovens cometem muitos erros, você também é jovem e sabe como é… nós a conhecemos desde menina e não deixamos de ter carinho por ela apesar de tudo que aconteceu… disse ela.
- Eu entendo dona Lúcia, eu peço desculpas e vou pedir a ela depois pela grosseria, mas… eu estou nervosa demais, só consigo pensar que não vou suportar se algo acontecer com o Bernardo.
- Não vai querida, tenha fé, eu acredito que ele vai conseguir ficar bem novamente, os médicos estão fazendo o possível.
Ficamos um bom tempo esperando notícias de Bernardo, até que depois de quase 3 horas o médico veio até a sala de espera pra nos dizer o que havia acontecido.
- Bom senhores… disse o médico… conseguimos operar o senhor Bernardo e já está tudo instável, ele está desacordado mas logo acordará, não corre risco de morte, podem ficar tranquilos, o que nos resta saber é se haverá sequelas das pancada em sua cabeça, mas ele está bem.
- Graças a Deus! Eu disse aliviada.
- Viu só querida, eu disse que tudo ficaria bem… disse dona Lúcia me abraçando.
- Eu vou cuidar pra que não falte nada a ele… disse senhor Miguel indo até a recepção.
- Doutor, posso vê-lo? Perguntei.
- No momento não, mas logo poderá senhorita.
- Obrigado… eu disse.
- Bom, com licença… disse ele saindo.
- Bom, eu já vou indo, agora que sei que Bernardo está bem eu vou tranquila, outro dia quem sabe eu o vejo ou passo na casa de vocês está bem dona Lúcia? Disse Isabela.
- OK, querida, obrigado por vir nos acompanhar, eu vou pedir ao Miguel que leve você em casa… disse dona Lúcia indo com ela.
- Não sei porque ela veio… disse Ben.
- Eu também não… eu disse.
- Eu sempre soube que ela faria mal ao meu irmão, e por causa dela ele é como é hoje, um cara sério, fechado, que só se importa com ele mesmo.
- Isso é verdade, mas enfim, espero que ela não tente se aproximar dele.
- Não sei, se ela não tivesse essa intenção não teria vindo… disse ele.
- Deixa pra lá Ben, o importante é que Bernardo está bem.
- Verdade… Manu, eu… queria me desculpar pelo que aconteceu mais cedo com nós dois, eu passei dos limites mas… depois de ouvir de você que Bernardo não te ama eu fiquei muito confuso e… ele dizia mas o interrompi.
- Ben… nós falamos disso depois, agora não, minha cabeça está muito cheia no momento.
- Tá certo, me perdoe… bom, eu vou pra casa, amanhã eu volto pra vê-lo.
- Tá bem… eu vou ficar.
- Certo… até amanhã então… ele disse saindo.
Alguns minutos depois o médico veio e disse que eu poderia ver Bernardo, o acompanhei até a sala onde ele estava e pelo vidro eu já pude vê-lo deitado, meus olhos já estavam cheios de lágrimas e meu coração totalmente apertado.
Capítulo 18
Manuela
Assim que entrei na sala eu me aproximei da cama e pude vê-lo todo cheio de hematomas no rosto, com a cabeça e cintura enfaixados, com o corpo cheio de machucados e partes roxas, estava tão pálido, ligado a inúmeros aparelhos… peguei sua mão e segurei entre as minhas.
- Be, eu estou aqui, não vou sair do seu lado até você ficar bom, eu prometo… eu disse.
Beijei de leve sua mão e senti ele apertar um pouco a minha, meus olhos se arregalaram quando viram ele abrindo os olhos devagar, meu Be estava reagindo, ele estava acordando, rapidamente um sorriso em meio a lágrimas se formou no meu rosto.
- Be, você acordou… eu disse.
- Quem… quem… quem é você? Disse ele com dificuldade.
- Sou eu Be, Manuela… você deve está confuso mas logo vai se lembrar.
- Manuela… eu não me lembro… não me lembro de nada…Disse ele.
- De nada? Perguntei assustada.
- Não, aí a minha cabeça está doendo muito, o que aconteceu comigo? Ele falava com dificuldade.
- Você sofreu um acidente de carro mas foi operado e está bem agora.
- Não consigo me lembrar… disse ele.
- Eu vou chamar o doutor e dizer que você acordou… eu disse e sai da sala indo até a recepção, pedi ao médico que fosse vê-lo pois ele havia acordado mas não se lembrava de nada do que aconteceu.
Voltei para a sala de espera e fiquei ali com dona Lúcia.
- O que houve querida? Porque está assim aflita? Perguntou ela.
- Eu fui ver o Bê e ele acordou, mas a princípio não lembrou de nada, nem de mim, nem do acidente, estou com medo dele ter se esquecido de tudo… eu disse.
- O que? Não, isso não pode ser, meu filho não pode ter perdido a memória e não se lembrar de nada… disse ela nervosa.
- Calma dona Lúcia, vamos esperar o médico, ele foi examinar o Bê.
Ficamos esperando o médico cerca de meia hora, estávamos muito aflitas, eu por um lado estava com muito medo do que eu teria que enfrentar se Bernardo tivesse mesmo perdido a memória, todos iam dizer que eu era a sua noiva e nós não éramos noivos de verdade, não tínhamos lembranças disso, não éramos loucamente apaixonados e nem queríamos construir uma vida juntos, pelo menos ele não queria pois ele era totalmente ligado ao que fazia e não iria abrir mão de nada por mim.
- Senhoras… disse o médico vindo até nós.
- Sim, diga doutor… disse dona Lúcia.
- Infelizmente o paciente não consegue lembrar de nada, nem mesmo do seu acidente, do seu nome, do nome dos familiares, nada mesmo… como eu disse a pancada poderia gerar sequelas e gerou, ele perdeu a memória e não saberemos dizer quando e nem se a memória dele irá voltar, ele precisa ir à um médico especialista no assunto.
- Mas doutor, o que vamos fazer agora? Perguntou ela.
- Terão que contar a ele toda sua vida, sua história, aos poucos ele vai se acostumando com essa vida nova, o importante é que ele está bem, se salvou e tem uma vida pela frente.
- É sim doutor, obrigado por tudo… eu disse.
Ainda não podia acreditar no que o médico disse, lá naquela sala havia um Bernardo que não lembrava de nada do passado, nenhuma das coisas ruins que fazia, não lembrava que era um homem amargurado que lutava com seus sentimentos para ser cada vez pior, mas também ele não lembrava de uma vida que supostamente nós tínhamos como noivos prestes a nos casar.
Eu não sei o que vou fazer quando ele realmente achar que sou noiva e que ele me ama, quando quiser ver nossas fotos, os presentes, quando quiser saber das coisas que fazíamos, não sei se levo isso adiante ou se conto a ele toda a verdade, vou precisar pensar muito nisso.
1 semana depois.
Depois de uma semana finalmente ele teria alta, voltaria pra casa e recomeçaria sua vida.
Durante essa semana ele dormiu e só voltou a acordar no dia de ir embora, os médicos disseram que era normal, que ele só havia acordado por alguns segundos mas que depois dormiria novamente devido a pancada na cabeça, por isso não nos preocupamos e íamos vê-lo todos os dias.
Nesses últimos dias eu mal consegui dormir, dormia em um sofá na sala onde ele estava, mas o sono não vinha, eu estava um bagaço, cabelos sem pentear, roupas simples, sem maquiagem, até estava com algumas olheiras… precisava mesmo era de um bom banho e não aqueles corridos que eu tomava aqui no hospital, precisava de uma boa noite de sono e um bom prato de comida também.
Estava eu arrumando as minhas coisas para ir embora quando Bernardo acordou.
- Olá, como se sente… eu disse.
- Oi… sonolento, mas estou bem.
- Que bom, hoje você vai pra casa…
- Finalmente… disse ele.
- Está tudo pronto, só precisamos esperar seu pai vir pra nos buscar.
- Manuela… vem cá… disse ele estendendo a mão pra mim.
- Sim… eu disse indo até ele e pegando sua mão… quer alguma coisa?
- Sim, quero te agradecer por ter ficado aqui todo esse tempo comigo, por ter cuidado de mim, sei que pra você deve está sendo muito difícil ter um noivo que não lembra de nada, não lembra da sua noiva, dá vida juntos, do amor que ele sente por ela, mas eu prometo que vou me esforçar o máximo pra que tudo volte a ser como antes… ele dizia olhando em meus olhos.
- Não se preocupe Be, tudo vai ficar bem… eu sorri e ele sorriu também.
Era a primeira vez que eu via um sorriso dele assim, sincero, espontâneo, cheio de vida, como era lindo meu Bernardo, como estava diferente, não tinha mais aquela expressão de amargura, de tristeza, de raiva no rosto, estava sereno, claro que estava muito confuso e sem saber o que fazer, ou como agir, mas assim era muito melhor do que antes, ele era outra pessoa, não era mais o mesmo e isso me deixava muito feliz.
Finalmente seu pai chegou pra nos levar e com a ajuda de alguns enfermeiros eles levaram Be pro carro e voltamos pra casa onde todos nos esperavam com um pequeno almoço que dona Lúcia junto de Lena estavam preparando.
Quando chegamos Benjamim veio ajudar seu pai a levar Be pra dentro, todos estavam esperando ele na sala, dona Lúcia, Lena e pra minha surpresa Isabela também estava.
- Seja bem vindo meu querido… disse dona Lúcia dando um beijo nele.
- Obrigado mãe… disse ele.
- Essa é Lena, ela trabalha conosco desde que você era bem pequeno… disse ela e Lena também deu um beijo em Be.
- Seja bem vindo meu menino, eu fiz tudo que você mais gosta pro almoço… disse ela.
- Essa é sua amiga Isabela, vocês são amigos desde pequenos também.
- Que bom que está bem Be, fiquei com tanto medo de perder você… disse ela o abraçando e beijando sua bochecha.
Eu revirei os olhos, que falsa.
- Bom, seu pai e o Benjamim você já conheceu também, e sua noiva Manuela também, então acho que já podemos ir almoçar não acham? Disse dona Lúcia.
- Claro, vamos então… disse ele e todos fomos para a mesa.
Ajudei a Lena a por a mesa e ela também se sentou conosco.
- Pode me servir Manuela? Perguntou Be.
- Claro… sorri.
- Nossa, a comida está maravilhosa Lena, como sempre… disse Benjamim.
- Sabe Bernardo, você e Benjamim sempre brigavam quando eram mais novos pra ver quem comeria mais macarrão… disse dona Lúcia e todos riram.
- E também, pra ver quem ficaria com o maior pedaço de bolo de chocolate… disse Lena.
- É verdade Berna, a gente disputava quem comeria mais e você claro, sempre ganhava… disse Ben.
Bernardo ria de todas as coisas que falavam dele, nossa como era bom ver ele assim, tão alegre, espontâneo, era tão diferente do que ele era antes, posso dizer que essa perda de memória fez um bem danado a ele, esquecer de todo seu passado ruim foi a melhor coisa que aconteceu com ele, eu espero que isso dure o bastante pra ele perceber que esse é o verdadeiro Bernardo e não aquele que maltrata, que não sente nada por ninguém, que só se importa com ele mesmo.
Todos nos servimos e comemos conversando e rindo bastante, todos contavam algo sobre Bernardo e ele estava muito bem… a sobremesa foi bolo de chocolate e ele comeu uns 3 pedaços, nossa eu nunca tinha visto ele comer assim, tão satisfeito.
Depois do almoço fomos todos para o jardim, o dia estava muito bonito.
- Manuela… disse ele.
- Oi…
- Podemos conversar um pouco depois?
- Claro.
- Está bem… ele sorriu.
A tarde foi muito agradável, nem notei a presença de Isabela lá com a gente, não sei mas algo me diz que essa garota está se fazendo de muito boazinha pro meu gosto, ela está querendo se aproximar de Be agora que ele não se lembra de nada do que aconteceu entre eles no passado e isso, eu não vou deixar, ela não vai se aproveitar disso pra ganhar espaço na vida dele, e além do mais ele acredita que eu seja sua noiva então se ela acha que vai tirar ele de mim está muito enganada.
Continua amanhã
Capítulo 17
Bernardo
Depois de discutir novamente com Manuela eu fui me distrair em uma das minhas casas de luxo, fui ver Marisol que já fazia muito tempo que eu não via… chegando lá a casa estava cheia como sempre, todos ficaram surpresos em me ver.
- Chefe, até que enfim apareceu, estava mesmo querendo falar com o Senhor… ele dizia mas o interrompi.
- Agora não Jonas, onde está Marisol? Perguntei.
- Está no quarto dela, tem andado muito deprimida desde que o senhor levou Manuela e não tem vindo mais aqui.
- Vou vê-la, depois conversamos.
- OK chefe… disse ele.
Subi as escadas em direção ao quarto de Marisol, abri a porta e entrei.
- Marisol… eu disse.
- Você me trocou por ela… disse ela debruçada na janela.
- Claro que não Marisol, ela está me ajudando a tirar mais dinheiro do meu pai, só isso.
- Mentira! Você gosta dela.
- Está maluca, não gosto de ninguém… eu disse tirando minha blusa e os sapatos.
- No fundo você gosta sim só não quer dar o braço a torcer, não quer perder a pose de dominador de mulheres.
- Não sabe o que tá falando… não vim aqui pra isso, mas se quiser eu vou embora.
- Não, não vai… disse ela vindo até mim… eu estava com tanta saudade.
- Então mostra o quanto, satisfaça o seu chefe… eu disse e logo ela tratou de fazer o que sabia melhor, sexo.
Embora eu estivesse em êxtase com aquilo tudo, a maldita obsessão por Manuela não me deixava em paz, mas eu não vou deixar ser dominado por isso, isso vai acabar, em breve e vai ser como se eu nunca tivesse conhecido ela.
Depois da noite com Marisol, bebendo e transando muito eu decidi voltar pra casa, já estava bêbado e mal me aguentando de pé.
Manuela
Eu já havia me deitado para dormir quando Ben bateu na porta do quarto me chamando apressado, me levantei rápido e abri a porta.
- O que houve Ben? Perguntei.
- Manu, é o Bernardo, ele sofreu um acidente e está no hospital, acabaram de ligar pra cá.
- Que? Como ele está? Eu disse nervosa.
- Está mal, o estado é grave… disse ele.
- Meu Deus, vamos até lá Ben… eu disse saindo do quarto e descendo as escadas correndo.
Ben pegou seu carro e fomos rápido para o hospital, chegando lá os pais dele já estavam e o senhor Miguel estava conversando com o médico enquanto dona Lúcia conversava com uma mulher que tentava consolá-la.
- Como está o Bernardo, o que o médico disse? Perguntei muito nervosa.
- Está mal, está sendo operado agora, teve traumatismo craniano e diversas lesões no corpo… disse senhor Miguel.
- Isso não pode tá acontecendo… eu disse com as mãos no rosto, algumas lágrimas já escorriam.
- O que você faz aqui Isabela? Perguntou Benjamim a moça que estava com sua mãe.
Isabela? Não, não podia ser a mesma Isabela que fez Bernardo se tornar o pior homem do mundo… eu não estava acreditando, meus olhos no mesmo instante encararam aquela mulher, meu coração apertou ainda mais e uma raiva imensa foi tomando conta de mim… dá onde surgiu essa mulher agora? Logo agora que isso havia acontecido, o que ela queria, o que ela estava fazendo aqui, porque resolveu aparecer depois de anos.
- Benjamim, eu e seu pai fomos visitar a família de Isa e ela estava lá, nós já estávamos indo pra casa quando recebemos a notícia do acidente e ela quis nos acompanhar… disse dona Lúcia.
- Só não entendo porque ela decidiu aparecer depois de tanto tempo, é só isso… disse ele.
- Calma Benjamim, vem comigo filho… disse dona Lúcia levando ele.
- Você é a noiva do Bernardo? Perguntou a tal Isabela.
- É, sou sim… Manuela… eu disse limpando as lágrimas.
- Nossa, você me parece tão jovem…
- E sou, desculpe a minha franqueza mas, o que quer aqui?
- Bom, só me preocupei com Bernardo e quero saber se ele está bem, se vai ficar bem, o conheço a tanto tempo.
- Não, você não conhece… e se você se preocupasse mesmo com ele não teria ido embora com outro cara e o abandonado, você não sabe o mal que fez pra ele… eu disparei com raiva.
- Então você sabe da história… disse ela.
- Sei sim, e espero que você não tenha vindo pra tentar recuperar o seu tempo perdido porque eu não vou deixar você se aproximar dele, não mesmo, ele já sofreu demais quando você foi embora e não vai sofrer de novo.
- Calma Manuela, eu só tô aqui acompanhando a mãe de Bernardo, só isso, eu sei bem o que eu fiz mas ele também passou dos limites antes deu ir embora, se você sabe de toda a história você sabe que ele me agrediu e me deixou muito machucada.
- Eu sei, mas ele com toda certeza se arrependeu do que fez, mas você não, você não teve compaixão dele.
- Você não pode dizer que não me arrependi, você não sabe como eu repudiei a decisão que tomei um tempo depois.
- Acho que é um pouco tarde demais pra vir se desculpar pois Bernardo já não é mais o mesmo de antes, com toda certeza você vai ver isso quando ele acordar… Eu disse saindo da sala de espera e indo pra cafeteria.
Benjamim e sua mãe estavam em uma mesa tomando café, fui até eles e me sentei, dona Lúcia pediu um café pra mim e ficou me consolando enquanto Ben foi falar com seu pai.
- Fique calma Manuela, vai dar tudo certo, Bernardo é forte… disse ela.
- Estou tão aflita, tenho medo do pior, não posso perder ele dona Lúcia.
- E não vai minha querida, os médicos vão salvar o nosso Bernardo.
- Deus queira que sim… eu disse já chorando outra vez.
- Querida, não era desse jeito que eu queria que você conhecesse Isabela e não deve ter sido fácil pra você conhecer a mulher que deixou meu filho a tanto tempo.
- É sim, foi complicado, acho que até fui um pouco seca e rude com ela, mas… eu senti raiva, por saber que foi ela quem magoou tanto o meu Bernardo.
- Ela não é uma má pessoa Manuela, eles eram jovens e jovens cometem muitos erros, você também é jovem e sabe como é… nós a conhecemos desde menina e não deixamos de ter carinho por ela apesar de tudo que aconteceu… disse ela.
- Eu entendo dona Lúcia, eu peço desculpas e vou pedir a ela depois pela grosseria, mas… eu estou nervosa demais, só consigo pensar que não vou suportar se algo acontecer com o Bernardo.
- Não vai querida, tenha fé, eu acredito que ele vai conseguir ficar bem novamente, os médicos estão fazendo o possível.
Ficamos um bom tempo esperando notícias de Bernardo, até que depois de quase 3 horas o médico veio até a sala de espera pra nos dizer o que havia acontecido.
- Bom senhores… disse o médico… conseguimos operar o senhor Bernardo e já está tudo instável, ele está desacordado mas logo acordará, não corre risco de morte, podem ficar tranquilos, o que nos resta saber é se haverá sequelas das pancada em sua cabeça, mas ele está bem.
- Graças a Deus! Eu disse aliviada.
- Viu só querida, eu disse que tudo ficaria bem… disse dona Lúcia me abraçando.
- Eu vou cuidar pra que não falte nada a ele… disse senhor Miguel indo até a recepção.
- Doutor, posso vê-lo? Perguntei.
- No momento não, mas logo poderá senhorita.
- Obrigado… eu disse.
- Bom, com licença… disse ele saindo.
- Bom, eu já vou indo, agora que sei que Bernardo está bem eu vou tranquila, outro dia quem sabe eu o vejo ou passo na casa de vocês está bem dona Lúcia? Disse Isabela.
- OK, querida, obrigado por vir nos acompanhar, eu vou pedir ao Miguel que leve você em casa… disse dona Lúcia indo com ela.
- Não sei porque ela veio… disse Ben.
- Eu também não… eu disse.
- Eu sempre soube que ela faria mal ao meu irmão, e por causa dela ele é como é hoje, um cara sério, fechado, que só se importa com ele mesmo.
- Isso é verdade, mas enfim, espero que ela não tente se aproximar dele.
- Não sei, se ela não tivesse essa intenção não teria vindo… disse ele.
- Deixa pra lá Ben, o importante é que Bernardo está bem.
- Verdade… Manu, eu… queria me desculpar pelo que aconteceu mais cedo com nós dois, eu passei dos limites mas… depois de ouvir de você que Bernardo não te ama eu fiquei muito confuso e… ele dizia mas o interrompi.
- Ben… nós falamos disso depois, agora não, minha cabeça está muito cheia no momento.
- Tá certo, me perdoe… bom, eu vou pra casa, amanhã eu volto pra vê-lo.
- Tá bem… eu vou ficar.
- Certo… até amanhã então… ele disse saindo.
Alguns minutos depois o médico veio e disse que eu poderia ver Bernardo, o acompanhei até a sala onde ele estava e pelo vidro eu já pude vê-lo deitado, meus olhos já estavam cheios de lágrimas e meu coração totalmente apertado.
Capítulo 18
Manuela
Assim que entrei na sala eu me aproximei da cama e pude vê-lo todo cheio de hematomas no rosto, com a cabeça e cintura enfaixados, com o corpo cheio de machucados e partes roxas, estava tão pálido, ligado a inúmeros aparelhos… peguei sua mão e segurei entre as minhas.
- Be, eu estou aqui, não vou sair do seu lado até você ficar bom, eu prometo… eu disse.
Beijei de leve sua mão e senti ele apertar um pouco a minha, meus olhos se arregalaram quando viram ele abrindo os olhos devagar, meu Be estava reagindo, ele estava acordando, rapidamente um sorriso em meio a lágrimas se formou no meu rosto.
- Be, você acordou… eu disse.
- Quem… quem… quem é você? Disse ele com dificuldade.
- Sou eu Be, Manuela… você deve está confuso mas logo vai se lembrar.
- Manuela… eu não me lembro… não me lembro de nada…Disse ele.
- De nada? Perguntei assustada.
- Não, aí a minha cabeça está doendo muito, o que aconteceu comigo? Ele falava com dificuldade.
- Você sofreu um acidente de carro mas foi operado e está bem agora.
- Não consigo me lembrar… disse ele.
- Eu vou chamar o doutor e dizer que você acordou… eu disse e sai da sala indo até a recepção, pedi ao médico que fosse vê-lo pois ele havia acordado mas não se lembrava de nada do que aconteceu.
Voltei para a sala de espera e fiquei ali com dona Lúcia.
- O que houve querida? Porque está assim aflita? Perguntou ela.
- Eu fui ver o Bê e ele acordou, mas a princípio não lembrou de nada, nem de mim, nem do acidente, estou com medo dele ter se esquecido de tudo… eu disse.
- O que? Não, isso não pode ser, meu filho não pode ter perdido a memória e não se lembrar de nada… disse ela nervosa.
- Calma dona Lúcia, vamos esperar o médico, ele foi examinar o Bê.
Ficamos esperando o médico cerca de meia hora, estávamos muito aflitas, eu por um lado estava com muito medo do que eu teria que enfrentar se Bernardo tivesse mesmo perdido a memória, todos iam dizer que eu era a sua noiva e nós não éramos noivos de verdade, não tínhamos lembranças disso, não éramos loucamente apaixonados e nem queríamos construir uma vida juntos, pelo menos ele não queria pois ele era totalmente ligado ao que fazia e não iria abrir mão de nada por mim.
- Senhoras… disse o médico vindo até nós.
- Sim, diga doutor… disse dona Lúcia.
- Infelizmente o paciente não consegue lembrar de nada, nem mesmo do seu acidente, do seu nome, do nome dos familiares, nada mesmo… como eu disse a pancada poderia gerar sequelas e gerou, ele perdeu a memória e não saberemos dizer quando e nem se a memória dele irá voltar, ele precisa ir à um médico especialista no assunto.
- Mas doutor, o que vamos fazer agora? Perguntou ela.
- Terão que contar a ele toda sua vida, sua história, aos poucos ele vai se acostumando com essa vida nova, o importante é que ele está bem, se salvou e tem uma vida pela frente.
- É sim doutor, obrigado por tudo… eu disse.
Ainda não podia acreditar no que o médico disse, lá naquela sala havia um Bernardo que não lembrava de nada do passado, nenhuma das coisas ruins que fazia, não lembrava que era um homem amargurado que lutava com seus sentimentos para ser cada vez pior, mas também ele não lembrava de uma vida que supostamente nós tínhamos como noivos prestes a nos casar.
Eu não sei o que vou fazer quando ele realmente achar que sou noiva e que ele me ama, quando quiser ver nossas fotos, os presentes, quando quiser saber das coisas que fazíamos, não sei se levo isso adiante ou se conto a ele toda a verdade, vou precisar pensar muito nisso.
1 semana depois.
Depois de uma semana finalmente ele teria alta, voltaria pra casa e recomeçaria sua vida.
Durante essa semana ele dormiu e só voltou a acordar no dia de ir embora, os médicos disseram que era normal, que ele só havia acordado por alguns segundos mas que depois dormiria novamente devido a pancada na cabeça, por isso não nos preocupamos e íamos vê-lo todos os dias.
Nesses últimos dias eu mal consegui dormir, dormia em um sofá na sala onde ele estava, mas o sono não vinha, eu estava um bagaço, cabelos sem pentear, roupas simples, sem maquiagem, até estava com algumas olheiras… precisava mesmo era de um bom banho e não aqueles corridos que eu tomava aqui no hospital, precisava de uma boa noite de sono e um bom prato de comida também.
Estava eu arrumando as minhas coisas para ir embora quando Bernardo acordou.
- Olá, como se sente… eu disse.
- Oi… sonolento, mas estou bem.
- Que bom, hoje você vai pra casa…
- Finalmente… disse ele.
- Está tudo pronto, só precisamos esperar seu pai vir pra nos buscar.
- Manuela… vem cá… disse ele estendendo a mão pra mim.
- Sim… eu disse indo até ele e pegando sua mão… quer alguma coisa?
- Sim, quero te agradecer por ter ficado aqui todo esse tempo comigo, por ter cuidado de mim, sei que pra você deve está sendo muito difícil ter um noivo que não lembra de nada, não lembra da sua noiva, dá vida juntos, do amor que ele sente por ela, mas eu prometo que vou me esforçar o máximo pra que tudo volte a ser como antes… ele dizia olhando em meus olhos.
- Não se preocupe Be, tudo vai ficar bem… eu sorri e ele sorriu também.
Era a primeira vez que eu via um sorriso dele assim, sincero, espontâneo, cheio de vida, como era lindo meu Bernardo, como estava diferente, não tinha mais aquela expressão de amargura, de tristeza, de raiva no rosto, estava sereno, claro que estava muito confuso e sem saber o que fazer, ou como agir, mas assim era muito melhor do que antes, ele era outra pessoa, não era mais o mesmo e isso me deixava muito feliz.
Finalmente seu pai chegou pra nos levar e com a ajuda de alguns enfermeiros eles levaram Be pro carro e voltamos pra casa onde todos nos esperavam com um pequeno almoço que dona Lúcia junto de Lena estavam preparando.
Quando chegamos Benjamim veio ajudar seu pai a levar Be pra dentro, todos estavam esperando ele na sala, dona Lúcia, Lena e pra minha surpresa Isabela também estava.
- Seja bem vindo meu querido… disse dona Lúcia dando um beijo nele.
- Obrigado mãe… disse ele.
- Essa é Lena, ela trabalha conosco desde que você era bem pequeno… disse ela e Lena também deu um beijo em Be.
- Seja bem vindo meu menino, eu fiz tudo que você mais gosta pro almoço… disse ela.
- Essa é sua amiga Isabela, vocês são amigos desde pequenos também.
- Que bom que está bem Be, fiquei com tanto medo de perder você… disse ela o abraçando e beijando sua bochecha.
Eu revirei os olhos, que falsa.
- Bom, seu pai e o Benjamim você já conheceu também, e sua noiva Manuela também, então acho que já podemos ir almoçar não acham? Disse dona Lúcia.
- Claro, vamos então… disse ele e todos fomos para a mesa.
Ajudei a Lena a por a mesa e ela também se sentou conosco.
- Pode me servir Manuela? Perguntou Be.
- Claro… sorri.
- Nossa, a comida está maravilhosa Lena, como sempre… disse Benjamim.
- Sabe Bernardo, você e Benjamim sempre brigavam quando eram mais novos pra ver quem comeria mais macarrão… disse dona Lúcia e todos riram.
- E também, pra ver quem ficaria com o maior pedaço de bolo de chocolate… disse Lena.
- É verdade Berna, a gente disputava quem comeria mais e você claro, sempre ganhava… disse Ben.
Bernardo ria de todas as coisas que falavam dele, nossa como era bom ver ele assim, tão alegre, espontâneo, era tão diferente do que ele era antes, posso dizer que essa perda de memória fez um bem danado a ele, esquecer de todo seu passado ruim foi a melhor coisa que aconteceu com ele, eu espero que isso dure o bastante pra ele perceber que esse é o verdadeiro Bernardo e não aquele que maltrata, que não sente nada por ninguém, que só se importa com ele mesmo.
Todos nos servimos e comemos conversando e rindo bastante, todos contavam algo sobre Bernardo e ele estava muito bem… a sobremesa foi bolo de chocolate e ele comeu uns 3 pedaços, nossa eu nunca tinha visto ele comer assim, tão satisfeito.
Depois do almoço fomos todos para o jardim, o dia estava muito bonito.
- Manuela… disse ele.
- Oi…
- Podemos conversar um pouco depois?
- Claro.
- Está bem… ele sorriu.
A tarde foi muito agradável, nem notei a presença de Isabela lá com a gente, não sei mas algo me diz que essa garota está se fazendo de muito boazinha pro meu gosto, ela está querendo se aproximar de Be agora que ele não se lembra de nada do que aconteceu entre eles no passado e isso, eu não vou deixar, ela não vai se aproveitar disso pra ganhar espaço na vida dele, e além do mais ele acredita que eu seja sua noiva então se ela acha que vai tirar ele de mim está muito enganada.
Continua amanhã
♥️🌹♥️♥️
ResponderExcluir😢😢😢
ResponderExcluirCada dia mais interessante
ResponderExcluirAaaaaaaaaaaaaah, muita curiosidade kkkkk só esses dois capitulo por dia me mata de curiosidade kkk
ResponderExcluirCaramba... amei...
ResponderExcluir😢😢
ResponderExcluirCada dia ficou mais anciosa 😊
ResponderExcluirTudo está a favor de Manu. Agora só precisa reconquistar o Be .muito bom tô amando .
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